Últimas indefectivações

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Mais uma vitória...

Oliveirense 2 - 3 Benfica

Vitória para a Champions em Oliveira de Azemeis, num jogo complicado, sem o Roca (além do Pau), com dois apitadeiros espanhóis, que pareciam Tugas, e com o Roby ainda longe da melhor forma!

Nota para os putos: Zé já não é surpresa, mas o Viti está a adaptar-se muito bem, às exigências da equipa principal!

Conti decisivo, e no outro lado um Souto porco todos os dias, nas simulações e provocações, com total impunidade, com tem acontecido durante toda a sua carreira!

Antevisão...

Terceiro Anel: React - Mourinho

BI: Antevisão - Atlético

Falar Benfica - Conversas Gloriosas #31

E agora quem substitui Lukebakio?


"JOGA O INFANTINO? JOGA O SEGURO?

A FIFA enche-se de dinheiro à conta das competições de seleções, seleções que são compostas por jogadores pagos a peso de ouro pelos clubes.
A FIFA impõe datas para os jogos de seleções que caem a meio das épocas, prejudicando o normal trabalho dos clubes e o normal desenvolvimento das competições de clubes, que são as que mais interessam aos adeptos.
Lukebakio veio lesionado com gravidade da seleção da Bélgica. E agora? Quem joga no seu lugar? O Infantino, presidente da FIFA? O selecionador belga? O seguro que lhe vai talvez pagar os tratamentos e os ordenados?
A FIFA abre ao menos exceções para os clubes poderem inscrever jogadores que substituam os que se lesionam ao serviço das seleções?
Por mim nenhum jogador do Benfica ia às seleções a meio das épocas."

O planeamento…aí o planeamento…


"Eu sou do tempo em que bradavam aos céus por planteis curtos…”vamos acabar com o “carrocel do Mendes” ou com “as negociatas dos amigos”…o crime dos empréstimos…e eis que estamos perante isto…
Como todos sabemos planeamento consegue prever que o Bruma rebenta o tendão de Aquiles…o Bah e o Manu rebentam os ligamentos cruzados no primeiro jogo após fecho do mercado…que o Pavlidis, Sudakov e Lukebakio vão às seleções e vêm diretos para o estaleiro…isto com planeamento não acontecia…que durante a fase covid iríamos ter de ir a jogo em semanas com 18/19 infetados no plantel…
Gritavam por planteis curtos por causa do “carrossel do Mendes”…bravo para os experts do futebol…
Criticavam quando tínhamos excesso de emeprestados…era um ai Jesus de fartar vilanagem…relembro que num defeso 90 milhões foram feitos com atletas emprestados (Jovic + Talisca + Jimenez)…mas aí não que isso não pode ser…
Eram os tempos de “Não joga o Matic…joga o Manel…”
Isto com os deuses da gestão jamais iria suceder…eles que exigiam isto semana após semana, que faziam questão de meter os seus lacaios a debitar isto semana após semana na comunicação social e em todas as redes sociais sobre o seu comando…e é isto…”e(s)xpertos” do futebol…
Fartar vilanagem, mais nada…dividir para reinar!"

Benfica: F(r)atura para janeiro


"Lesão de Dodi Lukebakio já não deixa margem para que uma incursão do Benfica no mercado de janeiro seja vista como um capricho de José Mourinho, é uma inevitabilidade para Rui Costa

José Mourinho falou mais vezes do que não tinha do que o contrário, nestes primeiros tempos de regresso ao comando do Benfica. Que a equipa não tinha verticalidade, que não mordia os adversários, que não tinha presença na área, que não tinha mentalidade de ir para a frente quando recuperava a bola, em vez de a passar para o lado. Tudo misturado numa conclusão: José Mourinho não tem os jogadores que ambicionava ter.
A análise é sempre discutível, até porque a realidade estará a meio caminho entre as carências denunciadas pelo treinador, ao longo destes dois meses, e a obrigatoriedade de fazer mais com o que tem à disposição, de tirar mais sumo do que aquele que Bruno Lage estava a conseguir extrair. Mas se o debate relativamente às carências do plantel já se justificava antes de Mourinho chegar, especialmente no ataque, é normal que o treinador das águias, com contrato até ao verão de 2027, tenha ideias diferentes para o grupo de trabalho.
Os últimos dias deixaram claro, em todo o caso, que a necessidade de investir no mercado de janeiro já não pode ser vista como um capricho de Mourinho, antes uma necessidade absoluta para o Benfica.
Se a limitação de extremos já parecia inequívoca quando existia disponibilidade total de Dodi Lukebakio, a lesão grave agora sofrida pelo internacional belga obriga a SAD liderada por Rui Costa a procurar no mercado alguém com características semelhantes.
Pela imprevisibilidade e rapidez que o esquerdino ex-Sevilha dá ao jogo, por ser um jogador que desequilibra como ninguém no plantel, ainda que o perfil diferenciado seja tantas vezes prejudicado pela falta de eficácia na tomada de decisão.
Andreas Schjelderup até pode ter aqui uma oportunidade inesperada de evitar que esta condenação num tribunal de Copenhaga confirme também uma sentença desportiva por cumprir na reabertura da janela de transferências. Para Gianluca Prestianni, que vem da estreia na seleção principal da Argentina, mas também tarda em dar o salto qualitativo, pode ter chegado o momento do tudo ou nada.
Há sempre a formação ali a jeito, mas no cenário atual parece insuficiente para responder àquilo que o Benfica, que ainda luta por todos os objetivos, realmente precisa.
Já não é cedo, e Rui Costa tem de estar à porta do mercado assim que ele abrir."

De Paris ao Piódão à boleia de João Neves


"João Neves encantou na Barriosa a olhar o Poço da Broca... Um sorriso em terra queimada e de grandes milagres.

Na serra do Açor há milagres a acontecer todos os dias. O milagre de uma natureza que morre antes de voltar a nascer. Mais, uma natureza que foi morta pela crueldade do fogo e que se inventa de novo, brotando o verde de cada árvore em sinal de resistência. E aqui se percebe melhor porque o verde é a cor da esperança. Porque é de esperança que se fala quando, serpenteando a serra a caminho do Piódão, vejo um Açor desfigurado de negro. Despido, dorido, queimado. Silencioso, mas fervilhando por baixo em gritos de resistência. E das árvores brotam as primeiras folhas verdes.
Talvez a imagem mais marcante seja aquela que se intui sem ser tão óbvia. A do susto que tantas pessoas apanharam, rodeadas de fogo por todos os lados. Com as casas em perigo e em zona de difícil acesso para os bombeiros. Brilhante trabalho fizeram todos, verdadeiros heróis. Casas inteiras. Intactas. Rodeadas de queimado por todo o lado, mesmo à porta. Ficaram os dedos...
É neste pensar que o serpentear da serra chega ao fim e Piódão se assume em todo o esplendor como um dos mais bonitos bilhetes postais deste país. Uma aldeia pintada de xisto, com as casas encavalitadas à espera de se assumir, no Natal, como Aldeia Presépio. Uma das 12 aldeias históricas de Portugal, sendo que seis delas já nem aldeias são. Nesta altura do ano, são poucos os turistas. Muito poucos. Piódão exige esforço do visitante, no acesso e na visita. E essa é uma riqueza. Mas também uma fragilidade para quem aqui investiu e tem contas a pagar dozes vezes por ano.
A visita ao Guarda Rios, na Barriosa, é obrigatória para quem quer degustar um belo almoço. O bacalhau e o cabrito provam que para brilhar nem é preciso inventar. É ter mãozinhas, claro, mas é também deixar os ingredientes falarem. Há algumas semanas, dizem-me com orgulho, João Naves estava ali sentado a olhar para as cascatas do Poço da Broca. Optara por um lugar discreto e discreto passou a refeição. Reconhecido por alguns,sorridente para quem lhe sorriu. Dizem-me que gostaram muito do rapaz. E da namorada. Um miúdo sem manias, simples, discreto. Foi a terceira vez que utilizaram a palavra discreto.
Fico satisfeito por não ser o único que acredita ser Joao Neves um bom rapaz. Educado com valores, o rapaz da camisola por dentro dos calções. Hábito que lhe vem desde a formação no CFT do Algarve e do pai, Pedro Neves, agente da PSP e antigo forcado em Serpa, um homem rigoroso para quem a camisola dentro dos calções é sinal de respeito pela instituição que se representa.
Neste pequeno pedacinho do Açor, afastado do mundo mediático, sei apenas que João Neves marcou três golos à Arménia.
Sei que é fácil gostar dele. E que tem tudo para poder ser apontado com o exemplo para os mais novos. Sei também, sem muitos pormenores, que nestes dias muito se tem falado de Cristiano Ronaldo. De Portugal ter goleado sem ele. De não ter estado no Dragão para a festa da qualificação. De ter estado com Donald Trump. Voltou a dividir-nos e lamento não haver espaço para um meio termo, uma terra e mar de coisas que são boas e outras más. Mas isso fica para a semana, no regresso de férias, que hoje ainda tenho de passar a ponte suspensa da Foz d´Égua, caminhar 2,6 quilómetros a pé, sempre a subir, até Chãs d’Égua e jantar uma... sopa de legumes que me portei mal ao almoço..."

Concentrar Direitos de Transmissão? É Possível?


"Li e reli, bastas vezes, o Decreto Lei 22-B/2021 de 22 de Março. Em cada leitura, um obstáculo, ora na coerência interna do diploma, ora nos alçapões legais e constitucionais que cria, quer mesmo em omissões gritantes de várias naturezas. Não sei se o legislador agia com reta intenção, mas para um intérprete médio, ficam por resolver e preencher omissões, ultrapassar contradições e, o que é mais sensível, contornar inconstitucionalidades. Vamos por partes:
1 — Diz o Art. 3º, n.º 1 do Decreto-Lei que «a titularidade dos direitos de transmissão televisiva … pertence aos clubes ou às sociedades desportivas participantes nas respectivas competições». E este é o princípio geral, e dele terão de ser extraídas todas as consequências. Como princípio geral, mostra-se incontornável e de capital importância na economia desta magna questão. Assim: é definitiva e intocável tal titularidade? Mais: tal titularidade é exclusiva dos clubes e das SAD´S? E ainda: os organizadores das competições (são dois, pelo menos) não detêm qualquer parcela nessa titularidade?

Segunda ordem de questões
2 — O DL 22-B/2021 não informa o intérprete sobre o destinatário das titularidades, deparando-se-nos uma norma fantástica que atribui à FPF o poder de identificar e definir o titular da “comercialização centralizada”, sem que se declare se é ela própria, ou qualquer outra instituição que será o destinatário dos direitos amputados aos clubes e às SAD´S. Ora o DL 22-B/2021 nada nos diz, nem sequer o pode fazer, como é evidente. Em suma: a transmissão dos direitos de transmissão, irá reverter a favor de que instituição? Pública? Privada? Já constituída? A constituir? Nacional? Estrangeira?

Terceira ordem de questões
3— Fica-se, ao ler o Diploma Legal, sem se saber, se a alienação dos direitos de transmissão será total, absoluta e para todas as competições. Assim: os Campeonatos Nacionais, as Taças de Portugal e as demais competições, mesmo as de carácter particular, ficam abrangidas pela transferência dos direitos de transmissão? Haverá excepções a identificar, qualificar e quantificar? E tudo isso será matéria de diploma regulamentar? Da Competência do Governo? Ou da FPF?

Quarta questão, mas não a última
4 — Como é sabido, o Sport Lisboa e Benfica e a sua SAD eliminaram judicialmente a intervenção da Olivedesportos e fizeram caducar o monopólio contratual que pré-existia e que emergia de um asfixiante direito de preferência em que vivem todos os clubes e SAD´S. E que solução jurídica resultou dessa destruição de direito de preferência? Foi simples, passou ele próprio – leia-se: o Benfica - a transmitir os seus próprios jogos. As consequências jurídicas e económicas do Universo Benfica são exteriores ao DL 22-B/2021 de 22 de Março e do seu âmbito de aplicação.
Na realidade, todos os Clubes e SAD´S, são titulares dos direitos de transmissão (capacidade de gozo) mas só o Benfica pode transmitir os seus próprios jogos (capacidade de exercício). Por consequência, quando aprecio as intervenções dos mais responsáveis dirigentes do Benfica, fico atónico quando admitem que a questão que se lhes coloca é puramente económica e quando se colocam no mesmo patamar jurídico de todos os demais Clubes e SAD´S, limito-me a penalizar-me pela sua própria e injustificada ignorância.
E assim não o é, nem económica, nem juridicamente, pois a dupla titularidade do Benfica, afasta-o jurídica e economicamente da mera quantificação da «concentração». Na verdade, o Benfica não pode alienar, sem mais, os seus dois direitos: o de transmitir e o de exercer o direito de transmitir. Convém apurar se juridicamente se prevenirá essa diferença, mas, acima de tudo, se os dirigentes têm consciência dessa dupla titularidade.

Questão: a inconstitucionalidade material do DL 22-B/2021 de 22 de Março
5 — Mas a mais sensível questão prende-se com a constitucionalidade material do diploma legal. Urge apurar, na verdade, sendo verdade que a titularidade exclusiva, jurídica e económica cabe aos Clubes e às SAD, será possível, por simples Decreto-Lei amputar tal titularidade, sabendo-se que só por via da expropriação se pode absorver e retirar do proprietário tal titularidade, mas sempre sob invocação de interesse público (Art. 62º, n.º 2 do CRP). Mas todas estas especulações são estranhas e colidentes com o DL 22-B/2021 de 232 de Março. Nada a fazer, senão revogá-lo.

Resumindo
O legislador de 2021, a meu ver, foi incompetente, superficial e precipitado. Mas, o mais grave, afrontou a Lei Fundamental. Vamos ver se e como se ultrapassam tais obstáculos."

Zero: Canto - Aways e camisolas: a Taça e a Europa em histórias sobre o Benfica

BF: Lukebakio...

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Lesões vão alterar ataque do Benfica ao mercado?

Falar Benfica #226

Observador: E o Campeão é... - Lukebakio com lesão, Hjulmand limitado. Aí está o virus FIFA

Observador: Três Toques - Sebastien Migne: O selecionador remoto

Rabona: Who’s in, who FAILED & play-offs are SET for the 2026 World Cup

Goleadas e cozidos


"Portugal voltou a garantir a presença num Mundial. Mas continuamos a mostrar duas faces demasiado distantes. O desaire com a Irlanda e a goleada por 9-1 são o espelho perfeito dessa ambivalência: num dia somos equipa esmagadora, no outro tropeçamos em nós próprios.
A goleada foi empolgante e deu para tudo: confiança, exibições individuais de luxo e aquela sensação de que, quando o jogo flui, somos uma das seleções mais fortes do mundo. Mas a derrota com a Irlanda expôs fragilidades. Falta-nos constância e agressividade competitiva quando o adversário sobe um degrau.
Ainda assim, há algo reconfortante. Já quase não nos lembramos da última competição que falhámos. A regularidade tornou-se rotina - ao contrário de outros países com peso histórico igual ou maior. Temos uma seleção capaz de tudo e com soluções que fariam as delícias de qualquer treinador, mas que anestesiam alguns. Não precisamos de calculadora, mas de consistência.
Enquanto essa consistência não chega, o futebol português continua fiel a hábitos antigos. Há uma semana escrevia que o Vitória precisava de começar a cozinhar, aludindo a uma espécie de banho-maria em que nos encontramos. Mas, para além de cozinharmos pouco dentro de campo, almoçamos pouco fora dele. António M. Cardoso insurgiu-se, e bem, contra os mesmos hábitos de sempre: decisões importantes tomadas à mesa, por poucos e para poucos. Uma espécie de cozido putrefacto à moda do costume, preparado por chefes sem estrelas. Esperemos pela ASAE. Sentados."

Resistência ou falta de interesse?


"No último fim de semana, o Santiago Bernabéu recebeu um jogo da NFL. Curiosamente, o estádio, que em breve se chamará apenas Bernabéu por motivos comerciais, foi palco de aplausos para o futebol americano, enquanto o Presidente da La Liga criticava o Real Madrid por este se opor a uma jornada da Liga nos EUA. Ironias e (in)coerências do mundo moderno do desporto.
Nos últimos meses, vimos rumores de que a Premier League pretende realizar um jogo oficial fora da Inglaterra, talvez nos EUA ou na Austrália. A NBA, por sua vez, já olha para a Europa em 2027, não apenas com jogos isolados, mas com um projeto de liga que ninguém sabe bem como irá estar estruturado, mas que conta com um clube português incluído nesta jornada. As Supertaças italiana e espanhola acontecem perto de onde me encontro a escrever e, recuando — e somente para dar mais um exemplo —, a nossa Supertaça já foi disputada em Paris, em 1995 e 1996, para gáudio dos emigrantes.
Se há algo que une clubes, federações e franchises é o objetivo de aumentar receitas. Seja através de bilheteira, merchandising ou marketing, o foco é reforçar a competitividade interna e, noutros casos, externa. Mais dinheiro significa poder manter talentos, contratar melhores atletas, estar mais perto de vencer mais vezes e investir melhor. A boa utilização dessas receitas é outra história, mas a necessidade de as gerar é clara.
Diria que não é má gestão, mas sim estratégia. Se concordamos com a mesma ou se pode ser sinal de má gestão de alguns recursos, será outra conversa. Poucas ligas recusam oportunidades internacionais, a começar pelas top-5, que são mais apelativas mas, por outro lado, as que conseguem gerar mais receitas internamente. A ideia não é vender identidade ou colocar a seriedade em causa, mas explorar novos mercados e novas fontes de receita, desde que a cultura e a governança das competições sejam respeitadas.
Por outro lado, o caso alemão mostra que o contexto é determinante. A Bundesliga, com a segunda maior média de assistência da Europa — até a Bundesliga 2 supera a La Liga (dados de 2024/25) —, sabe que avançar para este tipo de jogos pontuais fora de portas pode criar um conflito gigante com os seus adeptos. Para termos uma ideia, há clubes alemães com mais público em jogos domésticos do que europeus, sendo isto uma normalidade mesmo noutras modalidades. Contexto é rei, sempre. A verdade é que a liga alemã é bastante forte internamente, gera muitas receitas aos diversos clubes, embora exista uma enorme gap entre o Bayern Munique e os restantes, e a última vez que um clube alemão venceu uma competição europeia de clubes foi em 2020 no Estádio da Luz, na final entre o Bayern Munique e o PSG.
E Portugal? Como podemos crescer ou diversificar? Existe uma necessidade para ontem de que as receitas cresçam, especialmente face ao incremento das despesas. Isto passa também por ter um quadro competitivo mais aliciante: reduzir clubes, criar horários mais atrativos, diminuir a dependência televisiva — especialmente a financeira —, reforçar a governança e já não vou tão longe como alterar o quadro competitivo como fez a Bélgica. Tudo parece consensual. Mas o desafio será mais fácil de alcançar quando existir uma união dos clubes, algo que parece difícil a curto prazo.
Outra alternativa pontual seria levar a Taça da Liga (caso se mantenha) ou a Supertaça para o estrangeiro, de forma a promover melhor o campeonato. Se existem países interessados ou mercados que nos interessam será outra conversa. Se houver interesse, ótimo; caso contrário, será preciso criatividade.
Abrir os clubes a investidores é outra realidade inevitável, que já acontece com grande frequência em Portugal, especialmente entre os clubes de menor dimensão, tornando-os (potencialmente) mais robustos, fortes e estáveis, se os fundos, parceiros ou donos forem sérios. O SC Braga aproximar-se-á cada vez mais dos três grandes, e poderemos assistir — apenas dois exemplos — a um Moreirense ou Gil Vicente a sonhar estar mais perto do 4.º ou 5.º lugar do que do cenário de sobreviver anualmente à luta pela descida.
Os clubes portugueses não podem viver apenas da venda de talentos (nem sempre os há e, automaticamente, ficam fragilizados competitivamente, nem que seja externamente). Já competem com clubes da segunda metade da tabela de ligas maiores por jogadores e começa-se constantemente a recorrer a empréstimos obrigacionistas para pagar os anteriores, por vezes. Em Portugal — e porque o futebol não vive numa bolha —, num país com baixo poder de compra, isso é vai ser mais evidente. Precisamos de imaginação e alguma ousadia. A liga inglesa, francesa, italiana e espanhola já deram esse passo, sendo que a nossa hesitação pode ser fruto de algum conservadorismo ou das dores antecipadas da gestão de uma medida destas.
A Federação Portuguesa de Futebol e a Liga têm um papel crucial: proteger clubes e potenciar as competições. Algumas decisões serão impopulares, é certo, mas não vejo grande alternativa se quisermos ser competitivos na Europa. Cada dia sem uma decisão é um dia em que ficamos para trás."

Noronha à terceira


"No Benfica, derrubar um incumbente é obra rara — raríssima. A última vez que sucedeu, foi apenas porque o universo inteiro conspirou para que tal acontecesse. Ao contrário de 2020, Noronha já não é um estreante a entrar de peito aberto contra uma máquina velha, cínica e oleada. E, ao contrário de 2025, já viu tudo. Já levou com tudo. Já sabe onde estão as emboscadas, os golpes baixos, os falsos amigos, as cartas abertas e os crocodilos em lágrimas. As cicatrizes são o seu mapa 

 E se Noronha voltasse?
Não seria inaudito, pelo contrário seria bíblico. Desde o cerco de Josué a Jericó que se sabe que o mundo é dos teimosos, dos que continuam a marchar mesmo quando a escuridão avança contra eles; dos que dão sete voltas à muralha até ela, arriada, cair de uma vez. Não creem? Pois creiam: em 1099, só ao terceiro assalto é que Jerusalém cederia ao ímpeto de Godofredo de Bulhão; e Churchill passou metade da vida a perder, a cair, a arruinar-se, como aqueles heróis trágicos que só a Inglaterra poderia produzir, até que em 1940 a própria História o empurrou para o lugar onde sempre estivera destinado.
Há oito dias isto nem me passaria pela cabeça. Estava tudo demasiado escaldado. Mas oito dias bastam para mudar um homem — e incendiar uma cidade. Hoje o cenário já não me parece imponderável: é só uma questão de atitude. Explico. Não se trata do que se faz, mas de como se faz. Se João Noronha Lopes tiver aprendido com os erros, se tiver avaliado os inimigos que tem pela frente, então pode perfeitamente conseguir.
Um deles é, na verdade, um aliado precioso: poderemos sempre contar com a incompetência de Rui Costa; retirem-se da fórmula os artífices da comunicação para que tudo acabe em soma zero.
Esses sim, verdadeiros manipuladores de sortilégios, foram a fonte de toda a insídia.
Veja-se o embrulho exemplar que fizeram a Nuno Gomes: conseguiram acusar um homem de querer “mandar deportar para Angola” um amigo angolano! O absurdo é deliberado, porque o objectivo não era ser credível, era ser destrutivo. Toda a campanha foi assim. A comunicação social fez tudo o que pôde para que Noronha não fosse eleito. Se, em 2020, o ignoraram, em 2025 trataram de lhe limpar o sebo. Mesmo agora, depois das eleições, os comentadores que na televisão auguram futuros promissores a candidatos que tiveram 12% são os mesmos que forçam a autópsia a um cadáver que teve trinta e muitos.
A urgência em matá-lo politicamente só prova que ainda o temem. Sabem — como nós sabemos — que Noronha só não tem futuro se não quiser. Até o Record escreveu: “(...) não tem futuro.” Ora, eu digo exactamente o contrário: tem futuro. Quem passou o que ele passou, quem enfrentou a máquina trituradora da comunicação social e as suas metástases a ecoar na boca dos sócios, é um sobrevivente. Trata-se por isso de cicatrizes. É uma questão de armadura. 
Eles sabem: o futebol de Noronha — que é o nosso futebol — não é o futebol deles. E se isso os põe em sentido, porque não há-de encher-nos a nós de esperança? É pura lógica.
Existiram erros, como é evidente. Foram erros de credulidade, de quem não sabia exactamente o monstro que enfrentava. Estamos a falar de uma pessoa que juntou à sua volta gente séria, que nunca teve um euro de dívida, um euro de impostos por pagar, uma sombra de suspeita sobre si e, mesmo assim, marcaram-no com um “Vale e Azevedo” na testa. Ora, para se cometer esta desonestidade, para se atribuir o número da besta a alguém, é preciso que o homem tenha de facto abalado o castelo de areia moral onde há décadas se agarram as mesmas mãos experimentadas. E que não hesitaram em cair-lhe em cima: o Gandarez, satélite da nebulosa Freeport, o Jaime Antunes navegante-da-lua pardacenta do dirigismo português, ou Fernando Tavares, cuja relação com as próprias convicções é, no mínimo, elástica, e agora veio pedir desculpas públicas pela infame carta aberta que assinou contra si.
João Noronha Lopes enfrentou essa fauna. E a fauna arreganhou-lhe os caninos.
Convém lembrar os mais incautos: no Benfica — esse clube sublime e neurótico — apenas um presidente em funções não foi reconduzido. Um só! O tal. E toda a gente sabe o furacão de forças e milagres necessários para o derrubar. Hoje faz-se de conta que as suas manigâncias eram óbvias, mas não eram. Eu sei. Era vivo. Estava lá e vi; com estes olhos que a terra há-de comer: cultivava-se a ideia — e muitos ainda a cultivam — de que era preciso um certo tipo de “astúcia” para se ser dirigente desportivo. A famosa pinto-da-costização do futebol português. Aos olhos dos de então, Vale e Azevedo seria o antídoto benfiquista para o veneno portista: capaz de fazer frente ao sistema e, até quem sabe, roubar aqui e ali, se necessário fosse.
Além disso havia obra (ou pelo menos promessa de obra): fora ele que lançara o Seixal, que pusera a SAD em marcha, e que, mais tarde ou mais cedo, acabaria por resgatar Rui Costa, o seu menino perdido. Só com o caso do Pallanuoto Viareggio Versilia é que a estrutura começaria a dar de si. Lembram-se? Uma equipa de pólo aquático feminino em Itália patrocinada pelo Benfica? Isso e os cheques do Poborsky, claro.
E mesmo assim, repito, a queda não foi simples. Foi preciso prometer Jardel. Foi preciso — quando a SIC apoiava Vale e Azevedo e numa altura em que um programa chamado Big Brother redefinia os lugares cimeiros das audiências — que a TVI alinhasse com Manuel Vilarinho. E foi preciso que um abraço do Rei Eusébio selasse a tempestade perfeita.
E é isso que importa perceber: no Benfica, derrubar um incumbente é obra rara — raríssima. A última vez que sucedeu, foi apenas porque o universo inteiro conspirou para que tal acontecesse. Ao contrário de 2020, Noronha já não é um estreante a entrar de peito aberto contra uma máquina velha, cínica e oleada. E, ao contrário de 2025, já viu tudo. Já levou com tudo. Já sabe onde estão as emboscadas, os golpes baixos, os falsos amigos, as cartas abertas e os crocodilos em lágrimas. As cicatrizes são o seu mapa.
Por isso, se Noronha Lopes voltar — quando voltar — não voltará tenrinho: voltará calejado, voltará perigoso. São sete voltas para a muralha cair; há muito frango para virar. E nisso, meus amigos, o especialista é ele."

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