"O ano civil está quase no seu termo e o Benfica quase no seu melhor. Não fosse a eliminatória, frente ao Marítimo, na Taça de Portugal, o primeiro semestre da temporada tinha um saldo a roçar o brilhantismo. Quer a nível doméstico, quer a nível internacional, o colectivo vermelho tem demonstrado grande capacidade para rubricar uma época de contentamento.
Ainda assim, importa perceber que o caminho está eivado de dificuldades. A luta, sobretudo na Liga nacional, vai ser renhida. Com o FC Porto? Sobretudo com o FC Porto, ainda que o Sporting se apresente mais consistente do que nos últimos anos. Os empates no Dragão e em braga, o recente triunfo na Madeira, compromissos que se adivinhavam de grande exigência, revelaram um Benfica personalizado, competente e ambicioso.
Na segunda volta do Campeonato, ao invés dos nossos opositores (com calendário de maior exigência), a deslocação a Alvalade parece constituir-se no mais intricado dos compromissos. Quanto ao resto, nos embates caseiros, espera-se um Benfica ganhador e, da mesma forma, nos restantes confrontos que terá de cumprir extramuros.
Tudo fácil? Longe disso, ainda que a trajectória, até ao momento, projecte todo um clima de confiança em redor da equipa. Irrepetível será, seguramente, o medíocre final do ano transacto. É manifesto que este Benfica, o actual Benfica, jamais repetirá os desaires frustrantes que marcaram de forma dolorosa o termo da última temporada.
Há mais e melhor Benfica. Há mais e melhores vontades para acreditamos no êxito. Há mais e melhores razões para acreditarmos no sucesso."
João Malheiro, in O Benfica