"Bruno Lage surpreendeu com Tomás Tavares, Fejsa, Jota e Cervi a titulares perante uma equipa que tinha acabado de empatar com o Bayern. Entrámos num 4-4-2, com um segundo avançado mais claro, e com Pizzi e Cervi a jogar mais nas alas e menos por dentro como tem sido habitual com Rafa e Pizzi. O Leipzig entrou com um 4-4-2. Os golos só surgiram na segunda parte. Umas notas sobre o jogo.
1. Adel Taarabt e Alex Grimaldo. Dois dos melhores do Benfica. Os jogadores que fizeram maior diferença no ataque. As nossas melhores oportunidades durante o jogo todo vieram sempre dos pés deles. Especial destaque para o Taarabt que consegue ver sempre a solução menos óbvia mas simultaneamente a melhor.
2. Ljubomir Fejsa. Fartou-se de correr. Fartou-se de recuperar bolas. Mas depois ofensivamente não acrescenta nada. O Benfica não pode jogar com dois jogadores no meio campo e um deles ser o Fejsa. O sérvio encaixava-se bem no 4-3-3 porque construía no meio dos centrais e tinha dois médios à frente. Agora se fizer isso, ficamos com Taarabt sozinho para três. Fejsa tem que aparecer no meio do campo e a única maneira que tem de não perder a bola é jogar para trás. É um travão à nossa própria construção. Mas defensivamente esteve muito bem. Foi uma titularidade que não fez sentido num jogo onde era obrigatório pontuar visto que era um jogo em casa.
3. Franco Cervi. Outro jogador que tem os mesmos problemas de Fejsa. Franco Cervi é um extremo. Como extremo, a sua função é atacar. Alguém o viu no ataque? Eu não. Teve a melhor oportunidade do jogo nos pés e mandou à figura. Cervi só serviu para fechar melhor as nossas alas. Mais uma vez, foi uma titularidade que não fez sentido num jogo onde era obrigatório pontuar.
4. RDT. Não anda a ser bem servido. Não consegue marcar. A frustração é bem clara. Uma coisa é não conseguir marcar golos. Outra é fazer uma falta sempre que perde a bola. Não vai ajudar muito a equipa fazendo isso.
5. Tomás Tavares. Não desgostei. Já tinha dito aqui que é um bom jogador. Mas com 18 anos (ainda é junior) ainda está longe daquilo que poderá acrescentar daqui a dois ou três anos. Comparem-no com o Grimaldo (ou até com o Nuno Tavares) a atacar por exemplo. A culpa não é dele. Era a melhor opção disponível.
6. Jota. Fiquei bastante desiludido. Foi completamente engolido pela defesa alemã. Não acrescentou nada. Muito longe do nível que demonstrou na pré-época. Melhores dias virão.
7. Rafa. Não sei se foi para o banco por questões físicas ou por decisão do treinador. Parece-me no entanto que fez muita falta. Mal entrou a equipa pareceu outra e conseguiu assistir Seferovic para um golo.
É um reality check. Acho que com Gabriel, Rafa, André Almeida e Florentino, o resultado poderia ter sido outro. Não me vendo assim tanto à ideia que o Leipzig tem o melhor plantel do grupo. Acho que estamos com muitas baixas. Tivemos muitas oportunidades (eles também), e sem baixas o resultado poderia ter sido diferente. Mas a verdade é que o nosso plantel também tem limitações que estavam identificadas desde Maio. Esta onda de lesões só deixam essas limitações todas ao descoberto. O péssimo mercado de verão vai continuar a perseguir-nos na Europa. Tínhamos dinheiro para ter arranjado uma ou dois soluções que hoje poderiam ter feito a diferença. Nada está perdido, mas agora é obrigatório pontuar fora de casa."
Por entre defesas competentes e saídas eficazes, Vlachodimos fez tudo o que estava ao seu alcance para provar que não será ele a causa de uma eventual eliminação do Benfica nesta prova.
Fun fact: sabiam que esta foi a décima primeira derrota nos últimos 14 jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões? Qualquer dia somos obrigados a pagar para entrar nesta prova.
Tomás Tavares
Estranhamente calmo na sua estreia oficial como titular: rotinado com os colegas na maioria das situações de jogo, soube sair a jogar em muitos momentos, foi atento e abnegado nas tarefas defensivas, e não desistiu de um único lance. Foi como se já jogasse há muito numa equipa destinada a perder a primeira jornada da fase de grupos da Champions.
Rúben Dias
Uma série de intervenções cruciais que anularam o poderio ofensivo do Leipzig e demonstraram novamente que Rúben Dias está preparado para importantes confrontos na Europa, pelo menos os próximos cinco.
Ferro
A sua exibição deambulou entre a Liga dos Campeões e a Liga Europa, mas em momento algum nos afastou das competições europeias.
Grimaldo
Aos 55 minutos fez um corte de calcanhar merecedor de elevada nota artística, apenas um de muitos lances em que se exibiu a bom nível, tanto a atacar como a defender. Resta saber o que faremos com todo o dinheiro que vamos receber com a sua venda. Matamo-nos a trabalhar para encher os bolsos, mas, e o resto? O work-life balance do benfiquismo encontra-se ameaçado. De que serve termos tanto dinheiro no banco se depois não temos vida para o aproveitar?
Fejsa
Quem diria que um dia olharíamos para as exibições de Fejsa com a atitude caridosa de quem comprou roupa a um sem-abrigo para ele ir a uma entrevista de emprego. Em vez do blazer e camisa, vestimos-lhe uma camisola encarnada e testámos a sua capacidade de resistência ao stress. No final, ganhámos um indivíduo sérvio que voltou a ter um emprego e um tecto. Nada mais merecido, já que mostrou um futebol esforçado, a espaços muito importante na manobra da equipa, tanto a defender como em algumas transições ofensivas. Um exemplo de reabilitação social para o qual a Europa devia olhar, designadamente clubes turcos com mais de 3 milhões para gastar.
Taarabt
Continuo à espera que Adel protagonize uma campanha de promoção da reciclagem para a Sociedade Ponto Verde, mas enquanto isso não acontece contentar-me-ia com a criação de um novo galardão, a Bola de Ouro efémera. Visa premiar jogadores que, pela sua intervenção fugaz num determinado momento de um jogo, conseguiram criar uma erupção vulcânica nas bancadas. Aconteceu ontem numa recepção orientada de Taarabt, seguida de uma revienga que deixou dois jogadores do Lepzig fora dela e dezenas de milhares a celebrar como se pretendia naquela noite. Não haveria muitas sensações melhores naquele momento das nossas vidas do que vermos dois jogadores de uma equipa alemã inventada há meia dúzia de anos prostrados perante a superioridade técnica de um marroquino que a ciência deu como inapto. Foi uma de muitas ocasiões em que o marroquino voltou a revelar-se o jogador mais clarividente da nossa construção ofensiva, incluindo nos momentos em que correu riscos, sem medo de nada e sem nada a perder. Ainda que por breves instantes, ontem foi ele que nos salvou.
Pizzi
Pizzerável. O que dizer quando a melhor combinação com Rafa ao longo de todo o jogo foi a saída do relvado para lhe ceder o lugar? Bem, venha daí essa Liga que eu preciso muito de voltar a gostar de ti.
Cervi
Dizer que teve o pé frio na cara do guarda-redes do Leipzig é pouco. Aquele pé pareceu acabado de sair de uma câmara criogénica. Aliás, todo ele pareceu um pouco fora dela. Mais tarde vimo-lo sofrer no banco, que nem um de nós, e reconciliámo-nos, mais com ele do que com quem o colocou em campo.
Jota
O miúdo bem tentou fazer estragos, mas foi picadinho até fazerem dele chucrute, bem guardado e selado num frasquinho à espera de melhores dias.
RDT
Mais uma exibição plena de abnegação e demonstrativa dos bons pés e da inteligência de Raul de Tomás. Tal como a maioria das anteriores, a ausência de golos faz-nos sentir que não serviu para porra nenhuma. Acho que a maioria de nós aprecia este avançado espanhol, mas temos sido mais tolerantes com ele do que com os nossos filhos. Até quando, amigos?
Rafa
Talvez tenha entrado tarde demais, mas compreende-se que Lage não o queira sacrificar quando é um dos mais produtivos do plantel. A opinião de que poderia ter entrado mais cedo não se deve apenas àquilo que o jogo parecia pedir no flanco de Pizzi. É que os adeptos começam a abandonar as bancadas a partir dos 80 minutos, portanto convém despachar tudo para que as pessoas possam ver pelo menos uns minutos do Rafa antes de deixarem os jogadores entregues a si com um resultado da Champions em 1-2. Jogámos contra um clube inventado há uma década, mas, ironicamente, alguns de nós parecem ter menos cultura futebolística do que eles.
Seferovic
Normalmente perde boas oportunidades para marcar golos. Desta vez perdeu uma boa oportunidade para continuar calado. Marcar um golo que reduz para 1-2 e gesticular como quem manda calar os adeptos é, digamos, uma forma estranha de celebrar o correcto desempenho das funções para as quais foi contratado. Se pensarmos que Seferovic precisa, em média, de cinco oportunidades para fazer aquilo que lhe compete enquanto jogador do Sport Lisboa e Benfica, é possível que voltemos a ver figurinhas lamentáveis como a que fez neste jogo.
David Tavares
Não havendo grande dúvida acerca do seu talento ou condição para ocupar um lugar no plantel, duvido que alguém no estádio contasse com ele para resolver o jogo. Seria uma grande surpresa numa noite com, digamos, talvez demasiadas surpresas em campo."
"Começo por justificar o palpite. A saída (uma vez mais) de RDT no jogo contra o Gil Vicente, fugiu aquele que tem sido o padrão de liderança de Bruno Lage. Forçava um pouco um desconforto que já se notava anteriormente. Para que fizesse tal substituição com 2 a 0 no marcador, em vez de tirar quem nunca saiu antes (Seferovic)… dificilmente não haveria algo por trás – Nomeadamente – a preparação do jogo de hoje. A própria escolha por Seferovic na conferência de imprensa foi um indicador – Antes de tirar da equipa, dar protagonismo – Tudo uma questão de gestão do grupo onde Bruno Lage tem sido exemplar.
- Independentemente das escolhas, e sem Florentino, Gabriel e Chiquinho, a diferença entre as equipas é muito grande, e notou-se na partida – Não apenas técnica ou física, mas acima de tudo de andamento! O Leipzig não tem um jogo “lento” (no que concerne à velocidade a que as situações de jogo se alteram e que obrigam a reajustes) ao longo de toda a temporada. O Benfica não terá mais de 4 ou 5 jogos “rápidos” em todo o ano, se lhe tirarmos as competições Europeias;
- A velocidade de reacção, deslocamento e até de pensamento dos jogadores “alemães” mostrou-se muito superior à dos encarnados ao longo de todo o jogo, e com isso trouxeram sempre dificuldades para a construção do Benfica, ao contrário do que acontecia do outro lado – Também por isso muito raramente o Benfica conseguiu manter a posse por um período substancial da partida – Até porque não são muitos os jogadores encarnados que se sintam totalmente confortáveis sob pressão – Menção para Taarabt – Nestes jogos mesmo somando mais erros que o habitual no contexto Liga NOS, dá para perceber bem a diferença do marroquino para os restantes colegas;
- Que estreia prometedora de Tomás Tavares. Já me tinha referido a ele na página de patronos. O perna longa tem classe. Qualidade técnica e capacidade para tomar decisões!
- Jogo individualmente infeliz para RDT e Jota, mas importante referenciar que a incapacidade para levar a bola de forma trabalhada e com espaço para que pudessem receber prejudicou as condições para desenvolverem as suas acções;
- Rúben Dias com uma exibição de enorme categoria no momento defensivo foi adiando por bastante tempo o que se foi adivinhando ao longo de toda a partida – O traduzir no marcador a superioridade no jogo;
- O potencial de evolução de qualquer jogador e equipa numa Liga como a Bundesliga quando comparado com a Liga NOS é um absurdo – E a chegada do Leipzig ao grupo do Benfica foi um presente envenenado. Bem mais que o Zenit que chegou do pote um;
- Resultado justo e que traduziu bastante bem as diferenças a todos os níveis das equipas. A Liga dos Campeões exige mais qualidade Ponto."
"Pontapé de saída na Liga dos Campeões para SL Benfica e RB Leipzig com um Estádio da Luz bem composto. Um encontro que contava com muitas estreias e desde já a estreia entre as duas formações em jogos para as competições da UEFA. Apesar de estar castigado e não estar no banco, é a estreia de Bruno Lage como treinador em jogos da Liga Milionária. Um jogo que se perspectivava como muito equilibrado entre ambas as equipas.
O Leipzig entrou muito bem no jogo e desde cedo criou muitos desequilíbrios na defensiva encarnada. Ao minuto seis, a bola entrou na baliza do Benfica, mas foi marcado fora de jogo pelo fiscal de linha. Grande entendimento da equipa alemã com uma boa jogada pelo interior, que acabou por ser anulada. E muito bem anulada. Seguia jogo na Luz e as águias entraram muito tremidas no encontro.
As oportunidades eram raras neste primeiro tempo, mas ao menos o Benfica tinha acordado e ia conseguindo construir jogo. Ainda assim, faltava alguém no último terço do campo que conseguisse atirar à baliza adversária.
Já em compensação, veio o perigo para a baliza alemã que não houve durante toda a primeira parte. Raúl de Tomás apareceu no segundo poste com perigo e foi Péter Gulácsi que salvou o Leipzig de sofrer o golo no “finalzinho”. Ainda houve oportunidade para Yussuf Poulsen de rematar à baliza de Vlachodimos, contudo, a bola saiu muito ao lado.
As duas formações foram para o intervalo com um nulo na partida e as bancadas pediam por muito mais. Um encontro muito jogado a meio campo e ambas as equipas a apostarem na transição ofensiva rápida, porém, sem grande sucesso. Esperava-se muito mais de Benfica e Leipzig, que já tinham visto Olympique Lyon e FC Zenit empatarem no outro jogo do grupo.
A segunda parte começou tal como a primeira: com o Leipzig por cima do jogo. Ao minuto 48 muito perigo junto da baliza de Vlachodimos. O Leipzig a ter um bom entendimento pela ala esquerda do ataque e Sabitzer estava pronto a encostar, mas acabou por falhar a baliza. O austríaco teve a possibilidade de abrir o marcador na Luz e desperdiçou-a.
Porque um jogo se faz de ataques e logo depois uma resposta, foi a vez do Benfica dizer que estava dentro do jogo. Três minutos depois da oportunidade de Sabitzer, Raúl de Tomás foi o protagonista a rematar em arco à baliza do Leipzig. A bola acabou por sair ligeiramente ao lado do poste esquerdo, mas ficou a indicação do avançado espanhol.
O jogo estava muito mais emocionante na segunda parte e as oportunidades eram muitas! Aos 60 minutos, foi a vez de Raúl de Tomás encontrar Pizzi no lado direito do ataque do Benfica e o médio português rematou muito deficiente para defesa para Gulácsl. Os encarnados continuavam na expetativa daquilo que podia ser a partida e, infelizmente, sabe-se que isto nunca corre bem.
Aos 68 minutos, houve uma grande jogada criada por Tomás Tavares no lado direito do ataque. O defesa português fez um bom cruzamento que chegou ao lado contrário a Pizzi, que rematou cruzado e a bola foi muito perto da baliza, porém foi só isso mesmo.
E quem não marca sofre e já se estava mesmo a ver. Timo Werner tinha avisado inúmeras vezes na primeira parte e não perdoou na segunda. Aos 69 minutos, remate cruzado do alemão e sem hipóteses tanto para a defensiva encarnada como para Vlachodimos… Muito aguentou a defesa do Benfica, mais tarde ou mais cedo sabia-se que iria um golo acontecer. Estava inaugurado o marcador na Luz e também era o primeiro golo da o RB Leipzig nesta Liga dos Campeões.
Se o Benfica ainda estava no jogo era muito por causa de Taarabt, que ainda fazia algo em campo. Ao minuto 73, nova jogada de Taarabt perto da grande área alemã com o marroquino a inventar algo que ninguém esperaria e Cervi à frente de Gulácsl rematou ao “boneco”. Faltava eficácia aos comandados de Bruno Lage, que aposto que estava desesperado na bancada a ver o jogo.
Aos 78 minutos, nova bola dentro da baliza de Vlachodimos. Inicialmente o golo foi anulado, porém, depois de verificar o VAR, Tasos Sidiropoulos apontou mesmo para o centro do campo indicando novo golo para os alemães. Nova jogada com os jogadores do Leipzig a aparecerem nas costas da defensiva benfiquista e Timo Werner apareceu sozinho no miolo da área e só teve de encostar para o segundo. Se as coisas já estavam feias na Luz então agora ficaram ainda pior com uma desvantagem por dois.
Porém, o que os alemães – e talvez ninguém nas bancadas – não esperavam era que o Benfica renascessem das cinzas. Ora pois, aos 84 minutos grande jogada pela esquerda a aparecer Rafa como uma flecha a aparecer e a cruzar para o avançado suíço que se esticou todo para marcar o primeiro golo do Benfica nesta Champions. Seferovic mandou calar e “calou” mesmo os adeptos encarnados depois de terminar a seca de golos que passava.
O Estádio da Luz voltou a acordar e manifestou o seu apoio à sua equipa, que precisava deste mesmo apoio para alcançar o empate na partida. Contudo, estava complicado porque o Leizpig voltava a estar muito bem defensivamente depois daquele erro que deu o golo encarnado. E acabou por ser mesmo impossível de chegar ao tão desejado empate.
O Benfica entra com uma derrota na Liga dos Campeões e com uma imagem algo pobre dada durante maior parte do jogo. Já o Leipzig é líder do grupo G com três pontos depois de beneficiar do empate entre os outros dois emblemas que fecham o grupo e de vencer em Lisboa. Bruno Lage vai ter que rever bem este jogo frente aos alemães, pois vai ter que repensar muita coisa…
RB Leipzig –Péter Gulácsi (GR), Willi Orban, Ibrahima Konaté, Nordi Mukiele, Konrad Laimer (Amadou Haidara, 39’), Marcel Sabitzer, Emil Forsberg (Christopher Nkunku, 88′), Diego Demme, Marcel Halstenberg (Lukas Klostermann, 83′), Yussuf Poulsen e Timo Werner
A Figura
Timo Werner – O avançado alemão marcou os dois golos do RB Leipzig neste primeiro jogo da Liga das Campeões. Não foi provavelmente aquele que destacaríamos ao verna partida, mas o seu instinto matador e o bis na partida leva-nos a escolher Timo Werner. A começar em grande a fase de grupos da Liga Milionária.
O Fora de Jogo
Cervi – Se já não era o mais amado pelos adeptos, talvez agora não seja o melhor momento para Cervi junto dos benfiquistas. Pouco se viu em campo e quando teve uma oportunidade de ouro para conseguir brilhar no jogo acabou por perdê-la. A oportunidade que tem aos 73 minutos foi a gota de água no jogo e acabou mesmo por ser substituído. Um jogo muito mau do argentino…
BnR Na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Bruno Lage: «Declarações mais importantes»
«Faltou-nos marcar as oportunidade que nós tivemos. O resultado certo seria um empate. Tivemos muitas oportunidades que não conseguimos concretizar e depois o Leipzig conseguiu marcar nas jogadas seguintes. O adversário está de parabéns e temos de ver aquilo que fizemos de bom e de mau e melhorar»
«Um mal ou bem pode acontecer a qualquer um. O André Almeida está a fazer agora a sua pré-época, porque vem de lesão e tem que se adaptar ao novo ritmo após estar muito tempo parada. Foi por isso que entrou o Tomás Tavares e não foi porque jogou A ou B que perdemos. O Cervi jogou porque assim o pensámos para esta partida»
«Sabíamos que íamos entrar num grupo muito competitivo, mas o nosso objectivo é fazer uma campanha que faça jus ao nome do Benfica na Europa»
«Pizzi sofreu uma ligeira entorse no jogo contra o Gil Vicente e a determinada altura vimos que não estava bem. Foi por isso que Rafa acabou por entrar»
RB Leipzig
Julian Nagelsmann: «Declarações mais importantes»
«Foi importante esta vitória. Houve dois ou três momentos que tivemos mais sorte do que o Benfica, mas não podemos desculpar-nos com isso. Podia ter acontecido também para o outro lado»
«Sim, temos que lutar contra o Benfica e também contra todas as outras equipas do grupo. O resultado poderia ter sido diferente. A verdade é que o nosso objectivo é ganhar jogo e conseguimos a vitória cá e ainda bem»
«Sabemos que houve um empate no outro jogo do grupo e se ganharmos o próximo jogo vamos estar à frente mais alguns pontos. Porém, se perdermos podemos ter de voltar a fazer tudo do zero»
«O Timo Werner fez um grande jogo e na segunda parte conseguiu materializar em golos a sua prestação. É importante ter jogadores que façam a diferença, que faça golos, e o Timo é um desses jogadores»"
"A maior surpresa de sempre no desporto em que estas não abundam aconteceu porque, a minutos do fim, com hipótese de chutar aos postes para ter um empate que já seria histórico, o capitão do Japão decidiu arriscar, continuou a jogar à mão e teve o ensaio que derrotou a África do Sul, em 2015. E, para este ano, diz que "o objectivo ideal é ganhar o Mundial".
No râguebi, o capitão está à paisana, despido de braçadeira, não é identificável e dispensa os adornos, para os quais a necessidade é inversamente proporcional à responsabilidade que tem, em campo. A cada falta apitada a favor da equipa, é ele, sozinho, quem decide por todos se chutam aos postes, para um alinhamento – ou se preferem uma mêlée.
Dezassete segundos para lá dos 80 minutos há uma falta, é para os japoneses, pode ser a última decisão que pedem a Michael Leitch no jogo. O apito soa, eles até estão alinhados com os postes e mais sintonizados ainda com a hipótese de porem um dedo na história. O Japão só ganhara um de 24 jogos em Mundiais e perdera todos os outros por uma média de 48 pontos.
Michael é o neozelandês de nascimento, fijiano de ascendência e a viver no Japão desde os 15 que tem de optar. Tem o árbitro à espera de uma resposta. Está a três pontos no marcador de igualar a África do Sul, um dos papões do râguebi, os temíveis bicampeões do mundo contra quem o Japão já marcou dois surpreendentes ensaios e tem a chance de bater um pontapé de penalidade.
Se acertarem, os japoneses empatam e o jogo acaba, igual no marcador, mas triunfante para os de olhos rasgados por causa da surpresa. Mas Michael Leitch não o quer: “Preferia afundar-me a tentar desafiar a África do Sul em vez de chutar aos postes, falhar e arrepender-me para o resto da minha vida”.
O árbitro ouve a decisão, gesticula para a traduzir ao mundo, ouve-se o espasmo de entusiasmo no estádio, em Brighton. Lá em cima, na tribuna, o irascível Eddie Jones berra contra a decisão de quem treina, ainda mais alto do que antes gritara, lá para baixo, onde queria fazer chegar a mensagem para chutarem aos postes.
Os japoneses vão arriscar morrer à beira da história para tentarem ser a surpresa nascente do Mundial de 2015 - e, na verdade, do râguebi.
Eles jogam à mão, mantêm-se compactos, pedem aos mais matulões para embalarem em linhas de corrida junto aos rucks, apontam ao contacto, colidem como os sul-africanos estão programados para aguentar. Não arriscam abrir a bola por aí além, temem erros em mãos amanteigadas pelos nervos, adiam essa opção até à sétima fase do último ataque do jogo.
Vão da esquerda à direita em pequenos passos. E só vão com tudo quando se encostam à linha e sentem os adversários ali aglomerados, fatigados no corpo por tanta placagem por minuto, esgotados na cabeça por tamanha concentração exigida para aguentarem cargas sucessivas dentro dos seus 22 metros de campo. Até que os japoneses abrem a bola de um lado ao outro, os passes são longos, para chegar às mãos de Karne Hesketh.
Ele acelera e pula para a área de ensaio. Estica o braço no ar quando ainda desliza na relva. Mal se levanta, vários japoneses afogam-no em abraços, todos se viram para a bancada mais perto, onde se juntam muitos adeptos japoneses e festejam à frente de cidadãos em lágrimas compulsivas de alegria. O Japão ganha por 34-32 à África do Sul.
As câmaras apanham idosos a chorarem que nem crianças. Imitam os jogadores, incrédulos com o feito, de lágrimas na alegria. Eddie Jones desce ao relvado e “nunca [viu] tantos homens adultos a chorarem”. O filho de mãe japonesa emigrada na Austrália está no meio de uma “cena inacreditável”, do culminar de ousadia que, desde então, fez o número de jogadores de râguebi aumentar entre os 150 e os 200%.
Os japoneses, por defeito, pequenos e não altos, fortes e estampados com grande físico, como os sul-africanos - o médio de formação Fumiaki Tanaka era o jogador mais baixo e leve da competição -, inventaram a maior surpresa da história oval. Pasmaram quem os via com um estilo rápido, com muitos passes e frenético no jogo à mão, ganharam ainda aos EUA e ao Tonga, mas perderem com a Escócia.
A conjugação de pontos e critérios de desempate fê-los serem, também, a primeira selecção com três vitórias a não sair da fase de grupos de um Mundial, por muito que Michael Leitch, naturalizado capitão que diz falar melhor japonês do que inglês, arriscara fugir à derrota e virara o rabo à seringa do empate.
Os japoneses tiveram a coragem de tentar ganhar. E ele, bom teimoso, continua a soprar no balão da ousadia enquanto não entram em campo: "Queremos chegar aos quartos-de-final, mas, idealmente, queremos ganhar o Mundial. É uma frase ultrajante, mas muda todo o teu comportamento"."
"Jonny Wilkinson deu um Mundial à Inglaterra batendo a bola aos postes, em 2003, Stephen Larkham deu um pontapé a 48 metros de distância quando todos lhe disseram para não o fazer, em 1999, e Joel Stransky deu uma alegria a Nelson Mandela em 1995.
"Não Chutes, Larkham!"
Institucionalizou-se há muito, e durante muitos anos, que o médio de abertura é quem mais deve chutar a bola devido aos mais variados propósitos. Porque ele é, quase sempre, o jogador que recebe o primeiro passe limpo da jogada, quem tem mais campo aberto e, em teoria, quem mais ideias e técnica tem.
Logo, é quem leva o número 10 no râguebi que deve dar os pontapés territoriais, que empurram o adversário para o seu campo. Os up and unders, que elevam a bola e dão tempo a que alguém corra e chegue onde ela vai cair. E os pontapés aos postes, os mais gulosos, porque dão pontos e confiam no jogo ao pé para os ir buscar.
Não é, de todo, suposto que no momento em que baixa a cabeça, estica os braços, deixa cair a bola na vertical e se prepare para a bater, em drop e a 48 metros dos postes, o médio de abertura ouça uma catrefada de vozes que jogam na mesma equipa a insurgirem-se, com gritos, contra o que pretende fazer bem à equipa - “Não chutes! Não chutes!”.
Por mais ficcionado que seja o anúncio, já antigo, de companheiros de equipa, ex-treinadores e amigos a condenarem-lhe a escolha, não era por falta de fundamento que Stephen Larkham, ao tentar um pontapé de ressalto aos postes, em 1999, no prolongamento da meia-final contra a África do Sul, causasse tanto arrepio nas espinhas de australianos.
Ele era abertura, um dos melhores do mundo, formidável a arrancar com a bola na mão e a furar linhas, mas, aos 25 anos, nunca tinha acertado um drop na carreira. Pouca gente se lembrava, sequer, de o ter visto tentar.
Mais inusitado foi o treinador adjunto da Austrália lhe ter pedido, ao intervalo do prolongamento, para o fazer, caso tivesse oportunidade. “Para nós, os drops nem sequer faziam parte do plano de jogo. Éramos uma equipa de corrida, de marcar ensaios”, recordou Larkham. A minutos do fim do jogo, na logo à segunda fase de um ataque a meio do campo, ele viu poucas hipóteses no jogo à mão, por fora, deixou ressaltar a bola, torta e tosca, e cá vai disto.
Os três pontos entraram, ele sorriu que nem criança acaba de descobrir algo novo no mundo e foi abraçado por muita gente. “Foi incrível, especialmente porque nunca o vi tentar isto nos treinos”, disse, no final, Andrew Blades, pilar australiano, menos espantado do que o próprio Larkham: “Pareceu-me terrível quando dei o pontapé. Quando entrou, pensei ‘Meus Deus, acabou’”.
O abertura que sempre jogava de capacete só acertou mais dois pontapés na carreira - em 2006, pela Austrália e de novo contra os sul-africanos, e em 2007, no último encontro que fez com os Brumbies. Para ironizar mais a coisa, o drop mítico do Mundial aconteceu nas barbas de Jannie de Beer, o médio springbok que acertara cinco pontapés de ressalto nos quartos-de-final, frente à Inglaterra. Ainda é um recorde.
O Senhor Pontapés
Receber a bola, deixá-la cair e batê-la assim que ressalta na relva era prática quase alquimista de Jonny Wilkinson, que instigou como ninguém o medo - o medo por deixar alguém com tempo, e espaço, para bater uma bola aos postes em jogo aberto.
O inglês tímido e de poucas palavras era um médio de abertura com régua no pé esquerdo e esquadro no direito. Só que Wilkinson era canhoto e o pé contrário longe estava de ser cego; e foi com esse que, em 2003, deu o pontapé de ressalto que ganhou o Mundial para a Inglaterra a segundos do final do prolongamento.
Ele, um chutador de eficácia robótica, até tinha falhado um par de drops nessa final porque, afinal, estava a decidir o Campeonato do Mundo na Austrália, contra os anfitriões, e os nervos são substância que perfura qualquer preparação. A minutos do fim, os ingleses investiram contra a defesa australiana, fases atrás de fases de avançados a pegaram na bola e a irem contra a primeira cortina perto dos rucks, só para ganharem metros e alinharem o pontapeador-mor com os postes.
A bola saiu alinhada e suave, sem esforço aparente para passar entre o alvo. "Soube, bastante cedo, que o pontapé ia entrar. O que me surpreendeu foi que, realmente, me perdi no momento. Lembro-me de estar meio a celebrar, mas sem estar a celebrar. Parecia surreal, era quase um sonho. Tive que perguntar a mim próprio 'isto está mesmo a acontecer?' e essa era a minha expressão facial", contaria, entretanto, ao "The Independent", admitindo que a seleção passou "anos e anos" a treinar "uma situação" que pudesse aplicar no campo quando "precisassem de três pontos".
Jonny Wilkinson eternizou-se ao dar com o pé o Mundial, pela primeira vez, a uma nação do hemisfério norte e não poderia ter sido de outra maneira. O inglês ainda é o jogador com mais pontapés de ressalto convertidos (36) em jogos internacionais e apenas Daniel Carter, talvez o mais dotado e talentoso médio que já se dedicou ao râguebi, tem mais pontos marcados (1598 contra 1246).
Ele terá sido um dos tipos mecanizados pela prática e pela eterna repetição. Ficou tão submerso no treino que os anos lhe desgastaram a mente e roubaram a condição essencial ao desporto - o prazer. A saúde mental de Wilkinson deteriorou-se, a ansiedade roeu-o por dentro e o inglês lutou contra uma depressão assim que terminou a carreira.
Confessou que, em 2003, estava "no pico da ansiedade" que julgava recompensador pelos troféus, que vieram, e no prazer, que jamais sentiu depois da tal bola passar entre os postes. Jonny Wilkinson ganhou um Campeonato do Mundo para os ingleses, mas esse pontapé foi mais um a caminho da depressão com que teria que lidar, após se retirar, em 2014. "Vive grande parte da minha carreira a pensar que iria ter alegria através do sofrimento. Mas tudo o que fiz foi criar o hábito de sofrer."
Os Três Pontos de Mandela
Joel Stransky chutou a bola e virou-se, começou a correr para trás, confiante, deitou para fora uns berros e só lá pelo meio se confirmou que o pontapé foi bom. Ele já o sabia antes de o resto do país se aperceber - e isto não é exagero.
"Olhei para cima, vi como a bola estava a rodar, para onde estava a ir e sabia que não podia falhar".
Quando o drop entrou e deixou a África do Sul a ganhar por 15-12 à poderosa Nova Zelândia, que cavalgara triunfante no Mundial, agarrada à brutalidade das corridas de Jonah Lomu, um país estava prestes a ter o que Nelson Mandela tanto quisera para tentar unir um povo segregado, durante mais de 40 anos, por uma minoria desumana que viu nas cores de pele argumentos para ostracizar a maioria das pessoas de um país.
Os três pontos saídos da bota direita de Stransky deram o Mundial à selecção que apenas tinha um jogador negro, à equipa em quem o primeiro presidente democraticamente eleito viu uma oportunidade para refundar alguma forma de patriotismo que unisse o que o apartheid partira. A história não é do pontapé, é de todo o simbolismo que carregaria. "Aquele simples chuto mudou a minha vida de muitas formas. Todos fomos catapultados para um estrelato de celebridades que significou que a tua privacidade acabou", explicaria o abertura.
A África do Sul em cacos sociais, desunida e cheia de rancor nas ruas teve um motivo para celebrar porque, durante um mês, Mandela apoiou a selecção do desporto associado ao racismo da população branca, apelando a que todos a empurrassem para a vitória, sem que importassem as peles brancas, negras, azuis ou amarelas.
Os springboks (o próprio animal representado no nome, cabra-de-leque, era encarado como uma alusão à segregação racial) conquistaram o Mundial, em 1995, menos de três anos após serem autorizados a competir, de novo, no râguebi internacional - estavam banidos devido ao regime do Apartheid.
O pontapé de Joel Stransky tornou-se lendário por ter retribuído com os pontos que deram uma vitória mais social e política do que, propriamente, desportiva, com Nelson Mandela a festejar, de camisola e boné vestidos, como um mês antes seria inimaginável para a população negra da África do Sul."
Independentemente de todas as críticas que possam fazer, desde das decisões do treinador, à política desportiva da Direcção, na minha opinião, o Benfica não pode ser competitivo na Champions, contra o actual líder da Bundesliga, quando temos 7,5 jogadores lesionados!!! Sendo que 4,5 seriam titulares em condições normais: Almeida, Florentino, Gabriel, Chiquinho... e o 'meu' meio: o Rafa, pois se estivesse a 100% teria sido titular (e nos poucos minutos que esteve em campo, a forma como se movimentou sem bola, deu claramente a ideia de ter algum problema!). Os outros não seriam titulares, mas alguns podiam ser opções: Conti, Vinícius e Gedson! Obviamente que o Lage não vai dizer que os 'ausentes' fazem falta, mas a este nível competitivo, com o actual modelo económico, onde o Benfica vende os seus melhores jogadores no final de cada época, em confronto directo contra este tipo de equipas, onde qualquer pormenor é decisivo, só num dia de muita inspiração nossa ou desinspiração do adversário, podemos almejar a vitória!!!
E o Leipzig até demonstrou fragilidades defensivas, mas a qualidade/eficácia nos últimos 15 metros, acabou por decidir: em ambos os golos, no ataque anterior do Benfica, desperdiçamos provavelmente as nossas melhores ocasiões: Pizzi remate cruzado rasteiro; Cervi num 'quase' penalty! Não marcámos, e na resposta sofremos!!!
Foi um jogo diferente do habitual, estrategicamente estivemos bem, não pressionamos junto da área do Leipzig, 'recuámos', e só saíamos na pressão alguns metros à frente da linha de meio-campo. Com a qualidade de 'saída' de bola Alemães, teria sido um suicídio pressionar mais alto, até porque com mais espaço entre linhas, os 'cavalões' do Leipzig, mais rápidos, mais fortes e com mais 'intensidade' da Bundesliga não teríamos hipóteses. E por isso tentámos 'reduzir' o campo, jogando em 20/30 metros, com os jogadores mais juntos (mesmo assim fartámos de perder ressaltos!!!).
Ofensivamente, é que ficámos 'curtos', porque o Jota não conseguiu ser 'regular'! Sempre que o Jota recebeu entre-linhas e passou com qualidade, conseguimos desequilíbrios, mas o jovem acabou por perder demasiados duelos, quase sempre devido a uma questão de timing de passe...
O intervalo não nos fez bem (a ausência do Lage no banco, sentiu-se neste momento... até porque, o Benfica costuma sair melhor após o intervalo, após os ajustes do treinador...), o Leipzig subiu no terreno, e as nossas dificuldades na 'construção' aumentaram, e nos primeiros minutos o Ody 'salvou-nos' várias vezes... Mas a acabámos por equilibrar, e até começamos a ter as nossas boas oportunidades... E depois veio a tal 'eficácia'! Nós desperdiçamos e eles não...
Estreia oficiais para o Tomás (a titular) e o David Tavares. O Tomás fez um excelente jogo, muito forte nos duelos defensivos, bem na cobertura aos Centrais e muita 'calma' com a bola nos pés... faltou arriscar mais ofensivamente, mas numa estreia, neste cenário, acaba por ser normal... Mas de facto, observando os jogos da Formação, o Tomás para um Lateral de 'equipa grande' precisa de ser mais 'vertical' nas desmarcações, ir mais vezes 'à linha'...
O Jota teve um jogo ingrato, pois acabou por ser opção, num jogo onde o Benfica teve 'menos bola'! É verdade que escorregou muitas vezes, perdeu bolas, mas muito sinceramente, deu outro tipo de movimentação ao nosso ataque... Deu-nos o 'famoso' passe interior, algo que com a dupla R.d.T./Seferevic não temos! Contra um adversário do Tugão, creio que será mais evidente a sua mais-valia...
O R.d.T. acabou por 'sofrer' do mesmo problema do Jota: pouca 'bola', mas mesmo assim rematou, de cabeça e com o pé, lutou, esteve melhor... Nos duelos com os Centrais falta-lhe matreirice, e hoje levou com um apitador que não deve ter gostado do penteado do dele!!!
A outra surpresa de hoje foi o Cervi... e o Cervi voltou, como nunca tivesse deixado de jogar!!! Deu-nos equilíbrio no meio-campo, foi um dos jogadores que mais duelos ganhou... ofensivamente, é que é mais complicado, mesmo assim podia ter sido o nosso 'herói'!!!
Em relação ao Pizzi, nestes jogos mais competitivos existe sempre a questão do 'cabedal' e da resistência... e ainda do rigor táctico: no 1.º golo do Leipzig, é ele, que falha a marcação defensiva, não recuou, ficou a 'descansar' lá na frente e... pronto!
A titularidade do Fejsa no Sábado deixou muita gente surpreendida, mas muito sinceramente acho que o Sérvio fez dois jogos interessantes. Defensivamente esteve bem... o problema é quando tem a bola! Hoje, a dificuldade que tivemos em 'escapar' à pressão alta do Leipzig deveu-se muito ao 'medo' em meter a bola no Fejsa! Assim acabámos, por 'sair' quase sempre pelas Laterais, onde rapidamente ficávamos em inferioridade numérica, e perdíamos a bola...!!!
Mais um grande jogo do Taarabt, sendo que desta vez, com o Benfica a jogar mais recuado, não teve tantas opções de passe à sua frente... mas mesmo cansado, lutou e tentou sempre empurrar a equipa mais frente. Sendo neste momento, é jogador mais 'diferenciado' no nosso Sistema ofensivo...
O Rúben fez grande jogo... 'faltou' meter uma perna à frente no 1.º golo; o Ferro curiosamente esteve melhor do que contra o Gil! Não foi por causa dos Centrais que perdemos!
O Grimaldo, tal como tinha demonstrado com o Gil, está claramente a subir de forma...
Um dos melhores jogos do Odysseas no Benfica! Muito bem no controle da profundidade, algo onde normalmente é uma 'desgraça'! Espero que não tenha sido a 'excepção'! A confirmar-se estas melhorias, demonstra 'trabalho'!
Boa entrada do David Tavares, para o meio... acabou por ser 'encostado' à esquerda. O Rafa ainda fez alguns sprints, mas sem bola estava imóvel, algo que já tinha acontecido com o Gil... Não sei o que se passa, mas não está claramente a 100%...
O Seferovic, entrou e marcou...
Em relação ao apitador Grego, não gostei. Foi mais uma típica arbitragem anti-caseira da UEFA, algo que estamos fartos de ver na Luz!!! Perdi a conta às decisões que 'caíram' para o lado dos Alemães, por obra e graça do Espírito Santo...
A quantidade de lances, na minha opinião, em claro de fora-de-jogo, que 'passaram', e permitiram ataques perigosos ao Leipzig foi absurda!!!
No 2.º golo ainda não vi a imagem parada, não sei se usaram as linhas, e até admito que o Tomás possa estar a colocar o adversário em jogo, mas é 'à queima', e com o Fiscal a assinalar fora-de-jogo, as imagens tem que ser irrrefutáveis para mudar a decisão..
Já começa a ser uma 'tradição' perder na Luz, para a Champions, na 1.ª jornada!!! Até pode existir algumas razões objectivas (o facto de nas últimas épocas, termos muitas alterações no plantel - algo que não aconteceu este ano, 'exceptuando' as lesões... Sendo que em várias épocas, só na 2.ª metade da época, atingimos patamares exibicionais mais altos), mas já estamos fartos destas 'entradas' em falso, que condicionam em muito a carreira do Benfica na Europa, e acabam por ser desmotivantes, para os jogadores e para os adeptos!!!
Não estamos eliminados, é verdade. O Leipzig parece ser neste momento a equipa mais forte do nosso grupo. Mas a margem de manobra, praticamente deixou de existir, logo na 1.ª jornada!
E se estamos à espera do 'regresso' dos lesionados (para São Petersburgo não me parece que existam 'regressos'), se calhar devíamos é estar a rezar, para ninguém mais ficar de 'molho'!!!
Mas antes da viagem à Rússia, vamos ter 3 jogos no Tugão, sendo que no próximo Sábado em Moreira de Cónegos vamos ter um teste muito complicado, principalmente porque não sabemos com quem contar!!!
'Cabazada' inesperada, estes Holandeses nas últimas épocas estavam mais fortes, mas mesmo assim, não deixa de ser um excelente indicador para a época que está a começar!
Mesmo sem o Coleman, sem o Zé Silva, com o McGhee com uma semana de trabalho, mesmo com todas estas condicionantes (e hoje o próprio Micah pareceu-me condicionado, apesar dos 20 pontos!!!) jogámos bem...
O Betinho esteve discreto nos jogos de preparação, mas hoje mostrou o que vale. O Murry provou que vai ser fundamental, a marcar e a assistir!
Excelente vitória, obtida a 2 minutos dos 90', num jogo onde complicámos a nossa vida, com o 'habitual' desperdício!!! A lesão do Gonçalo Ramos - aos 26' - ainda 'complicou' mais, porque não tínhamos outro ponta-de-lança no banco... o Henrique Araújo deveria ter sido chamado!
Uma nota também para o facto destes jogadores 'andarem' todos a jogar em equipas diferentes esta época! Alguns ainda nos Juniores, outros nos sub-23 e outros na B! Algo que acaba sempre por 'emperrar' as rotinas!!!
Excelente estreia do Morato, tem qualidade... indiscutível! Ronaldo provavelmente o maior talento...! O Umaro acabou por ser o 'sacrificado' com a saída do Ramos!
Temos dois laterais esquerdos lesionados, e o Rafael Brito acabou por ser o tapa-buracos...
Inacreditável como 'levámos' com mais uma arbitragem ridícula no Seixal! Ficou pelo menos um penalty por marcar no 1.º tempo e outro muito duvidoso na 2.ª parte! Além disso, os alemães 'distribuíram' porrada durante os noventa minutos, com 'entradas' duríssimas, e no final acabou por ser o Benfica a levar 6 amarelos!!!
"O Sport Lisboa e Benfica estreia-se na UEFA Champions League 2019-20 com a recepção ao actual líder do campeonato alemão – RB Leipzig. Após três vitórias manteve a liderança da Bundesliga ao alcançar um empate a uma bola no passado sábado frente ao FC Bayern de Munique no Red Bull Arena.
Nestes primeiros jogos do campeonato alemão a equipa de Julian Nagelsmann tem variado entre o 3-5-2 e o 4-4-2, tendo mesmo utilizado os dois sistemas neste jogo frente ao campeão alemão.
Na baliza actuou um dos alvos do SL Benfica no último Mercado de Transferências – Péter Gulácsi.
À frente deste 3 homens – Mukiele, Konaté e o capitão Órban.
Na ala direita actuou o Klostermann e na ala esquerda o Halstenberg.
Na base do meio-campo jogou o austríaco Konrad Laimer apoiado pelos mais criativos Forsberg e Marcel Sabitzer.
O ataque ficou entregue ao gigante dinamarquês Poulsen e claro está ao craque da equipa Timo Werner.
O jogo começou mal para o RB Leipzig com um golo de Lewandowski logo no terceiro minuto.
Toda a primeira-parte foi muito inofensiva e desinspirada por parte dos homens de Nagelsmann que praticamente só criaram perigo no penalti que beneficiaram já no último minuto do primeiro tempo. Com o sistema de 3 centrais a não funcionar a equipa da casa regressou do intervalo com uma substituição e alteração táctica.
A saída de Klostermann para a entrada do médio Diego Demme, permitiu uma aproximação de um 4-4-2 mais clássico com o jovem Mukiele a assumir a lateral direita. Neste novo sistema o Leipzig transfigurou-se e disputou verdadeiramente o jogo com o FC Bayern de Munique nos segundos 45 minutos. O reforço do meio-campo permitiu que a equipa conseguisse pressionar mais alto, ganhar a bola em zonas mais ofensivas e causar maiores desequilíbrios na defensiva Bávara.
O sistema de três centrais do Leipzig é aconselhável num embate com uma equipa que se apresente com dois pontas de lança – como é o caso do SL Benfica – de forma a criar vantagem numérica naquela zona do terreno.
Contudo, o futebol e as dinâmicas da equipa de Bruno Lage não giram em torno dos dois avançados mas sim nos desequilíbrios que os extremos e médios podem causar pelo centro do terreno no espaço entre o meio-campo e a grande área adversária. Daí me parecer mais limitativo à qualidade do SL Benfica um reforço no meio-campo do que um reforço no centro da defesa.
O 3-5-2 do RB Leipzig terá as suas vantagens mas irá permitir à equipa de Bruno Lage superiorizar-se no meio-campo e libertar a criatividade tanto de Pizzi como de Rafa. Já o 4-4-2 poderá trazer um diferente equilíbrio ao meio-campo, menos espaço para os criativos da Luz e ainda uma capacidade de pressão a qual este SL Benfica ainda me parece demasiado verde para suster.
Já foi avançada a possibilidade de o Sport Lisboa e Benfica abdicar da dupla ofensiva jogando com o criativo marroquino nas costas no avançado. Esta opção aparenta ser a mais indicada para este jogo de Liga dos Campeões. Não só inutilizaria o sistema de 3 centrais alemão como ainda traria maior capacidade à equipa de lidar com o alternativa 4-4-2.
O RB Leipzig é uma equipa de qualidade mas a formar ainda uma identidade. Composta por vários jogadores fortes e também por vários jogadores rápidos. É capaz de de lançar ataques rápidos em cada momento e tem uma boa organização para pressionar alto eficazmente. O ás da equipa é sem dúvida o alemão Timo Werner mas o forte do conjunto alemão é o seu jogo colectivo principalmente sem bola."