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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
Regresso à final
"Seis anos depois, voltámos a garantir a presença na final da Taça da Liga. Vencer esta competição é um dos objetivos da temporada e é nesse propósito que a nossa equipa está focada.
Para Nélson Veríssimo, este é o facto mais saliente da partida: "Há que valorizar a passagem à final, que era o objetivo", disse.
Relativamente às incidências do jogo, o nosso treinador considera: "Fizemos uma boa primeira parte, sólida, consistente, a criar situações de perigo junto da área do Boavista, a controlar e marcámos o golo; na segunda parte sofremos o empate, a equipa retraiu-se e ficou um pouco intranquila, mas depois os jogadores reagiram e terminámos por cima do jogo, a tentar evitar o desempate por grandes penalidades." E acrescenta: "Tivemos coração, mas também controlo emocional."
Veríssimo reconhece que "nem tudo está bem", mas está convicto: "Temos margem para crescer enquanto equipa." Para já o mais importante era o apuramento para a final e esse foi conseguido.
Após o empate a uma bola verificado no tempo regulamentar, esta foi a terceira vez, a segunda com sucesso, que o Benfica disputou o acesso à final no desempate por pontapés da marca de grande penalidade.
Odysseas, que completou 150 jogos em competições oficiais ao serviço do Benfica e é o segundo guarda-redes estrangeiro a consegui-lo, esteve em destaque e foi considerado o homem do jogo. Na sua opinião, tratou-se de "um jogo difícil, com altos e baixos, num campo difícil", ressalvando: "Cumprimos o objetivo de ir à final e estamos felizes por isso."
A final será disputada no sábado, dia 29, às 19h45, também em Leiria. O adversário será encontrado hoje no desafio que opõe Sporting e Santa Clara, e é a oitava presença benfiquista, tendo vencido em todas as anteriores, no jogo derradeiro da competição.
O apoio dos Benfiquistas será fundamental para ajudar a nossa equipa a chegar ao triunfo.
Vamos, Benfica!"
Elucidativo...
"O árbitro que anulou escandalosamente o golo ao GD Estoril Praia frente ao FC Porto, permitindo a reviravolta e dando os 3 pontos ao FC Porto, e o mesmo árbitro que não expulsou o Paulinho no Sporting - Portimonense, dando os 3 pontos ao Sporting, foi premiado com o Sporting - Santa Clara da meia-final da Taça da Liga.
Bastante elucidativo do que se passa no Conselho de Arbitragem, Liga e Federação Portuguesa de Futebol. A mensagem passada é clara: quem beneficia o FC Porto e o Sporting é recompensado."
Prémio!
"O árbitro que anulou escandalosamente um golo ao GD Estoril Praia, permitindo a reviravolta e 3 pontos para o
FC Porto, é premiado com a meia final da Taça da Liga.
São os recados do Conselho de Arbitragem."
Uma Petit amostra de Boavistão que quase chegou para este Benfica
"Há muito se colou que um treinador tem o rótulo que tinha enquanto jogador, mas não: como o fez noutras equipas, Petit montou um Boavista pressionante, competitivo e a querer jogar para atacar. E empatou com o instável e pouco perigoso Benfica, que só nos penáltis ganhou o acesso à final da Taça da Liga e continua a ser uma pálida versão coletiva do que pode fazer com os jogadores que tem
Os atos do passado perseguem-nos, se não para sempre, é quase, são eles que moldam a reputação que precede qualquer pessoa e a que Armando Gonçalves Teixeira trouxe dos tempos de futebolista, quase como etiqueta, foi a de um jogador durinho, a jogar como se abrisse a boca para mostrar os dentes cerrados e a existir sem cerimónias sobre cada bola que tinha de disputar com quem fosse. Uma pequena parte do que era em jogador etiquetou-o como um tudo, porque generalizar é uma infeliz condição humana.
O simplesmente Petit, alcunha posta pelos pais ao nascer o mais novo de cinco irmãos quando a família ainda fazia pela vida em França, não previa ser treinador, mas pronto, também isso é a vida e o facilitismo de transladar rótulos seguiu este homem que comprou a primeira casa colada à dos progenitores em Arca D’Água, no Bairro do Bom Pastor do Porto — se, quando jogava, o associava a cacetes e sarrafos, como treinador as suas equipas só poderiam ser retraídas, defensivas e faltosas, incluindo este Boavista.
As generalizações não se sentam à mesa com a verdade e esta é mentirosa, injusta também pelo que Petit fez no Tondela, no Moreirense, no Marítimo e no Belenenses SAD antes de regressar ao xadrez que o catapultou ainda de chuteiras calçadas e aos seis jogos, em oito, sem perder. A forma como o Boavista fecha espaços sem bola e os jogadores, empurrados pela boa agressividade, pressionam adversários quando certos gatilhos surgem, é testamento à competência devida a um treinador que não está ali para esperar e bater.
Não tendo, porque nunca teria, a mesma qualidade por cabeça do Benfica, a equipa de Petit só por duas vezes deixa que os contrários joguem no meio do seu bloco e pelo centro do campo. Na primeira, uma abertura de pernas de João Mário para Paulo Bernardo logo tocar em Yaremchuk deu em remate do ucraniano, direito ao guarda-redes Bracali; a segunda esfumou-se sem viver até um pontapé tentado à baliza, coisa que o Boavista consegue por oito vezes contra as três do Benfica. Mas, ao intervalo, ganhavam os menos rematadores.
O golo de Everton apareceu (16’) de um chuto de Vertonghen para a frente que foi desviado pela cabeça de Yaremchuk, o brasileiro perseguiu a bola que sobrou de uma trapalhada entre Nathan e Filipe Ferreira, centrais dos lados na defesa a três que evidenciam uma falência do Boavista, logo desde o início: com 10 jogadores indisponíveis, os axadrezados confundiam-se com retalhados e as dificuldades viram-se quando os laterais adaptados tiveram que acorrer a uma bola posta na profundidade.
Mas, depois, ainda havia a constância das ações simples de Sebastian Pérez a meio-campo, as conduções para a frente no pé esquerdo de Gustavo Sauer e o jogo em apoio do avançado Petar Musa, valioso para o Boavista usar para arranjar tempo e avançar jogadores no ataque. Querendo fazê-lo rapidamente, faltava-lhe, ao intervalo, variar passes para o outro lado do campo — onde sempre tinha um ala sozinho, à espera — quando lograva atrair o Benfica para junto de uma linha lateral.
Isso e montar a linha da pressão mais a frente, perto da área alheia, fez o Benfica minguar, os seus jogadores a mirrarem nos duelos e a sofrerem com o menor tempo que tinham sobre a bola. As saídas de trás inclinadas à esquerda (com dois centrais canhotos, a equipa construía por Vertonghen), para usar Grimaldo pelo meio do campo, entre linhas, aproveitando as virtudes do espanhol em tabelar com jogadores e fomentar jogadas, deixaram de existir. Sem elas, Everton também deixou de ter o flanco só para ele, para encarar a baliza de frente, embalar e tentar ser o que foi no Brasil.
Nesta decadência encarnada, Petit mantinha-se elétrico, gesticulando e movendo-se irrequieto à frente do banco enquanto o Boavista crescia, mais ainda quando Musa se intrometeu na passividade de Morato e lhe roubou a bola na área para a distração do central brasileiro depois o derrubar. Sauer empatou (53’) no penálti e o jogo ficou do Boavista durante muito tempo, repleto dos remates de Hamache, do mesmo Musa e de Gorré, todos a cortejarem o perigo em jogadas simples. E a mostrarem o quão poroso é Valentino Lázaro quando se tem de posicionar defender o seu espaço.
O Boavista quis sempre jogar, atacar e arriscar, a equipa a fechar-se num punho mesmo nos queixos da etiquetagem posta, há anos, ao seu treinador. Tentou com os meios que tinha e manteve-se quase sempre organizada perante as frágeis tentativas do Benfica, mais banal a cada minuto contado, até sem simples contra-movimentos entre jogadores para tentar furar a linha de cinco homens. Só ameaçou pouco antes dos 90’, num remate do recém-entrado Pizzi que sacou o melhor de Bracali.
A pobreza futebolística do Benfica, paupérrimo até a inventar coisas com bola face aos jogadores que tem, foi a penáltis com este Boavista (quinto empate seguido a um golo) e o momento mais individual que há no futebol decorreu assim: Pérez falhou, Pizzi falhou, Musa falhou, Grimaldo marcou, De Santis falhou (na baliza e tudo), Meïté marcou, Abascal marcou, Vertonghen acertou no poste, Hamache marcou e Weigl correu triunfantemente para marcar o último pontapé que apurou a equipa para a final da Taça da Liga.
Esta edição da prova que, para variar, teve duas equipas não grandes na fase final, pode ter servido para arrancar rótulos de vestimentas vindas de trás. Este Boavista comportou-se, com meios longe dos do passado, como o Boavistão dos tempos de quando Petit andava lá dentro, a pisar relva. E serviu para mostrar este Benfica, que oscila entre pequenas intenções de fazer novo e melhor com uma equipa moribunda na qualidade de jogo, sem maneira de encontrar uma versão de si própria que se equipare ao valor individual dos jogadores que tem. Para já, a amostra chegou-lhe para estar na decisão de um caneco, no sábado."
SL Benfica 1-1 Boavista FC (3-2 g.p.): Foi preciso a corrida dos 11 metros para a águia voar mais alto
"A Crónica: Afinal, Petit Quis Meter Marcha à Frente
No jogo de abertura da Final-Four da Taça da Liga, o SL Benfica conseguiu vencer nas grandes penalidades o Boavista FC. Na retina, fica a grande exibição axadrezada.
A primeira parte acabou logo por mostrar que a equipa de Petit não vinha apenas passear a Leiria. Depois de, aos 7 minutos, Bracali segurar a dupla oportunidade encarnada, as panteras pareciam ter vontade em segurar a bola.
Mas, aos 16 minutos, foi um erro individual que comprometeu tudo. Nathan deixou a bola escapar e Everton isolou-se, atirando com toda a classe para o fundo da baliza.
A partir daí, surgiu a fase de crescimento encarnada. Everton só não bisou aos 40 minutos porque a bola decidiu voar para bem longe dos postes.
Na segunda parte esperava-se um SL Benfica pronto a dar o xeque-mate no encontro, mas foi o Boavista FC a surgir revigorado dos balneários.
Aos 51 minutos, Morato cometeu grande penalidade e Sauer protagonizou o momento da revolta futebolística axadrezada.
Digo revolta porque a tendência de jogo mudou radicalmente. Os encarnados perderam o controle total do encontro, e as oportunidades da equipa de Petit começaram a aparecer. Musa tentou com os pés e com a cabeça, mas continuava a valer Vlachodimos.
Kenji Correa também não conseguiu fazer melhor quando surgiu isolado frente à baliza.
O Boavista FC não sentia necessidade de grandes mexidas na equipa, mas o SL Benfica procurava mudanças radicais do banco.
Pizzi foi uma das entradas, que criou uma das grandes oportunidades do Benfica. Remate de fora da área para boa intervenção de Bracali
Todos esperavam pelas grandes penalidades e foi aí que os encarnados finalmente se superiorizaram. O Boavista FC mostrou uma total ineficácia na marca dos onze metros e a águia ganhou nessa corrida. Weigl deu a grande penalidade da vitória que coloca os encarnados na final da Taça da Liga. A questão agora é: quem será o segundo finalista?
A Figura
Julian Weigl – Poderia referenciar Vlachodimos ou até Musa, mas o médio alemão foi crucial neste encontro por dois motivos: foi um estabilizador do meio-campo encarnado, encontrando espaços para criar jogo e bateu a grande penalidade decisiva no acesso à final da Taça da Liga. Foi assim um elemento preponderante.
O Fora de Jogo
Roman Yaremchuk – Jogo totalmente apagado do avançado ucraniano. Yaremchuck mostrou-se sempre bastante desapoiado na frente de ataque e sempre que tinha a bola nos pés não era capaz de criar ocasiões de perigo. Nos dois lances em que podia fazer golo, acabou por não conseguir concretizar.
Análise Tática – SL Benfica
A equipa de Nélson Veríssimo apresentou-se num 4-3-3 com Yaremchuck na frente de ataque e com apoio nas alas de Everton e Diogo Gonçalves. Na primeira parte, vimos ainda Everton a trocar de lado com Diogo Gonçalves algumas vezes.
Paulo Bernardo também era o elemento mais solto e capaz de encostar mais vezes a Yaremchuck, trocando muitas vezes de lado com João Mário.
Na segunda parte, vimos João Mário a aparecer mais na zona de decisão com Paulo Bernardo a ficar mais apagado no seu papel de ligação ao ataque.
Yaremchuck mantinha-se um pouco mais desapoiado na frente de ataque e foi por isso mesmo que Nelson Veríssimo promoveu a entrada de Gonçalo Ramos
Meite também entrou para dar maior segurança no meio-campo, mas os encarnados acabaram por manter sempre a mesma postura ao longo dos 90 minutos: alguma inconsistência e dificuldade em lidar com a agressividade do adversário.
11 Inicial e Pontuações
Odysseas (8)
Grimaldo (5)
Vertonghen (4)
Morato (4)
Lázaro (5)
Weigl (8)
João Mário (4)
Paulo Bernardo (5)
Everton (6)
Diogo Gonçalves (5)
Yaremchuck (2)
Subs Utilizados
Gonçalo Ramos (5)
Gil Dias (5)
Radonjíc (6)
Meité (-)
Pizzi (-)
Análise Tática – Boavista FC
A equipa de Petit alinhou num 5-2-3, mas com uma boa propensão ofensiva. Ao longo do encontro, notaram-se constantes tentativas de procurar passes de rutura para Gorré na zona de Valentino Lázaro.
Outro dado de destaque vai para a agressividade da equipa na recuperação de bola, juntando isso aos olhos postos na baliza, o que se verificou sobretudo depois do golo do empate.
O ponta de lança Musa também acabou por ter um papel preponderante a segurar a bola no ataque comandando toda a dinâmica ofensiva dos axadrezados.
11 Inicial e Pontuações
Bracali (6)
Filipe Ferreira (5)
Rodrigo Abascal (5)
Nathan (4)
Hamache (6)
Sebastian Perez (4)
Makouta (5)
Luís Santos (5)
Gorré (7)
Gustavo Sauer (6)
Musa (7)
Subs Utlizados
De Santis (-)
Ntep (-)
BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Não foi possível colocar questões ao treinador do SL Benfica, Nélson Veríssimo
Boavista FC
Bola na Rede: Para além da agressividade da equipa, acredita que o papel de Musa na dinâmica ofensiva é um dos dados a destacar?
Petit: São dinâmicas que trabalhamos, com o Musa a baixar porque nós projetamos muito os nossos alas. Ao esticar o Sauer e o Kenji abre ali espaço entre linhas nas costas dos médios do SL Benfica, onde o Musa podia ser tipo um pivot para jogar com os médios e depois podermos sair por fora. O Musa é um jogador que dá a entender melhor aquilo que nós pretendemos. A equipa está a crescer de jogo para jogo. Há que continuar a trabalhar."
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