"O Benfica fez ontem, principalmente nos sessenta minutos iniciais, uma excelente exibição. Dominou mas não concretizou
1. A liderança do Benfica está por um fio. Bem sei que o Futebol Clube do Porto só joga hoje e que o Vitória, e os seus fiéis e leais adeptos, querem sempre ganhar no seu Estádio. Mas também sei que o Benfica não vence há três jogos e que a concentração de três pontas de lança nos últimos minutos quer no Dragão quer ontem na Luz nada acrescenta. Também sei que o Benfica fez ontem, principalmente nos sessenta minutos iniciais, uma excelente exibição. Dominou mas não concretizou. Faltou-lhe eficácia e, diga-se, sorte. Falhou claras oportunidades de golo. E este Braga, forte nas bolas paradas, marcou. E alcançou uma vitória histórica. Temos de regressar a 7 de Novembro de 1954 - antes de eu nascer! -, dia em que o Braga derrotou o Benfica de Otto Glória e que tinha, entre outros, Costa Pereira e Coluna, Jacinto e Artur, Ângelo e Águas. E nessa época o Benfica foi campeão em igualdade pontual com o Belenenses. O que fica de ontem é a liderança. E aqueles estimulantes sessenta minutos. E agora é a Liga Europa e a longa e difícil viagem à Ucrânia. Uma nota final de parabéns ao Rúben Amorim. Está a fazer histórica. E a fazer sorrir Braga e as suas gentes!
2. Estão designados -num misto, como resulta dos Estatutos, de membros eleitos e de membros por inerência - os oitenta e quatro (84) membros que integram a Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol. Irão ser empossados e serão fixadas a data das eleições e a data limite para entregas das candidaturas aos órgãos sociais da Federação e aqui, natural e legitimamente, a recandidatura do Doutor Fernando Gomes à Presidência da Federação. Os oitenta e quatro membros são a expressão de membros por inerência (29) e membros eleitos (55). os por inerência são os vinte e dois Presidentes das Associações Distritais e Regionais de Futebol, mais os Presidentes da Liga Portugal, da Associação de Treinadores, do Sindicato de Jogadores, da Associação de Árbitros, da Associação de Médicos, da Associação de Enfermeiros e Massagistas e da Associação de Dirigentes. E os membros eleitos resultam de eleição no âmbito da Liga e das Associações Distritais e, aqui, com uma rotação entre elas que leva a que em cada acto eleitoral duas delas fiquem de fora. Este ano foram as Associações da Guarda e de Castelo Branco. E os outros quinze membros eleitos são a expressão da representação da Associação de Treinadores (5), do Sindicato de Jogadores (5 e da Associação de Árbitros (5). No que concerne aos eleitos pela Liga estão representantes dos principais clubes, sendo que catorze dos delegados são indicados por SAD's que participam na Liga NOS e outros seis por outras, mesmo que não sejam SAD's, que integram a LigaPro. O que é interessante é algumas SAD's indicarem os respectivos Presidentes, como Rio Ave (António Silva Campos), Nacional (Rui Alves), Penafiel (António Gaspar Dias) ou a Académica (Pedro Roxo). E, assim, entre delegados eleitos do futebol profissional, do não profissional, dos jogadores, dos árbitros e dos treinadores mais os membros por inerência estão criadas as condições para serem formalmente empossados oitenta e quatro membros da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol para o previsto mandato 2020-2024.
3. Na passada sexta-feira o mundo do futebol europeu foi abalado por uma bomba que teve como detonador a Comissão de Controle Financeiro dos Clubes da UEFA e que determina, em primeira instância, a proibição do Manchester City, participar nas edições de 2020/2021 e 2021/2022 em competições europeias, a que acresce uma multa de 30 milhões de euros! Esta sanção resulta do não cumprimento das regras do fair play entre os anos 2012 e 2016! O Manchester City não terá, assim, cumprido as regras do jogo limpo financeiro e terá «falsificado as contas» e inflacionado, e bem «os patrocínios». O que sabemos é que em 2014 o City tinha sido condenado numa multa de 20 milhões de euros por alegadas irregularidades e que desde que em 2008 - data em que foi adquirido pelo actual proprietário, o emir do Catar - o clube gastou a módica soma de 2.000 milhões de euros em aquisições e contratações. E entre 2012 e 2016 foram 702,45 milhões. E em 2017/2018 gastou 317,5 milhões. Este verdadeiro clube-Estado acompanha, se o recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto não for procedente, outros clubes, como recentemente aconteceu com o Milão, que ficou fora da Liga Europa na presente época desportiva. Mas, aqui, o Milão aceitou a sanção por não ter cumprido as referenciadas regras em dois triénios. Este doping financeiro, que também resulta do poder do petróleo e do gás natural, exige que não ignoremos o poder do TAD, as disputas entre a UEFA e a FIFA e, também, e conexamente a organização pelo Catar do próximo Mundial de Futebol. Sem nos esquecermos de olhar para outro clube-Estado, o PSG, que nunca de ser referenciado e, também, acompanhado. Mas a bomba rebentou e abalou o mundo do futebol. E, acredito, e antes da disputa com o Real Madrid para os oitavos-de-final da actual Liga dos Campeões, deixou perplexos, entre outros grandes nomes do futebol contemporâneo, Pep Guardiola e... Bernardo Silva. Com a consciência que se ganharem a presente edição da Liga dos Campeões poderão não participar... na próxima edição da mesma Liga. Seria uma imensa e imensa dor desportiva!
4. A meio da segunda quinzena de Maio, o Benfica e o Futebol Clube do Porto voltam a disputar o troféu da prova rainha do futebol português. Dezasseis anos depois o Estádio Nacional volta a receber, com a paixão e a emoção de sempre, um confronto entre dois grandes clubes de Portugal. Recordo essa final de Maio de 2004. Empate no tempo regulamentar e com Simão Sabrosa a marcar o golo que determinou a conquista do troféu pelo Benfica de Luisão e Ricardo Rocha, Petir e Tiago, Nuno Gomes e Moreira, Fyssas e Sokota, entre tantos outros. Sabemos que infelizmente Gabriel não deverá jogar. Mas sabemos que o dom da vida é a essência do ser e da nossa existência. E esse dom - a vida vivida! - está, por exemplo, para além das justas queixas de milhares de viseenses que tendo amor ao seu clube - ao clube da nossa terra, sendo que no mesmo berço se nasce e se morre! - confirmaram, agora, que o segundo golo do Futebol Clube do Porto na meia-final do Dragão foi precedido de claro fora de jogo. Mas a transmissão televisiva, por descuido momentâneo, não permitiu que a Cidade do Futebol, e logo o VAR, constatasse tal situação. Foi um erro. E num momento em que a Federação italiana de futebol quer que o VAR possa ser pedido pelas equipas em jogo. Que challenge! Mas permitam-me que diga que, voltando ao nosso espaço, e para além da intensidade do toque do jogador do Académico que levou à marcação da grande penalidade que determinou o primeiro golo, se fosse a BTV a transmitir o jogo... o que não se teria dito, o que se teria comentado, o que se teria insinuado! O que sei é que dezasseis anos depois, haverá, de novo, festa no Jamor. Mesmo que a semântica venha a repetir que é o Estádio de Oeiras - e bem em relação ao Município onde se situa - e não o Estádio Nacional. Coisas que os tempos, e as circunstâncias, entendem... mas não percebem!
5. Vejam, revejam muitas vezes o grande momento de fair play que ocorreu ontem num jogo entre os benjamins do Sporting e do Benfica e que nosso Duarte Gomes divulgou. E louvemos, muitas vezes, o jovem jogador do Sporting, Dinis. E também seus Pais! Aos dez anos de idade tem um gesto de nobreza único. Mais do que o justo cartão branco que recebeu aquele momento ímpar devia ser repetido nas televisões. Em todas! Em todas mesmo! Seria um momento de grande audiência. E de um desportivismo singular."
Fernando Seara, in A Bola
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