Últimas indefectivações

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Fever Pitch - Domingo Desportivo - Esta Depressão Que Me Anima

Champions em suspenso


"O Benfica partia para novo teste europeu com o incómodo pecúlio de zero pontos somados na corrente UEFA Champions League.
A estreia, já lá atrás, correra inesperadamente mal. Aquilo que então era uma excelente oportunidade para contabilizar pontos frente ao Qarabag, acabou por ser uma desilusão, em contexto envolvente já complicado, aumentando a urgência pontual dos jogos seguintes. Esta nova visita a Inglaterra, depois da derrota em Stamford Bridge, visava alterar essa tendência inicial. O histórico do Benfica nas visitas a Inglaterra estava longe de ser animador, mas há sempre uma nova história que se quer escrever e esta carregava essa renovada esperança. Fazer pontos para animar a campanha e entrar na luta era o objetivo.
Do outro lado, o Newcastle, embora no momento modestamente classificado na Premier League, é atualmente dos mais poderosos clubes ingleses, beneficiando de mais um investimento saudita. Neste último defeso, para nos situarmos economicamente, o clube chegou perto dos 300 milhões (!) para a vinda de novos atletas.
Quanto ao jogo, depois da exibição contra o Chelsea, embora perdendo, era provável que a equipa escolhida por Mourinho não fosse muito diferente. Mourinho, que tinha referido na antevisão a velocidade dos alas contrários, respondeu com a inclusão de Tomás Araújo, talvez o jogador mais rápido do plantel e também mais experiente que Dahl, para assumir um papel presumivelmente mais posicional na esquerda da defesa.
O jogo foi dividido inicialmente, com o Benfica mais pressionante e agressivo posicionalmente do que em Londres. O golo do Newcastle, resultado do espaço que Bruno Guimarães conseguiu e da sua qualidade de passe, fez oscilar momentaneamente o Benfica. A equipa reagiu e viria a criar perigo, muito pela velocidade e capacidade de Lukebakio, que se superiorizava ao seu adversário direto.
O intervalo trouxe um Benfica, sem nada a perder e a querer, mas sem conseguir o pretendido domínio. O Newcastle foi na maioria do tempo superior. O segundo golo, muito consentido pela lenta e displicente transição defensiva, veio reforçar o cenário de impotência a que se assistia. Os reforços ingleses que chegaram do banco, pela sua qualidade, ainda mais complicariam, confirmando um resultado mais marcado.
Para além dos pretendidos pontos novamente adiados, a má notícia é também a lesão muscular de Dedic, por ausência de opção natural. Quanto à equipa agora o caminho é recuperar fisicamente, mas com a certeza que a componente mental será a mais fragilizada. Quanto ao principal objetivo da época, prossegue daqui a poucos dias e é nesse que se deve pensar.

A real atualidade
É sabido que realismo não combina com clubismo, mas nos dias de hoje, é entendido como mais realista que o objetivo principal do Benfica seja a conquista do título de campeão nacional ou, como é o caso, a sua recuperação. Ano após ano, joga-se muito o orgulho europeu do Benfica, mas num cenário atual que é bem diferente e complicado. A realidade do futebol de hoje distancia, como sabemos, o futebol português das Ligas mais poderosas e, por isso, também das saudosas conquistas europeias. No entanto, realismo à parte, a esperança e o sonho de regressar a uma final devem subsistir, a história do clube a isso obriga.

Taça mágica
Se o Chaves e o Paços de Ferreira, embora defrontando candidatos a vencer o troféu, mostraram poder voltar ao nosso melhor campeonato, outros houve que se consagraram batendo adversários da nossa principal Liga. Alpendorada, Sintrense, Fafe e Ac. Viseu, principalmente estes, subiram ao sempre desejado quadro de honra desta eliminatória da Taça de Portugal, afastando clubes da primeira Liga. Ano após ano, confirmamos como especiais e surpreendentes podem ser os confrontos entre diferentes escalões. A história de cada edição da prova rainha, reforça a motivação dos mais fracos e fá-los sonhar alto, ano após ano.

Clayton
O Rio Ave tem aquele exemplo de ponta de lança que as equipas normalmente procuram ter. Um avançado ainda jovem, incómodo e difícil de marcar, robusto, com capacidade técnica e aptidão goleadora. Clayton é um valor de indiscutível qualidade e eficácia, mas vítima de si mesmo, pelo seu descontrolo disciplinar frequente.
Hoje, as aquisições são cuidadosamente medidas, considerando a capacidade futebolística, claro, mas cada vez mais a regularidade e a disciplina dos jogadores. O futebol é um desporto fisicamente exigente e o cansaço associado reduz o necessário discernimento. O comportamento do atleta tem de dar garantias, resistindo ao stress que a competição sempre provoca. Ser expulso no final de um jogo já resolvido com o Tondela, é criticável e determina uma suspensão. Teria o Rio Ave sido eliminado em Sintra, nesta última eliminatória da Taça, com Clayton em campo? Nunca o saberemos, mas provavelmente não.

Honra e glória
Temos à porta as eleições do maior clube português. Ideias, opiniões e críticas cruzadas foram emitidas. Tem sido uma disputa acesa, mas que já cansa e da qual se deseja o fim. Mourinho lembrou que representar o Benfica, quer jogando ou treinando, já é um grande peso e responsabilidade, mas a verdade é que o mar se agita e as eleições percebem-se. A equipa está acima de tudo e deve ser protegida, porque os duelos importantes sucedem-se.
Glória aos vencedores e honra aos vencidos, é o que a história diz dos bons adversários no final dos desafios. É tempo de encostar as diferenças e reunir esforços porque há mais um campeonato para ganhar."

Benfica-Newcastle: tempo de antena desperdiçado


"Não há melhor propaganda do que as vitórias, mas o Benfica voltou a desiludir em Newcastle e Mourinho até já tem mais derrotas do que Lage, para apreensão de Rui Costa em semana eleitoral

A visita a Newcastle representava uma oportunidade de afirmação para este Benfica. O cruzamento desejado entre a importância do desafio e o valor do adversário. Nunca seria sinal definitivo do que quer que fosse, mas poderia funcionar como rampa de lançamento para um novo ciclo, de resultados mais convincentes e exibições muito melhores.
Mas esta visita a Newcastle revelou-se uma oportunidade de afirmação completamente falhada. E não apenas pelo resultado — uma terceira derrota a complicar a ambição europeia —, mas sobretudo por mais uma exibição paupérrima, a justificar dúvidas quanto à capacidade que a equipa terá até a nível interno.
A aposta em Tomás Araújo para pseudo-lateral-esquerdo, ainda que estrategicamente aceitável, remete para um Benfica que continua a priorizar o encaixe no adversário, sem apresentar qualquer evolução no sentido de cimentar uma identidade própria.
Bruno Lage saiu há mais de um mês, mas a equipa continua incapaz de assumir os jogos, de mostrar uma faceta autoritária. É uma equipa amarrada a um instinto de sobrevivência que aplica jogo a jogo, num registo excessivamente resultadista.
Em Inglaterra só Lukebakio foi capaz de combater a sensação de inferioridade, perante um adversário que não deveria ser assim tão melhor. Ríos continua muito distante das expectativas, mas quem quiser individualizar problemas que são coletivos estará sempre a fugir à questão, até porque a ideia de um plantel espremido deve ser encarada como consequência e não como causa. Mesmo com carências evidentes, o lote de jogadores do Benfica tem qualidade para mais do que mostrou com Lage e para mais do que tem apresentado com Mourinho.
Se o ritmo melhorou, foi só isso. As águias não estão a voar mais alto do que estavam há um mês, e a prova disso é que o atual técnico já tem mais derrotas (duas em sete jogos) do que o antecessor (uma em dez encontros).
Mas se a agenda de José Mourinho está preenchida até junho de 2026, pelo menos, para Rui Costa o tempo corre inevitavelmente bem mais depressa.
Da próxima vez que o Benfica entrar em campo — sábado, às 20h30, frente ao Arouca —, muitos sócios já terão escolhido o seu presidente, pelo menos no que a uma primeira volta diz respeito, e Rui Costa sabe que não há melhor tempo de antena do que a bola a entrar, nem melhor propaganda do que as vitórias."

Falar Benfica: Conversas Gloriosas #28

Simples: Newcastle...

DAZN: Champions - Golos - R3 - 2.ª noite...

Terceiro Anel: Bola ao Centro #157 - Então e agora Zé?

O Benfica Somos Nós - S05E19 - Newcastle...

BF: Lukebakio e Dedic: Desafio para Mourinho...

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Os estilhaços de nova derrota do Benfica

Observador: E o Campeão é... - "O Benfica foi medíocre e ao nível da 2ª divisão da Europa"

Observador: Três Toques - O menino prodígio que trocou os campos pela proteção civil

Prata da Casa #21 - Idas ao cinema, Convocatórias de Seleção, Estádios Clássicos

Desaire em Newcastle


"O tema em destaque nesta edição da BNews é a derrota do Benfica em Newcastle por 3-0.

1. União
O Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, apela à união em torno da equipa: "Que todos estejam unidos à volta da equipa no próximo jogo. Peço esse apoio à equipa, independentemente das eleições, porque esta equipa tem valor para poder chegar aos objetivos que pretende."

2. Reagir
José Mourinho considera: "Temos de limpar a cara nos próximos jogos porque, no fundo, não interessa que fizemos uma boa 1.ª parte, não interessa que o Newcastle tenha um poderio, um ritmo, uma velocidade maior do que a nossa, nada disso interessa, aquilo que interessa fundamentalmente é que perdemos 3-0, e, ao perder 3-0, temos de limpar a cara."

3. Pensar nos próximos desafios
Otamendi sublinha: "É difícil digerir o resultado, mas, com a experiência que tem o nosso técnico [José] Mourinho, o mais importante é levantar a cabeça e acreditar já no próximo jogo."
António Silva considera: "O resultado é um pouco injusto em face daquilo que fizemos, principalmente na 1.ª parte."
Pavlidis refere: "Na 1.ª parte tivemos boas oportunidades para marcar, mas não conseguimos. Na 2.ª metade, quebrámos após o segundo golo deles e foi uma noite difícil para nós."

4. Triunfo robusto na Youth League
O Benfica ganhou por 1-5 na visita ao Newcastle.

5. Embates europeus
Em andebol, o Benfica venceu, por 38-25, ante o FTC-Green Collect a contar para a fase de grupos da EHF European League. Em basquetebol, derrota sofrida em França no reduto do Le Mans Sarthe Basket (89-69).

6. Agenda desportiva
Hoje, a equipa feminina de hóquei em patins do Benfica defronta a APAC Tojal (21h30). Amanhã é a vez de as equipas femininas de basquetebol e de voleibol terem compromissos europeus, respetivamente, em Odivelas com o SBS Ostrava (18h00) e na Luz, às 19h30, com o CD Heidelberg Las Palmas.
Além da partida da equipa feminina de basquetebol referida, também o desafio com o CAB Madeira (domingo, 11h30) será em casa emprestada devido à realização das eleições do Clube.

7. Seleções jovens
Nove dos 24 pré-convocados por Portugal para o Mundial Sub-17 são atletas do Benfica. A seleção da Irlanda também conta com um elemento do Benfica para a mesma prova. E na mais recente chamada da Seleção Nacional Sub-16 constam 5 águias.

8. Chamada internacional
Thaís Lima, guarda-redes de futebol do Benfica, está convocada pela seleção brasileira."

O Special Challenge


"Faltam 3 dias para a grande festa da democracia benfiquista. Se o meu desejo se concretizar, o 26 de outubro (ou o 9 de novembro) será um dia de mudança nos destinos do clube do qual preciso para viver, de uma das paixões da minha vida: o Glorioso Sport Lisboa e Benfica. Por esta altura já a grande maioria dos sócios votantes terá tomado a decisão sobre o seu voto e aqueles que não o tenham feito têm ao seu dispor os programas e os panfletos dos diversos candidatos para consultar, bem como um debate que promete mais incendiar do que esclarecer o ambiente pré-eleitoral.
Contudo, enquanto lambo as feridas da derrota na Champions, assaltam-me pensamentos sobre os vários desafios que quem liderar a mudança necessária no nosso Benfica vai enfrentar assim que seja empossado enquanto 35.º Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Creio que um dos desafios mais complexos vai ser o relativo à liderança técnica da equipa de futebol. Até agora todos os candidatos têm assumido que José Mourinho é o seu treinador. Considero que alguns o têm feito porque a imagem mediática do Special One é suficientemente forte para que qualquer afirmação em sentido contrário colocasse esse candidato com um problema quase intransponível na transmissão da sua mensagem e do seu programa para o clube, além de que nenhum candidato tem querido ser acusado de perturbar o rendimento da equipa.
Neste momento, já é claro para todos que assistimos a mais uma época preparada com muito glamour dos jatos privados, das contratações caras e sonantes mas em que faltou, claramente, foco, planeamento e a consciência de que, com o Mundial de clubes, as alterações (na estrutura, no banco e na equipa) tinham de ser antecipadas para antes do Mundial ou imediatamente após o mesmo. A estrutura elogiada desmoronou-se antes da época começar, o treinador que a elogiou e pediu apoio para a mesma foi despedido sem qualquer veleidade a seguir ao primeiro deslize (e que deslize…) e a equipa, passado com distinção o terrível mês de agosto, desfez-se rapidamente (ainda que seja melhor do que tem parecido mas longe das loas que porventura tecemos em agosto).
Entretanto, numa manobra com sensação a dejá vu de 2024/2025, Rui Costa, um fantasista com boa tomada de decisão com os pés e terrível timing de fato e gravata, decidiu levar a cabo o que queria ter feito na altura do despedimento de Schmidt e trouxe Mourinho como a superestrutura que iria disfarçar as imperfeições de 4 anos de um mandato repleto de decisões erradas e erráticas.
Esta terá sido a última decisão errada e errática tomada por Rui Costa ao leme da maior instituição desportiva nacional e de um gigante mundial adormecido, mas é o retrato fiel da desorientação que é a marca d’água do seu mandato. Contratar um treinador que, no final de outubro de 2025, depois de quase dois meses convívio com o plantel, assume que não confia em mais de 13/14 jogadores (2 deles a recuperar de longas lesões) é o pináculo das decisões pouco criteriosas, levianas e lesivas do interesse superior do Benfica que esta Direção tomou. Ouvir Mourinho dizer, na conferência de imprensa pós-jogo com o Newcastle, que as declarações enquanto treinador do Fenerbahce foram um dos seus típicos (e cada vez menos influentes) mind games não traz grande novidade, mas ouvi-lo dizer e cito “Depois, não fiz mais nenhuma modificação porque, pensando, pensando e pensando, não consegui convencer-me a mim próprio que alguma modificação pudesse melhorar a equipa” é ultrajante e permite perspetivar o que podemos esperar até à reabertura do mercado em janeiro. Em estilo soft, Mourinho rasgou o plantel, disse que os jogadores que estão no banco são figurantes e coloca um ónus muito grande sobre o 35.º Presidente do Benfica – depois de mais de 100 M€ despendidos em transferências está época, serão precisos mais 70 M€ em janeiro para ir buscar os cavalos de corrida que o Special One quer.
Dado que não acredito que qualquer que seja a lista vencedora das eleições, existam condições para, sem fazer perigar seriamente o futuro clube, investir (desenfreadamente) na equipa de futebol, algo que creio que só deve ser feito, com critério, em junho de 2026, tendo em conta os projetos desportivos apresentados pelos atuais candidatos, o 35.º Presidente terá de resolver rapidamente o special challenge – ou vive com a pressão constante do treinador, de forma direta ou velada, para trazer novos jogadores (enquanto não se preocupa, minimamente, em adaptar o estilo de jogo às características dos jogadores disponíveis e apostar em quem tem) ou toma a decisão de engordar a choruda conta de indemnizações de Mourinho e encontrar um treinador que melhor se adapte ao tipo de jogadores que formam, neste momento, o plantel. Eu apostaria claramente na 2ª opção, até porque não creio que José Mourinho esteja minimamente interessado em investir tempo em ajustar as suas ideias, o seu modelo, ao estilo de jogadores que o Benfica tem e que deveriam levar a que fosse privilegiado um modelo de posse de bola e maior capacidade associativa dos jogadores em lugar de um modelo baseado na pressão com expectativa de lançar transições em espaço aberto (onde apenas temos Lukebakio…).
Termino com um convite a todos os benfiquistas – sócios, adeptos, simpatizantes – todos aqueles que, como eu, precisam do Benfica para viver, que precisam desta paixão que nos emociona, que nos faz vibrar e desesperar, que precisam de ver nas 11 papoilas saltitantes os representantes de um amor maior entre os maiores – meus camaradas, após as eleições e concretizando-se “o dia inicial, inteiro e limpo” que muitos de nós anseiam, temos de pensar que estaremos perante um ano zero, em que mais importante do que ganhar pontualmente, é assegurar a reconstrução das bases necessárias para que o clube possa ganhar de forma mais consistente e sustentada. Também nos cabe dar condições para que esse ano zero possa ser um período curto de renovação profunda do nosso clube e em que todos, todos, todos temos um importante papel a desempenhar. Porque e pluribus unum! Viva o maior, viva o melhor, viva o Sport Lisboa e Benfica!"

Queremos evoluir ou regredir?


"Quem tem tentado de tudo para encontrar defeitos ou razões — muitas vezes estúpidas — para não votar nas alternativas à mudança demonstra não ter noção do que realmente quer para o Benfica, nem um pingo de consciência sobre a história do clube.
Acham que o Benfica se tornou grande por ter presidentes perfeitos? Acham que Joaquim Ferreira Bogalho, Maurício Vieira de Brito e Duarte Borges Coutinho eram perfeitos? Que tudo o que tocavam se transformava em ouro e que, nos dias de hoje, seriam unânimes? Claro que não. Mas foram grandes presidentes. E explico porquê.
Na vida, ninguém fica parado: ou evoluímos, ou regredimos. É tão simples quanto isso. Uma pessoa que evolui constantemente, mesmo que a um ritmo lento, será sempre uma pessoa bem-sucedida — tal como uma empresa, ou um clube.
Eu olho para o Benfica e não vejo evolução há vários anos. Apenas vejo regressão. E quando olho para alternativas como João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas, vejo nelas a capacidade de fazer o clube voltar a crescer. Não considero nenhum candidato perfeito — longe disso. Ambos têm defeitos e aspetos de que não gosto. Mas, no panorama geral, vejo que ambos têm condições para travar a regressão do Benfica e iniciar um novo ciclo de evolução.
Não consigo ver isso em Rui Costa — os últimos quatro anos são uma amostra clara disso — e muito menos em Luís Filipe Vieira, neste momento.
Eu quero sempre que o meu clube evolua, independentemente de achar que quem o lidera tem defeitos. Se vejo que o clube não evolui, então é sinal de que deve haver mudança — e de que se deve dar oportunidade a quem possa devolver-lhe o caminho da evolução.
Se estivermos sempre à espera que apareça alguém absolutamente perfeito, que promova exatamente tudo o que defendemos e diga tudo o que pensamos, então estaremos condenados a votar eternamente em quem já lá está. Porque não há candidatos perfeitos, nem completamente à nossa medida.
Por isso, antes de mais, perguntem-se:
- O meu clube está a regredir ou a evoluir?
- Esta pessoa, apesar de todas as coisas com as quais não concordo, vai colocar o clube a evoluir ou a regredir?
Se for feita uma mudança no dia 25 de outubro e, daqui a quatro anos, o clube estiver a regredir, muda-se novamente. Não há qualquer problema nisso. O verdadeiro problema surge quando achamos que estamos a regredir, mas ficamos à espera que o mundo nos traga a oportunidade 'perfeita' para mudarmos."

Eleições no Benfica, D. Sebastiões e os Opostos


"Nas eleições de próximo Sábado, 25 de Outubro — e é aqui que quero chegar —, quaisquer mãos que peguem no Benfica serão sempre as mãos erradas. Claro que há mãos mais erradas que outras. O ponto é perceber qual dos candidatos está mais bem posicionado para substituir as que nos andam a estrangular há tanto tempo. Até para resolver já a questão e não termos mais quinze dias de sofrimento

Ainda ontem, no quiosque aqui da Avenida, o Sr. Henrique e um freguês trocavam impressões. O tema era o único tema possível: o Benfica. Sempre o Benfica.
— “Sábado votamos em quem?”
— “Essa agora! Vou votar no meu amigo.”
— “Amigo?, qual amigo?”
— “O Rui Costa.”
Foi aí que comecei o sermão. Expliquei-lhe que a direcção do Rui Costa era a mesma do Vieira, com os mesmos métodos, as mesmas penumbras. “O Sílvio Cervan? O Fernando Tavares? Esses já lá não estão!”, protestou o velho, cioso dos seus 50 votos. “Ah, estão pois”, respondi-lhe, tentando convertê-los nalguma sorte de moeda corrente de sensatez.
— “Pois, mas aquele Noronha... aquilo é tudo um culto.”
Abri então o frasco e despejei-lhe uma das minhas âmpolas doutrinais, daquelas que guardo para as grandes ocasiões. Ele resistiu, como todos os que amam o seu sossego resistem à verdade. Mas lá murmurou:
— “Ou Rui Costa... ou Noronha.”, “pronto, está a fazer efeito”, pensei.
A conversa continuou animada; despedi-me com um “Vota F”, e “Viva o Benfica”. Lá foi o velho, arrastando os seus 50 votos. E eu fiquei a ver o Benfica a ir-se embora, digno e enganado. No fundo, tinha alguma razão: quem vota no mal que conhece, protege-se do que não conhece, que pode sempre ser pior. É uma espécie de fé obtusa. Não é irrazoável. Mas é um erro.
Explico. Entre as críticas que se ouvem e lêem a João Noronha Lopes, esta de o acusarem de ser um D. Sebastião de pacotilha, um visionário fora-do-prazo ou um tartufo que promete o regresso de um Benfica puro e impossível, é a que melhor revela o demónio alojado na alma benfiquista dos nossos dias. Um demónio gordo, satisfeito, que já não acredita em nada, mas também não permite que ninguém acredite.
Num clube destes chamar a alguém D. Sebastião é blasfemo. Porque sabemos os resultados dos que, entre nós, se apresentaram com maneirismos providencialistas. Foi preciso um Vilarinho para acabar com Vale e Azevedo. E Vieira, sem estar, ainda lá está, espalhado pelos corredores, como um charuto por apagar.
No Benfica o Presidente nunca foi salvador de nada. É, apenas e tão-só, o primeiro dos funcionários. Aquele a quem compete manter a chama acesa. Mais nada. Sebastiões são os Eusébios, os Chalanas. Cada um deles ardeu por nós. O resto, se é digno, serve; se não é, manda-se embora.
Por isso, quando a propósito de Noronha Lopes se fala em “Noronhismo”, num culto, o que querem dizer é que têm medo. Medo de um homem que não precisa do poder. Que é o antídoto do homem providencial. O anti-Vieira, o anti-Príncipe, o anti-Maestro.
Há um episódio do Seinfeld em que George Costanza, um fracassado profissional, decide fazer o oposto do que faria normalmente e, de repente, tudo começa a correr-lhe bem. É isso. Noronha é o contrário dos que lá estão. Contra a opacidade, a franqueza, contra o espalhafato, a contenção, contra as biografias mirabolantes, o percurso previsível de um homem de fato cinzento (e que só à custa de muita martelada insidiosa é possível invocar algum vestígio de candonga). Talvez, se também aqui se escolhesse o oposto, as coisas melhorassem.
É preciso que se entenda isto. E que fique claro: não se trata das virtudes de Noronha Lopes (que as tem e até já falei delas), mas dos vícios de quem, há mais de vinte anos, se ocupa dos destinos do Benfica (também já falei disso, prometo que não vos canso mais).
Ninguém como Mourinho, que se explica melhor quando o faz por omissão, para elucidar o adepto. A derrota de ontem em St. James’ Park é o corolário de uma direcção que não sabe o que anda a fazer. Ouviram o que Mourinho não disse depois do tormento? Não dizendo, disse tudo. O plantel está longe de convencer. Nem substituições se dá ao trabalho de fazer. Não vale a pena. Nem em campo, nem no banco, nem em lado nenhum. Gastaram-se 130 milhões para isto. Chega a ser cómico de tão néscio.
Nas eleições de próximo Sábado, 25 de Outubro — e é aqui que quero chegar —, quaisquer mãos que peguem no Benfica serão sempre as mãos erradas. Claro que há mãos mais erradas que outras. O ponto é perceber qual dos candidatos está mais bem posicionado para substituir as que nos andam a estrangular há tanto tempo. Até para resolver já a questão e não termos mais quinze dias de sofrimento.
Se vai votar no Sábado, considere esta singela reflexão: o homem-providencial morreu com o século XX. Noronha não concorre para esse tipo de presidência. Noronha sabe que, tal como se herda o casaco de um irmão mais velho para depois passar ao seguinte, todos os lugares são provisórios. E todos são errados. Sabe também que o poder, quando tomado como serviço, é sempre mais simbólico do que substancial. Que o verdadeiro poder é o de poder sair. Que só quem tem uma vida antes e depois do cargo o pode exercer sem se perder.
Ora, é precisamente disso que o Benfica precisa: de quem o ame sem precisar dele.

P.S.: Morreu o Dr. Francisco Pinto Balsemão, fundador do PSD, da SIC, deste jornal, e de muito do que damos por adquirido no Portugal contemporâneo que nos calhou na rifa dos séculos. Homem ocupado com assuntos sérios que era, nunca deve ter lido esta crónica. Mas esta crónica, neste estilo mais ou menos assimétrico, disparando para onde calha disparar, existe porque, apesar de tudo, Portugal é o país que é. Ele foi um dos que contribuíram para que assim fosse. Nosso Senhor lhe dê o eterno descanso."

SportTV: Vieira...

Entre a memória e o futuro, o meu Benfica


"O caminho do Alentejo até ao Estádio da Luz tinha algo de litúrgico. Enquanto jovem sair do interior alentejano a caminho da catedral era emancipador. Nesse trajeto diluíam-se as diferenças de Lisboa e do Alentejo. Ao aproximarmo-nos do nosso estádio esbatiam-se as diferenças que na altura eram, para nós, incontornáveis.
Ao chegar à Luz, no meio dos milhares de adeptos que a compunham, não havia miúdos de Elvas, de Lisboa, do Estoril ou de Maputo. Havia adeptos do Sport Lisboa e Benfica.
Fazíamos todos parte daquela dança coletiva. Do patear altivo da última bancada, dos gritos espontâneos que contagiavam o estádio. Daquele «carrega Benfica» dito com vontade, vindo das vísceras.
Para mim, ser do Benfica sempre foi isso. Sempre me envaideceu a natureza popular do nosso clube. Por umas horas abstraímo-nos da realidade económica, da educação, das profissões, da nacionalidade, para nos concentrarmos no nosso amor comum. O Benfica.
A nossa unidade era visível a olho nu no estádio. O sentimento de pertencermos a algo maior do que nós sentia-se no arrepio que percorria a espinha enquanto o estádio cantava em uníssono as palavras sagradas popularizadas pelo Luís Piçarra ou enquanto comíamos uma sandes de courato nas imediações da Luz.
'De todos, um' é o lema que o nosso emblema transporta e é a realidade do nosso clube. Este coletivo heterogéneo, que percorre classes sociais, países e diferentes continentes, unido num benfiquismo que todos reconhecemos quando o vemos, é a essência da alma benfiquista. Saber que quando ganhamos um título se festeja nos recreios das escolas de Lisboa, de Bragança ou de Luanda em igual intensidade.
Para quem nasceu na periferia ser do Benfica é dos primeiros sentimentos libertadores. Fazer parte de algo maior, com pertença, valores e identidade comum, aproxima-nos. E eu, a 200 km de Lisboa, vibrava com a proximidade que o Benfica me dava. Durante a duração de um jogo, seja visto pelo estádio, sofrido na telefonia ou pela televisão, sabia que não era mais nem menos do que outro adepto. Éramos benfiquistas e isso era o que nos definia.
Este Benfica idílico da minha infância foi sofrendo alterações ao longo da minha vida de adolescente e entrada nos primeiros anos de trabalho. A mística mantinha-se, mas o brio, aqueles gritos coletivos que empolgam um estádio, estavam cada vez mais vazios. Vivemos o Vietname, o sexto lugar, o Celta de Vigo, uma pré-falência. Aquele Benfica orgulhoso, de dimensão mundial, estava adormecido.
Mas isso foi mudando. Acabámos com um período negro da nossa história com a força do voto e mudámos. Entrámos no século XXI. Acordámos a nossa mística.
Precisávamos de um estádio moderno, europeu, imponente e fizemo-lo.
Precisávamos de uma academia de excelência, com um estilo de jogo inato, que produzisse talento português de topo mundial e profissionais com qualidades humanas vincadas, e fizemo-la.
Precisávamos de dados, ciência aplicada ao desporto de alta competição, métricas para avaliar possíveis reforços, nutrição estudada e cuidada para os nossos atletas, tecnologia de ponta que nos distinguisse dos nossos adversários, e tivemo-la. Precisávamos de títulos, noites europeias de glória, campeonatos nacionais, e tivemo-los.
Chegados a 2025, na véspera de umas eleições que decidirão o futuro coletivo do Benfica, temo-nos de perguntar o que falta para darmos o passo em frente. Para sairmos desta apatia institucional que parece ter-se instalado nos últimos quatro anos.
O Benfica, enquanto marca desportiva e símbolo nacional, tem de voltar a pensar o futuro com a mesma ambição com que um dia ergueu o Estádio da Luz. O primeiro passo é diversificar as suas fontes de receita, dar nova vida às infraestruturas, aumentar a sua capacidade, multiplicar os usos, fazer dele o coração do desporto e do entretenimento em Portugal.
O segundo é investir na base, no nosso talento humano, nos miúdos que carregam o emblema ao peito. Já fomos a melhor academia do mundo; temos de voltar a sê-lo. Não apenas para formar jogadores, mas para educar benfiquistas.
E o terceiro é assumir o que sempre fomos: líderes. Num mundo onde o desporto é indústria e cultura, o Benfica tem de ser referência — na inovação, na comunicação, na forma como une o talento, a paixão e a sua dimensão global. Seja através de novas modalidades como a Kings League, seja nos e-sports, numa aposta consistente e estrutural no futebol feminino, ou seja na produção de conteúdos globais para as plataformas de distribuição audiovisual. O Benfica pertence às maiores montras globais.
Quando penso nesse miúdo que saía de Elvas de madrugada para ver o Benfica, penso que ele acreditava em algo maior do que o próprio jogo.
Acreditava num clube que unia gerações, lugares e sonhos.
No sábado só há um candidato que pode levar o Benfica a voltar a ganhar. Quem nos pode fazer regressar à rota dos títulos é o mesmo presidente que nos tirou da apatia do longo inverno dos anos 90. Quem nos pode dar uma academia de topo é o mesmo presidente que a construiu. Quem nos poderá dar um estádio capaz para os desafios do futuro é o mesmo presidente que nos deu um estádio à altura do século XXI.
Quem pode unir o Benfica, quem melhor compreende que o benfiquismo se vive no centro e na periferia. Que sabe que a mística não tem classe social, licenciatura ou idade é um só candidato. É o candidato que joga à sueca e é empresário. Que é gestor e avô. Português e benfiquista.
No sábado a visão que melhor corporiza o que é o Benfica, este clube lutador, que na luta com fervor, nunca encontrou rival, é o nosso presidente Luís Filipe Vieira.
O meu Benfica é o Benfica com futuro.
'De todos, um'. É esta a nossa força, é este o nosso desígnio."

Central - A Taça Latina de 1950: O Primeiro Troféu Europeu do Benfica

Central - Cloé Lacasse: A Ídola que o Benfica Nunca Vai Esquecer

Central - 2014: O Ano Quase Perfeito

Central - Luciano: A Tragédia Esquecida da Luz

Central - A História de José Augusto!

Central - O Hino do Benfica que foi Censurado!

Central - 1969: A Taça da Revolta — Quando o Futebol Parou Portugal

DAZN: Champions - Golos - R3 - 1.º noite...

Zero: Negócio Mistério - S05E01 - Bossio...

Zero: 5x4 - S06E08 - Qual o melhor cinco até agora?

Zero: Afunda - S06E08 - Prémios na NBA, previsões e novelas brasileiras

Regulamentos


"O Regime Jurídico das Federações Desportivas define o enquadramento legal de aprovação e revisão de regulamentos federativos.
Nesse âmbito, cabe à Direção a competência de aprovar os regulamentos e publicitá-los. Este poder regulamentar está, no entanto, balizado por várias disposições legais que asseguram a organização e a estabilidade normativa no contexto desportivo. Em particular, o artigo 34.º, n.º 4 estabelece uma regra específica para a revisão de regulamentos federativos, indicando que a aprovação de alterações só pode produzir efeitos a partir do início da época desportiva seguinte, salvo quando decorrer de imposição legal, judicial ou administrativa.
Neste enquadramento, é essencial que os clubes e demais intervenientes se mantenham atentos às atualizações regulamentares que entram em vigor com o início de cada nova época desportiva. A promoção desta transparência e da necessidade de participação é reforçada pela existência de um período de consulta pública, obrigatório, no âmbito do qual todos os interessados podem pronunciar-se sobre os projetos de regulamentos ou alterações propostas.
Em todo o caso, importa sublinhar que o início de qualquer processo de alteração regulamentar promovido pela FPF, ou por outra federação desportiva, deve ser conduzido de forma clara, transparente e participada. É crucial que as federações garantam um diálogo aberto com os clubes e representantes dos agentes desportivos, permitindo que todas as partes interessadas sejam efetivamente ouvidas ao longo do processo. Este compromisso com a transparência não só cumpre os preceitos legais, mas também fortalece a credibilidade das instituições e promove a confiança no sistema desportivo."

Newcastle...


"Newcastle 3-0 Benfica

Uma primeira parte repartida, em que o Newcastle foi eficaz frente a algum desperdício da nossa parte.
Segunda parte totalmente do Newcastle…nem deu para respirar, principalmente a seguir ao segundo golo que sentenciou a partida.
Falta intensidade, faltam nomes que metam receio aos adversários.
No papel os reforços pareciam colmatar as lacunas, na prática ainda não se viu nada e a equipa até aparenta ser mais fraca do que a do ano passado…o que é estranho dado ao facto de se terem ido buscar reforços para as posições certas…no entanto as 3 vendas desnecessárias no fecho do mercado enfraqueceram muito o plantel, principalmente a saída de Arturkoglu + Florentino que davam profundidade ao plantel além de Arturkoglu ter uma relação com o golo que por exemplo Lukebakio aparenta não ter.
Juntamos a isto a pré-época inexistente e a falta de interrupção competitiva para alguns jogadores e temos uma bomba nas mãos.
Veremos se a coisa melhora daqui para a frente, Mourinho tem muito trabalho, principalmente no mercado para melhorar o plantel.
Melhor em campo dos nossos Anatoly Trubin.
Parabéns ao Newcastle, dos clubes de fundos ou oligarcas é o que tem um projeto mais sustentado, sempre em crescendo desde que foi adquiro pelo fundo soberano saudita, escolheram um treinador e ao longo destes anos foram lhe dando as soluções que ele pretende e vendendo bem…os euros ajudam muito…faz parte!"

HORRÍVEL, MAU DEMAIS!!!


"Newcastle 3 -0 BENFICA

Pré-jogo 1 - ver futebol em Inglaterra é outra coisa, ninguém lhes chega aos calcanhares, o resto é conversa. Pré-jogo 2 - ambiente Benfiquista ao rubro na zona que nos está atribuída. Fora de casa, desculpem lá, a malta dá dez-zero ao que se passa na Catedral.
Pré-jogo 3 - No bar, muita gente a perguntar-me pelo voto, em quem votar? Ainda há muita gente indecisa, muito mais do que dizem as sondagens, não me canso de afirmar isto, é uma realidade.

BORA LÁ AO JOGO (em direto, desde o nível 7 da gigantesca bancada de uma das cabeceiras)
00 dizem que o ambiente aqui é brutal, as bancadas jogam, e isto está cheio que nem um ovo. Vamos carregar com três centrais ou o Tomás a defesa esquerdo? Oh-la-la-la-la-la-la-hey-jude! Isto promete!!! Agora o hino da Champions, fdx, até arrepia, como eu gosto disto. Vamos Benficaaaaaa!
06 Dedic safou-se a um amarelo. E já de seguida que corte do António, canto, ui, que perigo, já passou.
15 epá, Lukebakio, que bem rececionado e a progressão pela linha foi linda, pena a finalização não ter dado golo.
17 o apitador interrompe uma jogada de perigo nossa e não dá amarelo para o faltoso? Sabe o que é a lei da vantagem?
21 mais Lukebakio, remate cruzado ao segundo poste, ui, ui, daqui deu sensação de que ia para golo.
22 e eles respondem com um remate igual - St James Park ia indo abaixo.
27 Trubin à andebol, com os pés, a defender, grande, tens que estar em dia sim, precisamos de ti. 30 jogo equilibradíssimo - e é tudo o que há para dizer da primeira meia hora.
32 pronto, perca de bola no meio-campo, transição rapidíssima e conclusão à boca da baliza, facílima. Que merda! O perigo deles tem estado a nascer todo do lado do Tomás - alguma vez jogou a lateral esquerdo?
38 ainda não dei pelo Sudakov, mas como o nosso ataque é do outro lado do campo pode ser que seja falha minha 40 a equipa sentiu o golo? Eles têm estado melhores nos últimos minutos.
44 estamos a reagir, a criar perigo, vamos!!!
45+2 tudo para o descanso. Mourinho precisa de arriscar alguma coisa, a derrota tira-nos praticamente da fase a eliminar da Champions.
46 agora vamos atacar para a baliza aqui mesmo debaixo das nossas barbas. Eles que sintam o apoio que não pára e se inspirem para dar a volta ao resultado.
51 perigo num canto, cabeçada por cima, isto não mudou, estamos com dificuldade em sair a jogar, em entrar no último terço.
55 mais uma defesa difícil do Trubin para a contabilidade deles. Há soluções no banco para mexer nisto? O nosso plantel é curto. Investimos mais de 100 milhões e não temos opções no banco para virar um jogo?
60 fdx, tantas más decisões na hora de criar perigo, é tudo feito em esforço, assim é complicado. Mourinho a arriscar: tira Dedic e mete Ivanovic.
70 transição, nós lá na frente, falha - do António, acho - e toma lá o dois-zero. Mourinho nunca ganhou aqui? Não vai ser hoje.
75 eles estão completamente por cima do jogo, temos equipa muito curta para estas andanças. Ouvem-se cânticos em St James Park. Bancadas a vibrar, em uníssono, com cada pequeno lance bem sucedido.
82 estava na cara: três-zero! Simples, retilíneo, diretos ao golo. Que desastre.
87 Ivanovic a extremo... e vendemos o Akturkoglu... enfim...
89 eles vão perdendo oportunidades. Que isto acabe rápido. Já não estamos aqui a fazer nada. Segunda parte miserável. Mais uma defesa do Trubin. E mais outra! Ui, ui, ui!
90+2 é facto: não temos equipa para a Champions. Será que temos para a ligazinha interna? A ver vemos."

Para contradizer Mourinho, o Benfica foi a Newcastle ver jogar


"O treinador, na véspera, desfizera-se em elogios à valia do Newcastle e à aura do seu St. James' Park, coisa que o Benfica fez por engrandecer, ao ser derrotado (3-0) pela máquina de pressão dos ingleses com a qual nunca soube lidar. Tomás Araújo foi lateral esquerdo e, muitas vezes, presa fácil para a forma como o adversário apertou a todo o campo. Ao terceiro jogo na Liga dos Campeões, os encarnados continuam com zero pontos

Este Newcastle, o lá de cima das zonas industriais e mais cinzentas de Inglaterra, há muito que não é o das danças de Faustino Asprilla, colombiano que bailava com a camisola listada a boiar-lhe, o patrocínio à cerveja local estampado no peito, após marcar golos servidos pelo cabelo L’Óreal de David Ginola, craques prévios à vigência carnal do senhor tão mítico que ficou escultural, à porta do estádio. Até os tempos com Bobby Robson na dobra do milénio parecem tão distantes, os dias do gentil cavalheiro a comandar a equipa que tinha no coração que despejava amores para cima do tipo que não convenceu, mas, pelos vistos, enamorou.
José Mourinho amoleceu o seu, enterneceu com o retorno a St. James’ Park, cheio de cordialidade apareceu e com doçura nos desabafos, da véspera, deixando surpresos os jornalistas ingleses habituados à sua bélica figura, treinador da terra queimada, eu-contra-todos porque todos-contra-nós. Era o segundo regresso a Inglaterra em coisa de dois meses com o intuito de colocar o Benfica com pontos na Liga dos Campeões, este mais barulhento, mais desenfreando, também um pouco pressionado pelas circunstâncias.
Cedo o Newcastle quis ir para cima como sabe e gosta, com um jogo direto, sem floreados ou paciências de monge no passe, os centrais a olharem para longe em cada bola, à procura dos homens da frente, em cada bola que tinham, o intuito coletivo a nortear toda a gente. Penou o Benfica no quarto de hora inicial, eram muita a pressão, muitos os apertos dos ingleses mal perdiam a bola, Enzo Barrenechea não se virava com as receções e ainda menos Richard Ríos, o médio que se chamado a jogar, sem espaço, a equipa sofrerá sempre com ele, e por causa dele.
Sofreram bastante os encarnados, reféns da postura enérgica do Newcastle a montar cercos mal perdia a bola e quase sempre a pressionar os defesas centrais que eram três a construir, Tomás Araújo a perfilar-se com António Silva e Otamendi, dando a largura a Fredrik Aursnes, mas a servir de lateral esquerdo nos momentos defensivos, que muitos eram. Não era o Newcastle de outrora, mas, tão incomodados os três de trás com tanta pressão, sem linhas para os médios que andavam lado-a-lado, presas fáceis, muito menos para o escondido Sudakov, enquanto agoniou o Benfica viu os 2,01 metros de Dan Burn ganhar um canto lá no alto para Trubin ser socorrista.
Findos 15 minutos, numa súbita passividade do Newcastle a reagir a uma falta, Enzo lá se pôde virar, ver o campo e lançar um passe longo que Lukebakio recebeu com algodão nas costas de Burn, pesado de rins. O belga embalou rumo à baliza, o remate foi salvo por Nick Pope, o único que sentiu o momentâneo espernear com vida do Benfica. Pouco depois, uma rara pressão alta da equipa obrigou o guarda-redes a despachar a bola para canto e, na consequência do estaminé montado em redor da área inglesa, a única fonte de rapidez incisiva com a bola dos encarnados teve um remate-banana, da direita, que embateu no poste.
Foram cinco minutos, pareciam prenunciadores, seriam antes mentirosos.
Serviram de rastilho para a corrente do Newcastle, que aumentou a voltagem do seu jogo e evidenciou como inamovível estava o Benfica, sem entender o que fazer, ou como o fazer para se adaptar ao adversário. Voltarem as perdas de na saída de trás, a incapacidade em usar bolas recuperadas, a cegueira em verem o generoso espaço nas costas dos médios adversários. Outro canto seria reclamado por Dan Burn, salvo de novo por Trubin, já o seu vizinha no gigantismo, Nick Woltemande, fugira de Otamendi para servir um remate de Jacob Murphy.
A ameaça engordava e concretizou-se quando Ausnes, colado à linha e pressionado, mesmo assim foi alvo de um passe do igualmente apertado Tomás Araújo. O norueguês livrou-se da bola à primeira, endossou-a para o centro, acabou roubada e logo Bruno Guimarães rasgou o passe que Murphy usou para servir Anthony Gordon, o mais irrequieto de quem joga nas margens do rio Tyne, para o seu quarto golo (32’) na Champions. O estádio rugia à inglesa, o Benfica ruía na sua unidimensionalidade.
Colados ao intervalo, mesmo antes e logo depois, nas raras vezes em que iludiu a pressão a equipa de José Mourinho lançou de imediato um passe que pusesse a correr Lukebakio, singela fonte de acelerações dos encarnados, único apto a receber nos últimos 30 metros, encarar quem o vigia e finalizar a jogada. Na primeira, Pope defendeu a tentativa, na outra o Newcastle mais rápido foi, porque já sábio estava da intenção, a recuar jogadores para cerrar a intenção do belga que é jogador para se afunilar numa só - tentar armar o pé esquerdo e disparar à baliza. Tudo previsível.
Domesticada a vontade encarnada, sobrou ao Newcastle vagar para forçar a sua, sem se desviar um milímetro. Com a sua roldana da pressão a todo o campo, marcando ao homem e aproveitando - ao forçar passes para esse lado - a presença de Tomás Araújo na esquerda da defesa, os magpies limitaram o Benfica a muito pouco ou quase nada enquanto Woltemande tentou de fora da área, Lewis Miley desperdiçou uma ocasião, na pequena área, ao saltar sozinho num canto, e os muitos cavalos no motor de Bruno Guimarães mantinham o Newcastle na constante rotação, superior quase sempre à dos encarnados.
À boleia do pulmão do brasileiro que joga, passa, rouba, pressiona e corre de uma área à outra, plenas posses da sua moldagem ao futebol inglês, e também a reboque da confiança aceleradora de Anthony Gordon, locomotiva de corridas com a bola à esquerda, o Newcastle amestrou o Benfica, parecendo encurtar a trela com o tempo, não o contrário como é costume uma equipa em vantagem consentir. Porque tudo lhe parecia sorrir a preceito, até em apontamentos básicos.
Como no canto que Nick Pope agarrou e à vontade foi deixado ficar, na área, ao caminhar, olhar ao longe, admirar o horizonte, dar uns passos de balanço, ponderar o que lhe apetecia na manhã seguinte ao pequeno-almoço e arremessar a bola sem que alguém do Benfica se pusesse à sua frente, para o retardar. O lançamento de 59 metros caiu para lá da linha do meio-campo, no caminho de Harvey Barnes, que a recebeu após António Silva falhar o corte. O segundo golo (70’) sentenciou os encarnados, o Newcastle estava imparável contra uma equipa com as vazas ainda mais encurtadas, com Aursnes a lateral e Ivanovic improvisado a extremo, na esquerda. Sudakov foi substituído tal como jogou, desaparecido.
Fosse a partida agraciada por mais tempo, o resultado iria dormir pançudo, tal o desbalanço que o campo acentuava sem dó. O Newcastle, sem amainar na pressão, recuperava uma bola atrás da outra na metade encarnada, cada vez mais uma equipa desequilibrada e a ver Gordon combinar com o calcanhar de Woltemande e a lançar Barnes para o terceiro golo (83’) surgiu em três simples, mas incisivos passes, qualidades fugidas a um Benfica inerte.
Descontados os remates de Lukebakio na primeira parte, não se notou uma ponta por onde puxar algum indício de crescimento na equipa para o futuro próximo, nem nos derradeiros minutos, quando o resultado podia clamar por compactar a organização e atenuar os danos, mas não. O Newcastle recusou-se a abrandar, o Benfica não se protegeu e o findar do jogo proporcionou remates perigosos a Burn, Joelinton e Botman, ainda embalados numa equipa sedenta a ir contra outra inofensiva.
Disse Mourinho, quando bradou ao saudoso Bobby Robson e à fascinação com que lhe falava desta terra, deste clube, que “as pessoas não vêm a Newcastle para ver jogar, vêm para jogar com a equipa”. O Benfica provou o equívoco, lá foi para ver os ingleses jogarem e agora restam-lhe cinco jogos nesta Liga dos Campeões, ou 15 pontos disponíveis para acrescentar aos zero que tem ao fim de três tentativas. Os sócios encarnados irão com esta imagem à Luz, no sábado, para votarem no próximo presidente enquanto o treinador, saia o que sair das urnas, fica com motivos para acentuar o grisalho no cabelo.
O clube está para decidir quem pretende ter no alto da tribuna. Cá em baixo, no relvado, há muito ao qual atentar de preocupante."

Newcastle-Benfica: 1-0, por Gordon: anatomia de um golo cheio de equívocos


"O Benfica sofreu o primeiro golo no St. James Park aos 32 minutos. Anthony Gordon bateu Trubin pela primeira vez, na sequência de um ataque rápido dos magpies que contou ainda com uma assistência de Jacob Murphy. Mas os problemas começaram bem mais cedo.
As várias ações de um momento decisivo para o desfecho negativo das águias na UEFA Champions League:
- Benfica recupera a bola após passe longo de Pope;
- Tomás Araújo entrega em Aursnes, o qual devolve ao lateral-esquerdo improvisado para depois passar a Enzo;
- Inicialmente Enzo tem linha de passe vertical para Pavlidis, enquanto Lukebakio procura movimento de ruptura (em vez de derivar para dentro de modo a se aproximar do grego), mas orienta apoios para o lado;
- Não vê Dedic em vantagem posicional a subir nas costas de Gordon e entrega a bola a Ríos. Neste momento, perdem-se dois timings de ligação em progressão: vertical com Pavlidis, diagonal com Dedic;
- Olhando para o posicionamento/comportamento do colombiano, questiono qual a necessidade da aproximação de Ríos em relação a Enzo, se este não estava a ser pressionado?
- Ríos passa a António Silva. O central tem espaço para progredir, atrair, fixar e soltar, mas pausa o jogo sobre a meia direita;
- Lukebakio começa a baixar para servir de apoio frontal, atraindo a atenção de dois jogadores do Newcastle. Gordon, pronto para saltar na pressão caso António Silva decida progredir com mais largura, está focado apenas no homem e na bola. Não lê o espaço à sua volta;
- Dedic, que havia subido quando a bola estava em Enzo, mantém largura e profundidade. Demora a baixar em largura para ser linha de passe segura. E não percebe que há um espaço interior a atacar: o espaço nas costas de Gordon, mais precisamente entre Gordon e o colega mais próximo;
- António Silva orienta apoios para trás e solicita Otamendi. Dada a proximidade da primeira linha de pressão do Newcastle, o passe deveria ter seguido para Trubin, de modo a atrair a pressão ou reiniciar a fase de construção com mais critério;
- Otamendi, Lukebakio, António Silva (poderia ligar com Ríos), Otamendi, Tomás Araújo, eis uma sequência de passes à retaguarda que ajudaram a atrair a pressão alta inglesa, que funcionou sempre com referências individuais;
- Otamendi ainda sinalizou a Araújo que endossasse a bola a Trubin, mas o esférico seguiu para Aursnes. O norueguês, inteligente e bom de bola, procurou ligação directa com Pavlidis. Faltou dinâmica de terceiro homem a partir do momento em que Otamendi passou a Araújo e este se ligou a Aursnes;
- O Newcastle recuperou a bola, foi incisivo e fez o que todas as equipas devem fazer quando recuperam a bola no meio-campo ofensivo: olhou para a frente, encontrou o espaço criado pelo desposicionamento defensivo encarnado e efectuou um passe vertical de ruptura;
- Em contrapé, a defesa encarnada não foi lesta a reagir e a reorganizar-se com as devidas coberturas defensivas. Bola no espaço, o homem livre ataca-o e cruza;
- António Silva tem leitura errada e procura fechar o avançado que ficou na entrada da grande área, quando a sua principal preocupação deveria ter sido fechar a zona próxima da baliza, em cobertura a Otamendi;
- Gordon, em vantagem posicional relativamente a Dedic, faz o golo inaugural do encontro. 1-0, o Benfica em desvantagem aos 32 minutos."

Predador viu sinais de fraqueza e atirou-se à jugular


"Benfica deu sinais de vida na primeira parte mas foi liquidado, sem dó nem piedade na segunda. Newcastle muito mais forte e melhor

NEWCASTLE - As chamas cuspidas por pistolas atrás dos painéis publicitários, já com as bancadas quentes pela iminência do pontapé inicial, anunciaram um jogo escaldante e excitante — e não foi preciso esperar muito tempo para saltarem faíscas de duelos brutos pela bola, para homens de barba rija, se ainda hoje podemos dizê-lo ou pior escrevê-lo, acelerações vertiginosas, mas também desenhos táticos dignos de arquitetos e dribles virtuosos de artistas a escapar a labirintos de pernas.
A primeira parte do jogo foi riquíssima em tudo o que tem de bom o futebol ao mais alto nível, de Liga dos Campeões, acrescente-se ao que se disse oportunidades de golo nas duas balizas, o golo do Newcastle ou uma bola que Lukebakio atirou ao poste.
Mourinho adaptou a equipa ao Newcastle, não só com a entrada de Tomás Araújo para a esquerda — que difícil foi ter Murphy pela frente — e Aursnes à frente dele. No centro do meio-campo, Ríos não perdia de vista Ramsey, Barrenechea fazia o mesmo com Bruno Guimarães e Sudakov e Pavlidis tentavam pressionar a saída de bola e ao mesmo tempo fechar a linha de passe para Miley, primeiro homem da construção.
O Benfica demorou 10 minutos a estabilizar, nos quais o Newcastle tem duas boas ocasiões, passou a controlar muitos momentos de jogo. Faltava o resto, ou seja, o momento ofensivo. A melhor solução que encontrou foi procurar o espaço nas costas de Burn, lateral-esquerdo matulão que poderia passar muito bem por estivador numa qualquer rua britânica, através de Lukebakio. Tentou fazer o mesmo na esquerda, mas nem Aursnes é Lukabakio nem Burn é Trippier.
O Benfica, mesmo assim, teve três oportunidades boas, todas pelo extremo belga — primeiro ganhou a Burn, isolou-se mas perdeu o duelo com Pope (15’); depois atirou ao poste direito (21’); finalmente, depois de bom lance coletivo, finalizou para mais uma intervenção de Pope (43’), esta já depois do golo do Newcastle.
Foi a sair com a bola controlada, porém, que o Benfica sentiu mais dificuldades. E foi assim que os ingleses marcaram — Aursnes, pressionado, tentou meter um passe da linha para dentro e, ato contínuo, contra-ataque rápido com os encarnados desposicionados, espaços por todo o lado e finalização de Gordon (32’). Essa fragilidade na reação à perda de bola, sobretudo para lidar com a velocidade de execução inglesa, foi um quebra-cabeças para o Benfica, que muitas vezes se viu em inferioridade nos corredores — circunstância que se manteve no jogo e, por isso, o Benfica quase nunca teve laterais a participar no ataque.
A segunda parte começou com tanta ou mais fúria em campo. E com o Newcastle a atirar-se à jugular do Benfica, expressão utilizada por Mourinho. Miley (52’) e Murphy (54’) estiveram perto de liquidar o Benfica, com o remate a sair perto do poste esquerdo e outro a ser desviado por Trubin para canto, respetivamente. O Benfica não conseguia pegar no jogo, tentava sobreviver, dava os sinais de uma presa vulnerável, que o predador devorou.
Mourinho mexeu no jogo aos 63’ — saiu Dedic lesionado, entrou Ivanovic, que foi fazer de Aursnes e este de Dedic. Nada mudou. Nessa altura era forte a corrente do rio Tyne, o mesmo é dizer de Newcastle, o jogo só tinha um sentido e o Benfica capitulou num lance incrível — depois de um canto, Pope lança a bola com a mão para o meio-campo do Benfica, António Silva falha o corte e Barnes correu em passadeira vermelha para o 2-0 (70’).
O Benfica, depois, definhou, definhou e definhou na medida exata em que o Newcastle, mais forte e mais equipa, cresceu, cresceu e cresceu. Já só havia um dúvida. Qual seria a vantagem do Newcastle no fim. Barnes voltou a marca (83’). Ficou 3-0. Podia ter sido ainda pior."

Tomás na loja dos horrores em 'Halloween' antecipado


"Relegou Dahl mas foi calcanhar de Aquiles e ficou (e não só ele...) nos lances que definiram a derrota no St. James Park; Lukebakio soltou garras, foi fonte (única) de perigo e ficou a centímetros do golo da noite; Mourinho só fez uma alteração...

A figura: Lukebakio (6)
Foi o principal destinatário do jogo ofensivo dos encarnados — obrigados a virar à direita não apenas por estratégia mas também por notório mau funcionamento do flanco oposto — e fez o que lhe competia, semeando o pânico nos terrenos pisados pelo calmeirão Dan Burn, que teve água pela barba com o belga pela frente nos primeiros 45 minutos. Ganhou a frente ao possante lateral dos magpies aos 15', após belo lançamento longo de Barrenechea, e disparou de ângulo apertado no primeiro aviso a Pope. Aos 21' voltou a meter as garras de fora num remate arqueado de pé esquerdo, da quina da área, que caprichosamente bateu no poste direito de Pope. Voltou a assinar remates de meia distância aos 43' e aos 49', mas depois foi perdendo gás e sozinho não se pode fazer (quase) tudo...

6 TRUBINComeçou o jogo a dar sinal de insegurança numa saída precipitada aos 7'. Mas analisados os 90' impediu derrota mais volumosa: defesa a dois tempos aos 10'; aos 27' teve reflexos para com o pé desviar remate de Bruno Guimarães; impediu Gordon de bisar aos 55' num remate cruzado; aos 90' desviou cabeceamento de Botman; aos 90'1' negou o golo a Joelinton com defesa espantosa. Nada a fazer nos golos...

4 DEDICForam evidentes as dificuldades com a imprevisibilidade e velocidade de Gordon e na ligação direta com Lukebakio. Ficou nas covas no lance do 1-0, o motor a diesel não teve chances com o turbo a gasolina do camisola 10 dos magpies. E o esforço a que foi obrigado teve custos e fê-lo sair com problema físico aos 63' após o enésimo pique.

4 ANTÓNIO SILVAAinda ajudou a segurar as pontas defensivas na primeira parte — grande corte aos 8’ a tirar o pão da boca a Ramsey —, entrou bem após o descanso com boa ação (47') sobre Gordon na área, mas comprometeu no lance do 2-0, falhando a interceção do pontapé de baliza de Pope, que assim assistiu Barnes.

5 OTAMENDI As movimentações de Woltermade e de Gordon deram muito que fazer e as dificuldades para lidar com o superior poderio aéreo do Newcastle nas bolas paradas foram mais um obstáculo, mas ainda foi o que saiu menos mal da horrenda noite defensiva dos encarnados. O lance do 3-0 diz tudo...

3 TOMÁS ARAÚJO Surpreendentemente apareceu a lateral-esquerdo no St. James Park, relegando Dahl para o banco. E teve noite horrenda, num Halloween antecipado... Não teve cabedal para segurar Murphy e fez ruir o 0-0 aos 32' com passe apertado para Aursnes, que despachou involuntariamente para Bruno Guimarães, deixando depois Murphy voltar a entrar-lhe nas costas para receber o passe a rasgar do brasileiro — devia ter prestado atenção quando Otamendi lhe disse para dar a Trubin... Também ficou na fotografia do 2-0, não reduzindo o ângulo já apertado do remate de Barnes.

4 RÍOS A combatividade do colombiano seria fundamental no St. James Park, mas sem conseguir aliar isso ao transporte da bola que o carateriza, levando tudo e todos à frente, ou sem a circular com precisão de pouco serviria. E assim foi. Tentou morder calcanhares a Ramsey, mas foi levado na correnteza dos magpies e não ajudou a águia a ter dimensão ofensiva.

4 BARRENECHEA Foi amassado na centrifugadora dos magpies, apesar do notório esforço para segurar o corredor central, que foi perdendo eficácia com o passar dos minutos. Foi dele o lançamento longo, aos 15', para Lukebakio ganhar as costas a Burn e disparar para defesa de Pope. Mas faltou dar seguimento a mais lances idênticos.

4 AURSNESNão conseguiu fazer funcionar o flanco esquerdo em termos ofensivos e também lhe foi difícil controlar as incursões dos magpies por aquele flanco. Foi dele o mau passe, ainda que forçado, que esteve na génese do 1-0.

5 PAVLIDISJogo muito inglório para o grego, com pouca bola, obrigado cair para o flanco muitas vezes, quase sem oportunidades e até a ver-se no papel de ter de cruzar (60') para a área...Ganhou o primeiro canto (16'), amarelou Thiaw (18'), disparou à malha lateral (19'), lutou, mas não chegou para evitar a pesada derrota.

4 SUDAKOV Não resultou minimamente a proximidade a Pavlidis. Andou demasiado escondido do jogo, muito tempo sem bola, a perdê-la quando a tinha, incapaz de fazer face à pressão adversária.

5 IVANOVIC Rendeu Dedic aos 63' e com Aursnes a recuar para lateral-direito foi ocupar o lado esquerdo da zona intermediária, mas a capacidade ofensiva das águias já era muito diminuta. Foi o único jogador que Mourinho fez saltar de um banco que tanto tem criticado por falta de opções..."

3 Toques - Newcastle...

BI: Rescaldo - Newcastle...

Benfica Podcast #572 - Bad to worst

Observador: Relatório - Newcastle...

Terceiro Anel: Newcastle...

BF: Newcastle...

5 Minutos: Newcastle...