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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Todos Diferentes, Todos Iguais

"Portugal está doente! Portugal que sempre foi um país com os sectores primários e secundários frágeis e incipientes vê hoje no turismo e no crescente mercado interno uma solução fácil mas, infelizmente, não deixamos de ser um país pobre, um país doente. Portugal é pobre, tem recursos limitados e as habilitações académicas são baixas, e, também por isso, estamos mais vulneráveis à doença.
A culpa é sempre do outro: do estrangeiro, do imigrante, do preto, do cigano, do tripeiro, do lampião, do político. A culpa é de todos menos nossa. E, assim, surge o ambiente perfeito para os populistas e para os discursos anti-sistema. Culpemos o sistema esquecendo que tal não existe enquanto organismo autónomo.
Hoje, a culpa é do grupo de adeptos que insultou Marega. Hoje, a culpa é dos vários intervenientes que pactuaram com o que aconteceu. Hoje, a culpa é dos vários comentadores que desculpabilizam o que aconteceu. Hoje, a culpa é de todos os que não apontaram os dedos noutros casos porque a camisola era outra. Hoje, a culpa é de todos aqueles que preferem fazer discursos bonitos em vez de mudar algo. Hoje, a culpa é do todos.
Andamos todos a fingir há anos que a doença não existe, todavia ela é antiga, ela é estrutural, é quase uma segunda pele. Somos racistas. Portugal é racista. E também é campeão nas desculpas para tal facto.
Em 1995 foi criada a campanha Todos Diferentes, Todos Iguais, um quarto de século depois continuamos a precisar dela. Os discursos são cada vez menos inclusivos e as redes sociais insistem em mostrar-nos isso. Descobrimos que o colega, o vizinho, o amigo, o primo, é afinal racista, xenófobo, misógino. Desaprendemos a conhecer o outro, temos medo do desconhecido, somos homens-ilha.
Criamos associações, grupos ou clubes para lutarmos por um ideal comum, para não sermos homens-ilha. O meu Sport Lisboa e Benfica é feito de ideias e valores e tem de estar sempre na linha da frente das lutas contra o racismo ou qualquer outra discriminação. O Benfica não pode escudar-se numa maior ou menor hipocrisia para não agir. O lema do Sport Lisboa e Benfica tem de ser sempre #saynotoracism."

Somos um país de racistas (mas não gostamos que nos lembrem disso)

"O que se passou em Guimarães com Marega não foi nem mais nem menos grave do que aquilo que se tem passado durante décadas no futebol em Portugal. Na Europa. E um pouco por todo o mundo. Olhando para trás, não é difícil nem é preciso fazer um esforço grande para percebermos que o racismo estrutural é uma das maiores falhas da sociedade portuguesa.
Marega atingiu um ponto de rotura. Aconteceu ali, naquele minuto, naquele momento, como poderia ter sido num outro jogo qualquer. Fosse com Marega ou com outro jogador. Nós, por cá, habituámo-nos a criticar o que se passa em Itália. A achar que os italianos são o povo latino mais racista da Europa e episódios em que os jogadores sentem que chegou a altura de dizer basta são mais um capítulo na vergonha de um campeonato que outrora foi grande e agora não é mais do que um tremido reflexo.
Nós, por cá, habituámo-nos a achar que o problema está nos outros. Está em Inglaterra. Na Alemanha, daqueles nazis. Na Itália. Até em França, dos Le Pen. Nós, por cá, somos diferentes. O racismo cá é diferente. Se existe, é muito pontual. Não, nós não somos contra «pretos». Não, nós não os tratamos mal. Nós até temos amigos que o são. Até partilhámos balneários com eles. Histórias. Brincadeiras. Piadas.
Não, nós por cá, sempre fomos diferentes. Somos capazes de entrar numa sala de cinema e sentir nojo quando vemos filmes que retratam a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. E, ao mesmo tempo, incapazes de perceber que Portugal está longe de ser um paraíso. Nós, por cá, deixámo-nos, durante demasiado tempo, contagiar por um racismo estrutural que muitos continuam a apregoar ter desaparecido. Ou simplesmente nunca ter existido.
Violência policial? Sim, é giro falar sobre isso quando Colin Kaepernick se ajoelha. Cânticos animais nas bancadas? Coitado do Balotelli. Por cá, não há nada disso. Ou pelo menos assim foi sendo construída a mentira, num castelo de areia frágil perante a ameaça de um tsunami.
Houve quem tenha falado em hipocrisia. Fê-lo pelos motivos errados, mas acertou na palavra. No sentimento. Qualquer exercício de memória sem grande dificuldade é capaz de nos trazer episódios idênticos ou ainda mais graves ao de Marega em Guimarães. A diferença? Marega foi o único a dizer basta e, por isso, o único a garantir que havia ondas de solidariedade.
Este é, há muito, o problema do racismo em Portugal. Habituámo-nos a achar algo tão natural que eles próprios, os abusados, começaram a sentir que era aceitável. Que fazia parte da realidade. Que era impossível escapar, dizer basta, mostrar ao mundo que estava errado.
Contra mim falo. Olhando hoje para trás, sinto vergonha. Sinto repulsa. Sinto que fui praticamente obrigado a falhar por esta realidade paralela que nada trouxe de bom. Joguei futebol federado onze anos. Joguei com africanos ou filhos de africanos desde sempre. Nos primeiros anos, chegou até a haver treinos em que na minha equipa eu era o único branco. Brincávamos com isso. Eu podia ser o único mas eles sempre foram a minoria.
O racismo existia – e muito – nos escalões de formação. Numa altura em que a internet não existia, pouco se sabia sobre as equipas adversárias. O primeiro contacto visual com a chegada da carrinha adversária provocava sempre as mesmas curiosidades. Primeiro, se eram grandes. Depois, quantos «pretos» tinham.
Quem jogou no final da década de 90 na Associação de Futebol de Lisboa, poderá reconhecer alguns nomes. Toda a gente falava do Papa, o «preto» do Belenenses que tinha idade para ser papá dos outros todos. Ou pelo menos assim se dizia. E o Oeiras tinha o Upari (que se lia Apari) e que era, conhecendo-o anos mais tarde, uma pessoa genuinamente correta e impossível de não gostar. Mas ali, num primeiro momento, todos eram os «pretos» grandes, os «pretos» em destaque.
Mais tarde, lembro-me do Abílio. Dentro do balneário, fizemos praticamente do Abílio a nossa mascote. O Abílio falava de maneira estranha. A voz tremia, ecoava de forma muito peculiar. E imitávamo-lo, brincando com ele, perante os seus sorrisos. Ele nunca levou a mal. Ele seria incapaz de levar a mal. Ou pelo menos assim achávamos.
Hoje, olhando para trás, sinto sobretudo que ele talvez nunca tenha pensado sequer que poderia levar a mal. Muito possivelmente, para ele, aquela seria a única realidade que conhecia. Poderia nem sequer saber que aquilo era errado. Podia não ter o conforto necessário para levantar a voz, impor-se, e dizer basta. Afinal, o Abílio nem sequer estava inscrito. Que peso poderia ter ele num balneário? 
Esta semana, em mais um genial episódio do podcast O Brinco do Baptista, falou-se sobre o problema de minorias em balneários. Dos perigos da mentalidade de matilha. Da toxicidade que alguns comportamentos podem ter. Sinceramente, olho para trás, e acho que sempre respeitei, tanto quanto conseguia, qualquer colega que tive. Mas, ao mesmo tempo, sou incapaz de ignorar que tive momentos, tanto no futebol como na escola, reprováveis.
Tenho memória suficiente para me lembrar do que fiz bem e do que fiz mal, do que poderia ter feito diferente. Fosse com negros, raparigas ou vítimas de bullying. Afinal, nestes casos, parecia sempre mais fácil deixar andar. Ficar calado. Felizmente, nunca fui instigador. Mas isso não me iliba de ter contribuído para ambientes negativos. De racismo, de machismo. De muito mais.
O que Marega fez em Guimarães foi acordar-nos em definitivo para uma realidade que nos deixa desconfortáveis. Marega não foi a primeira vítima. Marega foi, isso sim, o primeiro exemplo mediático a ser capaz de dizer basta. A trazer o elefante para o centro da sala. A garantir que seria impossível continuar a ignorar que Portugal é racista. Que há exemplos destes nos quatro cantos do país.
Hoje, é impossível dizer que só acontece lá fora. Podíamos dizer que estamos a importar o pior do que se passa lá fora. Estaríamos a ser hipócritas. Este racismo esteve sempre do lado de cá da fronteira. Só demorámos mais tempo a ter um escândalo com esta magnitude.
E, quando finalmente aconteceu, poucos foram aqueles que passaram com distinção. Tem havido muita hipocrisia, sim. Tem havido tiros ao lado. E houve, sobretudo, uma falta de compaixão e compreensão enorme por quem partilha a profissão e estava naquele relvado com Marega.
Foi o espelho perfeito do racismo em Portugal. Uma vez mais, esperou-se que Marega comesse e calasse. Que percebesse que faz parte. Que é assim mesmo. Que tem de se habituar. Ser profissional, ignorar e continuar a fazer aquilo para o qual é pago dentro de campo. Por outras palavras, houve quem lhe tenha pedido que ajudasse a propagar e eternizar a aceitação do racismo.
Marega recusou-se. Não o fez. E ao não o fazer deu um exemplo valioso para milhares de jovens em Portugal. Porque às vezes é mais importante manter as costas direitas do que ceder à vénia. Porque às vezes é preciso dizer basta. Porque às vezes só conseguimos avançar quando paramos. Para pensar e para mudar a mentalidade. Para mostrar ao mundo – e ao país – o que está errado.
Marega não foi a primeira vítima em Portugal. Mas foi o primeiro a conseguir provocar uma onda de solidariedade a nível interno e internacional. E só o fez, só garantiu que o tema viesse claramente para a luz do dia por ter tomado a atitude que tomou. Se tivesse continuado em campo e criticado os acontecimentos no final, o racismo teria ficado esquecido na espuma do dia. Assim, é impossível. 
Temos, todos, de agradecer a Marega por isso. Fez-nos pensar. Olhar para trás. Perceber o que se fez de errado. O que continua errado. E o que tem mesmo de se fazer para que, ao olhar para a frente, se possa encarar o futuro com optimismo.
Porque Portugal sempre foi racista. E continua a sê-lo em 2020. Mas depende de todos nós ajudar a promover a mudança. O que Marega fez foi valioso. Mas será uma gota de água no deserto se não conseguirmos honrar verdadeiramente o que um gesto aparentemente tão simples mas cheio de coragem pode significar.
Marega relembrou-nos, com clareza, algo que não gostamos."

A partir de agora, ninguém vai poder fechar olhos e tapar ouvidos, ninguém vai poder dizer que um futebolista negro tem de servir de latrina

"E aos 71’ Moussa Marega abandonou o jogo. Eis tudo o que interessa saber sobre o jogo de Guimarães. Sabem como é, ou talvez não saibam, mas eu digo-vos: uma pessoa aguenta, aguenta, aguenta até que um dia não aguenta mais e faz o que já devia ter feito há muito tempo. O que outros já deviam ter feito há muito tempo. Quem agarrou Marega, quem tentou demovê-lo, não foram os companheiros nem alguns adversários, fomos todos nós. Vá lá, Marega, aguenta mais um bocadinho. Isso é o que eles querem, que desistas, que te vás embora. Se saíres do campo eles ganham, etc. Naquele momento, devem ter pensado, enquanto o seguravam, que estavam a chamá-lo à razão, mas a razão estava com ele. Quem tinha razão, quem tinha a razão, era Marega porque a razão não se reduz à frieza e ao cálculo. Por vezes a razão, para que todos a percebam, para que até os mais básicos vejam onde está, tem de vir acompanhada de fúria e indignação.
Claro que Marega podia ter aguentado. Claro que Marega, como ele próprio e tantos outros antes dele, podia ter respondido em campo. Claro que Marega podia tê-los deixado a ouvir o eco dos seus grunhidos simiescos. Claro que Marega. Claro que Marega. E hoje, se Marega ontem “claro que Marega”, estaríamos a falar da dignidade de Marega e a dizer que é assim que se responde aos racistas e aos energúmenos e a condenar o comportamento de alguns adeptos e a pedir a intervenção das autoridades. Só que Marega, farto de paninhos quentes, farto de lhe atirarem merda para cima e ter de a limpar com um lenço, disse “Chega!” Ou achavam que dizer “Chega!” é privilégio de alguns iluminados? Disse “chega!” e aquilo que seria mais um pequeno tremor de terra transformou-se num enorme terramoto.
A partir de agora ninguém vai poder fingir, ninguém vai poder fechar os olhos e tapar os ouvidos, ninguém vai poder dizer que a vítima tem de aguentar, que um profissional de futebol por ser muito bem pago tem de servir de latrina aos boçais, que um futebolista negro, por ser futebolista e ser negro, tem de ouvir aquilo que já ninguém ouve sem se revoltar, que os estádios de futebol devem ser santuários de podridão onde os piores instintos da nossa sociedade são tolerados e desculpados. E ninguém vai poder fazer de conta que tudo o que se passa nos estádios de futebol é normal porque houve um homem que teve a coragem de mostrar que há limites. Esse homem foi Marega.
A minha solidariedade não é para o clube de Marega, nem a minha censura é para o clube dos adeptos que o insultaram, apesar das declarações infelizes dos seus dirigentes. E é pena que nem todos tenham percebido que, antes de ser jogador de um clube, Marega é um homem. Foi isso que ele lembrou a todos os que assistiam ao jogo quando, ao comemorar o golo, apontou para a cor da pele e não para o símbolo do clube ou para a camisola. Um homem. De camisola um homem muda, mas de pele, não. E daqui para a frente todos os homens que têm a mesma cor de pele mesmo que, por cima, vistam outra camisola, saberão que têm o direito, mais, que têm a obrigação de não aturar insultos, que têm o dever de sair do campo em vez de aguentar a humilhação, aguentar a vergonha e desculpar tudo com as particularidades do futebol e as emoções dos adeptos.
Desculpem lá, mas não há outras palavras: que se fodam as emoções dos adeptos. A paixão por um clube não é desculpa. Não pode ser. E o futebol não pode ser o refúgio preferencial dos idiotas e dos frustrados que, protegidos pela impunidade das emoções, vomitam ali tudo aquilo que engolem no dia-a-dia. Marega traçou uma linha vermelha. Sair do jogo não foi um ato de desistência, mas de revolta e de resistência. Hoje é fácil estar do lado de Marega. Mas a nossa facilidade assenta na coragem dele. Na coragem de um homem que nunca há de marcar golo mais belo nem mais importante."

Marega no país que o merece

"Sou do país em que, ainda há meses, uma varina, no Lavadouro da Afurada, frente à cidade do Porto, abanava as ancas e o avental, suspirava "ó o Marega...", e gritava: "Coisa mai linda não há!" E eu, sinceramente admirado: o Marega, lindo? A varina rapou do jornal O Jogo e beijou-o todo na fotografia da capa. Sou o miúdo que passeava com a mãe pela Avenida dos Aliados, 1958. Cruzou-se connosco um anjo negro vestido como um príncipe, reconheci-o. Empanquei, vidrado: Miguel Arcanjo, o defesa central do clube que nem era o meu, mas o do meu pai, o Porto. Ele pôs-me a mão na cabeça, a minha mãe sorriu-me e sorriu-lhe, eu continuava nas nuvens. Mas ainda disse: "Ele também é de Angola...", a minha mãe não lia o Ídolos do Desporto. E ficaram a falar da nossa terra, eles; eu guardando no cabelo o afago.
Sou do país que foi ensinado pelo mulato Mário Coluna. No campo mandava ele, era ele o senhor de todos, de todos e também dos mais brancos que ele, quando nos estádios de toda a Europa quase não havia jogadores negros e certamente nenhum capitão não branco, só ele. Também ainda assisti ao silêncio religioso que precedia um livre de Eusébio, na Luz, mesmo daqueles de 30 metros, que exigiam a fé que só emprestamos aos nossos heróis. Sou herdeiro do lugar, ainda antes - anos 30 e Nuremberga fazia leis celeradas - Portugal se fez país de futebol, à boleia do duelo entre dois amigos goleadores, o sportinguista Peyroteo, branco africano, e o benfiquista Espírito Santo, negro lisboeta. 
Enfim, sou mais um de tanta, tanta gente grata que se confirmou como pai ou irmão, em todo o caso inequívoco eterno admirador de um rapaz de rastas e trapalhão, negro como noite luminosa que surgiu numa tarde chuta caralho. Obrigado, obrigado, Eder para todo o sempre... Então, quero dizer que sou desses, das pessoas decentes que, das cores, posso ser minucioso em têxtil, mas sobre pele sou daltónico. Em primeiro lugar, porque sim, e acabou a conversa.
E, em segundo lugar, segue explicação extra porque temos de ser piedosos com os imbecis profundos: a sério, meu, és racista com negros e em Portugal, e é num estádio de futebol que tu o vais proclamar? Vais declarar a inferioridade deles, aqui, neste país tão conhecedor de personagens de lenda, por onde passaram as fintas do Dinis Brinca na Areia, tonitruaram os chutos do Matateu, deslizou a elegância do Jordão e, já agora, o Marega iludiu tanto adversário fingindo-se falso lerdo? Os negros, inferiores! - e vais dizê-lo na ópera onde eles são tenores? Meu, metes as mãos pelos pés e isso em futebol é falta.
Experimenta gritar-lhes que eles nunca irão à Lua - pelo menos, exemplos a desdizê-lo eles, por enquanto, não têm... Mais prudente foste quando, estou a adivinhar-te, cabelo seboso, marreco, a cheirar da boca e com ramela deves ter passado a noite dos Óscares a rosnar para o televisor: "És feio como o caraças, Brad Pitt!" Ao menos, aí, escolheste o teu quarto solitário para insultar, escapando ao sorriso sarcástico, se te ouvissem, de todas as mulheres com quem já te cruzaste na vida. Mas não, ontem, foste para um estádio de futebol expor a tua lamentável inveja contra um negro.
E no Minho! Onde um clube já há 60 anos tinha três irmãos negros na equipa, João, Jorge e Fernando Mendonça, três senhores. Um deles, o médico Jorge Mendonça, seria fundador do sindicato dos Jogadores de Futebol de Espanha e artista saudoso no Atlético de Madrid e no Barcelona... Passam-se décadas e dobra-se o século, e ontem, em Portugal, um futebolista negro marcou um golo aos 71 minutos, em Guimarães. E contra o maliano Marega houve estes sons: "Macaco!" e "chimpanzé!". Por palavras e também guinchos e sons guturais de símios. Quer dizer, considerando que o futebol foi criado há 157 anos e sabendo-se que o último antepassado comum dos macacos e homens viveu há 28 milhões anos, segundo as claques do Vitória de Guimarães Marega precisa de esperar, façam as contas, 27999847 anos para ele perceber o que é o association football. Antes, levas com cânticos: Ô-ô-ô-chimpanzé... Ô-ô-ô-macaco...
O futebolista Marega enxofrou-se e levou com o cartão amarelo do árbitro. Marega pediu para sair do campo. Da bancada da claque: "Macaco!" Marega continuou enxofrado e a querer sair do campo. Daquela bancada da claque: "Chimpanzé!" Volto à minha tese: depois de tanto ano com os negros a demonstrar que são tão bons, tão maus e tão assim-assim quanto os brancos, houve, no estádio de Guimarães, ontem, uns sub-humanos a serem o que são. Insultos a Marega abrem a discussão sobre o racismo no futebol português.
Quanto aos homens vi-os de dois tipos. Árbitros de cabeça perdida, dirigentes e treinadores de cabeça perdida, adeptos (dos dois clubes) de cabeça perdida, comentadores televisivos de cabeça perdida, polícias de cabeça perdida e jogadores do Vitória e do FCP de cabeça perdida, isso de um lado. Do outro, vi o Marega, outra vez enganando-nos com as aparências, gesticulando e gritando, e serenamente fazendo o que havia para fazer: assim não jogo.
Ah, se Pinto da Costa se levantasse e se fosse embora da bancada de honra! Ah se o guarda-redes do Guimarães abandonasse o campo agarrado ao companheiro adversário! Ah se o árbitro Luís Godinho rasgasse o cartão amarelo e o vermelho também, e mostrasse a Marega o cartão branco, o de fair-play, como há dias outro árbitro mostrou a um jogador infantil e nobre, que o avisou ser falso um penálti contra o adversário! Ah se a multidão saísse do estádio quando o Marega entrou no balneário! Ah se o presidente do Guimarães chorasse! Ah se um radialista relatasse: "Marega saiu e eu calo-me"! Ah se os gestos claros e límpidos de Marega causassem a vaga que mereciam...
Esta noite eu teria sonhado com a mão do Miguel Arcanjo a dizer-me olá, e não sonhei. Mas o Marega que apareça estes dias pela Afurada e haverá uma varina a beijá-lo e a resgatar-nos."

A YoungNetworks lá do sítio...!!!

"A imprensa espanhola noticia que foi descoberto um plano do Barcelona tendente a controlar as redes sociais para defender a direcção e danificar a imagem de várias personalidades ligadas ao clube.
Segundo o programado Qué t´Hi Juges, da Cadena Ser, foi descoberto que o clube trabalha com um empresa que tem como função trabalhar em duas vias: melhorar a reputação da Direcção e reduzir a reputação de várias personalidades que a mesma não gosta como o antigo candidato Victor Font, ou antigos jogadores como Xavi, Puyol ou Valdés e, ainda, o treinador Pep Guardiola.
Deste modo, a empresa E3Ventures assinou um contrato com o clube por três anos. Contrato esse por valores reduzidos, de modo a não ser necessária a aprovação dos sócios, algo que se encontra previsto estatutariamente nos regulamentos do clube, para contratos a partir de determinado valor. Esta deveria criar contas nas redes sociais, exclusivamente, para melhorar a imagem da direcção e ao mesmo tempo criticar diversas personalidades tidas como oposição.
Entre as mensagens descobertas encontram-se as seguintes:
" - Porque Messi não torna pública a renovação com o Barcelona?"
" - Apesar de todas as manobras de Guardiola, Messi continua em Barcelona."
" - Victor Font assinou um pacto com o diabo para assaltar Camp Nou."
" - O Qatar é sem dúvida o país islâmico do mundo que é mais aberto. Acho que o Pep Guardiola fale bem ou mal de um país desde que lhe paguem."
" - Xavi e Puyol são bonecos ao som da música de Font."
Uma história para levantar muitas polémicas..."

Modalidades - Semanada...

Tudo aberto

"São os momentos difíceis que mais requerem união. A todos, sem excepção, é-nos exigido o melhor em prol do que nos transcende individualmente e tanto amamos e nos dedicamos, o Sport Lisboa e Benfica.
Foi duro perder com o SC Braga. Não está em causa o mérito do nosso adversário, pois soube aproveitar-se das circunstâncias do jogo e é inegável o excelente momento que atravessa. No entanto, seria injusto ignorar o empenho dos nossos jogadores, a superioridade colectiva ao longo da maior parte da partida e as várias oportunidades de golo criadas, porém desperdiçadas, pela nossa equipa. A sorte do jogo nada quis connosco, preparemo-nos para que não torne a acontecer.
Sejamos pragmáticos. Estão disputadas 21 jornadas, lideramos a classificação, somos os únicos que dependem de si próprios para conquistar o título. Faltam 13 finais!
Recordemo-nos das palavras do Presidente Luís Filipe Vieira e do treinador Bruno Lage após o triunfo em Alvalade, que poderiam ter sido consubstanciadas nesta frase curta: "Nada está ganho!" Foram declarações avisadas, lúcidas e tão válidas como, agora, declararmos que nada está perdido. Muito longe disso!
Confiamos na nossa equipa, pois tem-nos dado bastas razões para que confiemos nela. E conhecemos muito bem a sua capacidade de superação e de luta, o espírito de equipa que a caracteriza e a sua perseverança.
A continuidade do apoio exemplar prestado à nossa equipa desde as bancadas, como no passado sábado e em tantos outros jogos, será determinante e imprescindível para o futuro que se avizinha. Esqueçamos esta e as derrotas anteriores, ignoremos a impressionante série de 16 triunfos consecutivos, a liderança fruto dos 54 pontos alcançados até ao momento, a conquista da Supertaça ou o apuramento para a final da Taça de Portugal. Devemos estar permanentemente focados na vitória seguinte, seja em que competição for.
Segue-se a deslocação à Ucrânia para defrontar o Shakhtar Donetsk (quinta-feira, 17h55) e só depois nos centraremos na visita ao Gil Vicente e nas recepções ao Shakhtar e Moreirense. Jogo a jogo, só em maio faremos contas.
#PeloBenfica"

Cadomblé do Vata (Crime...)

"Um crime é um crime, ponto. Não interessa se anteriormente foi punido ou não. Se José Sócrates corrompeu tem que enfrentar o braço longo da lei, mesmo que outras centenas de políticos tenham corrompido antes e depois impunemente. O "posso circular a 250km/h na autoestrada porque tenho 2 amigos que o fazem e nunca foram multados" não existe. Da mesma forma que "o Marega tinha que aguentar os insultos porque o Nélson Semedo também aguentou e ainda teve medalha de lata no Record" não é argumento. Quanto muito, se quisermos trazer o lateral do Barcelona para a conversa, é pedindo que os adeptos do Vitória sejam punidos a dobrar.
O racismo não é exclusivo do futebol nem de Portugal. Portanto, não pactuo com "só neste país" ou "é o que dá o discurso de ódio dos dirigentes". Exacerbar superioridade da raça é transversal a todas as sociedades em ambos os hemisférios do Mundo. O infeliz acontecimento de ontem foi apenas mais mediático do que 99% destes actos que acontecem diariamente. No caso do futebol português também não foi o primeiro nem vale a pena sonharmos que será o último. Foi contudo, a primeira vez que insultos racistas tiveram a resposta adequada da vítima num estádio de futebol na velha Lusitânia. Inconscientemente, Marega terá abandonado o relvado para se defender a si. Hoje quando acordar descobrirá que nos defendeu a todos.
EDIT: o que escrevo nesta página é apenas opinião. Não escrevo por "gostos" nem para que digam "amén". Adoro contudo quando volto aqui e tenho uma lista de comentários deliciosos para responder e trocar opiniões. Hoje não consigo responder a (quase) nada do que aqui leio. Sou adepto do Sport Lisboa e Benfica. O Clube que no seu estádio tem 2 estátuas (pelo menos só vi lá estas): uma de um jogador português moçambicano negro; outra de um feiticeiro húngaro judeu. Ser Benfiquista é seguir à risca a Carta de Valores do Clube. É respeitar raças, nacionalidades, religiões, clubes etc. Esta é também a Carta de Valores d'A Mão de Vata."

Virgens?!

"Ponto 1 - Ninguém aqui hoje vai relativizar o racismo. Por nós, sempre que acontecesse era estádio à porta fechada. Reincidência? Mais jogos à porta fechada.
Mas vamos relatar o que se passou ontem em campo: o Marega faz golo. Esbraceja que nem um idiota, cospe-se todo na direcção da bancada central dos adeptos do Guimarães, ex-clube dele. Ainda se ri com uma cadeira em cima da cabeça. Durante largos segundos/minutos andou a provocar toda a gente. No seguimento disto, é insultado e depois não aguenta a "bomboca".
Não contente, a abandonar o relvado vai a exibir piretes para toda a gente. Não contente novamente, pega no telemóvel e volta a escrever piretes para toda a gente e insultos para o árbitro.
Sempre ouvimos que quem diz o que quer, ouve o que não quer. Se se tivesse limitado a jogar a bola, nada disto teria acontecido. Não, isto não é a analogia da mulher violada “meteu-se a jeito por andar de mini-saia”. Isto é a mulher violada a abrir as pernas a um violador e a dizer “Chupa-me aqui!”. 
Vamos santificar este idiota deste jogador do Calor da Noite? Depois de ter agredido um jogador nosso há uma semana? Ele que se vá foder. E não, não somos racistas. Estamos a mandar foder um jogador do Calor da Noite que, seguindo as diretrizes e comportamentos de todos os agentes desse clube, não fazem outra coisa que não incentivar o ódio e o insulto. É o indivíduo que estamos a criticar, não a cor do indivíduo.
Ponto 2 – A virgindade da situação...só que não
Meus amigos, o clube do jogador Marega é um exemplo de enumeras situações de racismo contra adeptos de equipas adversárias. Estão documentadas em vídeo e fotos que aqui partilhamos: 
https://www.noticiasaominuto.com/desporto/1324616/fc-porto-destacado-por-canticos-racistas-contra-atleta-do-young-boys
Meus amigos, precisamente no mesmo Estádio onde ocorreu o incidente do Marega, há uns anos atrás, passou-se exactamente a mesma coisa mas com um jogador do Benfica, Nelson Semedo: 
https://www.noticiasaominuto.com/desporto/721435/nelson-semedo-alvo-de-insultos-e-comentarios-racistas
Durante uma época inteira, Renato Sanches foi alvo de uma campanha racista diária levada a cabo por um clube (Cashball CP) e difundida massivamente pelo jornal Record. Foi das coisas mais nojentas a que se assistiu em Portugal.
A estas duas situações que envolveram Nelson Semedo e Renato Sanches, sabem o que disse o Secretário de Estado do Desporto? Nada. Zero. Sabem o que disse a Liga de Clubes? Nada. Zero. Sabem o que disse a Federação Portuguesa de Futebol? Nada. Zero. Sabem o que disseram unanimemente os órgãos de Comunicação Social e todos os paineleiros cartilhados da Aliança Cashball-Calor da Noite? Que foi muito bem feito e que o preto do Nelson Semedo não tinha nada que reagir aos fervorosos e genuínos adeptos do Guimarães. Está documentado como aqui anexamos.
Ponto 3 - As responsabilidades do Governo, Liga e FPF
Quando os nossos jogadores levaram com centenas de bolas de golfe pelo focinho; quando para chegarem ao Estádio do Calor da Noite comeram com um calhau gigante que só não matou o Salvio porque não foi convocado e não ia no autocarro; quando choveram paralelos das pontes que numa tentativa de homicídio quase mataram um adepto (foto em anexo); quando choveram paralelos das pontes que numa reincidente tentativa de homicídio quase mataram o Presidente do Benfica (foto em anexo); quando a claque do Calor da Noite canta que desejava que o avião da Chapecoense fosse do Benfica; quando as claques de Calor da Noite e Cahsball andam há dezenas de anos a cantar Filhos da Puta SLB, Filhos da Puta SLB; quando os nossos jogadores passaram o jogo da semana passada a mamar cotoveladas e murros na tromba (inclusivé do Marega); quando se vêem bonecos enforcados nas pontes com camisolas do Benfica e de árbitros; quando somos constantemente insultados, agredidos, roubados e enxovalhados no ambiente do Calor da Noite; quando tudo isto aconteceu não se viu UMA única medida para acabar com este ódio doentio ao Sport Lisboa e Benfica, não se viu UMA única reacção na Comunicação Social a denunciar este ódio doentio ao Sport Lisboa e Benfica, não se viu absolutamente nada.
Por isso, a unanimidade nacional em volta do #somosmarega é a tão habitual vitimização de tudo o que diz respeito ao Calor da Noite e uma hipocrisia de fazer vergonha alheia. Fosse jogador do Benfica e comíamos com o mesmo silêncio que comemos na perseguição racista a Renato Sanches e no incidente de Nelson Semedo. Ou seja, seria a tolerância do ódio, do insulto, do racismo, do crime, porque seria perpetrado contra Benfiquistas.
É o Benfiquistão, como os adeptos que comem a palha do terrorismo comunicacional do Calor da Noite gostam de referir. Só que não. Estamos fartos destes métodos de propaganda Goebbeliana. O desporto em Portugal está completamente intoxicado por estes criminosos do Calor da Noite. Ou pegamos nas armas ou nunca vamos sair disto."

Racismo Vermelho!!!

Racismo selectivo...!!!

"Ponto prévio: condenamos qualquer ato racista e todo o tipo de manifestação de ódio e/ou preconceito.
Estes não têm lugar no desporto, nem na sociedade.
Posto isto, não podemos deixar de sublinhar a hipocrisia de um clube que é o expoente máximo do incentivo ao ódio, intolerância e violência no desporto. De um clube que teve recentemente envolvido num caso de racismo – em jogo europeu - e que simplesmente ignorou e tratou-o como se não tivesse existido.
O racismo não pode ser selectivo ou de acordo com a cor da camisola.
No mesmo estádio, o jogador do SL Benfica, Nélson Semedo, acabou atacado por jornalistas e comentadores por ter tido o desplante de responder aos adeptos com um simples gesto inofensivo, após sucessivos actos racistas.
Renato Sanches, foi vítima de uma das campanhas mais sujas e ignóbeis a que assistimos no futebol Português, com a suspeição sobre a sua idade, contrariando todos os factos e provas, movido apenas pela cor da sua pele.
Em ambos os casos, ninguém se indignou, pelo contrário, na situação de Renato Sanches muitos contribuíram para o alastrar da polémica. Muitos, certamente, que são agora os primeiros a condenar e a pedir responsabilidades por este caso de alegado racismo.
Que fique bem claro, nenhum ato de racismo ou xenofobia pode ser tolerado.
Mas esta não pode ser uma luta selectiva.
E aqueles que se indignam nestas alturas, não podem ignorar ou assobiar para o lado, perante os comportamentos reincidentes, do clube que agora se vitimiza e que por sinal, representa todo o mal que há no desporto."

A era de Francisca Nazareth


"Durante longos anos o futebol feminino em Portugal viveu na Era de Carla Couto. Hoje afigura-se, finalmente, uma nova era de uma digna sucessora. Tem dezassete anos (nasceu em 2002), e um talento não antes visto em Portugal. A qualidade do seu gesto técnico que lhe permite criar mas também finalizar a um nível estratosférico tornam Francisca a potencial grande atracção do futebol feminino em Portugal na próxima década.
Seis golos em Sete jogos na presente temporada ao serviço das selecções nacionais, e uma chegada à equipa principal do Benfica onde em dois jogos somou três golos são um registo que impressiona, mas que tem muito mais sentido quando se percebe a sua infinidade de recursos.
Já conhece a Francisca Nazareth?"

Benfiquismo (MCDXLV)

Pioneiro...

Vitória, contra o vizinho 'condenado'!!!

Benfica B 2 - 0 Cova da Piedade
Anjos, Chrien


Por acaso enquanto o marcador marcou 0-0, o jogo estava equilibrado, mas depois do 1-0 subimos de nível, e jogámos bastante bem...
Hoje gostei do David, parecia do David dos Juniores, com as pilhas carregadas... o Conceição também fez um bom jogo. O João Ferreira tem sido dos melhores ultimamente... o Dantas 'não quis' marcar golos!!!
Destaque ainda para a estreia do Ronaldo na equipa B...

Estamos nas meias-finais da Taça de Portugal...

Benfica 11 - 2 Amora
Nycole(2), Spetsmark(3), Mimi(4), Thembi(2)


Goleada, com uma das melhores equipas da 2.ª divisão, com 9 dos golos a serem marcados por contratações de Janeiro...!!!


Dinis...



"Quando os pequenos ensinam os grandes.
Isto passou-se nos iniciados do Sporting CP e SL Benfica. À primeira vista parece um lance de grande penalidade, mas não é. A bola bate na cara do menino do Benfica. Ao ver que o árbitro tinha assinalado grande penalidade, o menino do Sporting dirigiu-se ao árbitro e pediu-lhe para anular a decisão, pois a bola tinha batido na cara e não no braço do seu adversário. O árbitro rectificou a decisão, mostrou um cartão branco ao menino em sinal de fair play e devolveu a bola ao guarda-redes do Benfica.
Absolutamente fantástico e uma lição de humildade, desportivismo e fair play para os adultos.
É assim que deveria ser. Sempre."

Diversity Wins !!!



Quando as coisas são feitas por convicção e não por oportunismo!!!

Os santíssimos hipócritas

"Quando os membros da claque oficial do FC Porto entoaram cânticos racistas em pleno Dragão, o Polvo das Antas veio de forma imediata repudiar o racismo e xenofobia por parte dos adeptos do clube azul e branco, elaborando um artigo com provas, entitulado de “Macacada no Dragão”. O mesmo continua disponível aqui, para que não se perca: 
Tanto o Conselho de Disciplina da FPF, como o “Sindicado dos Jogadores” e a Liga Portugal ignoraram a situação, e os respectivos processos foram arquivados. Do lado azul e branco, ainda gozaram com a situação, demonstrando a verdadeira essência de esterco de que são feitos.
Hoje, esses mesmos animais que não hesitam em ser xenófobos e racistas, mostram nas redes sociais, uma vez mais, o esplendor máximo da mais refinada hipocrisia e falsidade de que são feitos.
Neste mesmo estádio, Nélson Semedo foi vítima de insultos racistas, mas aos olhos destes mesmos hipócritas, acabou apelidado de “provocador”. Sim, não se riam. Aí não eram “palavras racistas”, mas sim “palavras de ordem”. Foi isto que a Comunicação Social propagou!
E Renato Sanches? Aquando da sua meteórica ascensão, foi igualmente vítima de uma campanha absolutamente nojenta, acusando-o de ter uma idade falseada, mesmo com todas as provas disponíveis. A campanha teve o Sporting CP como actor principal (com actores secundários como a FPF e outros), que hoje não demorou a vir condenar o caso Marega. É preciso muita desfaçatez. E hipocrisia!
E na semana passada? Com insufláveis a representar jogadores do Benfica e árbitros enforcados em pleno Estádio do Dragão? A FPF já se pronunciou? Alguém, além do SL Benfica, veio condenar a lamentável situação?
Mas há mais. Muito mais! Isto é apenas o ilustrar daquilo que todos sabemos. Situações idênticas não são tratadas semelhantemente. São tratadas de modo a proteger e beneficiar o FC Porto. Até num assunto como este! Nos próximos dias, a amestrada Comunicação Social tratará de pôr Marega e o FC Porto como vítimas, e ignorar tudo aquilo que o FC Porto e a sua claque oficial fizeram ao longo do tempo, desde o episódio do Chapecoense, ao episódio mais recente no Dragão, durante o FC Porto - Young Boys, para a Liga Europa.
É assim desde os anos 80. Estamos vacinados.
E por isso mesmo dizemos com todas as letras que estes animais não valem nada. Zero. São a escumalha do desporto. Gente desta não se interessa em combater racismo algum. Interessa-lhes, sim, aproveitarem uma situação absolutamente execrável e abominável para fazerem papel de vítima, ignorando e desprezando completamente aquilo que eles próprios fizeram e continuam a fazer. Rindo-se!
«Ninguém pode, por muito tempo, ter um rosto para si mesmo e outro para a multidão sem no final confundir qual deles é o verdadeiro».
Partilhem Ao Máximo este artigo, para que não se esqueça aquilo que eles fazem! Depende de todos nós lutar por um desporto melhor!"

Hipocrisia...

"Pior do que o racismo, só a hipocrisia e o aproveitamento portista, e político, à volta do tema. Juntos, a comunicação portista e as instituições que tutelam o futebol, são um esgoto a céu aberto. Falsos, mesquinhos, provincianos, com uma consciência da cor do Marega, do Renato Sanches, do Nelson Semedo; veem neste incidente uma rota de actualidade e de salvifica vitimização unificadora. São promotores permanentes de ódio e discriminação. Toleram-na desde que seja dirigida contra benfiquistas. Uns trastes que se nivelam pela dimensão de um macaco albino."

China...

Bello: provocações...!!!



As imagens não são as melhores, mas até agora são as únicas que encontrei... No Estádio fiquei com a clara sensação que as provocações do Raul Silva, começaram nos festejos do golo do Braga, se repararem quando o Tomás lhe tenta tirar a bola pela primeira vez, ele estava a fazer gestos com bola, não são perceptíveis, mas no Estádio pareceram-me iguais aos que fez no final...
Se encontrarem imagens mais esclarecedoras, avisem-me...

Ainda na liderança

"O Benfica fez ontem, principalmente nos sessenta minutos iniciais, uma excelente exibição. Dominou mas não concretizou

1. A liderança do Benfica está por um fio. Bem sei que o Futebol Clube do Porto só joga hoje e que o Vitória, e os seus fiéis e leais adeptos, querem sempre ganhar no seu Estádio. Mas também sei que o Benfica não vence há três jogos e que a concentração de três pontas de lança nos últimos minutos quer no Dragão quer ontem na Luz nada acrescenta. Também sei que o Benfica fez ontem, principalmente nos sessenta minutos iniciais, uma excelente exibição. Dominou mas não concretizou. Faltou-lhe eficácia e, diga-se, sorte. Falhou claras oportunidades de golo. E este Braga, forte nas bolas paradas, marcou. E alcançou uma vitória histórica. Temos de regressar a 7 de Novembro de 1954 - antes de eu nascer! -, dia em que o Braga derrotou o Benfica de Otto Glória e que tinha, entre outros, Costa Pereira e Coluna, Jacinto e Artur, Ângelo e Águas. E nessa época o Benfica foi campeão em igualdade pontual com o Belenenses. O que fica de ontem é a liderança. E aqueles estimulantes sessenta minutos. E agora é a Liga Europa e a longa e difícil viagem à Ucrânia. Uma nota final de parabéns ao Rúben Amorim. Está a fazer histórica. E a fazer sorrir Braga e as suas gentes!

2. Estão designados -num misto, como resulta dos Estatutos, de membros eleitos e de membros por inerência - os oitenta e quatro (84) membros que integram a Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol. Irão ser empossados e serão fixadas a data das eleições e a data limite para entregas das candidaturas aos órgãos sociais da Federação e aqui, natural e legitimamente, a recandidatura do Doutor Fernando Gomes à Presidência da Federação. Os oitenta e quatro membros são a expressão de membros por inerência (29) e membros eleitos (55). os por inerência são os vinte e dois Presidentes das Associações Distritais e Regionais de Futebol, mais os Presidentes da Liga Portugal, da Associação de Treinadores, do Sindicato de Jogadores, da Associação de Árbitros, da Associação de Médicos, da Associação de Enfermeiros e Massagistas e da Associação de Dirigentes. E os membros eleitos resultam de eleição no âmbito da Liga e das Associações Distritais e, aqui, com uma rotação entre elas que leva a que em cada acto eleitoral duas delas fiquem de fora. Este ano foram as Associações da Guarda e de Castelo Branco. E os outros quinze membros eleitos são a expressão da representação da Associação de Treinadores (5), do Sindicato de Jogadores (5 e da Associação de Árbitros (5). No que concerne aos eleitos pela Liga estão representantes dos principais clubes, sendo que catorze dos delegados são indicados por SAD's que participam na Liga NOS e outros seis por outras, mesmo que não sejam SAD's, que integram a LigaPro. O que é interessante é algumas SAD's indicarem os respectivos Presidentes, como Rio Ave (António Silva Campos), Nacional (Rui Alves), Penafiel (António Gaspar Dias) ou a Académica (Pedro Roxo). E, assim, entre delegados eleitos do futebol profissional, do não profissional, dos jogadores, dos árbitros e dos treinadores mais os membros por inerência estão criadas as condições para serem formalmente empossados oitenta e quatro membros da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol para o previsto mandato 2020-2024.

3. Na passada sexta-feira o mundo do futebol europeu foi abalado por uma bomba que teve como detonador a Comissão de Controle Financeiro dos Clubes da UEFA e que determina, em primeira instância, a proibição do Manchester City, participar nas edições de 2020/2021 e 2021/2022 em competições europeias, a que acresce uma multa de 30 milhões de euros! Esta sanção resulta do não cumprimento das regras do fair play entre os anos 2012 e 2016! O Manchester City não terá, assim, cumprido as regras do jogo limpo financeiro e terá «falsificado as contas» e inflacionado, e bem «os patrocínios». O que sabemos é que em 2014 o City tinha sido condenado numa multa de 20 milhões de euros por alegadas irregularidades e que desde que em 2008 - data em que foi adquirido pelo actual proprietário, o emir do Catar - o clube gastou a módica soma de 2.000 milhões de euros em aquisições e contratações. E entre 2012 e 2016 foram 702,45 milhões. E em 2017/2018 gastou 317,5 milhões. Este verdadeiro clube-Estado acompanha, se o recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto não for procedente, outros clubes, como recentemente aconteceu com o Milão, que ficou fora da Liga Europa na presente época desportiva. Mas, aqui, o Milão aceitou a sanção por não ter cumprido as referenciadas regras em dois triénios. Este doping financeiro, que também resulta do poder do petróleo e do gás natural, exige que não ignoremos o poder do TAD, as disputas entre a UEFA e a FIFA e, também, e conexamente a organização pelo Catar do próximo Mundial de Futebol. Sem nos esquecermos de olhar para outro clube-Estado, o PSG, que nunca de ser referenciado e, também, acompanhado. Mas a bomba rebentou e abalou o mundo do futebol. E, acredito, e antes da disputa com o Real Madrid para os oitavos-de-final da actual Liga dos Campeões, deixou perplexos, entre outros grandes nomes do futebol contemporâneo, Pep Guardiola e... Bernardo Silva. Com a consciência que se ganharem a presente edição da Liga dos Campeões poderão não participar... na próxima edição da mesma Liga. Seria uma imensa e imensa dor desportiva!

4. A meio da segunda quinzena de Maio, o Benfica e o Futebol Clube do Porto voltam a disputar o troféu da prova rainha do futebol português. Dezasseis anos depois o Estádio Nacional volta a receber, com a paixão e a emoção de sempre, um confronto entre dois grandes clubes de Portugal. Recordo essa final de Maio de 2004. Empate no tempo regulamentar e com Simão Sabrosa a marcar o golo que determinou a conquista do troféu pelo Benfica de Luisão e Ricardo Rocha, Petir e Tiago, Nuno Gomes e Moreira, Fyssas e Sokota, entre tantos outros. Sabemos que infelizmente Gabriel não deverá jogar. Mas sabemos que o dom da vida é a essência do ser e da nossa existência. E esse dom - a vida vivida! - está, por exemplo, para além das justas queixas de milhares de viseenses que tendo amor ao seu clube - ao clube da nossa terra, sendo que no mesmo berço se nasce e se morre! - confirmaram, agora, que o segundo golo do Futebol Clube do Porto na meia-final do Dragão foi precedido de claro fora de jogo. Mas a transmissão televisiva, por descuido momentâneo, não permitiu que a Cidade do Futebol, e logo o VAR, constatasse tal situação. Foi um erro. E num momento em que a Federação italiana de futebol quer que o VAR possa ser pedido pelas equipas em jogo. Que challenge! Mas permitam-me que diga que, voltando ao nosso espaço, e para além da intensidade do toque do jogador do Académico que levou à marcação da grande penalidade que determinou o primeiro golo, se fosse a BTV a transmitir o jogo... o que não se teria dito, o que se teria comentado, o que se teria insinuado! O que sei é que dezasseis anos depois, haverá, de novo, festa no Jamor. Mesmo que a semântica venha a repetir que é o Estádio de Oeiras - e bem em relação ao Município onde se situa - e não o Estádio Nacional. Coisas que os tempos, e as circunstâncias, entendem... mas não percebem!

5. Vejam, revejam muitas vezes o grande momento de fair play que ocorreu ontem num jogo entre os benjamins do Sporting e do Benfica e que nosso Duarte Gomes divulgou. E louvemos, muitas vezes, o jovem jogador do Sporting, Dinis. E também seus Pais! Aos dez anos de idade tem um gesto de nobreza  único. Mais do que o justo cartão branco que recebeu aquele momento ímpar devia ser repetido nas televisões. Em todas! Em todas mesmo! Seria um momento de grande audiência. E de um desportivismo singular."

Fernando Seara, in A Bola

O grande desafio de Bruno Lage

"Não é fácil entender como pode o Benfica chegar ao final deste domingo com apenas um ponto de vantagem para o FC Porto - se os dragões conseguirem, claro, vencer em Guimarães, o que não se afigura tarefa fácil. - quando há pouco mais de uma semana parecia confortavelmente instalado numa liderança de sete pontos que o parecia embalar, imparável, para o título. Haverá, é certo, explicações. A grande questão é, neste momento, se o próprio Bruno Lage já as encontrou, sendo certo que, confirmando-se a repentina e inesperada aproximação do FC Porto às águias, não terá, o treinador do Benfica, muito tempo para identificá-las e corrigi-las, sob pena de desbaratá-la por completo e ter de começar, ele e a equipa, a correr atrás do prejuízo.
Claro que há diferenças, na exibição do Benfica, entre o que aconteceu ontem com o Braga e o que se passou, há uma semana, no Dragão. Talvez desta vez seja verdade, como diz Lage, que os encarnados não merecessem perder. Mas a verdade é que o futebol não se compadece com justiças ou injustiças. E aquilo de que todos se lembrarão é que, por alguma razão, o Benfica está prestes a desbaratar, em apenas duas jornadas, seis pontos que colocam em sério risco um título que parecia a caminho. Tem Bruno Lage, portanto, de arrepiar caminho e encontrar uma solução que não passe apenas por lançar, em desespero, três pontas de lança ao mesmo tempo quando o jogo não lhe está a correr bem...

PS - Grande SC Braga. Enorme Rúben Amorim. Em pouco mais de um mês já venceu no Dragão, na Luz, e ainda bateu FC Porto e Sporting na Taça da Liga (e aos leões também na Liga). É craque, só pode..."

Ricardo Quaresma, in A Bola