Últimas indefectivações

terça-feira, 23 de junho de 2020

Por uma menina de lhos doces

"João Alves, Luvas Pretas: vi-o fazer passes geométricos que contrariavam toda a teoria euclidiana. Homem de Albergaria-a-Velha, herdou as luvas negras do seu avô, Carlos Alves,que foi durante anos treinador do Alba. Uma sensível história de amor...

Albergaria-a-Velha fica a perto de Águeda, ligeiramente mais a norte. Tem um dos clubes mais distintos da história do futebol em Portugal.
Houve tempos em que havia clubes de empresas. Antes dos tempos mais recentes de clubes-empresa. Outros tempos, portanto. O Alba foi um deles. O mais famoso de todos seria a CUF, que teve filiais em Lisboa e Porto, mas cujo centro foi o Barreiro. A velha CUF do Barreiro dava água pela barba aos grandes de Portugal. Chegou ao topo. Ao topo possível, claro está. À Europa e a uma terrível eliminatória contra o Milan para a Taça das Feiras. Uma eliminatória na qual nunca foi pior do que o seu adversário gigantesco, pelo contrário. Ganhou em casa por 2-0, perdeu fora por 0-1 e, como ainda não havia a regra da diferenças de golos, foi obrigada a um desempate, em San Siro, vejam bem, no qual voltou a perder por 0-1.
A Fundição Alba, fábrica metalúrgica, nasceu no ano de 1929. O seu mentor foi Martins Pereira. O Sport Clube Alba foi fundado no dia 1 de Janeiro de 1941 por funcionários que nela trabalhavam. Tornou-se uma empresa fundamental. Criou instrumentos inovadores, como um fogão de ferro fundido com três bicos que era facilmente transportável. Um sucesso. Não tardou em exportá-los para os Estados Unidos, onde Martins Pereira possuía boa rede de contactos. Estudara em Boston. A fábrica Alba fazia de tudo um pouco: esmagadores para uvas, autoclismos, bancos de jardim, ferros de engomar. Albergaria-a-Velha ganhou um bairro: nele habitavam os quadros da empresa. Em seguida foi a vez de ganhar um hospital. Martins Pereira nascera logo ali ao lado, em Sever do Vouga. Sentia uma obrigação profunda em ajudar as gentes da sua terra.

Avô e neto
Nos anos 70, o Alba participou por cinco vezes na antiga II Divisão. Foram os seus tempos de maior brilho. O meu amigo João Alves, por quem tenho especial carinho, nasceu em Albergaria-a-Velha, onde também nasceu o meu pai e um dos meus tios. João António Ferreira Resende Alves. No dia 5 de Dezembro de 1952. Foi de Albergaria que veio para Lisboa para ser júnior do Benfica. Trazia no corpo e na alma a paixão que o avô lhe legara: Carlos Alves Júnior fizera o caminho inverso. Nasceu em Lisboa, no dia 10 de Outubro de 1903, jogou no Carcavelinhos, em seguida foi para o Porto, para o Académico e, ais tarde, para o FC Porto. Ficou conhecido como Luvas Pretas. Um hábito que ganhou, o de jogar sempre de luvas pretas. E que João, o neto, também carregou ao longo da sua carreira.
O hábito, explicou o próprio Carlos Alves, à revista Stadium, essa publicação fantástica que já fazia da imagem, da fotografia, o centro dos acontecimentos. As palavras são do próprio: 'No princípio da minha carreira, teria uns 17 ou 18 anos, momentos antes de iniciar um jogo contra o Casa Pia, no campo do Restelo, uma rapariga conhecida pediu-me que calçasse as suas luvas - umas luvas pretas, de seda. Achei o pedido bastante original e, caprichoso - e recusei. Mas que pode recusar um rapaz daquela idade a uma rapariga de olhos meigos? Não tive outro remédio senão fazer-lhe a vontade... Fui o último da fila indiana a entrar em campo. Muito envergonhado e de mãos atrás das costas, adivinhava os piropos que a multidão me dirigiria. E, claro, não me enganei. As luvas pretas deram no goto daquela gente, mas como o meu clube - o Carcavelinhos - venceu por 3-1, depressa esqueci os galanteios que ouvira para tomar aquelas luvas como uma definitiva mascote. E eis tudo. De uma coisa simples, surgiu uma tradição'.
Longa tradição. Carlos Alves foi um dos heróis de Amesterdão, a primeira grande aventura da selecção nacional de futebol que arrancou uma bonita participação nos Jogos Olímpicos de 1928. O neto, que sempre teve por aquele avô uma predilecção especial, seguiu a tradição da menina de olhos doces. Talvez houvesse algo dessa alma feminina na forma como sempre tratou a bola com carinho e desvelo. Uma vez, ouvi num desses programas televisivos que na maior parte dos casos me conduzem quase à morte por tédio ou, noutros, me provocam borborigmos no estômago, o Rodolfo atirar à cara do João Alves uma ofensa que até a mim me doeu: 'Tu nem sequer eras titular no Benfica!' Claro que Rodolfo sabia bem do que falava. Tentou apenas achincalhar um dos mais elegantes mestres que passaram pela Luz, um dos mais perfeitos profissionais do passe longo e bem medido. Não sei se, nesse momento, o João, meu querido João, o ignorou, o desprezou ou, pura e simplesmente, nem perdeu tempo a ouvi-lo. Rodolfo pode ter sido capitão do FC Porto, mas a sua qualidade era medíocre. Vê-lo tentar dominar uma bola ao lado de Oliveira, que fazia o que queria com ela e com ambos os pés, era como ouvir o riscar de um ferro num quadro de lousa. Dos pés de João Alves vi saírem elipses inimitáveis, figuras geométricas capazes de desmentir toda a teoria euclidiana. João Alves, que nasceu aqui, em Albergaria-a-Velha, e sente muito orgulho nisso. Como eu sinto orgulho em tê-lo conhecido e um prazer infinito em ter visto a beleza incomparável do seu amor pela bola. Mais do que todas as palavras, só desejava voltar a vê-lo jogar dentro do silêncio de um abraço."

Afonso de Melo, in O Benfica

A Gazela de Benguela

"Com um estilo semelhante a uma antiga glória, Rui Jordão conquistou de imediato os adeptos

Rui Jordão ingressou no Benfica em 1970, proveniente do Sporting de Benguela. Veloz, tecnicista, elegante e com pontaria afinada, rapidamente se tornou numa das figuras da equipa de juniores.
Na temporada seguinte, estando a equipa de honra desfalcada, com vários elementos lesionados, Jimmy Hagan recorreu a alguns jogadores da categoria de reservas para a primeira partida oficial. Eram elementos de enorme potencial, 'jovens sobre os quais começam a deter-se os olhares e as esperanças dos adeptos do seu clube. Desses, Jordão constitui, sem dúvida a «grande novidade» benfiquista para esta época'. A possibilidade da sua estreia de 'águia ao peito' pela equipa principal causou enorme expectativa por parte dos adeptos e da imprensa, sendo mesmo apontado como o chamariz para a meia-final da Taça de Honra, frente ao Sporting: 'O seu nome já começa a ser cartaz'. O avançado correspondeu com uma excelência exibição.
A forma como se movimenta em campo, lia o jogo e tratava a bola fez com que muitos benfiquistas o comparassem a uma antiga glória dos 'encarnados' que, tal como Jordão, tinha vindo de Angola. 'Nalguns pormenores, a sua subtileza fez-nos lembrar Guilherme Espírito Santo'. O jogador coroou a prestação com um fantástico golo após uma excelente execução técnica, com uma simulação tirou um adversário do caminho e abriu o marcador. Os 'encarnados' venceram por 2-1 e apuraram-se para a final.
No jogo decisivo, o Benfica defrontou o Belenenses. Jordão manteve-se no 'onze', sendo peça fundamental para o triunfo por 4-1, com um tento e jogadas fantásticas. O avançado deixou a imprensa rendida, que já o considerava 'a nova estrela que surge'. Para além da maturidade que evidenciava, atípica para um jogador da sua idade, tinha 'muito futebol na cabeça e sempre um trunfo para jogar no momento decisivo'. O Benfica ganhava a Taça de Honra e um elemento de enorme valia. Seria uma época de sonho para Jordão, peça importante na equipa 'encarnada', que venceu o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal em 1971/72, merecendo a chamada à Selecção Nacional. Tal como havia feito de 'águia ao peito', assinalou a estreia na equipa das quinas com um golo, na vitória por 4-0 frente ao Chipre.
Saiba mais sobre este magnífico jogador na área 20 - Águias-Mores do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Voltar a ganhar

"A nossa equipa regressou às vitórias na última jornada, na difícil deslocação a Vila do Conde, ante um adversário reconhecidamente competente e amplamente elogiado. Hoje, às 19h15, terá a oportunidade de somar mais um triunfo, desta feita na Luz.
O adversário será o Santa Clara, cujo percurso no Campeonato tem sido muito meritório. A equipa açoriana ocupa a nona posição da tabela classificativa e ainda não perdeu desde a retoma das competições.
Bruno Lage, na conferência de Imprensa de antevisão à partida, deu a receita para a conquista dos três pontos: "Estar ao melhor nível colectivo, individual e emocional." E realçou, apesar da insistência dos jornalistas em sentido contrário, que a equipa está unicamente focada no desafio que tem pela frente hoje ao final da tarde. Jogo a jogo, agora trata-se do Santa Clara.
Outra das questões abordadas pelo nosso treinador está relacionada com a ausência de espectadores nos estádios. O calor humano emanado das bancadas é um forte tónico para as equipas, nomeadamente num clube tão popular, com uma massa adepta tão dedicada, como o Benfica. 
Conforme Lage afirmou, "nos jogos ouvimos as vozes de toda a gente, mas faltam-nos os adeptos a apoiar e a empurrar a equipa para esta reta final".
A nossa equipa sabe, no entanto, que continuam a ser milhões os que vibram com o nosso Clube, mesmo não havendo o habitual apoio fervoroso vindo das bancadas. Faltam os 60 mil na Luz, mas não faltam esses e todos os outros em frente a um televisor.
Milhares fazem-se representar pelo seu cachecol (superou os vinte e um mil na partida frente ao Tondela) e hoje, frente ao Santa Clara, também as Casas, Filiais e Delegações do Benfica serão um apoio extra.
Uma das bancadas terá todos os nomes destas embaixadas em todo o mundo (298) que querem, como sempre, manifestar este apoio extra transportando de todos os cantos do país e do mundo o apoio de todos os Sócios e adeptos na conquista das próximas sete finais.
Juntos, ficaremos sempre mais próximos de atingirmos os nossos objectivos.
#PeloBenfica"

50 Cruzamentos de Nuno Tavares


"Não foram seleccionados os melhores nem os piores. São os últimos 50 cruzamentos de Nuno Tavares.
O jovem lateral do Benfica tem na forma como alimenta a zona de finalização quando já está em último terço o seu ponto mais notório. Em Vila do Conde, tais pequenos recortes fizeram até esquecer uma exibição plena de erros.
Com uma capacidade física tremenda, que levou Tiago Fernandes, seu ex treinador no Sporting a compará-lo a Mendy do Man City, Tavares precisará de prosseguir evolução para atingir o nível Benfica, que ainda não tem. Mas, tem argumentos para lá chegar!"

Orçamento 2020/21

"O Benfica lançou o Orçamento para o Clube para a próxima época. Este Orçamento é do Clube e não da SAD. Como tal, refere a coisas como Modalidades, Sócios, Merchandising, Casas do Benfica e Futebol de Formação. Não refere ao Futebol Profissional que está na esfera da SAD. Tendo isso em conta, vamos analisar aquilo que vai ser proposto aos sócios na próxima Sexta-feira.
1. Ponto de Partida. Aparentemente não é algo do conhecimento geral, mas nos últimos quatro o clube acumulou 20 milhões de resultados financeiros positivos. O que é muito bom. O problema é que até à época de 18-19, o clube estava numa situação de falência técnica (as dívidas do clube eram maiores que o valor dos activos). Ou seja, esses resultados positivos na sua maior parte serviram para retirar o clube da falência técnica e pagar as suas dívidas. Para esta época, vamos entrar no segundo ano com capital próprio positivo, mas sem grandes reservas a nível de dinheiro, o que nos limita um pouco as possibilidades.
2. Quebra na Receita. Não é propriamente uma surpresa, mas vai haver uma quebra acentuada na receita do SL Benfica. Ao todo o clube prevê facturar menos 22% do que a época que terminou agora. São cerca de 9.6 milhões de euros a menos. Serão menos 2 milhões a vir dos sócios, menos 2 milhões a vir do merchandising, menos 1 milhão a vir das modalidades e menos 4 milhões a vir da área de suporte do clube. A área de suporte são os royalties pagos pela utilização da imagem do Benfica. 75% dos quais são pagos pela Benfica SAD. Ou seja, é uma das maneiras da SAD colocar dinheiro no Benfica Clube.
3. Reflexo nos Custos. Como há quebra nas receitas e o clube não tinha muito dinheiro - relembro que o clube é diferente da SAD e não envolve o futebol -, não há uma grande base para aguentar os custos correntes dos departamentos do clube. Vai haver cortes na casa dos 17%, um total de quase 7 milhões de euros em custos a menos. 1 milhão a menos no departamento de merchandising (reflexo imediato da quebra de 2 milhões nas vendas) e quase 5 milhões a menos no departamento das modalidades. O resto dos departamentos sofrem cortes menores.
4. Futebol de Formação. Este foi um dos poucos departamentos que não teve qualquer corte. Na verdade até aumentou ligeiramente de pouco mais de 200 mil euros (cerca de 10%).
5. Casas do Benfica. Este foi um dos departamentos que também teve um corte, na casa dos 15%. Mas nada muito significativo, porque o próprio orçamento deste departamento é muito curto.
6. Modalidades. O Departamento das Modalidades é o Departamento que mais prejuízo dá de todos os Departamentos. Está totalmente dependente de todos os Departamentos, principalmente do Departamento de Sócios e do Departamento da Área de Suporte, cujos os excedentes tapam o prejuízo das modalidades. Como o Clube vai facturar menos, vai haver menos dinheiro para o Departamento das Modalidades gastar. O corte na totalidade vai ser de 5 milhões, só em salários a diferença vai ser um pouco mais de 3 milhões (um corte de 29%). Outra rubrica que vai sofrer um corte acentuado são as deslocações e estadias, que também vão levar um corte na casa dos 31%.
7. Derrapagem nas Modalidades. É importante entender que os custo no Departamento das Modalidades estão em ascensão há quatro anos. Nos últimos quatro anos subiram um total de 7 milhões (em parte devido à criação da equipa de futebol feminino cujos os custos entram no Departamento das Modalidades, mas não só). O ano passado, o orçamento do clube não previa qualquer aumento nas despesas das modalidades, mas agora, depois do ano decorrer, já há dados do que se gastou nas modalidades na época passada e é possível ver que houve também um aumento de cerca de 1.5 milhões no Departamento além daquilo que estava orçamentado. Essa derrapagem aconteceu devido à performance surpreendente das modalidades na Europa (primeira vez na CEV Champions League; segunda vez na Fase de Grupos da EHF Cup; primeira vez na segunda Fase de Grupos na FIBA Europe Cup). Isto levou a um aumento de 337 mil euros além daquilo que estava orçamentado para gastos com Deslocações e Estadias. Houve também um aumento de 680 mil euros em gastos com pessoal e honorários além daquilo que estava orçamentado inicialmente. Isto quer dizer que o Orçamento deste ano ano, não só diminui devido ao impacto do covid-19 no clube, como também corrige essa derrapagem que houve no ano passado.
8. Participações Europeias nas Modalidades. Ainda não é oficial se o clube vai participar em todas as provas ou não. Mas pelo orçamento a diferença do que está orçamentado este ano e o que estava orçamentado no ano passado não é muito grande. É de cerca de 220 mil euros a menos. A derrapagem engana um pouco, mas daquilo que dá para perceber, parece-me que a maioria das equipas vai participar nas provas europeias e que eventualmente apenas uma, talvez duas, sofrerá um corte. 220 mil euros é menor do que a derrapagem do ano passado nesta rubrica. A derrapagem (a diferença entre aquilo que se gastou e aquilo que previa gastar) foi de 337 mil euros. 9. A Qualidade dos Plantéis. A verdade é que para já, todos os rumores apontam para uma subida de qualidade nos plantéis. Ainda não há muitos reforços confirmados, mas o Voleibol deverá ficar com o mesmo plantel. O Hóquei vai ter um plantel melhor que o do ano passado. O Andebol está a conseguir juntar várias peças muito interessantes. O Futsal está a um bom jogador de ter um dos melhores plantéis da última década. O Basquetebol ainda é cedo para falar, mas com um bom scouting é fácil fazer mais com menos. A Oliveirense é um exemplo disso.
10. O Lucro. O orçamento prevê 917 mil euros de lucro. É uma mera almofada para acomodar possíveis derrapagens. Ainda no ano passado, o orçamento previa um lucro de 6.135 milhões e agora sabemos que o lucro ficou a pouco mais de metade disso.
11. O que faltou? O que falta é o mesmo problema de sempre. Falta informação. Temos um orçamento mas não sabemos ao certo o que ele significa. Por exemplo, o Benfica não tinha que anunciar se ia à Europa ou não e em que modalidades. Mas podia dizer que este orçamento prevê que determinadas equipas nos representem em provas europeias. Assim, ficamos um bocado na incerteza do que é que isto realmente significa e só prejudica o clube e a sua Direcção porque dá espaço a que os rumores apareçam. Até porque acredito que depois de três meses sem competição, a Direcção já tenha tido tempo suficiente para decidir quem vai ou não. Depois fica também a faltar o porquê daquele corte na injecção da SAD no Clube através dos royalties da Área de Suporte. Foi um corte de 4 milhões no total. Sendo que esta rubrica nos últimos três anos tem sido crescente (17/18: 2.460m; 18/19: 7.703m; 19/20: 9.002m). Porque se cortou 4 milhões depois de um aumento de 7 milhões em 2 anos? Não estou a dizer que não se deveria cortar. Estou a dizer que não dá para perceber porque foram 4 milhões cortado. Porque é que não foram 2? Ou porque é que não foram 6? Devia haver uma explicação, visto é uma das principais receitas do clube e depende totalmente daquilo que a Direcção decide.
O orçamento acaba por ser algo justo. As modalidades subiram os seus custos nos últimos quatro anos sem grande lógica, com piores resultados e em grande parte à custa do futebol e da Benfica SAD. O clube acaba por aproveitar a crise para reajustar essas subidas sem cortar por completo o subsídio da Benfica SAD ao Benfica Clube. O modelo das modalidades precisa de ser repensado. Não pode ser um mero “toma lá dinheiro, dá cá títulos”. É importante que as modalidades deixem de ser tão dependentes do número de sócios e da Benfica SAD. Mas também é importante que se crie um projecto para que isso aconteça, de maneira a que não seja simplesmente um corte orçamental e deixar as modalidades ao deus dará. De resto, são decisões complexas e controversas. Vale mais ter mais um atleta numa equipa ou levar essa equipa à Europa? Será que vale a pena ter 7 alas no Futsal? Ou o 7º jogador não formado localmente como em 2018/2019? Ou três GRs no Andebol? E plantéis com 6/7 internacionais portugueses além de 5 americanos no Basquetebol? Isto são tudo decisões que têm que ser tomadas e provavelmente só se saberá a resposta correcta no final da próxima temporada. Eu posso não concordar com todas as decisões, mas o importante é que pelo menos consiga compreender a sua lógica."

Benfica FM #118 - Rio Ave...

São João!!!

"Os Santos Populares são uma altura de festa, de comunhão e de amigos. O São João este ano vai ser diferente, mas no futebol será o mesmo de sempre.
Depois do “folclore” envolto no possível adiamento de um jogo marcado há 1 mês, teremos um derby da cidade do Porto, com Artur Soares Dias (AF Porto) como árbitro, Manuel Oliveira (AF Porto) como VAR e Ricardo Costa a jogar na equipa adversária. Tudo em família.
De Artur Soares Dias nem vale a pena falar. É de há uns anos para cá o melhor “jogador” do Campeonato, virando jogos sozinho. Manuel Oliveira, presença na tribuna do Estádio do Dragão, é premiado depois de não ter visto 2(!) foras-de-jogo posicionais no jogo com o Vitória FC na 19ª jornada.
Se dúvidas existissem, na antevisão, Sérgio Conceição voltou a fazer o que sabe de melhor, que é condicionar a arbitragem e pasme-se, agora até chegou ao cúmulo de fazer pedidos: "Temos que ter mais penaltys a favor, para fazer golos". A dupla ASD – Manuel Oliveira já sabe o que tem que fazer. 
Quanto a Ricardo Costa são 5 jogos, 5 derrotas “contra” o clube do coração. Curiosamente, ou não, com os jogos a correrem-lhe sempre "mal".
Viva o São João!"

João & Markus.... Alemanha!!!

João & João... Espanha!

Ganhar, seja onde for, nunca é fácil. Mas difícil mesmo é fazê-lo com a elegância, a educação e o nível de Luís Castro

"Luís Castro foi campeão na Ucrânia. “Podem achar que foi fácil, mas desde o primeiro dia trabalhámos para merecer isto.” Sim, a primeira coisa que se pensa é que ser campeão na Ucrânia com o Shakthar Donetsk é fácil. Um pouco como ser campeão com o Benfica na década de 70 ou campeão com o Porto na década de 90. Porém, mais fácil do que ser campeão na Ucrânia, ou noutro sítio qualquer, é falar. Falar é que é fácil. Ser campeão é difícil.
Graças ao seu trajecto no futebol, Luís Castro conhece essas dificuldades melhor do que muitos. Teve de esperar até aos 58 anos para conquistar o seu primeiro título no escalão principal. Para ele, não foi fácil. E é essa a consciência das dificuldades que dá profundidade às suas palavras e acrescenta brilho à sua conquista.
Hoje, um treinador que aos 40 anos não esteja no topo é visto quase como um falhado. Os exemplos de jovens prodígios do banco, treinadores que tiveram oportunidades desde muito cedo e tiveram também o mérito de não as desperdiçar, põem sobre os outros treinadores, os que trabalham na sombra e no silêncio, nos escalões de formação, nas divisões secundárias ou em clubes que lutam para não descer, um rótulo de falhanço ou, pelo menos, o rótulo de não estarem destinados a altos voos, de lhes faltar qualquer coisa, seja o carisma ou a estrelinha, para triunfarem.
Não é fácil. Não deve ser fácil partir pedra inutilmente. Sentir que a qualidade do trabalho não tem correspondência com as oportunidades, que o tempo está a passar e a hora não chega. Mas a hora de Luís Castro finalmente chegou e ele não se esqueceu do lado aleatório da fama e do sucesso. Porque no futebol – será preciso dizer que é assim também na vida? – trabalhar bem não chega para se ganhar, para se conquistar os grandes troféus.
Às vezes, as oportunidades até chegam, mas na altura errada. Ter a força mental para aguentar e prosseguir não é fácil. Esperar por outra oportunidade, corrigir os erros, confiar nas suas capacidades e, entre tantas tormentas, manter um discurso sóbrio, equilibrado, sem azedume e sem rancores, não é nada fácil.
Por isso, o triunfo de Luís Castro não foi fácil. Tal como não foi fácil a caminhada de Jorge Jesus até ao primeiro título. Como não é fácil a vida de muitos treinadores que, apesar das demonstrações de competência, nunca têm a oportunidade que pode transformar uma carreira. O culto da juventude e a exigência de sucesso instantâneo penaliza os treinadores experientes, as velhas raposas, mas também castiga aqueles que, em determinado momento, são jovens e conhecem o sucesso imediato.
André Villas-Boas, por exemplo, de quem se esperava que, após a saída do Porto, transformasse em ouro tudo aquilo em que tocasse. Ou Bruno Lage que, após um título instantâneo, vive agora uma vertiginosa descida ao inferno. Ou Nuno Espírito Santo, cujas passagens pelos bancos do Porto e do Valência criaram a ideia de um treinador inventado por Jorge Mendes, até provar a sua inequívoca qualidade no Wolverhampton, onde recuperou a aura de competência que parecia tê-lo abandonado, como se aos quarenta e poucos anos um treinador sem títulos já não servisse para nada.
Altos e baixos, sim, qualquer treinador deve estar preparado para os enfrentar. Mas nada deve ser tão difícil, tão exigente, como uma carreira passada num eterno planalto, sem fracassos estrondosos e sem triunfos inesquecíveis, e mesmo assim sem desmoralizar, encontrando conforto e motivação nas pequenas conquistas, no contributo para o desenvolvimento de um jogador, no cumprimento de objectivos modestos, na postura inflexível de respeito pelos outros e pelo futebol.
Quem acompanha o futebol, sabe que Luís Castro já tinha conquistado todos esses troféus invisíveis que não recheiam o palmarés mas definem um homem e dignificam o profissional. Ganhar, seja onde for, nunca é fácil. Mas difícil mesmo é fazê-lo com a elegância, a educação e o nível de Luís Castro."

O vírus é tão seletivo que até distingue o Real Madrid do Real Massamá

"Tivesse de eleger uma característica particularmente irritante nas elites portuguesas e escolheria isto de se olhar com sobranceria para o resto do país e com a subserviência para tudo o que vem de fora. 
É uma característica tão irritante que, na verdade, são duas: a altivez em relação à «província», ou à periferia, em contraste com o fascínio para com «o estrangeiro».
Na última semana, para o anúncio a «final 8» da Liga dos Campeões em Lisboa, juntaram-se para a fotografia nada menos do que as três principais figuras do Estado, mais três ministros e outros representantes.
Juntos, cantaram vitória numa cerimónia desproporcionada.
Entendamo-nos: é mau para Lisboa receber «o melhor torneio de verão de sempre», como titulava por estes dias o jornal espanhol «Marca»?
Não, não é.
Em todo o caso, apesar de ser de sublinhar o feito diplomático da Federação Portuguesa de Futebol, não é tão bom como nos querem vender. Nem merecedor de tanto deslumbramento, numa altura em que as escolas estão fechadas há mais de três meses e em que os profissionais de saúde merecem melhor prémio do que a dedicatória de uns jogos de futebol à porta fechada, aludida pelo primeiro-ministro – o novo dos reconhecimentos, que veio substituir os aplausos à varanda.
O maior dos paradoxos desta conquista tem que ver com o anfitrião não ter o direito ao maior benefício de quem acolhe qualquer grande competição. Em Agosto, não haverá milhares de adeptos de futebol a encherem as ruas, os estádios, os hotéis e restaurantes.
Caso contrário, as autoridades poriam deliberadamente em causa o esforço de confinamento que o país fez ao longo da pandemia e acrescentariam um enorme factor de risco para a recuperação.
A região de Lisboa concentra 85 por cento dos novos casos de covid-19 em Portugal no último mês, mais do que triplicou o seu número de infectados em dois meses (de 5093 a 22 de Abril para 16 926 a 22 de Junho) e nos próximos dias ultrapassará o Norte como a região com mais casos confirmados em Portugal.
Atendendo à situação sanitária da capital e arredores, mesmo o argumento da promoção internacional do país a médio prazo pode tornar-se mais num risco do que numa oportunidade.
As comitivas e jornalistas internacionais têm o seu impacto, é certo, porém, um eventual descontrolo da pandemia dentro de um mês e meio ou surto significativo será amplificado por todo o mundo, tendo o efeito contrário ao pretendido e comprometendo a imagem de Portugal como destino turístico.
Contudo, há também um paradoxo mais pequeno, para lá deste difícil equilíbrio entre vantagens económicas e segurança sanitária.
Tem que ver com o facto de a organização esta «final 8» ter começado a ser disputada em Março e Abril, como afirmou publicamente o Presidente da República, cuja ânsia em se associar e dar em primeira mão boas notícias é cada vez mais evidente à medida que se aproximam as eleições.
Logo após a originalidade de Portugal ter decidido disputar só uma das suas duas Ligas profissionais, já no início de maio a FPF cancelou qualquer hipótese de haver uma «final 8» no Campeonato de Portugal. Ou sequer uma minimalista «final 4», com apenas três jogos entre os vencedores das quatro séries, de modo a ressalvar o mérito desportivo das subidas à II Liga.
Ou seja, enquanto disputávamos com avidez a final 8 dos gigantes, cancelávamos a final 8 que era devida aos pequeninos.
Decidiu-se por decreto subir os líderes de duas séries e coartar o direito a disputar o que quer que fosse aos líderes das outras duas. Sem equilíbrio ou justiça, a decisão deixou uma imagem de desvalorização a uma competição com 72 equipas, continuada com o descaso aos protestos destes pequenos clubes.
À falta de quem notasse essa diferença de tratamento entre «final eights», pronunciou-se Rúben Amorim, talvez por ainda ter fresco na memória o esforço de quem treina e joga no Campeonato de Portugal.
Não deixa de ser revelador isto de a única voz com eco sobre o assunto ter sido a do treinador do Sporting, que por outras palavras salientou esta evidente incongruência:
O vírus é tão selectivo por cá, que até distingue o Real Madrid do Real Massamá."

Elas não se estão a limitar a jogar futebol

"Imagine que, de repente, dezenas de jogadores por hábito convocados para a selecção nacional, ou que já foram internacionais, assinam não por baixo, mas em cima, logo a abrir, uma carta a protestar contra uma decisão tomada pelo destinatário, que no caso é a Federação Portuguesa de Futebol. São 132 nomes e lá para o meio escrito está o de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, capitão da equipa de Portugal que, como todos os outros, recebe um salário por representar a selecção, pago pela entidade contra a qual protesta.
Isso chamar-lhe-ia a atenção?
Seria gatilho fácil de premir assumir, pulando a galope da generalização, que basta trocar um nome e dizer que é precisamente o que está a acontecer com a selecção feminina portuguesa. Não é, mas é quase. Cláudia Teresa Pires Neto, a capitã da equipa, não tem e terá nunca a visibilidade de Cristiano Ronaldo. No dia de São Nunca à tarde será capaz de ganhar o mesmo dinheiro que ele. A sua voz é igual à dele no tom e na validade, mas será dez em cada dez vezes menos ouvida, partilhada e citada porque não jogam no mesmo campo, embora joguem o mesmo futebol. O contexto a separar as realidades é enormíssimo, até redundante seria explicá-lo.
Cláudia tem o nome completo entre o grupo de 132 jogadoras que se estão a opor à federação, acusando-a de violar o princípio de igualdade entre homens e mulheres consagrado na Constituição da República Portuguesa, ao propor uma massa salarial limite - elas chamam-lhe teto - de 550 mil euros para cada uma das 20 equipas que, na próxima época, joguem na Liga BPI. Defendem ser um caso de "discriminação de género institucional", algo que a FPF, nos seus estatutos, "não admite".
As jogadoras escreveram um direito de resposta, deram o contexto, argumentaram porquê, indicaram as razões e apresentaram motivos para tentarem convencer a federação a mudar de ideias em relação a uma medida, acreditam, que irá prejudicar o futebol feminino no país.
Trata-se, sobre simplificando, do caso de uma entidade que organiza uma prova achar uma coisa e jogadoras que nela competem, e não só, acharem outra. Tenham ou não razão, ninguém obrigado é a concordar com as convicções, opiniões ou ações do outro. Nem a pensar como o outro, ou a nada dizer se, por acaso, discordar do que o outro faz, diz ou pensa. Muito menos em Portugal, onde a mesma Constituição que as jogadoras invocam garante a todos os cidadãos "o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio".
Elas, as 132 jogadoras, estão a criticar e contestar uma medida por considerarem que prejudicará o futebol feminino em Portugal ao invés de o melhorar. A federação, mesmo que ainda não tenha explicado bem porquê - a Tribuna Expresso já enviou questões à FPF sobre o tema -, imagino que terá proposto essa medida por acreditar no contrário e crer que servirá para desenvolver a modalidade.
São opiniões e visões divergentes, como outras quaisquer, e algures no meio poderá surgir um entendimento. Mas, entretanto, lá apareceu a vontade destas futebolistas em fazerem algo em relação a isso. Como, há pouco mais de um ano, fizeram 28 jogadoras da selecção americana, quando processaram a federação do país alegando, também, discriminação de género.
O que chamou muito mais atenção.
As americanas correm atrás das mesmas bolas, jogam o mesmo futebol, mas também elas não o fazem no mesmo campo que as portuguesas. Hectares de relva há a separá-las, porque as americanas são profissionais a tempo inteiro, já conquistaram quatro Mundiais (incluindo os dois últimos), quatro torneios olímpicos e habitam num futuro longínquo, onde não todas, mas muitas já tinham a força mediática para se pronunciarem, individualmente, sobre o caso que as unia.
As jogadoras portuguesas, por enquanto e aparentemente, optam por não falar singularmente em entrevistas e preferem reagir sob a voz do movimento ("Futebol Sem Género") que criaram.
Entre elas não há, nem Cláudia Neto é, uma Abby Wambach, uma Alex Morgan ou uma Megan Rapinoe. A primeira é a mais titulada jogadora de sempre da mais condecorada selecção que existe, a segunda era talvez a mais popularmente reconhecida jogadora do país até a terceira se catapultar com a honra de defender, publicamente, as causas nas quais acredita, fazendo uso da notoriedade que o futebol lhe granjeou.
O rosa que já lhe pintou o cabelo, os pomposos gestos celebrativos em campo ou o vernáculo para desafiar Donald Trump podem ser ruído ofuscante das palavras que saem de Rapinoe a cada entrevista ou intervenção pública, como estas: “A minha, não sei, grande mensagem é que todas as pessoas têm a responsabilidade de serem participativas na sociedade e torná-la num sítio melhor para toda a gente, em qualquer capacidade que possam”.
Ou esta, quando lhe perguntaram se as jogadoras americanas, como os jogadores, deviam ser apolíticas e limitarem-se a jogar à bola, obedecendo ao infundado e vindo de nenhures cliché que, quase lei não escrita, diz que o desporto não se deve misturar com política, causas e lutas além campo:
“Não percebo, de todo, esse argumento. Querem que sejamos modelos para os filhos deles. Querem que apoiemos os seus produtos. Desfilam-nos por aí. Mas não estamos aqui para nos sentarmos numa montra e olharem para nós. Não é assim que isto é suposto funcionar.”
As 132 jogadoras que protestam contra o limite salarial da FPF não se estão a limitar a jogar futebol."

Análise sociológica de práticas de combate dual em Portugal: estudo de caso de praticantes avançados do Judo e do Aikido

"Recentemente, terminei com sucesso o estágio científico avançado de Pós-Doutoramento em Sociologia no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. O trabalho de investigação, que teve início em 2017, centrou-se na “Análise sociológica de práticas de combate dual em Portugal: estudo de caso dos praticantes avançados do judo e do aikido”. A problemática subjacente à linha de investigação, na continuidade da minha tese de doutoramento, prende-se com o estudo das afinidades dos praticantes a este tipo de desportos oriundos do Oriente e das identidades e diferenciações encontradas nas disposições e práticas sociais segundo os perfis socioculturais em cada uma das modalidades.
No aprofundamento do objecto de estudo, definimos três hipóteses e construímos um modelo de análise para a sua operacionalização. Na primeira hipótese, partimos do pressuposto que se encontraria uma homogeneidade entre os perfis sociais dos praticantes dos dois desportos de combate em análise (aikido e judo), embora se encontrassem diferenças de hábitos e valores. Tendo por base as variáveis e indicadores mobilizados para medir as práticas, atitudes e valores identificadores de um estilo de vida identitário, tanto quando pudéssemos constatar, os dados apontam para a confirmação da hipótese, grosso modo. Na segunda hipótese, considerámos que existe uma diferenciação ao nível das disposições sociais, na visibilidade, oportunidades de carreira, segundo o perfil social e os desportos em estudo. Como terceira e última hipótese, considerámos que há uma diferenciação ao nível dos envolvimentos, nomeadamente do tipo de prática/concepção, nas condições de acesso, na influência familiar, na intensidade da prática e na participação associativa segundo o perfil social e os desportos em análise.
Recorreu-se à metodologia extensiva e à aplicação de diversas técnicas de investigação social: observação directa, observação-participante, entrevista semi-directiva e inquérito por questionário. O universo foi de 60 praticantes avançados (30 de judo e 30 de aikido) com a função de treinadores, a nível nacional, tendo sido realizadas de forma a completar a informação 6 entrevistas junto de interlocutores privilegiados. Da análise das características dos treinadores de aikido e judo inquiridos, verificou-se que são maioritariamente de meia idade (41-45 anos), casados, com elevadas habilitações literárias (nível licenciatura), residentes nos centros urbanos, com uma regularidade de treino semanal e possuidores de certificação de treinadores.
Esta investigação permite concluir que existe uma homogeneidade entre os perfis sociais dos praticantes dos dois desportos de combate “dual” (aikido e judo), mas encontram-se diferenças de hábitos e valores, segundo o sexo, a idade e a escolaridade. A análise da informação aponta para uma diferenciação ao nível das disposições sociais, na visibilidade e nas oportunidades de carreira, segundo o perfil social e os desportos em estudo. Existe uma diferenciação ao nível dos envolvimentos, nomeadamente do tipo de prática e/ou concepção, nas condições de acesso, na influência familiar, na intensidade da prática e na participação associativa, segundo o perfil social.
A análise de resultados permitiu comprovar as três hipóteses de trabalho, mas para a segunda cremos que se torna necessário proceder a uma análise mais aprofundada. Esta investigação, comparativa, apresenta algumas limitações relativamente à representatividade da amostra, dado que não podemos extrapolar os dados para o universo de praticantes. No entanto, consideramos que abre uma nova janela por onde outros autores podem vislumbrar novos caminhos de investigação, em particular sobre a análise dos apoios financeiros do Estado no âmbito destas práticas desportivas e a perspectiva dos praticantes.

O Relatório pode ser lido na íntegra aqui: 
https://zenodo.org/record/3900046#.XvDIuUBFzIU"

Benfiquismo (MDLXIII)

Romaria...