"Sem Jorge Jesus no banco, o Benfica venceu confortavelmente, ainda que sem grande brilho, a BSAD, por 3-0, e avançou para as meias-finais da Taça de Portugal, onde vai encontrar o Estoril Praia
Depois de uma semana muito complicada na Luz, com mais de duas dezenas de casos de covid-19, entre jogadores e staff, o Benfica foi eliminado da Taça da Liga. De regresso à Liga, novo amargo de boca, com um empate em casa frente ao Nacional. E, como não há duas sem três, quando as coisas pareciam finalmente estar a melhorar, com alguns jogadores já recuperados, apareceu mais uma má notícia: Jorge Jesus não poderia estar no banco frente à BSAD, devido a uma infeção respiratória.
Sem Jesus, Deus teve de assumir, isto é, João de Deus, adjunto do Benfica, comandou a equipa esta noite, na Luz, num jogo que acabou por ser relativamente tranquilo para o anfitrião, que goleou e passou às meias-finais da Taça de Portugal.
Com Gilberto, Vertonghen, Grimaldo e Waldschmidt de volta, após terem estado com covid-19, e Gabriel está de regresso após lesão, o Benfica já se apresentou praticamente na máxima força, apesar de ainda não ter Odysseas, Otamendi e Everton - foram Svilar, Jardel e Cervi a assumir a titularidade.
Na frente, depois da falta de eficácia de Seferovic no jogo frente ao Nacional, foi a vez de Darwin e Waldschmidt serem emparelhados, mas o par também não parece ter agradado particularmente aos treinadores, apesar do golo do uruguaio - não esteve particularmente certeiro, assim como Luca, que foi substituído ao intervalo por João de Deus.
O primeiro alerta do jogo foi dado pelo BSAD, montado no seu sistema habitual com cinco defesas, a procurar explorar o espaço concedido pelo Benfica. Numa transição rápida, com a defesa da casa desequilibrada, o avançado Mateo Cassierra foi por ali fora e, já junto à área de Svilar, foi egoísta, não passando a bola ao isolado Miguel Cardoso e rematando à baliza, para as mãos do guardião do Benfica.
Na outra área, era Darwin a assustar André Moreira, com um remate forte de fora da área a ter de ser desviado pelo guarda-redes, já depois de um cabeceamento ao lado de Vertonghen.
Sem grandes oportunidades de parte a parte, o jogo ia decorrendo mais no meio-campo do que nas áreas, até que à meia-hora de jogo houve um golo, de certo modo, caído do céu. O Benfica despejou a bola na frente e, num lance aparentemente controlado por Gonçalo Silva, o defesa atrasou de cabeça para André Moreira, mas o guardião atrapalhou-se e não conseguiu segurar a bola, que voltou a embater em Gonçalo Silva e foi parar aos pés de... Darwin. Sozinho, o avançado uruguaio só teve de encostar para uma baliza isolada.
O golo animou o Benfica, que não demorou muito a chegar ao 2-0. Um remate forte de Rafa - esta noite muito endiabrado no ataque - teve de ser desviado por André Moreira para fora e, no canto que se seguiu, novo golo.
Grimaldo bateu a bola para o segundo poste, Jardel surgiu a cabecear para o primeiro poste e Rafa apareceu que nem uma flecha a desviar para dentro da baliza.
Num ápice, o Benfica consolidava a vantagem e o jogo partia para a 2.ª parte de forma bem mais tranquila para a equipa da casa, apesar da réplica dos homens de Petit, que ainda assim nunca conseguiram criar verdadeiras ocasiões de golo perante Svilar.
Mesmo com as várias substituições em ambas as equipas, não houve mudanças de relevo e o relógio foi andando confortavelmente a favor do Benfica, que ainda conseguiu aumentar novamente a vantagem, por intermédio de um jogador que, ao que tudo indica, até pode estar de saída, para o Celta de Vigo.
Rafa - mais uma vez... -, ao conduzir bem a bola no ataque, encontrou Cervi a desmarcar-se para as costas da linha defensiva adversária e isolou o colega na área, com o extremo (que entretanto foi lateral nos últimos jogos) a marcar com um toque de classe, executando um chapéu por cima de André Moreira.
No final, vitória tranquila do Benfica, que avança para as meias-finais da Taça de Portugal, onde vai encontrar a surpresa da prova, o Estoril Praia, equipa da II Liga que eliminou o Marítimo."