Últimas indefectivações

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Invictos...

A. Espinho 1 - 3 Benfica
18-25, 25-22, 21-25, 18-25

Décima vitória, mas mais uma vez, não foi fácil...

Bastidores: Barcelona...

Oitavos na mira


"Ficámos a centímetros de dependermos de nós próprios na luta pelo apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões.
Aquele lance no último minuto da partida, caso tivéssemos sido mais felizes, ter-nos-ia dado a vitória num jogo em que a nossa equipa soube manietar o adversário e nunca deixou de procurar o triunfo, criando boas oportunidades de golo.
"Arrisquei para ganhar e a minha frustração teve a ver com isso, não ter um bocadinho de sorte. Fizemos tudo para aquilo acontecer, aconteceu e acabámos por não fazer golo", lamentou Jorge Jesus, já no rescaldo da partida.
"São dois pontos perdidos! Nós merecíamos aquele golo. Nos últimos quinze minutos fiz para isso acontecer! Não estava satisfeito com o zero a zero", reconheceu o nosso treinador, denotando a ambição com que a partida foi preparada e o reconhecimento da capacidade que os jogadores tiveram de interpretar a estratégia delineada, que só por manifesta ineficácia não deu os frutos que se procurou colher.
Essa capacidade era previsível, conforme salientou Jorge Jesus, face ao que de muito bom a nossa equipa já fez na temporada. "Estava convencido de que vínhamos vencer aqui, em Barcelona… frente a uma grande equipa, com um novo treinador, com os adeptos a empurrar, mas também sabia do nosso valor, do nosso trabalho, e estava convencido de que ganharíamos em Barcelona", disse o nosso treinador, acrescentando que "o Benfica foi forte defensivamente, na sua organização defensiva foi super, e não precisou de ter jogadores a jogar a um nível muito alto para empatar o jogo e podia mesmo ter ganho".
O empate não deixa, no entanto, de ser um resultado satisfatório. A continuidade nas competições europeias está garantida, restando saber em que prova, uma indefinição que ficará esclarecida na última jornada.
"Agora é esperar pelo último jogo, temos de fazer a nossa obrigação, ganhar ao Dínamo Kiev, e esperar pelo que vai acontecer no Bayern Munique-Barcelona", resumiu Jorge Jesus.
O nosso treinador deixou ainda uma palavra de apreço para os Benfiquistas: "Quero agradecer aos adeptos do Benfica que hoje estiveram aqui, mereceram ter um Benfica a este nível. Poderíamos ter saído daqui com outro resultado, pois a grande oportunidade do jogo é do Benfica, mas acredito que saíram orgulhosos da equipa", concluiu.

P.S.: Foi também impressionante o apoio que a nossa equipa Sub-19 teve na partida da UEFA Youth League, à semelhança do que já acontecera em Munique. O triunfo, por 0-3, permite-nos, caso vençamos na última jornada frente ao Dínamo Kiev (8 de dezembro), terminar a fase de grupos na primeira posição. Encher o Benfica Campus será uma grande ajuda para a nossa equipa. Vamos ajudá-la a conquistar a liderança!"

A história ficou a centímetros, o sonho dos milhões espera pela ajuda alemã


"O Benfica empatou (0-0) em Barcelona, um resultado que obriga a que as "águias", para passarem a fase de grupos, tenham de derrotar o Dínamo Kiev e aguardar que os catalães não vençam, em Munique, o Bayern. A equipa de Jesus teve a vitória na mão praticamente no último lance da partida, quando Seferovic desperdiçou uma flagrante ocasião de golo, mas antes disso o Barça criou mais perigo, valendo uma exibição imperial de Otamendi para manter o nulo

O período de descontos assemelha-se, muitas vezes, a uma distorção da realidade, a uma falta de correspondência entre o tempo do relógio e o tempo das nossas cabeças. Segundo o cenário, consoante o resultado, os minutos entre o levantar da placa pelo quarto árbitro e o apito final podem parecer um suspiro ou uma eternidade. Quando o período de descontos começou em Camp Nou, dava a sensação de que, para o Benfica, ainda faltava demasiado tempo para a partida terminar.
O Barcelona atacava com entusiasmo renovado desde a entrada de Dembélé, com o golo anulado a Ronald Araujo como sério aviso. Otamendi evitava o golo ao extremo francês com um corte in extremis e Piqué cabeceava perto do poste direito da baliza de Vlachodimos. O empate, que mantinha as "águias" com hipóteses de passar à fase seguinte, parecia um importante tesouro a ser guardado.
Até que o tempo e o espaço voltaram a pregar-nos partidas e, subitamente, apanharam desprevenido o Barcelona, oferecendo a Darwin e Seferovic um contra-ataque com um latifúndio de relvado com pouca presença catalã, como se fosse um tapete verde a separá-los de uma vitória histórica num dos principais templos do futebol mundial.
O uruguaio aceitou o desafio, conduziu a bola e deu-a a Seferovic. O suíço, que vive uma vida entre golos marcados e oportunidades desperdiçadas, deu a ideia de finalizar a medo, mas a sorte, em forma de ressalto, deu-lhe uma segunda oportunidade para ser feliz. Só que Seferovic pareceu agarrar-se à sua condição de jogador mal-amado, rejeitando entrar para a história do Benfica como o herói de Camp Nou.
Com tudo para marcar, atirou ao lado. Jesus ajoelhou-se, recordando outros tempos. O 0-0 que tudo adia para a última jornada estava selado.
O relato da noite chuvosa da Catalunha tem de começar pelo fim, tal foi a dimensão da chance de Seferovic encontrar-se com os livros de glória do Benfica. Mas, antes disso, a equipa de Jorge Jesus - que já garantiu a continuidade nas competições internacionais esta temporada, dado que o empate assegura, pelo menos, a repescagem para a Liga Europa - pareceu satisfeita com um ponto que tudo adia para a última jornada do grupo E.
O começo do embate trouxe um Barcelona de controlo, valorizando a posse tal como o seu novo treinador, Xavi, gosta que seja feito. Sem muita gente capaz de desequilibrar, os catalães apostaram numa série de médios (Busquets, Nico, Gavi e De Jong) capazes de circular a bola e tirá-la das zonas de pressão.
Nos primeiros 30 minutos, o controlo culé não se traduziu em muitas ocasiões de perigo para uma equipa carente de magia no último terço, como se vê pelos dois tentos apontados em cinco jornadas de Champions. Ainda assim, Demir e Jordi Alba obrigaram Vlachodimos a defesas apertadas.
Se falamos em controlo do Barcelona, é importante valorizar a exibição do mais velho do meio-campo catalão. Entre a turma de ensino secundário que parece formada por nomes como Gavi (17 anos) ou Nico (19) emerge a figura de Busquets. Numa partida sem golos, cada rotação, receção orientada ou passe filtrado do capitão da equipa da casa merecia um coro de admiração do público, num grito em uníssono que misturava espanto e assombro por tamanha junção de inteligência, técnica e sapiência futebolística.
Na parte final do primeiro tempo, o Barcelona perdeu alguma fluidez, em parte porque os médios deixaram de fazer movimentações de rotura que incomodassem o Benfica, que foi estabilizando o seu bloco defensivo. E surgiram as oportunidades de golo para os visitantes.
Yaremchuk prolongou o seu divórcio com as balizas, que com a camisola do Benfica dura desde 25 de setembro, podendo atribuir culpas a Ter Stegen, capaz de defender um cabeceamento do ucraniano dentro da área. Logo a seguir, Otamendi conseguiu bater o guardião germânico, mas o tento do argentino foi anulado porque o árbitro considerou que o canto de Everton havia ultrapassado a linha de fundo.
O intervalo chegou na sequência da melhor ocasião de golo da etapa inicial, num grande remate de Demir - outro adolescente de 18 anos - que foi à barra da baliza do Benfica. As equipas regressaram aos balneários com a sensação de que os homens de Xavi esperavam por um momento de desequilíbrio ou inspiração que não surgia, ao passo que os de Jesus pareciam contentes com esperar que o desfecho do grupo se arrastasse para a última jornada.
O começo da segunda parte acentuou a sensação de bloqueio, que quando parecia desaparecer era imediatamente cortada por um Otamendi intransponível. Era a altura na qual os bancos poderiam mudar o curso dos acontecimentos. Xavi recorreu a Dembélé para ganhar drible e excitar as bancadas de Camp Nou, Jesus lançou Darwin para atacar as costas da defesa do Barça e recordar pesadelos de setembro a Piqué e companhia.
O uruguaio não tardou a ameaçar a baliza de Ter Stegen, mas o passar dos minutos levou a um encolher do Benfica. Sempre que Dembélé recebia aberto na direita, o público gritava e as "águias" assustavam-se. Aos 67', um centro do francês encontrou De Jong, que obrigou Vlachodimos a relembrar-nos que, desde antes da fase de grupos, tem sido um dos mais decisivos elementos da equipa nesta Champions.
O tempo esgotava-se. Apesar do empate levar os culés para a última jornada em 2.º, a acumulação de homens do Barça na frente de ataque - nem sempre com o melhor critério - e, em sentido oposto, a gestão de jogo que era feita pelos visitantes evidenciava quem estava mais inconformado com o empate.
Poucos segundos depois do minuto 90, mais um passe com coordenadas incorporadas de Busquets encontrou a velocidade de Dembélé. O francês preparava-se para se isolar perante Vlachodimos, mas um argentino com o corpo repleto de tatuagens lançou-se ao chão para, no momento certo, limpar o perigo e selar uma grande exibição. A partida de Otamendi em Camp Nou, terreno onde o central se desdobrou em cortes e gestos de liderança, entra na história recente das noites europeias do Benfica.
Como também entra o lance de Seferovic, pouco depois de Otamendi ter evitado o golo de Dembélé. Mas o suíço não o conseguiu fazer pelas melhores razões. Os centímetros que fizeram com que aquele remate feito praticamente com a sola do pé, com Ter Stegen batido, passasse ao lado da baliza vão-se tornar em quilómetros de pesadelos na cabeça do avançado.
Para estar, pela primeira vez desde 2016/17, nos oitavos-de-final da Champions, o Benfica terá de ganhar ao Dínamo Kiev, em casa, e esperar que o Barcelona não vença em Munique. No templo de Camp Nou, casa de um gigante que procura voltar a acordar sob a batuta de uma lenda, escassos centímetros separaram as "águias" da vitória, mas durante a maior parte de tempo a equipa pareceu conformar-se com esperar que, na última jornada, surja uma ajuda alemã rumo ao sonho dos milhões."

FC Barcelona 0-0 SL Benfica: Serenata à chuva merecia golo


"A noite chuvosa em Camp Nou não afetou a qualidade do relvado, que por consequência ajudou a aumentar a qualidade do futebol jogado. Que belo jogo este a que assistimos entre FC Barcelona e SL Benfica, uma autêntica serenata à chuva.
Os culés mostraram uma cara mais lavada em relação aos últimos jogos desta temporada, entrando melhor na partida. Sem grande surpresa, chegou às primeiras oportunidades, ainda que sem eficácia, tendo pela frente Odysseas Vlachodimos, que se agigantou entre os postes.
Com o desenrolar dos acontecimentos o SL Benfica começou a sentir confiança em sair a jogar e através de bola parada esteve mesmo muito perto do golo. Numa decisão controversa, o árbitro anulou golo a Nicolás Otamendi. Quando se findavam os primeiros 45 minutos, Yusuf Demir esteve perto de pintar uma belíssima obra de arte, que só a trave negou.
O segundo tempo foi mais dividido, e com menos oportunidades nos primeiros minutos. Os blaugrana faziam proveito da posse de bola no meio-campo encarnado, mas não conseguiam traduzir em perigo o domínio no jogo. Por outro lado, iam deixando escapar bolas e permitiam até contra-ataques ao adversário. A entrada de Ousmane Dembélé abanou o jogo de forma tremenda, obrigando Jorge Jesus a reforçar o corredor esquerdo da sua defesa, com a entrada de Lazaro, habitual lateral pela direita.
Até final sentia-se que ambas as equipas tinham mais medo de perder a partida do que vontade de a ganhar. Apesar dos esforços os caseiros não chegaram ao golo e o Benfica ia aproveitando os contra-ataques, estando perto, muito perto até, de conseguir uma histórica vitória. Haris Seferović teve o golo nos pés, mas falhou de forma inacreditável perante uma baliza praticamente escancarada. Tudo em aberto para a última jornada da Liga dos Campeões, que promete ser ainda mais interessante de acompanhar.

A Figura
Nicolás Otamendi Exibição tremenda do argentino no centro da defesa encarnada, que poderia ter ficado ainda mais saborosa, não fosse o golo anulado na primeira parte. Esteve em todo o lado o central argentino, demonstrando toda sua capacidade defensiva na partida desta noite. Liderou as hostes benfiquistas e transmitiu bastante segurança aos companheiros.

O Fora de Jogo
Roman YaremchukJogo muito pouco conseguido de Roman Yaremchuk. Para surpresa de muitos, o avançado ucraniano foi opção entre os titulares e esperava-se uma melhor resposta da sua parte. Além de incapaz de fazer aquilo a que se propunha: ganhar bolas e fazer golos, não conseguiu acrescentar nada de positivo à sua equipa. Diria que a saída aos 59 minutos soa a tardia.

Análise Tática – FC Barcelona
O FC Barcelona alinhou num 4-3-3 clássico. Ronald Araújo foi surpresa na direita, atuando como defesa-direito. Busquets apresentou-se como médio mais recuado, tendo pela sua frente Frenkie de Jong e Nico González. Yusuf Demir demonstrou toda a qualidade do seu pé esquerdo, pela ala direita. Gavi pisou terrenos mais interiores, fazendo movimentos de apoio no meio. Memphis Depay foi arma solta no ataque blaugrana, deambulando várias vezes de posição.
As poucas semanas de Xavi Hernández no comando do FC Barcelona não fizeram milagres, mas a verdade é que se sentiram grandes diferenças em relação às miseráveis exibições que vimos em tempos não muito longínquos de Ronald Koeman. A posse de bola foi palavra de ordem, num jogo mais paciente e calmo, com o esférico a circular com maior frequência em espaços curtos.

11 Inicial e Pontuações
Marc-André Ter Stegen (6)
Jordi Alba (7)
Clément Lenglet (5)
Gerard Piqué (4)
Ronald Araújo (6)
Sergio Busquets (7)
Frenkie de Jong (6)
Nicolás González (7)
Gavi (6)
Yusuf Demir (6)
Memphis Depay (7)
Subs Utilizados
Ousmane Dembélé (7)
Sergiño Dest (5)
Eric García (5)

Análise Tática – SL Benfica
Jorge Jesus apostou no seu esquema tático predileto nesta temporada: o 3-4-3. As surpresas no onze foram André Almeida e, tendo em conta as opções que tinha, Roman Yaremchuk. O lateral-direito português apareceu como defesa-central pelo lado direito, preterindo Morato para o banco de suplentes. Quem também não foi titular, foi Darwin Núñez, que se esperava que pudesse fazer parte das escolhas iniciais do SL Benfica, escolhendo com o avançado ucraniano para ocupar a posição frontal. As poucas variantes táticas observavam-se pelas alas, com as trocas de lados dos extremos.
As escolhas de Jorge Jesus confirmaram o que se poderia esperar dos encarnados numa fase inicial: um jogo na expectativa e à procura do melhor momento para procurar a profundidade nos seus velozes extremos, Rafa Silva e Everton. A verdade é que o Barcelona foi carregando no acelerador e pouco ou nada se viu do ataque do Benfica, ia valendo Odysseas Vlachodimos. A bola parada ia fazendo a equipa sentir que poderia discutir o resultado, tendo ficado muito perto do golo, que acabou por não acontecer. Perto do fim, o a velocidade do contra-ataque português deixou o FC Barcelona em cacos, que só não alcançou a vitória por escassos centímetros.
Jogo irrepreensível do ponto de vista defensivo. Linha de fora de jogo sempre muito bem montada e cortes implacáveis de Otamendi e companhia.

11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (7)
Jan Vertonghen (7)
Nicolás Otamendi (8)
André Almeida (5)
Gilberto (6)
Alejandro Grimaldo (7)
João Mário (6)
Julian Weigl (6)
Rafa Silva (5)
Everton (5)
Roman Yaremchuk (4)
Subs Utilizados
Adel Taarabt (5)
Darwin Núñez (6)
Lázaro (6)
Pizzi (5)
Haris Seferović (4)"

Otamendi em Camp Nou: Um absurdo


"Inacreditável o jogo de Otamendi em Camp Nou. E quanto merecia ter sido premiado com o fabuloso golo que marcou e que daria a vitória ao Benfica.
No controlo dos diferentes espaços – à frente da linha, roubou inúmeras bolas, e tantas que viraram as melhores transições ofensivas dos encarnados; atrás da linha, sempre que recuperou metros nas costas para defender. No controlo das diagonais que interiores e avançados do Barcelona impunham, e no controlo e liderança da Linha Defensiva do Benfica.
Aquilo que está prestes a ver, é uma das melhores exibições de um central na Liga dos Campeões."

Tática de Jesus e Deus Argentino


"Encaixados na Construção do Barcelona – Coragem para pressionar a campo inteiro, a equipa de Jesus não se atemorizou por jogar em Camp Nou, e assumiu no momento defensivo e ofensivo, a mesma identidade que o tem caracterizado nesta temporada.

A ideia no momento defensivo aquando da posse no meio campo ofensivo era clara – Tirar a posse / não deixar que o Barcelona jogasse.

Terá sido para o Benfica uma surpresa a forma como o Barcelona se apresentou taticamente no jogo. O 3x4x3, com a linha média organizada num losango, com Busquets a proteger as costas do talento de Gavi, De Jong e Nico, enquanto pelas bandas Demir e Alba procuravam desequilíbrios em cima de Grimaldo e Gilberto, respetivamente.
Curiosamente, as mais prometedoras jogadas catalãs tiveram o seu início em roubos e saídas rápidas. Os posicionamentos ousados de Xavi precisam ainda de rotina para que a circulação e as decisões sejam mais velozes, e o Benfica controlou durante a primeira parte o jogo na sua organização defensiva. No meio campo ofensivo pressionado, no meio campo defensivo controlando, recolhendo-se no 5x4x1, que deixou Yaremchuk na frente para ser referência no primeiro passe da Transição.

3x4x3 que se transforma em 3x2x5 em Ataque Posicional com a projecção dos laterais

Embora mantendo identidade nos posicionamentos ofensivos, o Benfica só existiu com bola de bola parada, ao longo da primeira parte. Mas, poderia ter sido suficiente para chegar ao intervalo a ganhar. Yaremchuk perdeu um golo cantado, e no seguimento desse mesmo canto, Otamendi abriria o marcador num lance que viria a ser anulado, mas que continua a ser de muito difícil análise.
O segundo período iniciou-se com o jogo mais partido. O Benfica soltou-se, teve mais bola no primeiro terço da segunda parte do que os 40% com que terminou a primeira parte, e passando mais tempo em posicionamentos abertos porque ofensivos em posse, tal possibilitou que o Barcelona quando roubou a posse tivesse espaço para acelerar até à baliza de Odysseas. Em muitas de tais saídas com espaço, Otamendi (INACREDITÁVEL) foi resolvendo sucessivamente com a intercepção de bolas que procuravam explorar as costas da linha defensiva encarnada, mas a verdade é que até à entrada de Dembelé, nunca o Benfica se sentiu asfixiado.
O talento do francês veio expor a equipa de Jesus a mais dificuldades, mas a entrada de Lázaro, saindo o amarelado Grimaldo, bem como a tremenda entreajuda que chegava do sector médio e da aproximação de Vertonghen ao corredor, voltou a fechar os espaços de entrada.
E se o Barcelona poderia ter marcado, é no cair do pano que Seferovic em 1×0, depois de Darwin transformar o 2×1 num lance clamoroso, ludibriou o guarda redes e já sem ninguém na baliza atirou ao lado.
Um empate que pode catapultar o Benfica para os Oitavos, que garante a Liga Europa e que… soube a pouco! Em noite de excelência tática."

BnR: Camp Nou...

Benfica Podcast #425 - Still Alive

Falar Benfica #38

Benfica After 90 - Live: Barça...

Até agora...

O que o caso Peng Shuai nos diz


"A China quer parar o alarido em torno do caso da tenista Peng Shuai. O Comité Olímpico Internacional, a três meses da organização dos Jogos de Inverno, em Pequim, através de um comunicado ligeiro, deu uma ajuda ao desejo de Pequim de fechar o assunto. Mas nada garante que ela esteja livre.

Peng Shuai, 35 anos, campeã de ténis em pares com triunfos em Wimbledon (2013) e em Roland Garros (2014) foi considerada “princesa do desporto” na China.
Há três semanas, Peng Shuai acusou no Weibo (uma espécie de Twitter da China) um dos poderosos do regime chinês de a ter assediado sexualmente e de ter pretendido tomá-la como amante. O acusado, Zhang Gaoli, foi vice-primeiro-ministro no primeiro governo do todo-poderoso Xi Jinping e é um dos sete homens no topo do aparelho do PC chinês.
Esses sete poderosos, todos homens, parecem intocáveis e posicionam-se acima das lutas entre os clãs que disputam influência no sistema político chinês.
Imagina-se como seja impensável para essa gente que apareça uma “princesa desportiva” a pôr um deles em causa.
Peng Shuai logo após ter escrito a acusação a Zhang Gaoli ficou submetida à receita habitual da secção repressiva do aparelho de poder na China: levou sumiço, o rasto dela e das acusações na internet foi apagado e o nome dela desapareceu na lista de campeões desportivos na China.
Aconteceu-lhe o que costuma suceder a quem transgride os tabus políticos na China: desapareceu temporariamente de cena, tal como tinha acontecido com Jack Ma, fundador da Alibaba, ou com a estrela de cinema Fan Bing Bing.
O que surpreende com Peng Shuai é o aparelho de poder em Pequim não ter antecipado a vaga internacional de protestos. Ou talvez o movimento de solidariedade alinhado com o movimento #metoo tenha crescido demasiado depressa.
O facto é que se tornou insustentável para o poder político de Pequim manter Peng Shuai desaparecida.
É assim que neste fim de semana foi organizado o reaparecimento dela. Primeiro em fotos e vídeos nos media do Estado da China. Depois, através de uma chamada que se prolongou por 30 minutos, em videoconferência, com o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. Logo a seguir, o COI afiançou ter ouvido dela que está “sã e salva”. Em casa, em Pequim.
The New York Times acrescenta que Peng Shuai, na videochamada, estava acompanhada por “um amigo”, supostamente para a ajudar a expressar-se em inglês. Mas ela usou inglês fluente nas conferências de imprensa em volta dos jogos do circuito internacional de torneios de ténis ao longo da última década.
São conhecidos casos de encenação pela China da apresentação de confissões por parte intelectuais dissidentes que depois se soube serem forçadas.
O presidente do Comité Olímpico Internacional garante, “com alívio”, que Peng Shuai aceitou o convite para jantar com ele, quando se deslocar a Pequim no começo do próximo ano, para os Jogos Olímpicos de Inverno.
Mas há dirigentes do Human Rights Watch, como o chinês Yakiu Wang, que acusam o COI de “colaboração com os sequestradores ao serviço do aparelho de poder político da China”.
O artista Ai Weiwei, agora a residir em Portugal, vê ativada a “despudorada” máquina de propaganda de Pequim.
Por agora, o que se viu de Peng Shuai apenas prova que ela está viva. Nada mais. Nada nos garante que ela esteja a comunicar sem estar submetida a pressão e censura.
O post de acusação de Peng a Zhang Gaoli foi censurado de modo fulminante: desapareceu 34 minutos depois da publicação em 2 de novembro. A censura chinesa também tratou de tornar inacessível na China qualquer procura sobre o nome Zhang Gaoli. Até a expressão “ténis” chegou a estar bloqueada.
Fica impossível, enquanto Peng Shuai não tiver liberdade para voltar a viajar pelo mundo, termos a garantia de que ela está em liberdade e não é refém do aparelho de poder na China.
Por mais que Pequim tente apagar a má imagem que este caso reforça, por maior que seja o esforço de quem está interessado em evitar turbulências sobre o espetáculo multimilionário dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, o mal está feito. Pelo menos até prova em contrário.
Com os sistemas totalitários é assim."

O salsifré com Peng Shuai


"Hu Xijin é chinês, nasceu em 1960, deu-lhe para se versar e formar em literatura russa e esteve na Bósnia, a palavrear de lá a sua visão sobre a Guerra dos Balcãs. Hu é jornalista e tem direito a página de Wikipédia, da qual se espreme o resumo sintetizado de uma das não muitas pessoas autorizadas a terem um perfil de Twitter na China, onde a rede social está bloqueada à população em geral. Mas, na sua página e em baixo do nome, escrito em alfabeto latino e caracteres chineses, está o símbolo de um púlpito.
O "China-stade affiliated media", escrito mesmo ao lado, é obra da empresa do passarinho azul que assim etiqueta certas contas ou pessoas quando as considera "meios em que o Estado exerce controle sobre o conteúdo editorial por meio de recursos financeiros, pressões diretas ou indiretas e/ou controle sobre produção e distribuição". Este domingo, Hu Xijin, cuja foto de perfil o mostra sentado à beira de uma estrada, ainda jovem, com tigelada capilar e a escrevinhar num bloco de notas (diz ele) em Sarajevo, dedilhou a última de uma série de nesse formato de papel digital:
"Desde que o que a Peng Shuai diga não tenha correspondência na expetativa dos media ocidentais, eles não vão acreditar. Só acreditam na história sobre a China que imaginarem. Estou surpreendido que não tenham dito que a senhora que apareceu nestes dois dias seja uma falsa Peng Shuai, uma dupla 😃"
Sendo editor do Global Times, tabloide chinês ligado ao Partido Comunista Chinês, a etiqueta surge no perfil de quem, por essa internet fora, é comum ser descrito como um megafone ressonante do governo do país. Escrevendo em inglês, o pedaço opinativo de Hu Xijin incidia sobre a foto e o comunicado partilhados pelo Comité Olímpico Internacional (COI) no mesmo dia: numa sala luminosa e com uma planta jovialmente verde ao fundo, o seu presidente Thomas Bach aparecia de perfil, a olhar para o ecrã de uma televisão onde está uma mulher ao centro da imagem, sorridente, diante de uma fileira de peluches virados para a câmara e uma moldura do que aparenta ser uma fotografia dela própria.
Era Peng Shuai, supostamente em casa, alegadamente "segura e bem" e vagamente pedinte de que "a sua privacidade seja respeitada durante este tempo".
Ao vigésimo dia contado desde a sua denúncia de ter sido assediada sexualmente, em 2018, por Zhang Gaoli, antigo vice-primeiro-ministro da China, a tenista, de 35 anos, foi revista em público, mesmo que à distância. Sobretudo e simplificando, alguém do lado de cá da simplória divisão entre ocidente e oriente pôs a vista em cima da jogadora cujo silêncio, desde 2 de novembro, e silenciamento na Weibo — rede social chinesa onde publicara a denúncia, prontamente apagada pela empresa — levou os EUA, o Reino Unido, a França, as Nações Unidas e a WTA, entidade que manda no ténis feminino, a exigirem respostas ao governo de Pequim.
Não só o desporto e a política se misturam, como existem braços de ferro com diplomacia férrea a ser bombeada nas veias. As potências do ocidente foram-se pronunciando em dominó sobre o tema, encadeando-se à semelhança das respostas da China, ou vindas da China, sobre o paradeiro de Peng Shuai.
Na sexta-feira e sempre pelo Twitter, a CGTN Europe, outro meio com direito àquele símbolo de púlpito, partilhara um suposto e-mail enviado pela tenista à WTA, logo tido como dúbio na veracidade; ao longo de sábado e domingo, Hu Xijin e Quing Chen, outra jornalista chinesa, publicaram vídeos de Peng Shuai a jantar com amigos, a assinar bolas de ténis gigantes a crianças e a pousar numa suposta cerimónia de abertura de um torneio juvenil em Pequim. Todos foram encarados como barrentos e descredibilizados por não mostrarem datas, nem serem verificáveis.
A foto e os três parágrafos escritos pelo Comité Olímpico Internacional foram a primeira prova de contacto oficial entre a tenista e algum dirigente desportivo não chinês. A videochamada durou meia-hora, Peng Shuai terá dito que tem estado na sua casa, em Pequim e jogo feito, nada mais. O comunicado nunca a cita, não explica o que foi conversado e jamais refere, sequer ao de leve, talvez a única coisa que é factualmente inegável no salsifré cada vez mais ruidoso que é este caso — as alegações de assédio sexual publicadas no perfil da jogadora na Weibo contra um antigo governante da China.
Escolher o silêncio ou o não pronunciamento é uma forma de tomar posição e o COI, que teve Peng Shuai como atleta olímpica em 2008, 2012 e 2016, optou por nem mencionar ao de leve a génese do que o levou a falar com a tenista. Quem acordasse de uma sesta de cinco anos e lesse o comunicado, pensaria que ao presidente da entidade simplesmente apeteceu, naquele dia, conversar com uma tenista chinesa. E a explicação estará nas amarras não palpáveis, nem visíveis, mas que têm a força do comprometimento: em fevereiro, Pequim recebe os Jogos Olímpicos de Inverno onde há contratos, publicidade e acordos de milhões já firmados.
O dinheiro fala onde não há palavras e a "diplomacia silenciosa" que, na sexta-feira, o COI garantira estar a fazer é o que o presidente da WTA, por contraste, está disposto a perder.
Steve Simon manda numa organização representativa de uma só modalidade, de muito menos atletas e de ainda menor número de países, só que já disse e repetiu poder retirar o circuito mundial de ténis feminino da China, incluindo o lucrativo World Tour Finals, evento de final de ano previsto para Shenzen, até 2028, com um prize money superior ao do torneio masculino. Feito o anúncio da videochamada, a WTA voltou a lamentar ainda não ter conseguido falar com Peng Shuai: "Isto não muda o nosso pedido por uma investigação total, justa e transparente, sem censura, à alegação de assédio sexual, assunto que motivo a nossa preocupação inicial".
Mas a WTA não tem, nem colocou um dos maiores eventos desportivos do mundo, nas mãos organizativas da China, país onde caem acusações de supressão de protestos contra o regime (Hong Kong), de genocídio de minorias (os muçulmanos uigures) e de silenciamento de críticos do regime. Omitindo o que levou à necessidade da sua manobra de apaziguamento, nem mencionando o problema tão gritado de tantos sítios, o Comité Olímpico Internacional fez figura de refém com as mãos atadas nas costas. Porque já as tinha, e assim fica difícil bailar."

Vermelhão: Zero amargo !!!

Barcelona 0 - 0 Benfica


Jogo marcado, pelo inacreditável falhanço do Seferovic, já nos descontos...! Muito sinceramente é difícil compreender como é que a bola não entrou! Um golo que praticamente nos daria a qualificação 'quase' imediata para a próxima fase...!!! Assim garantimos somente a Liga Europa, mas... Num jogo, onde tivemos pouca bola, onde o empate durante muito tempo até parecia ser bastante positivo, com o desperdício final, acabou por saber a pouco!

Nos 90 minutos anteriores, acabámos por fazer uma difícil gestão do resultado: a vitória era excelente, mas o empate não era mau...! Esta dupla possibilidade normalmente 'complica' a estratégia, e quantas vezes já nos lixámos com golos sofridos nos últimos minutos, em 'gestões' parecidas?!

As oportunidades foram poucas, dos dois lados, o Benfica esteve quase sempre confortável sem bola, o jogo parecia estar sempre controlado... a entrada do Dembelé, desequilibrou, mas as nossas substituições acabaram por 'compensar'... E se as primeiras quatro substituições foram para 'defender' o empate, a entrada do Seferovic era para 'tentar' a vitória... E só não resultou, porque a bola não entrou...!!!

O Otamendi, acabou por ser o nosso MVP, vários cortes fundamentais... um golo anulado, numa daquelas jogadas, onde ao contrário, seria golo...! O outro jogador que deu nas vistas, para mim, foi o Gilberto, essencialmente pela capacidade de luta... A forma como o jogo decorreu, fez com que os nossos defesas fossem os elementos em destaque...

A opção pelo Almeida no lugar do Verísismo, até se compreende, pois se tivesse entrado o Morato, o Otamendi passaria para a direita, e o Vertonghen para o meio! Assim, mexíamos em 3 posições... assim, só mexemos em uma! Contra equipas mais 'físicas' o Morato provavelmente será opção...

O Odysseas, teve algum trabalho, o Nico foi o MVP, mas o Barça acabou por ter três grandes oportunidades (Alba... bola na barra... e cabeceamento...); nós tivemos duas (Roman e o Haris...), sem contar com os golos anulados. Alguns vão dizer que jogámos para o empate, mas nem sempre quando se joga para ganhar, se joga com 11 'avançados'...

Agora, com resultados 'normais' na última jornada, estaremos na próxima fase da Champions! Muito sinceramente, mesmo com alguma rotação, não acredito numa derrota do Bayern em casa (só se o Covid 'complicar' o balneário bávaro)! Na Luz, não teremos um jogo fácil, o Dínamo vem sem qualquer responsabilidade, com um treinador matreiro, como se viu em Kiev... e este Benfica, tem sentido muitas dificuldades contra equipas que jogam com 'bloco baixo', e muito provavelmente é isso que vai acontecer... A nosso favor, o facto deste ser o último jogo da temporada do Dínamo, que depois irá entrar nas 'férias' de Inverno... e só voltará a jogar (creio) em Março!