Últimas indefectivações

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A culpa disto é, foi e sempre será de Lisboa

"Relatório das lamentáveis ocorrências verificadas sempre que Carlos Lisboa conquista títulos na casa do FC Porto, seja no basquetebol, futebol ou hóquei em patins

O Ola John afinal vem mesmo para o Benfica. Se a notícia é boa ou não, logo se verá por Julho dentro, quando o defeso chegar ao fim e o futebol regressar mais os seus compromissos de verão e tão bons que são para desfazer dúvidas. Mas ainda falta algum tempo. Pela minha parte, neste momento, só tenho uma dúvida: não sei se o trate por Ola ou se o trate por John.
Na verdade, tanto faz.
Trata-se de um jovem extremo holandês, nascido na Libéria, que chega à Luz vindo do Twente onde foi companheiro do avançado austríaco Janko que, no último mercado de inverno, aterrou no Dragão. Depois de assinar pelo Benfica, Ola John confessou à imprensa que ambos já conversaram sobre o assunto porque, nas suas próprias palavras serão «sempre amigos».
Nunca o vi jogar mas, francamente, este Ola John parece ser uma boa contratação. É que ainda nem se equipou e já está a causar sarilhos no campo do adversário tratando por amigo o simpático do Janko e divulgando a existência de conversas desinibidas entre os dois ex-colegas «sobre Portugal».
Não pode ser, Ola John, não faças isso, não voltes a repetir a brincadeira porque estás a meter o Janko em imerecidos sarilhos!
Os jogadores do FC Porto não podem ser amigos dos jogadores do Benfica. É proibido. E se foram amigos têm de ser amigos às escondidas porque só a imagem de dois adversários trocando sorrisos pode incendiar socialmente o nosso país-
Ai, não acreditas, Ola John?
Então lê estas palavras sobre calamitoso assunto que o belga Defour, que joga no FC Porto tal como o Janko, prestou à Gazeta de Antuérpia muito recentemente: «Os dirigentes do meu clube preferem não me ver em fotos com o Witsel. Quando nos defrontámos, um assessor do FC Porto disse-me que devia cumprimentar o Axel apenas longe das câmaras de televisão.»
Leste com atenção? Olá John, tem juízo! Não venhas para cá perturbar o regime decretado pelos arautos da harmonia e pelas nossas históricas figuras tutelares da pacificação.
«Contenção», Ola John, é preciso »contenção». É o que o presidente do Comité Olímpico anda a pedir a toda a gente. E a ti em primeiro lugar, Ola John.

SEMPRE em nome da sã convivência entre atletas e adeptos de equipas adversárias - que é o que move esta gente na teoria e na prática -, é dever de Vítor Pereira (o presidente dos árbitros, não o treinador campeão do FC Porto) pôr os olhos nisto e aprender alguma coisa com o dito assessor que avisou Defour para não se deixar fotografar com Witsel à frente das câmaras.
Está, na verdade, muito bem pensado.
Pense agora, caro Vítor Pereira, se não deveria ter feito exactamente a mesma coisa antes do FC Porto-Sporting, já depois de ter nomeado para o jogo Pedro Proença, o árbitro que não resiste a um flash. Bastava avisá-lo, diplomaticamente, quão aconselhável seria que a sua legítima confraternização com os campeões ocorresse «apenas longe das câmaras».
Tudo isto em nome da olímpica «contenção» que Vicente Moura, em vão, solicita ao país.

O Benfica conquistou o título nacional de basquetebol ao FC Porto, no pavilhão do FC Porto. Foi uma grande “bergônha”. A culpa foi do Carlos Lisboa, useiro e vezeiro, que não só é treinador do Benfica como também se chama Lisboa, só para provocar.
O pavilhão onde tudo se passou é obra recente. Já não é aquele velho pavilhão das Antas para onde o presidente do FC Porto, a 1 de Março de 1994, convocou os jornalistas e os sócios do clube vendo-se forçado a anunciar a iminente chegada ao local da GNR - “a pretexto de que está aqui uma bomba”.
Lembram-se? Mas o presidente do FC Porto não se acobardou: “Se estiver aqui uma bomba eu espero que ela expluda!” – disse o grande pacificador, o nosso Dalai Lama da bola. E a casa veio abaixo. Em aplausos, felizmente.
Não me entendam mal. Este episódio dramático não foi o princípio de nenhuma era. Foi antes a consagração de um regime já plenamente reconhecido na Assembleia da República e noutros órgãos de soberania.
A culpa disto é, foi e sempre será de Lisboa.
E exemplos não faltam. Alguns anos antes, em 1983, quando Lisboa era treinador da equipa de futebol do Benfica que foi às Antas jogar com o FC Porto a final da Taça de Portugal, diligentemente transferida do Jamor, também houve grandes faltas de respeito pelo público da casa.
O Benfica ganhou a final por 1-0, Lisboa não se aguentou, festejou provocatoriamente o saboroso triunfo no campo do adversário e, por culpa do seu treinador, os jogadores do Benfica receberam o troféu no relvado mas regressaram às cabinas com muita, mas mesmo muita dificuldade debaixo de uma grande e mais do que justificada saraivada de legítimo desagrado.
Em 28 de Abril de 1991 voltou-se ao mesmo. Lisboa fora escandalosamente reconduzido como treinador da equipa de futebol que foi ao estádio das Antas ganhar por 2-0. E praticamente conquistar o título outra vez na casa do rival. Também desta feita Lisboa voltou a fazer das suas provocações.
Valeu à honra dos ofendidos a bravíssima intervenção de um polícia “à civil” que “encabeçou um grupo de indivíduos”, pacifistas, que se encarregam de aplicar um espiritual correctivo aos gozões da Capital. E de tal forma que os dirigentes de Lisboa, provocadores, depois de “insultados, empurrados com brutalidade, agredidos a soco e a pontapé” viram-se obrigados, por cobardia, “a refugiar-se dentro de uma ambulância da Cruz Vermelha”, tal como viria a constar do relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna.
E foi muito bem feito terem festejado o título dentro da ambulância que, para lhes fazer o gosto e fazer as honras da casa, até era Vermelha, da Cruz.
Alguns anos mais tarde, Carlos Lisboa, por ser ecléctico, já não era o treinador da equipa de futebol do Benfica mas sim o treinador da equipa de hóquei em patins do Barcelona que foi ao Porto conquistar ao FC Porto a final da Liga Europeia da modalidade. E, perante isto, estavam à espera do quê?
Foi outra vergonha a que Lisboa, via Barcelona, foi fazer desta feita ao pavilhão Rosa Mota na presença do então ministro da Administração Interna, Fernando Gomes. Desconheço se houve relatório governamental sobre os incidentes.
Mas a verdade é que, devido às atitudes provocatórias do treinador, reincidente nestes comportamentos – de levar o punho esquerdo à nádega esquerda e o punho direito à nádega do mesmo lado, de ambas as vezes com sugestivo ímpeto -, os jogadores de hóquei em patins do Barcelona não puderam festejar o título europeu em campo e tiveram de patinar a mil à hora até ao túnel que os protegeu da justa indignação popular.
Para mal dos nossos pecados, estas situações parecem não ter fim.
Este país está numa decadência moral de tal ordem que Lisboa, depois de ter sido treinador de futebol e de hóquei em patins, surge-nos agora como, imagine-se só…, treinador de basquetebol.
E não há quem o prenda!
Infelizmente, Lisboa não só não mudou nem um bocadinho nestes anos todos como também já vai na terceira modalidade. É, digamos, a imagem viva da impunidade à solta.
Na semana passada, o Porto Canal nem conseguiu celebrar em sossego a sua noite recorde de audiências graças ao grande número de benfiquistas que sintonizaram a estação para verem Lisboa, outra vez - caramba! – a portar-se como o energúmeno que sempre foi e a impedir que os seus campeões pudessem festejar o título, outra vez, na casa do adversário, outra vez.
É justo que se diga que durante o jogo, o público comportou-se de forma cívica e desportiva entoando cânticos para Lisboa e Companhia o santo tempo todo: “SLB, SLB, filhos da puta, SLB”. Se Lisboa não gostou do que ouviu a noite inteira não é por ter sangue nas veias em vez de água, como seria desejável a bem da tranquilidade do país.
É porque, para além de grosseiro, é também ignorante. O presidente do clube anfitrião até já explicou publicamente, numa roda de jornalistas, que o conceito de “filho da puta” nos círculos em que se movimenta é muito diferente daquele que é atribuído por Lisboa.
Lisboa, sempre Lisboa, oh eterna culpa!
Meu querido apagão."

Leonor Pinhão, in A Bola

PS: Uma das melhores crónicas da Leonor (de sempre)... para os tarecos mais confusos, aqui temos um perfeito exemplo de «fina ironia»!!!

Vale tudo!

"No espaço de poucos dias, Pinto da Costa referiu-se ao Benfica, sem o nomear (o simples facto de o nomear parece que lhe queima a língua) como sendo “o clube do tempo do fascismo”, e chamou “burros” aos benfiquistas, sem nunca os nomear (a sigla do clube só é usada quando os adeptos e jogadores precisam de se animar com uns cânticos onde chamam nomes às mães dos adeptos do clube dos mouros), a propósito da nomeação de Pedro Proença para apitar a final da Champions. O país não se indignou. A imprensa desportiva assobiou para o lado. O estatuto de impunidade dá o direito a PC de insultar quem quer, de caluniar quem lhe apetece e de incitar ao ódio e à violência sem que ninguém o incomode.
Uns dias depois, no Dragão Caixa, o Benfica sagrou-se campeão de basquetebol, vencendo com dificuldade mas com mérito um adversário de grande qualidade, o que deu mais brilho à vitória. No final de um jogo em que o árbitro não interferiu no resultado, os treinadores cumprimentaram-se, como mandam as regras do fair play.
Mas, quando o jogo acabou, a culminar um clima de insultos e intimidação, os ânimos dos adeptos do FCP exaltaram-se. Agrediram os jogadores, levando a que a polícia não conseguisse garantir a ordem e a segurança e que a Taça fosse entregue ao vencedor nos balneários. Ao que se diz, Carlos Lisboa, treinador do Benfica, não terá resistido a responder às provocações e aos insultos com um gesto menos elegante. Tanto bastou para que o chefe do FCP entrasse no ringue e virasse o ónus da violência para o clube vencedor (como fizera com os famosos túneis da Luz), e vituperasse o comportamento da polícia que tentou, em vão, meter os adeptos do FCP na ordem.
No dia seguinte, Luís Filipe Vieira decidiu finalmente responder ao chefe do FCP num discurso duro, pondo em relevo factos que são conhecidos da opinião pública. O que fizeram a maioria dos comentadores (incluindo alguns que se dizem benfiquistas!)? Meteram tudo no mesmo saco: os insultos de PC e o discurso de LFV, o gesto de CL e a violência dos adeptos do FCP. O medo impera. E o servilismo também."

A ser verdade...

"Venho só dizer uma coisa....faço parte do corpo de intervenção que esteve no Dragão Caixa no jogo em questão, vou deixar aqui detalhes do que realmente se passou, se quiserem fazer isto publico estão à vontade, irão ter a confirmação disto tudo dentro de dias, no nosso relatório.Posto isto:
-O jogo foi por si bastante quentinho, por algumas vezes tivemos de intervir junto de adeptos por arremessos de objectos perigosos para a integridade de todos os atletas, uma vez que em movimento dificilmente acertas no alvo pretendido,os jogadores do banco foram os mais protegidos, mas também os mais massacrados;
-No término da partida, os festejos dos jogadores do Benfica, foram contidos, havendo aquela situação entre o Atleta Nuno Marçal e o treinador Carlos Lisboa;
-Após este incidente os adeptos começaram arremessar todo tipo de objectos para dentro campo, de seguida o atleta Nuno Marçal dirigiu-se À claque SD nos seguintes modos:
"Vocês vão deixar que eles festejem??Façam qualquer coisa, partam-nos todos..."
Ainda com os ânimos mais exaltados, tivemos de recorrer À força física e colocar em sentido alguns espectadores;
-Após carga policial, muitos de eles resolveram ir buscar paralelos, sim leram bem, paralelos ,para agredir o nosso corpo, como estávamos junto de outro publico, essas pedras caíram junto do mesmo abrindo cabeças de mulheres e ferindo até crianças; depois o Sr. Presidente da instituições vem dizer que fomos nós que batemos em crianças e em mulheres, quando são eles próprios a agredir as próprias mulheres e filhos;
-Para terminar, o jogador Rolando, defesa da equipa de futebol, estando presente no pavilhão ao terminar o encontro, foi abordado por um grupo de adeptos, dando-lhe um excerto de porrada desde a saída do pavilhão,até à sua viatura.
Poderão em breve confirmar isto tudo, mas disto ninguém feio falar o presidente e a sad desta instituição..."


Aquilo que aqui foi dito é muito grave, a ser verdade o senhor Nuno Marçal nunca mais deveria praticar desporto federado em Portugal (no mínimo)... admito que estou bastante ansioso para conhecer o relatório da PSP. Mas ao mesmo tempo desconfio, da 'coragem' dos agentes responsáveis da PSP!!! E se vamos, ou não, assistir a mais um encobrimento...
Hoje também foram conhecidas algumas fotos do jogo, na transmissão directa do jogo, alguns destes cartazes já tinham aparecido... No Dia Seguinte o Rui Gomes da Silva já tinha contado que os gestos do Carlos Lisboa tinham como objectivo, mandar os autores destes cartazes colocarem os ditos cartazes no 'bolso de trás'!!! (lendo o teor dos comentários feitos nos cartazes, o conhecimento necessário para proferir algumas das frases, a aparente organização na distribuição dos mesmos pelo Pavilhão, e sabendo de outras atitudes tomadas pelos senhor adjunto dos Corruptos, não me admirava nada que o filho do Namdonho das Facturas tivesse sido o autor moral dos cartazes!!!)!!! Deixo também alguns vídeos com exemplos do passado (existem muitos mais exemplos, principalmente de provocações dos Corruptos em jogos de várias modalidades em Lisboa, como a agressão à Stickada do Paulo Alves, etc... etc...)... exemplos bastantes esclarecedores das diferenças:





 

Portofobia!...

"Um jogo de basquetebol, duas equipas rivais, um título de campeão nacional em disputa. Venceu o Benfica. Perdeu o FC Porto. No final, cenas pouco edificantes. A partir delas, declarações extremadas.
Primeiro, Luís Filipe Vieira, que produziu porventura o discurso mais violento que alguma vez lhe ouvimos, visando o presidente do FC Porto, Pinto da Costa. Depois, um texto de resposta publicado no site oficial dos portistas.
Não se trata apenas de rivalidade. Esta era a prova que faltava para a conclusão de que, não obstante a postura menos bélica de "segundas figuras" de FC Porto e Benfica, designadamente na área do futebol, não é possível criar um clima de coexistência pacífica entre portistas e benfiquistas, enquanto Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira forem os presidentes.
Pinto da Costa vai ficar na história do desporto/futebol português como a personalidade que transformou o FC Porto num clube competitivo e ganhador, ao ponto de colocar Benfica e Sporting em plano secundário. E isso também tem muito a ver, não apenas com os métodos utilizados por Pinto da Costa e seus sequazes, mas também com a inabilidade revelada pelos presidentes dos clubes de Lisboa, incluindo Vieira.
O presidente do Benfica vem agora reafirmar a ilegitimidade dessas vitórias. Quero dizer que não sou portofóbico. Gosto da cidade do Porto e, até certo ponto, compreendo os motivos da defesa da regionalização. Pelo que vi (com os meus olhos), ao longo das décadas de 80 e 90, o FC Porto foi mais forte em muitos jogos, mas em muitos jogos foi escandalosamente beneficiado pelas arbitragens.
Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, deveria explicar, a propósito, o que quis dizer quando afirmou - na tentativa de proteger os árbitros da actualidade - que esta não é a ‘geraçãodos quinhentinhos’. Na verdade, o que se infere dos testemunhos de alguns protagonistas do futebol português é que houve uma geração de árbitros que alinhou em práticas ilegítimas, umas provadas e punidas, outras não... Durante muitos anos, Pinto da Costa e os seus prosélitos trabalharam afincadamente para instalar um clima de medo e coação no futebol português. À conta dessa coação, se vivêssemos num país menos tolerante em relação à impunidade, os adeptos do FCPorto não teriam construído a imagem do presidente-herói, porque o clube, nesse enquadramento e com a paliação dos regulamentos vigentes, já teria sido despromovido...
Houve um tempo, na história do futebol em Portugal, que a maioria alinhou na consagração do "império do medo": políticos (inclusive Presidentes da República), jornalistas, homens e mulheres da cultura e das artes, dirigentes de clubes adversários, treinadores, jogadores, seguranças, árbitros... Foram muito maltratados (inclusive agredidos) todos aqueles que não se colocaram numa posição de veneração e subserviência perante o "grande líder".
Em Lisboa, desde os tempos de Fernando Martins (Benfica) e João Rocha (Sporting), convictos do sucesso do "novo regime", houve a certa altura o impulso de copiar a fórmula. Más cópias, um descalabro total na tentativa de se promover a imitação.
Pinto da Costa diz e manda dizer, é obcecado pelo poder (atente-se no que disse Scolari sobre a relação dele com a Selecção Nacional e com Vítor Baía...) e faz tudo o que considera vital ter de fazer para alcançar os seus objectivos. Por isso, não é justo, nas suas discriminações gerais e pontuais, tem um índice muito baixo de desportivismo e um índice muito elevado de despotismo, não sabe ganhar e muitos menos perder.
O que aconteceu em redor do recente FC Porto-Benfica em basquetebol é apenas mais um lamentável episódio que revela uma forma enviesada de estar no Desporto. Um clube que emergiu na Democracia tem demasiados tiques ditatoriais.

Nota - Escusam de tentar ligar-me a um certo 'benficofilismo'. Simplesmente a minha consciência não é catequizável."

Baile mandado

"Leonardo Jardim é um homem sereno. Ponderado. Capaz de calcular o alcance e as ondas de choque do que diz - e disso deu exemplo ao longo da época. António Salvador é, por natureza e formação, um pragmático. Mesmo que não contasse a sua condição de empresário, ficaríamos esclarecidos com o seu "modus operandi" desde que é presidente do Braga acima de tudo, tem em conta os benefícios para a agremiação. Jardim escolheu o princípio das férias, depois de uma época brilhante, para se exceder. Salvador escolheu a mesma ocasião para se transformar numa virgem ofendida.
Pergunto: sou só eu que estranho a coincidência? Jardim é, desde que Pinto da Costa o elogiou e - automaticamente - condicionou, um treinador da órbita do FC Porto.
Como Domingos Paciência que foi emblema da casa. Como Pedro Emanuel. Como Sérgio Conceição. Como Nuno Espírito Santo. Como Fernando Couto. Mais aqueles que se espalham pelos escalões secundários. Dir-se-ia que esta distribuição de gente próxima nada tem de aleatório. Dir-se-ia mais: além dos empréstimos de jogadores, a "máquina" também cede treinadores. Em matéria de rodagem, vale mais do que uma equipa B. Não é preciso ser génio - basta não ser burro - para perceber as mais-valias. Não é um vira nem corridinho, é apenas um baile mandado. Caso Vítor Pereira saia para um Olympiacos qualquer, com uma "proposta irrecusável", não é preciso perguntar ao polvo Paulo - ou a outro "polvo qualquer" - quem será o substituto.
Mudo de assunto, porque não há como fugir: vivemos, todos, uma semana de vergonha. O nível desceu perigosamente, o que se lamenta. De ambos os lados, o que toma tudo pior. Não me revejo na linguagem, no timing, na mistura entre domínio público e esfera privada. Ainda assim, distingo. Há três décadas que, jogo a jogo, modalidade a modalidade, as provocações de um lado têm até cântico próprio, ao ponto de parecer mais importante apoucar do que comemorar. Há verdades que a Justiça decidiu desconsiderar. Há um permanente tom incendiário (quem lançou o grito "nós só queremos ver Lisboa a arder"?) que não pode, agora, por causa de um treinador que se excedeu, ser branqueado e esquecido. Há um clima de intimidação que não tem paralelo e que os bempensantes prosélitos teimam em ignorar. Ou seja, as culpas não são iguais, embora o ar que se respira me faça desejar, por uns momentos, ser italiano.
Dito isto, todas as atenções são precisas no dia 9 de junho. A tática dos terroristas é conhecida: designam mártires. O trunfo, na resposta, é exatamente não responder e não dar azo a mais lágrimas de crocodilo. Não pode correr mal, sob pena de todos serem iguais. Embora nós saibamos bem que há uns mais iguais do que outros.
Boas férias."

Polga

"Como qualquer adepto ligado umbilicalmente a um clube, tenho a curiosa reacção de olhar para um rival como um inimigo, ao invés, para um jogador detestado num rival e que a seguir joga no Benfica como um amigo.
Em regra, também não nutro admiração por um jogador de um rival, ainda que no recôndito da consciência admita silenciosamente a sua qualidade.
Vem isto a propósito da despedida de Anderson Polga. Um exemplo de que a excepção confirma a regra.
Trata-se de um desportista que, jogando no arqui-rival do Benfica, sempre apreciei. Não apenas como bom profissional, mas igualmente por ter sido um homem discreto, sereno, delicado, dedicado e com respeito pela profissão e pelos colegas com quem e contra quem jogou. Esteve 9 anos no Sporting com grande dignidade e elevação. Mais e melhor do que muitos que se reclamam de amor clubista. A imagem do jogador chorando após a derrota no Jamor é a expressão fiel de como viveu intensamente o clube que representou. Como seu adversário clubista, felicito-o e desejo-lhe as maiores venturas.

PS(I) - Ao contrário do que li em A BOLA(!), Polga não foi o único campeão do Mundo (apenas em 2 jogos) a jogar cá. Então, o Capdevila campeão (sempre titular) do Mundo e da Europa Não conta?

PS(II) - Na sua crónica, o Dr. Eduardo Barroso disse que «Carlos Lisboa está a mais no desporto português» por ter reagido mal (e a quente) no Dragão. Com a estima e consideração que tenho por ele e mesmo tendo em conta a sua natural parcialidade clubista (de que também sofro...), que dizer do actual treinador do SCP que bateu (a frio) no então seleccionador?"

Bagão Félix, in A Bola

PS: Transcrevi esta crónica essencialmente devido aos Post Scriptum's (!!!) - mas por acaso até subscrevo a opinião sobre o Polga, obviamente que o facto do Sporting nestes 9 anos não ter sido Campeão, também ajuda...!!!
Em relação à referência do Polga ser o único Campeão do Mundo a jogar em Portugal, recordo que esta semana, o primeiro a 'enganar-se', foi o inevitável Rui Oliveira e Costa, em directo na RTP i !!! Como não podia deixar de ser... e sem réplica na altura, também, como é habitual!!!