Últimas indefectivações

domingo, 8 de setembro de 2019

Sonhar com a reconquista

"Cristiano Ronaldo, Gonçalo Guedes, Bernardo Silva e, também, João Félix mostraram a nossa qualidade no ataque

1. Ontem em Belgrado vencemos com justiça e demos um passo importante para a qualificação directa para o Europeu de 2020. Portugal e a Ucrânia serão os dois primeiros classificados do grupo. Somos bem melhores que a Sérvia e em Belgrado mostrámos que o somos. Cristiano Ronaldo, Gonçalo Guedes, Bernardo Silva e, também, João Félix mostraram a nossa qualidade no ataque. Foi, aliás, uma selecção que soube reagir aos golos sofridos e com Bernardo Silva a ser o maestro. Agora em Vilnius, a capital da Lituânia, espera-se uma nova vitória, alguns golos e o empurrão definitivo para o Europeu onde temos de defender o título conquistado em Paris. Europeu que pode mostrar à Europa, para além da excelência de Cristiano Ronaldo, um conjunto de talentos de excepção e que nos levam a sonhar com uma impressionante reconquista. Para já caminhamos para fazer dezassete pontos. E depois ir vencer à Ucrânia. Mas terça-feita vencer claramente a Lituânia. E eu lá estarei a puxar por Portugal e a cantar com toda a Selecção o nosso hino. É um regresso a Vilnius, 33 anos depois. E como a Europa mudou. E como Portugal e o nosso futebol de projectos se afirmou!

2. Este Europeu de 2020 realiza-se a partir de 11 de Junho - com o jogo de abertura no Olímpico de Roma - e vai ser disputado, como forma de comemorar os seus 60 anos, em doze cidades da Europa, diria que dá grande Europa. Londres, que vai acolher a final e as meias-finais, recebe outros quatro jogos. Os mesmos que receberão as outras onze cidades: Baku, Bucareste, Budapeste, Dublin, Glasgow, Copenhaga, Amesterdão, Munique, São Petersburgo, Bilbau e naturalmente Roma. E o futuro Grupo A terá duas cidades sedes, Baku e Roma. Como o grupo F se disputará em Munique e em Budapeste. Vai ser um Europeu que acompanha o conceito de grande Europa tal como ocorre com a UEFA. Acolhe a Turquia e Israel como acontecia com a imensa URSS que, aliás, foi a primeira vencedora do Europeu. E num tempo que a França liderava e em que a Inglaterra não queria ficar para trás! Basta recordarmos que na década de 50 do século passado o jornal Daily Mail afirmava que o campeão Wolverhampton seria o melhor clube do mundo já que havia vencido o Honved de Budapeste, o clube do imortal Puskás, bem como o Spartk Moscovo. O certo é que no momento já há selecções claramente apuradas para este Europeu singular: Itália, Bélgica e Espanha. E outras com o caminho bem aberto, como a Ucrânia, a Irlanda, a Rússia, a Polónia e a Finlândia. E com a Alemanha e a Holanda a disputarem com a Irlanda do Norte no grupo C uma posição nos lugares de directo acesso. E o sorteio é já a 30 de Novembro! Para as vinte selecções directamente apuradas. Depois, mais tarde, as últimas quatro vagas serão apuradas através dos play-offs da Liga das Nações. Competição que claramente superou, e muito, as expectativas! E que, com méritos e sabedoria, conquistámos! E guardamos na Cidade do Futebol o primeiro troféu. Tal como comemorámos o primeiro Europeu. De 1960 a 2020 a Europa mudou e muito. E, acredito, vai mudar nos próximos meses. Mas a grande Europa do futebol aí está. Ontem como hoje!

3. Hoje disputa-se em Tondela, no Estádio João Cardoso, a Supertaça de futebol feminino que oporá o campeão Sporting de Braga ao vencedor da Taça de Portugal, o Benfica. Arranca, assim, e em termos oficiais, a época 2019/2020 e o Benfica tem todas as condições para lutar pelo título de campeão! Esta opção do Benfica, na linha do que acontece com os grandes clubes da Europa, reflete os novos tempos do futebol. A atractividade do futebol feminino e a afirmação da igualdade de género. A aposta em novos públicos e nas suas disponibilidades para outros consumos. O Benfica, com uma aposta em jogadoras experientes e em jovens talentos, também aqui marca a diferença e antecipou, e bem, os novos tempos do futebol europeu e mundial. A sua estrutura merece um aplauso pela visão e pela aposta. Sem que se aplauda a resistência e a persistência, por exemplo, do Futebol Benfica. O Fofó, merece, tal como em outro momento o 1.º Dezembro ou ainda o Valadares, entre outros, um reconhecimento especial. Sabendo bem, desde Aristóteles, que «o reconhecimento envelhece depressa». O que importa é no final da tarde deste domingo ligar o canal 11 e ver a Supertaça de futebol feminino!

4. Permitam duas notas finais. Que para mim são, em parte, sentidas recordações. Num tempo da minha vida a Academia levou-me a Cabo Verde e a Moçambique. Percebi forte ligação a Portugal, ao nosso futebol e, no meu caso, ao Benfica. Na Praia comprava este jornal aos jovens que o apregoavam, regressando, num ápice, à minha infância em Viseu e à voz do Senhor Fontes! A alegria e a fé clubística que Luís Filipe Vieira está a sentir em Cabo Verde mostram que o futebol aproxima e que o Benfica é uma das grandes marcas da lusofonia. E um dia antes, no Maputo, o Papa Francisco, ao apontar o nosso saudoso Senhor Eusébio da Silva Ferreira como «exemplo de sonho e perseverança» mostrou-nos, uma vez mais, que o futebol é exemplo e encontro, partilha e conquista, diferença e humanidade. E levou-me a um fantástico livro de César Maurício Velásquez, Futebol com Alma, e que nos ajuda a perceber uma relação entre o futebol e a religião. E em que a fé e a transcendência se aproximam mas não se confundem. Mas o que ficou foi a recordação sentida do Papa Francisco - adepto assumido do San Lorenzo de Almagro - do nosso saudoso Eusébio! E com essa recordação motivou-nos para uma oração. E como escreveu Novalis «rezar é criar religião»!"

Fernando Seara, in A Bola

Ensinamentos chineses

"Não se deve forçar o crescimento, puxando para cima. Adaptável, pois, aos cereais e aos jovens atletas

Não tagarelas, ó tagarelas
1. Discurso de Chuang-Tse:
«Sempre a dispersar a tua força espiritual.
Sempre a desperdiçar a tua energia essencial.
Sempre a tagarelar apoiado contra uma árvore».
Tagarelar como um desperdício de forças. Tagarelar: falar sem objectivo, sem um sentido. Desperdiçar energia atirando palavras para o lado.
Falar é gastar respiração, é cansar-se. Cansar-se sem objectivo: tagarelar.
Os pulmões dos tagarelas não param de inspirar e expirar a rotações aparentemente aceleradas, mas afinal num quase ponto morto. Sem qualquer avanço.
Os pulmões dos tagarelas ao raio-x são mais assustadores que os pulmões dos fumadores.

Não sintas, ó 'sentidor'
2. Para preservar a «energia essencial», o Tao chinês via filosófica e espiritual, aconselha um «jejum do coração, não consumir o coração, não o colocar em movimentos demasiado sentimentais.
Suspender, portanto, os sentimentos. Hipóteses para jejum do coração.
Para poupar energia: não sintas.
De tempos a tempos, portanto, além do jejum alimentar e da abstinência sexual que muitos métodos de endurecimento físico aconselham, eis mais um jejum a acrescentar aos métodos de fazer forte um ser humano: o jejum do coração.

Não puxes, ó puxador
3. Deixar crescer quem está a crescer.
Mêncio, aquele que é considerado um filho espiritual de Confúcio. Em vez de falar de conceitos contra histórias.
Gosto desta história, que aparece em História do pensamento chinês de Anne Cheng:
«Um homem de Song, desolado por não ver os brotos (plantas jovens, ainda a formarem-se) da sua plantação crescerem com bastante rapidez, teve a ideia de os ajudar dando-lhes um puxão».
Mais tarde esse homem entrou em casa e disse que estava bem exausto porque «tinha ajudado a plantação de trigo a crescer», puxando os brotos para cima. O filho saiu a correr para ver a plantação «e percebeu que brotos arrancados já haviam secado». Não chegariam a adultos.
Há uma conclusão magnífica de Mêncio:
«No mundo são ratos os que não ajudam brotos a crescer». Ou seja, são muitos os precipitados.
E depois diz: é certo que não se deve abandonar o crescimento dos cereais à sua sorte, ou seja: deve proteger-se quem está a crescer, proteger o que é jovem das intempéries, das agressões de alguns animais, etc. No entanto, também não se deve forçar o crescimento, puxando. Crescer não é um efeito de acção humana.
Crescer é algo natural. Ninguém fica mais alto fisicamente por ser puxado pelos cabelos ou esticado à força. É preciso respeitar os dias e a sua passagem. A natureza como aquilo que, precisamente, resiste à ansiedade humana.
Adaptável, pois, aos cereais e aos jovens atletas.

Como se governar
4. Governar um país - ou uma autarquia ou uma equipa.
Os ensinamentos de Confúcio e as suas prioridades.
Diálogo entre aprendiz e mestre:
«Zigong: o que é governar»
O Mestre: É velar para que o povo tenha alimentos suficientes, armas suficientes e assegurar a sua confiança.
Zigong: E se fosse necessário renunciar a uma destas três coisas. Qual seria?
O Mestre: As armas.
Zigong: E se tivéssemos que abdicar de uma segunda coisa. Qual das duas seria?
O Mestre: Renunciaríamos aos alimentos. Desde sempre os homens estão sujeitos à morte: mas um povo sem confiança será incapaz de sustentar-se».
Com confiança, o homem procurará alimentos no caso de eles falharem.
Sem confiança, deixará apodrecer os alimentos que lhes restarem."

Gonçalo M. Tavares, in A Bola

Deixa jogar

"A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tem por principal objecto promover, regulamentar e dirigir, a nível nacional, o ensino e a prática do futebol e, em especial, cabe-lhes, entre outras atribuições, desenvolver o futebol no território português, de acordo com o espírito desportivo, valores educacionais, materiais, culturais e humanitárias, através de programas de formação e desenvolvimento dos diferentes agentes desportivos, prevenir as práticas que possam prejudicar o futebol e observar e fazer cumprir os princípios da lealdade, da integridade e do desportivismo de acordo com as regras do Fair Play (artigo 2.º dos seus Estatutos). Estatutos da FPF (artigo 3.º) o princípio na neutralidade e não discriminação.
Dentro deste contexto estatutário, e com «o claro propósito de fomentar o fair play, quer dentro das quatro linhas, quer fora delas», a FPF lançou esta semana o movimento #DeixarJogar, de modo a incentivar os bons comportamentos e combater os fenómenos de violência verbal ou física no futebol, consciencializando «os encarregados de educação e público em geral para os efeitos nocivos dos mesmos».
Com efeito, os pais e responsáveis pelos menores que praticam desporto têm um papel fulcral na passagem de mensagens positivas, que são as únicas que devem estar associadas à prática de qualquer modalidade. Tal desiderato só é atingindo plenamente através do exemplo.
Não esqueçamos, nunca, que o direito ao desporto é um direito fundamental e que a prevenção da violência no desporto é uma incumbência do Estado, especialmente, prevista no artigo 79.º da Constituição."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

A importância de Gabriel a régua e esquadro

"Gabriel Appelt Pires dispensa os apelidos em contexto profissional. Como Cher, basta o primeiro nome para o reconhecimento geral, enquanto que tal como o homónimo, O Pensador, constrói os melhores versos do futebol benfiquista. Gabriel inspira-se na música para explanar todo o seu talento nos relvados e para construir uma marca própria de qualidade comprovada, a cada jogo na Luz.
Com 18 anos, e enquanto sambava pelos relvados do Cariocão com a camisola do Resende FC, a Juventus aparece na sua vida. Os italianos aparecem aos portões d’O Trabalhador com uma proposta choruda: dois milhões de reais para levar Gabriel e o irmão, Guilherme.
O dinheiro chega e apenas a burocracia impede o segundo de seguir viagem, deixando o jovem Gabriel à mercê do seu futuro: a adaptação não corre bem, a carreira vai-se pautando por uma enchurrada de empréstimos na Série B, sem perspectivas de evolução durante 4 anos. O histórico Pro Vercelli foi o primeiro a acolher o garotão, seguido por Spezia, Pescara e Livorno, até o Leganés se chegar à frente.
É nos arredores de Madrid que Gabriel explode definitivamente para o futebol de alto nível, fruto da aposta de Asier Garitano. Os métodos do actual treinador da Real Sociedad elevaram o jogo de Gabriel a outro nível, que motivou a mudança para Portugal a troco de quase 10 milhões de euros no Verão passado.
A presença de Gabriel no onze titular do Benfica é sinónimo de sucesso: na Liga NOS, dos 17 jogos em que foi utilizado, 15 contam-se por vitórias e os 2 restantes por empates. Com ele em campo, em território nacional, o Benfica perde apenas em Alvalade e em Braga, frente ao Porto, na meia-final da Taça da Liga. São 27 jogos, 23 vitórias. A disponibilidade física de Gabriel, aliada à sua elevada qualidade técnica e forte sentido tático, fazem dele a peça essencial na máquina de Bruno Lage, onde assenta arraiais no duplo-pivot, ora acompanhado pelos recuperadores de bolas Samaris e Florentino. 
O seu papel preponderante na transição defensiva e na reacção à perda da bola reflecte-se depois no bom funcionamento atacante, como comprovam os 69 golos marcados com ele campo nos 27 jogos nacionais, traduzindo-se numa média de 2,5 golos por jogo.
E se em contexto nacional é notório o peso do centrocampista na equipa, na Europa o caso muda de figura. Na caminhada nada famosa de 2018-19, Gabriel foi titular nos jogos decisivos ás aspirações encarnadas, não obtendo por isso um bom score.
Se Rui Vitória preferiu a titularidade de outros intervenientes nas vitórias contra o AEK, em Amesterdão e Munique sentiu a obrigação de utilizar o seu melhor médio: Gabriel é peça no tabuleiro encarnado na luta pela qualificação, não conseguindo evitar a derrota tardia na Holanda ou o descalabro alemão. Dessa forma, e com a rotatividade imposta por Bruno Lage na prova secundária, a estatística de Gabriel é francamente pobre em contexto internacional.
O seu principal handicap enquanto atleta de alta competição passa pela sua apetência para lesões, onde só no Benfica já perdeu 14 jogos, divididos em fases distintas. Os seus joelhos já se manifestaram por duas vezes, com a mais problemática sendo já em Portugal.
A lesão do final da época passada levou-o a ficar de fora por nove jogos, ficando assim excluindo da fase de todas as decisões, numa altura que se sentiu sobremaneira a sua ausência no miolo. Mas é no principio da aventura europeia que o seu corpo se ressente mais, com duas graves lesões em Itália. O perónio de Gabriel manifesta-se primeiro ao serviço do Pro Vercelli, onde fica de fora três meses, para um ano depois voltar ao mesmo martírio.
Com toque de bola diferenciado e fruto das aprendizagens tácticas em Itália, Gabriel tem em 2019-20 a oportunidade de se assumir fora de portas, a nível Champions, como médio de eleição. O sistema onde está inserido é o ideal para a sua forma de jogar. Lage não vê nele um box to box, como o via Rui Vitória, mas antes o arquitecto de todo o projecto que, nas palavras da direcção, se intitula de Benfica Europeu."

Ferro na Bola TV

Os momentos mais loucos da história do Benfica!

'Docte Ignorance' desportiva

"O desporto impregna profundamente a vida quotidiana dos homens e das mulheres do século XXI. Divertimento aristocrático na origem, a prática desportiva conheceu, desde o século XIX, um crescimento prodigioso e continua a ser um dos fenómenos sociais mais marcantes da nossa época. A sua prática democratizou-se amplamente e envolve quase todos os indivíduos.
A actividade desportiva não tem o mesmo significado para todos. Cada indivíduo carrega consigo o seu temperamento, as suas possibilidades, as suas exigências pessoais. Ele dá um conteúdo original ao desporto e isso traduz-se: nas intenções, pela vontade de ultrapassar os seus limites; e na intensidade, por uma preparação, uma participação nas lutas desportivas e um esforço que varia segundo cada um. Trata-se, bem entendido, de envolvimentos na disciplina escolhida e no desejo de progredir.
O bem-estar e os perigos não são idênticos para todos. O desporto de alto rendimento distingue-se do desporto de massas. Para a sua elite, e para aqueles que se esforçam por o ser, a actividade desportiva exige um compromisso de todo o ser, uma disciplina a cada momento. Ele ocupa os pensamentos e orienta a maior parte das acções. O desporto favoriza as qualidades naturais e permite a afirmação da personalidade, ele revela o seu próprio valor. Ele é factor de promoção, pelo que a sua essência é a procura da performance, do resultado, uma vontade de se ultrapassar levada ao extremo. Para a massa, esta vontade existe, mas ela não é atingida pela mesma permanência, porque o atleta “amador” é submetido a obrigações que preenchem o essencial da sua vida. Apenas consagra à sua prática desportiva de eleição uma parte, mais ou menos grande, do seu tempo de lazer.
Em Portugal, fala-se muito de desporto, mas pratica-se pouco. E quando se fala dele os equívocos proliferam. Existe uma certa “docte ignorance”, como dizia o teólogo Nicolas de Cues (2013[1440])."

João Marreiros e o desporto escolar

"No polifacetismo da vida nacional, não são muitos os livros, para o grande público, versando o tema “Desporto Escolar”. E escrito por figura de relevo, em Portugal e Espanha, sobre este mesmo tema. De facto, Doutor Europeu em Rendimento Desportivo, pela Universidade da Extremadura (Espanha), com distinção e louvor por unanimidade; professor associado no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes; arguente de mestrados e doutoramentos, em Espanha e Portugal; tendo já atribuído diversos pareceres para Doutoramentos Europeus; dedicando especial atenção ao estudo do olimpismo e do desporto escolar, colaborando, frequentemente, na Imprensa, com artigos que constituem um caminho racionalmente inteligente e digno – João Marreiros acaba de publicar, pelas Edições Cosmos (uma Editora que tem História, na História da Cultura, em Portugal) o livro Desporto Escolar – a influência motivacional no contexto da sua prática, a nível Histórico, Jurídico e Político. Como pessoa, é de uma bondade desarmante e de uma exemplar formação moral, sempre renascente, em todas as circunstâncias. Revejo o seu currículo e há, em todo ele, seja o que for que me atrai. Talvez porque se sinta conciliado consigo mesmo e transmita, por isso, a quem o procura uma inalterável pacificação interior. Foi atleta internacional, nas disciplinas de salto em comprimento e triplo-salto, treinador, juiz e árbitro de atletismo e é professor, escritor, colaborador da imprensa, mas nenhuma ambição o domina, nem nenhum constrangimento o submete, (parece e é, assim o penso) um homem inteiramente livre. Neste seu livro, sobre o desporto escolar, uma preocupação o tomou: “que não é possível haver separação da Educação Física como disciplina curricular do Desporto Escolar, como actividade extra-curricular, pois são dois momentos de um mesmo tempo e espaço. Nas aulas de Educação Física deve iniciar-se o processo de formação desportiva e no Desporto Escolar colocar a prática desportiva ao alcance da maioria dos alunos, de ambos os sexos, de cada turma, por anos de escolaridade, de acordo com as suas capacidades e interesses” (pp. 13/14).
Começa João Marreiros o seu livro, assinalando, com toda a justiça, o pioneirismo da Casa Pia de Lisboa, no nosso país, no desenvolvimento desportivo, em contexto escolar. “Criada a Casa Pia de Lisboa, no reinado de D. Maria I (1734-1816), no contexto dos problemas sociais, decorrentes do terramoto de 1755, que devastou a cidade de Lisboa, foi assim fundada a Casa Pia de Lisboa, por iniciativa do Intendente da Polícia da Corte e do Reino, Diogo Inácio de Pina Manique (1733-1805), com a sua inauguração, no dia 3 de Julho de 1780 e efectiva abertura, em 29 de Outubro desse mesmo ano, provisoriamente no Castelo de S. Jorge. A instituição, de ajuda social, recebia crianças órfãs e abandonadas, além de mendigos e prostitutas, em sectores diferenciados (…). A prática do Desporto, na Casa Pia, desempenhava, nos alunos, um papel altamente motivador. Era vivido sempre com muita alegria, era um alfobre de atletas e uma escola perfeita de iniciação para qualquer modalidade desportiva” (p. 17). O Desporto é uma árvore que vinga ou definha, mediante uma trama de factores que lhe apontam um destino e lhe anunciam um rosto. E, na Casa Pia de Lisboa, desde 1782, ano em que a Educação Física entrou de ser ministrada, nesta instituição, nunca ao Desporto faltou espaço para desenvolver-se e estudar-se. Será de referir que, em 1820, foi a Academia Real das Ciências que, após uma densa e labiríntica pesquisa, elaborou o programa escolar desta instituição e propôs que se ensaiasse, na Casa Pia, uma Escola Nacional de Educação Física, ideia que não se concretizaria. Só em 1833 se realizou a transferência da Casa Pia do Convento do Desterro, para o Mosteiro dos Jerónimos, onde o recreio dos alunos se situava, em amplos claustros, os quais permitiam também a prática de alguns jogos. Um ano depois, aproveitando os largos e longos espaços do Mosteiro dos Jerónimos, nele se criou o primeiro Ginásio de que há conhecimento, em Portugal. Em 1836, de acordo com o paradigma biomédico, edita-se o primeiro livro de Educação Física, em língua portuguesa. E, entre 1833 e 1855, a Casa Pia iniciou, no nosso país, o ensino da ginástica, como matéria escolar.
Saltando sobre datas, com acontecimentos de assinalável relevo e a soma de circunstâncias, experiências e motivações confluentes que os originaram, realcemos agora, o ano de 1905 – o ano em que o Governo decretou a obrigatoriedade da Educação Física, nos liceus. Pelo Decreto 21106, de 16 de Abril de 1932, o Estado Novo, reaccionário até ao tutano, proibiu o Desporto, nas Escolas Públicas. Em 1936, o Decreto-Lei nº. 26611 institui a Organização Nacional da Mocidade Portuguesa. Quatro anos depois, o Decreto-Lei 30279, de 23 de Janeiro cria o Instituto Nacional de Educação Física. O artº. 3º. deste diploma determina que “estabelecer-se-á um regime de efectiva colaboração entre o INEF e a Mocidade Portuguesa”. Em 10 de Junho de 1944, realizou-se a inauguração oficial do Estádio Nacional, com a presença do Presidente da República, general António Óscar de Fragoso Carmona e do Presidente do Conselho de Ministros, Doutor António de Oliveira Salazar. A influência da Revolução dos Cravos, desaparecidas as razões de constrangimentos vários, típicos de uma ditadura, descobre-se no Decreto-Lei 694/74, de 5 de Dezembro: “Pelo Decreto-Lei nº. 82/73 foi definido um novo estatuto da Direcção-Geral da Educação Física e Desportos, que passou a ter poderes orientadores sobre o ensino da educação física e sobre o desporto escolar. Este estatuto repetia uma experiência já tentada, através da Mocidade Portuguesa e cujos resultados se podem considerar catastróficos”. A História atravessa o Desporto (e o Desporto Escolar) com um impetuoso caudal de interferências e, nos anos lectivos de 2007/2008 e 2008/2009 “apareceu, pela primeira vez, um Programa Bianual para o Desporto Escolar. No ano de 2008/2009, o Ano Escolar foi tornado obrigatório, em todos os estabelecimentos de Ensino Básico e Secundário, com adesão voluntária dos alunos. Em 14 de Julho de 2009, o Secretário de Estado da Educação aprovou, pela primeira vez, um Programa do Desporto Escolar, para o quadriénio 2009-2013” (p.99). 
A vagueza do que fica escrito, nesta minha “crítica”, não reflecte a competência indesmentível do Doutor João Marreiros, nem a colmeia viva e bem orientada, que é o desporto escolar, no nosso país. Por outro lado, não sei colher, por ignorância minha, o que, sobre este assunto, os dias (e os homens) nos têm oferecido de mais significante. Aceito todas as críticas com disciplinada humildade e reconheço que o autor deste livro merecia uma análise de conteúdo mais aprimorado do que o meu subjectivismo e a minha pobre retórica. No entanto, porque conheço o João Marreiros, em números redondos, há 40 anos, posso escrever, sem receio que, neste livro, o autor forma, com o homem, uma peça inteira. E portanto esta é uma obra plasmada numa longa e séria experiência e numa ética (e incluo, aqui, a ética do conhecimento) que lhe conferem vitalidade, verdade, sólida fundamentação. Este é portanto um livro que merece entrar na biblioteca dos cursos superiores de Desporto, dos que se ocupam, profissionalmente do Desporto Escolar ou o querem estudar, por qualquer outro motivo. Um ponto me parece indiscutível: o Desporto Escolar, em Portugal, já tem, através de João Marreiros, a síntese necessária para nela poder encontrar-se as causas e as consequências da sua existência e do seu desenvolvimento. E tudo se realizou à luz da filosofia que estas palavras expressam e se encontram gravadas no portal do Desporto Escolar: “É missão do Desporto Escolar contribuir para a formação integral e a realização pessoal de cada aluno, cumprindo o compromisso com o que se consagra, no artigo 79 da Constituição da República Portuguesa: todos têm direito à cultura física e ao desporto”.
A partir da página 72, João Marreiros procura relatar-nos o que tem sido o desporto escolar, depois do “25 de Abril de 1974”. E centremo-nos no XXI Governo Constitucional, onde o Ministro da Educação e do Desporto é o Doutor Tiago Brandão Rodrigues. “O governo propôs uma nova agenda para o desporto nacional, capaz de dar um novo impulso ao desenvolvimento do desporto e aumentar significativamente a sua prática (…). Este modelo de desenvolvimento do desporto tem por objectivos promover mais e melhor desporto para mais cidadãos, começando a formação na escola, prosseguindo o desenvolvimento do desporto, através do movimento associativo com base nos clubes e federações e generalizando a prática desportiva, afirma que turismo e do desenvolvimento e ordenamento do território (…). Para o efeito, o governo irá articular a política desportiva com a Escola, reforçando a educação física e a actividade desportiva nas escolas e estabelecimentos de ensino superior, compatibilizando a actividade desportiva com o percurso escolar e académico e valorizando e apoiando o ressurgimento de um quadro de competições desportivas nas escolas”. Embora exposto muito sumariamente, é de realçar a Parte V do livro, intitulada “A Motivação no Contexto da Prática Desportiva”, enunciando as principais teorias que neste assunto procuram adentrar-se. E, passando da teoria à prática, não se limitando à percepção dominante em círculos restritos e fechados, apresenta as suas próprias ideias sobre a motivação e as de treinadores conhecidos, como o José Mourinho e o Tomaz Morais e ainda as doutros autores de relevantes méritos científicos. Apresenta ainda a legislação específica, em Portugal e as necessárias referências bibliográficas. Konstantin Simonov afirma que “a vida do escritor é sempre, no fim de contas, a primeira fonte da sua obra”. Poderíamos dizer o mesmo deste livro, de que é autor um licenciado, mestre e doutor de muita prática, na realidade palpitante do desporto, e de muito estudo no que de mais atual se encontra, na vasta área da motricidade humana. Enfim, um livro que apetece saudar, um autor que apetece aplaudir e, no meu caso, um amigo que apetece abraçar."

Benfiquismo (MCCLXXXVI)

A estreia...

O futuro da Champions

"Os campeonatos domésticos europeus, em especial os maiores, são os mais ameaçados pela globalização da Champions, cada vez mais a grande fonte de receitas para os principais clubes. A Associação das Ligas Europeias tem sido das maiores opositoras aos planos mais ou menos secretos para reformar a principal prova de clubes da UEFA, insistindo sempre numa melhor distribuição de receitas e na redução do peso dos coeficientes históricos, de forma a aumentar o equilíbrio interno. Esta é uma parte da história. A outra é que as próprias ligas – em especial as maiores – foram as grandes responsáveis pelo actual sistema de acesso à Champions e que garante quatro vagas automáticas a ingleses, espanhóis, alemães e italianos. O que faz com que, por exemplo, este ano, haja uma Atalanta na fase de grupos e não haja um FC Porto, equipa com um registo fabuloso na prova e com a ‘má sorte’ de nascer portuguesa, logo obrigada a duas pré-eliminatórias.
A Champions como principal campeonato europeu, um pouco à imagem da NBA no basquetebol norte-americano, é uma inevitabilidade, porque as fronteiras culturais estão cada vez mais ténues. E para os adeptos do futuro (e é preciso perceber que grande parte, se não já a maioria deles, vive fora da Europa), as rivalidades serão transnacionais."

Benfica bem representado nas selecções

"Chegámos novamente a um dos momentos do ano em que os campeonatos nacionais se interrompem e dão lugar às selecções. Como seria de esperar, os atletas benfiquistas fizeram-se representar em força nas suas respectivas equipas nacionais. São 42 os jogadores chamados a cumprir dever internacional, espalhados por selecções seniores e de formação.

Portugal
- Selecção A
Convocados: PizziRúben Dias, Rafa e Ferro
Ferro: Inicialmente fora dos convocados, foi chamado por Fernando Santos para substituir o lesionado Pepe. Indiscutivelmente o futuro do sector central defensivo, Francisco Ferreira devia já, na minha opinião, ter sido incluído na lista inicial. Ferro traz qualidades à selecção nacional que nenhum outro central trazs. É o melhor central com a bola no pé, e irá certamente contribuir para uma melhoria na primeira fase de construção da equipa das quinas.
Rúben Dias: Já um dos habitues da selecção e natural titular. Rúben conquistou rapidamente o lugar ao lado de Pepe, fruto das boas exibições e da sua constante e rápida evolução. Um central rápido com excelentes noções de posicionamento defensivo e muito forte no jogo aéreo. Será, depois da retirada de Pepe, a principal figura no centro da defesa da selecção. Convocatória indiscutível.
Rafa: Um jogador já com pedigree de selecção e campeão europeu em 2016. Rafa fez uma grande temporada na época transacta e começou esta da mesma maneira. Rapidíssimo e com melhoras significativas na finalização, Rafa oferece à selecção uma solução alternativa. A selecção joga muitas vezes sem extremos puros, que procuram muitas vezes espaço interior, Rafa pode trazer à equipa nacional verticalidade e profundidade. Mais um indiscutível da selecção das quinas.
Pizzi: Sempre um dos jogadores mais preponderantes na equipa encarnada, Pizzi é no entanto poucas vezes utilizado no 11 inicial da selecção portuguesa, face ao “luxuoso” meio campo do qual Fernando Santos dispõe. Sempre uma opção mais criativa para o meio campo, contudo o espaço de Pizzi deve ser no lado direito, com funções semelhantes àquelas que desempenha no Benfica.
Nota também para a elegibilidade de Gabriel (está lesionado neste momento). Com a recente convocatória de Dyego Sousa, a selecção parece não estar fechada a atletas naturalizados. Gabriel poderia ser uma boa opção para o centro do terreno. A selecção lusa defronta hoje a Sérvia e a Lituânia na terça-feira a contar para a qualificação para o Euro 2020.

Portugal
- Selecção Sub21
Convocados: Jota, Nuno Tavares, Nuno Santos e Florentino*
Jota: Jota tem sido opção ocasional na equipa principal das águias e irá progressivamente conquistar o seu espaço. Um jogador já com um excelente historial nas selecções nacionais (campeão europeu de sub17 e sub19 , creio que se evoluir da forma esperada e olhando para o que tem feito nesta temporada, o nome Jota poderá, a médio prazo, figurar nas escolhas de Fernando Santos.
Nuno Tavares: Começou a época a titular numa posição que lhe é estranha, o que não fez jus a todas as suas qualidades. Do lado esquerdo tem condições para brilhar. Deverá disputar o lugar no 11 titular na selecção de Rui Jorge, com o jogador do Wolves: Ruben Vinagre.
Nuno Santos: Talvez o talento encarnado menos conhecido desta selecção. Nuno Santos fez a pré-temporada na equipa A e tem evoluído bem na equipa B, uma boa opção para o meio campo de Rui Jorge.
Florentino*: Florentino foi inicialmente (e bem) convocado, mas o seu nome foi retirado da convocatória devido a problemas físicos. Na selecção de sub21, Florentino é um indiscutível e com a conquista da titularidade no Benfica, juntando às suas excelentes qualidades, sobretudo a sua maturidade táctica e posicionamento defensivo, Florentino pode aparecer na selecção A num curto-médio espaço de tempo.

Portugal
-Selecção Sub20
Convocados: Celton Biai, Pedro Álvaro, Gonçalo Loureiro, Pedro Ganchas, Diogo Capitão e Tiago Dantas
Uma selecção com muitos jogadores do Seixal, destaco Tiago Dantas e Pedro Álvaro que são titulares habituais na equipa B dos encarnados e estão na linha para a subida à equipa A. Deverão rapidamente também progredir para a selecção de sub21. Destaque ainda para Celton Biai, que realizou uma excelente época na equipa de sub23 e deve ser o guardião titular nesta selecção.

Portugal
- Selecção de Sub19
Convocados: Bernardo Silva, Francisco Saldanha, Henrique Jocu, Gonçalo Ramos, Jair Tavares, João Ferreira, Rafael Brito, Samuel Soares, Tiago Gouveia, Umaro Embaló e Tomás Tavares.
Mais uma selecção com muito talento encarnado, são onze os jogadores, nesta convocatória, que representam o Benfica. Destaque para Tomás Tavares, já incluído nos trabalhos da equipa principal. Deve ser a alternativa a André Almeida. Deve disputar a titularidade na selecção com o colega João Ferreira, que fez a pré-temporada com a equipa A. Umaro Embaló vai ganhando espaço na equipa B e tem sido uma das estrelas da equipa secundária das águias. Jair Tavares tem-se destacado na equipa de sub23 e Gonçalo Ramos fez um excelente europeu de sub19. Muito potencial nesta equipa, excelentes escolhas de Rui Bento.
Apesar de ainda ser algo prematuro, o jovem médio centro, Martim Neto pode vir a aparecer nesta selecção ou no escalão intermédio dos sub18. Ainda com apenas 16 anos , Martim joga na equipa de juniores da equipa encarnada. Com muita qualidade técnica e uma excelente capacidade de passe, Martim Neto pode vir a ser um excelente jogador para o Benfica e para a selecção nacional.

Marrocos
Convocados: Taarabt
Taarabt: Fruto da sua transformação física e psicológica e a sua boa forma futebolística, que o levou até a ganhar o prémio de Homem do Jogo, frente ao Braga, Taarabt voltou a ser incluído nas escolhas do seleccionador Vahid Halilhozic. Uma excelente opção para a selecção magrebina, será certamente uma das figuras da sua equipa nacional, ou pelo menos tem condições para que tal se suceda. Está a tornar-se um jogador fundamental para a equipa encarnada e poderá desempenhar o mesmo papel na selecção marroquina.
A selecção de Marrocos vai realizar dois jogos amigáveis frente ao Níger e ao Burkina Faso.

Grécia
Convocados: Vlachodimos e Samaris
Vlachodimos: Começou a temporada com a ameaça da chegada de um novo guarda redes para lhe fazer sombra. Vlachodimos tem reagido, no entanto, muito bem às críticas estando a realizar uma boa época, sendo possível até observar alguma evolução nos sectores mais fracos do guardião greco-germânico (sobretudo o jogo fora dos postes). Internacional jovem pela mannschaft, optou recentemente por representar a selecção Grega. É provavelmente o melhor guarda redes da seleção helénica e deverá ser titular.
Samaris: Samaris não começou a época da melhor maneira, aparentando estar longe da forma que o caracterizou na época passada. No entanto o médio Grego continua a ser um jogador muito relevante no plantel de Bruno Lage e naturalmente foi incluído nas escolhas do seleccionador John Van’t Schip. Estará na linha da frente para ser titular frente ao Liechtenstein e à Finlândia.
A Grécia defronta a Finlândia e o Liechtenstein, na qualificação para o Euro2020.

Suíça
Convocados: Seferovic
Seferovic: Depois de se ter sagrado o melhor marcador do campeonato português, Seferovic atravessa agora um momento mais difícil na sua carreira. A má forma e a falta de golos não impediram a sua convocatória para a selecção helvética. Seferovic é uma das figuras da equipa de Vladimir Petkovic e poderá ser preponderante nos jogos que se seguem. Seferovic irá, contudo, abandonar a selecção mais cedo devido ao nascimento do seu filho.
A Suíça defronta a República da Irlanda e Gibraltar, na qualificação para o Euro2020.

Bélgica
- Selecção Sub21
Convocados: Svilar
Svilar: Svilar ainda não conseguiu atingir o nível que era esperado quando assinou pelas águias. Agora titular na equipa B, o jovem guardião tem o seu futuro completamente em aberto. Svilar poderia representar a selecção servia, pátria da sua família, no entanto, acabou por optar por representar o país da sua naturalidade: a Bélgica. É uma opção para a selecção de Johan Walem. Deve disputar a titularidade com Ortwin De Wolf, guarda redes do KAS Eupen.

Destaque ainda para Grimaldo que já vai merecendo uma convocatória para a selecção espanhola, mas terá de superar a fortíssima concorrência de Gaya e Jordi Alba.

Outros convocados: Diogo Nascimento, Felipe Cruz, Gerson Sousa, Henrique Pereira, Henrique Araújo e Tomás Araújo (selecção de Sub18), Kalaica (Croácia Sub21), Armalas (Lituânia Sub21) Martin Chrien, (jogador que foi recentemente inscrito na primeira liga) (Eslováquia Sub21), Vukotic (Montenegro Sub21), Leo Kokubo (Japão Sub18) e Bajrami (Suiça Sub18)."