Últimas indefectivações

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

São Rosas !!!


Benfica B 3 - 1 Marítimo B

O jogo foi mais complicado do que pode parecer pelo resultado, só nos últimos minutos o Benfica carimbou a vitória, e até começamos mal, com o Marítimo a causar mais perigo, até que o Miguel Rosa, após uma excelente jogada com Cavaleiro, centrou com força, e com bastante sorte nos ressaltos, a bola acabou dentro da baliza dos insulares!!! A partir daqui o Benfica melhorou, mas mesmo assim não atingimos o nível do início da época, sem os André's e sem o Pimenta, fica a faltar quem pense no jogo no meio-campo, o Luciano e os Ascues defensivamente são bons, mas limitados a atacar...
O Rosa continua a ser decisivo, com ou sem tabelas, nota-se que está com a confiança toda, mesmo quando exagera nos remates de ângulos quase impossíveis... falou-se esta semana de uma actualização salarial, e de uma promessa de fazer parte das opções para a equipa principal: merece...

Goleada no racismo

"Morreu Guilherme Espírito Santo. Morreu um Amigo meu, alguém com quem privei horas de convívio deleitoso, alguém que aprendi a respeitar como personalidade vertical e umas das maiores referências do historial centenário do nosso Benfica.
Sobre o Espírito Santo, um dia, escrevi longa prosa, cujo trecho final aqui reproduzo, em jeito de homenagem. 'Ele não é uma curiosidade arqueológica, é actualidade. Episodiou a história do Clube, foi apóstolo de um Benfica novo. Projectou também novas luzes sobre o futebol. Fonte de alimentação do ataque, coleccionou golos, títulos, presenças internacionais. Instalou-se no sonho do povo ou não tivesse inventado o futuro'.
E aquele episódio, corria o ano de 1947? A comitiva vermelha chegou ao Funchal para disputar um embate com o Marítimo. Na véspera, quando deu entrada numa unidade hoteleira, o responsável dessa estrutura atirou com 'o negro não pode dormir no hotel, tem que ficar no anexo'. De imediato, gerou-se indignação. Ainda assim, o mandante mostrou-se inamovível. O que fizeram os jogadores do Glorioso? Solidários com Espírito Santo, foram todos pernoitar na arrecadação. Nesse dia, dia histórico, o Benfica venceu o racismo. Venceu de raiva, vencer de goleada.
Espírito Santo, a Pérola Negra, ademais, era um excelente companheiro, um intérprete fiel da causa benfiquista. Mereceu, redobradamente, o gesto amistoso e ternurento dos colegas. Agora, que deixou o mundo dos vivos, merece a glória perene de todo o universo rubro."

João Malheiro, in O Benfica

Objectivamente (Espírito Santo)

"Guilherme Santana Graça Espírito Santo, um dos maiores desportistas de sempre da nossa geração, merece a mais sincera homenagem de todos os que vivem os verdadeiros valores do Desporto.
Guilherme Espírito Santo como era conhecido no futebol desde 1936, ano em que se estreou ao serviço do Benfica em Setúbal, no velho campo dos Arcos, nasceu em Lisboa no dia 30 de Outubro de 1919, mas era de ascendência angolana e para África voltou com a família aos 8 anos de idade. Depois foi em Angola que se iniciou no futebol numa filial do Benfica em Luanda.
Posteriormente veio a concretizar o sonho de jogar no Glorioso aos 17 anos iniciando uma longa carreira de verdadeiro desportista «globbetrotter» sagrando-se campeão no Futebol, Atletismo e Ténis.
Algumas curiosidades contadas pelo próprio fazem as delícias de quem admira estes verdadeiros campeões que antecederam os não menos gloriosos campeões europeus dos anos 60, e que revelam a verdadeira aptidão para o desporto em todas as vertentes.
Quando Guilherme Espírito Santo em busca de uma bola que havia saído das 4 linhas saltou uma fasquia de 1,70 com a maior facilidade enquanto os seus companheiros de clube treinavam e tentavam... e tentavam sem sucesso alcançar aquela marca. Dizia GES que deveria ser «porque em Angola fui mordido por um macaco!». Mas foi também no Atletismo que conseguiu grandes marcas. Recordista nacional de salto em Altura por 3 vezes, a última das quais em Agosto de 1940 com 1,88m, só em 1960 outro angolano que representou o Benfica com enorme mérito Rui Mingas bateu essa marca saltando 1,90m.
Rui Mingas, tal como Barceló de Carvalho (o conhecido cantor Bonga), foram também eles grandes sucessores de GES no Benfica representando Angola e o continente Africano que sempre marcou a história do Benfica."

João Diogo, in O Benfica

Top-dez

"A vitória obtida sobre o Celtic trouxe com ela a possibilidade de continuarmos a sonhar com uma noite épica em Camp Nou, e com o correspondente acesso à fase seguinte da principal prova mundial de clubes. Mas, independentemente da concretização, ou não, desse objectivo, aquele triunfo garantiu-nos a continuidade na Europa do futebol, o que, por sua vez, nos pode encaminhar para um lugar no Top-dez do ranking da UEFA no final da corrente temporada – coisa que não se via desde há mais de quinze anos.
Recordo, a propósito, que em 2001 o Benfica ocupava um humilhante 91º lugar, atrás de nomes como Slovan Liberec, Union Berlim, Roda, Rayo Vallecano, Paok, Vitesse, Grasshopper ou…Boavista. O trajecto internacional do Benfica tem tomado, na última década, um rumo de constante e sustentado crescimento, apenas intercalado por uma temporada francamente negativa (com Quique Flores, em 2008-2009). Desde que Jorge Jesus assumiu o comando técnico da nossa equipa, não mais ficámos fora de competição antes dos Quartos-de-Final (uma vez na Liga Europa, outra na cintilante Champions League), e voltámos, dezassete anos depois, a marcar presença numas Meias-Finais europeias (embora a forma como, aí, desperdiçámos a oportunidade de chegar à respectiva final, nos tenha deixado um profundo amargo de boca). São dados concretos, que nos devem orgulhar, e aos quais nem sempre é concedido o devido reconhecimento.
Se a estes números acrescentarmos mais uma campanha de bom nível, entraremos pois no tal Top-dez, onde só cabem os grandes nomes do futebol europeu e mundial. 
É verdade que, entre eles, está também o nosso grande rival interno. Mas isso, ao invés de nos diminuir, deve, pelo contrário, ajudar a explicar porque motivo nos tem sido tão difícil alcançar o desígnio estratégico da recuperação da hegemonia no futebol português. Não jogamos sozinhos, e a verdade é que nunca na nossa história centenária (exceptuando talvez os anos dos “Cinco Violinos”) tivemos de nos bater com tão forte adversário."

Luís Fialho, in O Benfica