Últimas indefectivações

domingo, 5 de maio de 2019

O minuto 62 que tudo mudou

"Naquele instante, Rafa desbloqueou um jogo que estava muito complicado para o Benfica

Ineficácia
1. Este jogo pode separar-se em dois momentos: a primeira parte e a última meia hora. No primeiro, o Portimonense foi superior, actuando num 3x4x3 que criou imensas dificuldades a Benfica, principalmente no momento da posse de bola para atacar. Quando tinha, a águia perdia-a depressa e quando a recuperava não conseguia dar-lhe profundidade. A isto associou-se ainda a grande dificuldade em reagir à perda de bola, o que permitiu que os algarvios criassem situações de perigo e de finalização, em lances rápidos de contra ataque.
Em resumo, primeira parte marcada por falta de eficácia das equipas, o que deu em 0-0 ao intervalo - a haver uma em vantagem teria de ser o Portimonense.

Momento-chave
2. Na segunda parte, o Portimonense entre novamente melhor do que o Benfica, faz o golo aos 53 minutos, mais uma vez com falta de agressividade defensiva do Benfica, o que permitiu ao conjunto algarvio jogar no espaço interior com muita facilidade.
O momento-chave, porém, viria logo depois, à entrada para a última meia hora, mais precisamente à passagem do minuto 62.
O Benfica reagira bem ao golo. Mas o erro do central Possignolo foi decisivo e permitiu que os encarnados chegassem ao empate, por Rafa.
É só a partir daí que o Benfica passa a dominar, ajudando também a isso a entrada de Jonas e a passagem para o 4x4x2. A eficácia passou a ser elevadíssima, como se viu pelo total de cinco golos.

Qualidade do Portimonense
3. Olhando à maior parte do encontro, há que realçar a incapacidade de controlo do jogo por parte do Benfica (até à entrada para a última meia hora), com muitas perdas de bola na fase de construção; mas realce-se também a qualidade individual e colectiva do Portimonense, principalmente até ao golo do empate.

E Rafa desbloqueou
4. O grande destaque, esse, vai para Rafa, por ter desbloqueado o jogo num momento em que o Benfica mostrava incapacidade para desenvolver o seu jogo, fazendo dois golos e abrindo assim espaço motivacional para os outros três. Esta vitória, por ser com números exagerados, reforça a confiança dos encarnados e relança-os para a conquista do título. Dar a volta a resultados aumenta sempre o moral, mais ainda quando acontece num jogo que estava extremamente difícil - Paulinho, recorde-se, até podia ter feito o 2-0, aos 60', quando surgiu isolado..."

Leonel Pontes, in A Bola

À falta de estofo, alma de campeão

"Poderíamos dizer que ficou tudo na mesma na luta pelo primeiro lugar, o que, sendo verdade em termos pontuais, não corresponde à realidade por ficarem, agora, só a faltar duas jornadas para a meta. Ter-se-á, pois, de dizer que o Benfica ficou ontem, com a goleada (mais uma) ao Portimonense, um pouco mais perto do 37, embora ciente de que o FC Porto - que respondeu também com vitória gorda ao Aves em semana dificílima -, embora pareça já algo descrente, não entregará o título de borla.
Claro que dois pontos, quando faltam apenas seis, seria vantagem suficientemente confortável para que, noutras alturas, os adeptos reservassem, até, o Marquês. Mas (além da coisa já ter corrido mal pelo menos uma vez...) a verdade é que não tem parecido a águia sentir-se lá muito confortável nesta pele de líder isolado, que lhe parece ter, até, feito mal: à péssima entrada em Braga segui-se, ontem, uma hora muito sofrível diante do Portimonense. Há mérito do conjunto algarvio, sim, mas parece haver também no Benfica uma tentação inexplicável, e pouco vista em jogos anteriores, para deixar andar e ver o que dá, que já quase lhe custou caro em duas ocasiões.
Costuma apelar-se, nestas alturas ao estofo de campeão. Será, talvez, demasiado exigi-lo a equipa que tem como grandes referências miúdos incapazes de disfarçar a pressão do momento. Mas tem compensado, este Benfica, essa falta de estofo com uma indiscutível alma de campeão, que, se bem usada, por Bruno Lage, pode até ser suficiente para festejar no final. Começando, se calhar, por fazer a equipa esquecer que pode empatar um jogo, entrando em todos para ganhar em vez de para controlar. Porque já percebeu que é na vertigem do risco que a águia se sente melhor."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Celebremos o coração

"Os corações enquanto estão vivos têm caminhos particulares, exigem por isso nomes diferentes

Em tempos de sustos cardíacos, um elogio ao coração

A forma
1. A forma do coração há muito deixou de ser uma forma orgânica e parece ter-se juntado às formas da geometria clássica: o quadrado, o triângulo, o rectângulo, a circunferência e o coração. As cinco formas - quatro que são artificiais e uma que é humana e representa a vida.
O humano inventou a roda, o coração terá inventado a bondade, dizem os mais optimistas.

Nomes iguais, nomes diferentes
2. No livro História Universal do Coração, de Richard Lewinsohn, é lembrado que algumas tribos índias «usam a mesma palavra para coração e estômago». Claro que essas tribos sabem bem que esses órgãos são elementos diferentes, mas talvez sejam vistos como duas coisas que mexem, que têm batimentos, mais ou menos evidentes. Para essas tribos o corpo inteiro digere: o estômago digere alimentos, o coração digere sangue (os pulmões: o ar) e o cérebro recebe, digere e transforma os pensamentos. O corpo inteiro como um grande estômago.
Numa outra tribo do Mato Grosso, os indígenas usam duas palavras diferentes «uma para o seu próprio coração (nomaihaci)» e uma outra palavra para «o coração dos outros (maihaciti)». É como se dissessem: o meu coração não pode ter o mesmo nome. Os corações enquanto estão vivos têm caminhos particulares, apaixonam-se por coisas e pessoas distintas, exigem por isso nomes diferentes. A anatomia não tem tanta importância como a biografia. É a forma como cada um vive que acabará por dar o nome ao seu coração.

Loucura e coração
3. Há ainda belas superstições em redor deste órgão essencial. Os nativos da tribo da Ilha Nias da Indonésia, por exemplo, sempre segundo o livro de Lewinsohn, têm uma explicação para a loucura, que passa, no fundo, por uma alteração, concreta das coordenadas do coração (x, y). A loucura, defende esta tribo, é provocada por um espírito que entra no corpo e «empurra o coração para cima». Isso mesmo: empurra, como se o coração fosse um móvel que os espíritos zangados decidem mudar de sítio.

Coração e consciência
4. Para a forma de pensar do antigo Egipto, o coração era o local onde se alojava a consciência moral humana.
A cabeça pensava, raciocinava, fazia cálculos e usava verbos para explicar o mundo. Já o coração era um órgão mudo, porém era aquele por onde passariam esses dois caminhos que na Antiguidade era claramente separados: o caminho do bem e do mal. Assim, o coração era a testemunha prieira do corpo; era o coração que olhava para os actos dos braços e do resto da pele e os julgava. Ele «era a testemunha final» da vida de um humano e, por isso, depois de morto, coração e homem separavam-se. O Homem ia para «banco dos réus» e o coração era a testemunha. No julgamento, o juiz perguntava à testemunha (coração) se o réu (o resto do corpo) se tinha comportado bem. Coisa estranha, um órgão do corpo depor a favor ou contra si próprio ou contra o resto do corpo. Mas sim, era isso. Era o grande órgão, um órgão portador de um espírito que sobrevivia. Em termos concretos, no julgamento dos mortos, o coração era pesado numa balança - acção simbólica, claro. Pesavam-se, no fundo, os actos bons e os actos maus. Podemos até pensar numa espécie de contas de mercearia moral: 10 Kg de actos bons menos 5 Kg de actos maus igual a um saldo de 5 Kg de bondade. Mas claro, não há uma verdadeira unidade de medida para o moral. No entanto, o coração foi sempre a referência.

Nada de raciocínios
5. O «coração, se pudesse pensar, pararia», escreveu Pessoa. O coração é importante, para os antigos e para os contemporâneos, mas que o coração não pense demasiado, dele só queremos que bata ao ritmo certo que a biografia exige. Que mantenha o ritmo como a bateria da banda."

Gonçalo M. Tavares, in A Bola

O caso Semenya

"O caso da atleta Caster Semenya é, sem dúvida, marcante quer para as Ciências do Desporto quer para o Direito do Desporto.
Recordamos que atleta sul-africana, campeã olímpica e mundial dos 800 metros, tem altos níveis de testosterona, devido a uma condição genética. A atleta, naturalmente, compete em provas femininas, mas os seus resultados extraordinários são, desde há muitos anos, contestados pelas suas adversárias por entenderem que Semenya beneficia de uma vantagem física, o que torna a competição desigual.
Recentemente, a atleta processou a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) junto do CAS por ter aprovado um regulamento que baixa os níveis de testosterona permitidos nas provas femininas acima dos 400 e até aos 1600 metros. Este regulamento impossibilita Semenya de participar nas provas onde é mais forte.
A análise feita pelo CAS centrou-se na análise da proporcionalidade da solução encontrada pela IAAF. O painel entende que o Regulamento é discriminatório, mas que, com base na prova que foi produzida, tal discriminação é necessária, razoável e proporcional para atingir o objectivo legítimo de assegurar uma concorrência leal e proteger as atletas do sexo feminino. O CAS, contudo, assinala preocupações quanto à aplicabilidade do regulamento.
A decisão termina com uma nota de agradecimento a Semenya pela sua conduta durante o processo, reafirmando que nada coloca em causa o seu mérito desportivo e que nada fez para merecer qualquer crítica.
Um sumário da decisão (que vale a pena consultar na íntegra) pode ser alcançada aqui:
https://tas-cas.org/filead-min/user_upload/CAS_Executive_Summary_5794_.pdf."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Pilhado... no Glorioso!

Inferno...

Benfica erneut spät auf Betriebstemperatur

"Nachdem Benfica am vergangenen Sonntag die hohe Hürde beim SC Braga mit einem 4:1 am Ende souverän genommen hat, stand gestern mit dem Heimspiel gegen Portimonense eine vermeintliche Pflichtaufgabe auf dem Spielplan.
Dabei hatte der einzige Erstligist aus der Ferienregion Algarve den Adlern in der Hinrunde kräftig in die Meistersuppe gespuckt. Die Partie in Portimão am 2. Januar ging nach einer desaströsen Leistung und zwei Eigentoren der Innenverteidiger Rúben Dias und Jardel mit 2:0 verloren. Nur einen Tag später war die Ära von Trainer Rui Vitória zu Ende, an seiner Stelle übernahm Bruno Lage das Kommando.
Was dann folgte, hätten wohl selbst die kühnsten Optimisten so nicht zu träumen gewagt. Sieben Zähler betrug der Rückstand auf den FC Porto nach der Niederlage bei Portimonense, Benfica war auf Rang 4 abgerutscht. Doch mit Bruno Lage begann eine neue Zeitrechnung, unter seiner Leitung gewannen die Adler 15 von 16 Ligaspielen. Lediglich beim Unentschieden gegen Belenenses liessen sie Punkte liegen, gewannen dafür bei Sporting, in Porto sowie in Braga und verwandelten den bereits uneinholbar erscheinenden Rückstand in einen Zwei-Punkte-Vorsprung. Den galt es gestern im ausverkauften Estádio da Luz zu verteidigen.
Anders als erwartet übernahm jedoch nicht Benfica das Heft des Handelns. Zwar hatte der Rekordmeister durch Seferovic nach neun Minuten die erste Torchance der Begegnung, doch waren die Gäste im ersten Durchgang eindeutig die bessere Mannschaft und beeindruckten mit einer couragierten Vorstellung. Die Hausherren leisteten sich im Spielaufbau Fehler um Fehler, die Nervosität der jungen Spieler wie Ferro oder Florentino war mit Händen greifbar.
Kurz nach dem Wiederanpfiff belohnten sich die Gäste für ihren starken Auftritt. Nach einem Steilpass erzielte Tabata in der 53. Minute den Führungstreffer. Wie in der Vorwoche in Braga musste Benfica offensichtlich erst in Rückstand geraten, um auf Touren zu kommen. Die Adler spielten auf einmal wie verwandelt, gingen aggressiver in die Zweikämpfe und setzten Portimonense jetzt gewaltig unter Druck. Mit einem Doppelschlag von Rafa drehten sie binnen drei Minuten das Ergebnis und liessen im Anschluss kaum noch einen Zweifel aufkommen, wer an diesem Abend den Rasen als Sieger verlassen würde.
In den Schlussminuten brach Portimonense dann im vor Begeisterung überkochenden Estádio da Luz auseinander. Zweimal Seferovic und der eingewechselte Altmeister Jonas sorgten für den Endstand von 5:1, mit dem die lange Zeit bemerkenswert auftretenden Gäste fast schon über Gebühr bestraft wurden.
Benfica verteidigt mit diesem Kantersieg nicht nur die Tabellenspitze, die Adler nähern sich auch scheinbar unaufhaltsam der historischen Hundert-Tore-Marke, die zuletzt 1972/73 unter Trainer Jimmy Hagan mit 101 Toren geknackt wurde. Satte 96 Tore haben die Spieler des Rekordmeisters bereits erzielt, zwei Ligaspiele stehen noch aus. Zum Vergleich: Der FC Porto traf in dieser Spielzeit bislang 68 Mal.
Weiter geht es am kommenden Sonntagabend um 21 Uhr deutscher Zeit mit dem letzten Auswärtsspiel der Saison bei Rio Ave. Beim Tabellensiebten in Nordportugal erwartet Benfica wieder eine schwere Aufgabe, doch die Mannschaft scheint gut gerüstet. Vier Zähler aus den letzten zwei Begegnungen würden zum 37. Meistertitel reichen.
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SL Benfica - Portimonense SC 5:1
Liga NOS, 32. Spieltag
Samstag, 4. Mai 2019, 19 Uhr
Estádio da Luz, 60.677 Zuschauer
Mannschaftsaufstellung: Odysseas, André Almeida, Jardel, Ferro, Grimaldo, Pizzi (90. Fejsa), Florentino, Samaris (61. Jonas), Rafa, João Félix (79. Gedson), Seferovic
Torschützen: 0:1 Tabata (53.), 1:1 Rafa (62.), 2:1 Rafa (65.), 3:1 Seferovic (84.), 4:1 Seferovic (88.), 5:1 Jonas (90.+2)"

Que 'romântico'!!!

Cadomblé do Vata

"1. Antes de mais gostaria de desejar uma rápida alta hospitalar ao Casillas... até porque se isto continua assim, sou capaz de precisar da cama dele no hospital.
2. Parece que os jogadores do SLB sentem mais dificuldades a jogar na Luz do que fora de casa... se calhar está na altura de repensarmos os recursos às condenações de jogos à porta fechada.
3. Com as goleadas de SLB e FCP, não restam grandes dúvidas de que o campeonato se vai decidir na última jornada... onde curiosamente, o Glorioso defronta a sua filial dos Açores e os portistas recebem a filial de Lisboa.
4. Apesar dos dois golos do Rafa, para mim o melhor em campo foi o Paulinho... justificou plenamente os 7 milhões que o FCP pagou ao Portimonense pelo empréstimo de 3 milhões.
5. Seferovic é fabuloso na desmarcação e absolutamente inútil na finalização de um para um com o guarda redes... de cada vez que o vejo arrancar isolado, começo a pedir fora de jogo para evitar que ele enfie mais uma martelada na auto estima."

Ok, sexo é bom, mas alguma vez celebraram uma reviravolta com dois golos do Rafa?

"Vlachodimos
Uma série de intervenções atentas impediu o golo do Portimonense. Vlachodimos claramente ainda não percebeu como é que esta equipa funciona, caso contrário teria executado um daqueles seus golpes de vista logo aos 8 minutos e catapultado a equipa para uma reviravolta ainda durante a primeira parte. Em vez de cinco teriam sido dez. Agora pensa, Odysseas. (Excelente exibição.) 

André Almeida
As suas lágrimas no final, depois de confirmados os 3 pontos, são uma consequência lógica de um jogo, perdão, de uma época excessivamente emocionante. Fala-se muito do cansaço físico ditado pelo calendário frenético da alta competição, mas pouco é dito acerca das sequelas psicológicas resultantes destas batalhas no relvado. Comparada a um jogo como o de hoje, a guerra colonial parece um jogo de futsal entre amigos obesos. Jogos como o de hoje, épocas como esta que vivemos, irão causar stress pós-traumático. Este primeiro pelotão de Lage, tão bem representado em alguém como André Almeida, tem tudo para ser feliz, mas nunca mais se livrará da ocasional noite em que, subitamente, um destes homens que combateu na mítica batalha de Tabata acordará com suores frios e um golo do Portimonense, tudo isto em frente a sessenta mil bocas para alimentar. Imaginem se não tivesse feito mais duas assistências para golo.

Jardel
Um dos pesadelos resultantes do stress pós-traumático poderá passar apenas pela presença de Jardel em campo. Só isso chega para me assustar nos dias que correm.

Ferro
Sofreu a bom sofrer com os adversários directos e com os que surgiam pelo flanco de Grimaldo. Também se emocionou no final, por ter sobrevivido à dupla com Jardel. 

Grimaldo
A dada altura, durante aqueles sofríveis 60 minutos que recordaremos como os mais assustadores desta época, consegui ver Grimaldo estacionado no flanco esquerdo, qual garçom de pano no braço, a servir mais rosé aos clientes vindos do Algarve. Felizmente a coisa compôs-se e o espanhol acabou a beber pela garrafa e a limpar-se ao pano, depois de somar mais assistência.

Florentino
Foi uma tarde algo desastrosa que culminou numa ovação dos adeptos que, com a ajuda de Ferro, o levantaram do chão e lhe deram forças para continuar. Em vez de sessões de autógrafos na megastore, talvez pudéssemos organizar uma sessão de abraços a Florentino já esta segunda-feira. Abraços e um ou outro puxão de orelhas. Força, miúdo. Isto vai ser tudo teu.

Samaris
Desde que se juntou a Florentino no meio-campo, a coisa tem alternado entre imitações nem sempre bem conseguidas de Gabriel e as tentativas de complementar as acções defensivas do seu jovem colega.

Pizzi
Paz, pão, habitação, saúde, educação e assistências, mas só na última meia hora. Antes disso foi guerra, fome, barracas, escorbuto e passes errados.

Rafa
Ok, sexo é bom, mas alguma vez celebraram uma reviravolta com dois golos do Rafa em casa contra o Portimonense? Obrigado a este rapaz por nos ter proporcionado um dos momentos mais violentos dos últimos anos na Luz. E por violência entenda-se aquela versão do amor que agita as nossas entranhas e nos faz sentir mais vivos do que nunca. Obrigado, Rafa. Custou comó caraças, mas houve Benfica.

João Félix
Muito bem a ludibriar os observadores do Manchester City com uma exibição bastante sóbria sem golos nem assistências. Os bifes que voltem cá na próxima época.

Seferovic
Teve nos pés a oportunidade de proporcionar aos mais de sessenta mil adeptos no estádio um início de jogo agradável, mas não seria Benfica 2018/19 se assim fosse. Acabaria por bisar naquela meia hora final que nos deixou a todos exaustos, quando já era tarde demais para cancelar a encomenda de 5 mil desfibrilhadores para disponibilizar no estádio da Luz.

Jonas
O fixer é aquela figura semi-obscura que trata das merdas quando alguém faz merda. Só entra em cena se for mesmo necessário. É o tipo dos filmes que paga a nossa caução, arranja um advogado e leva a comer gelado a seguir. No futebol, é o tipo que distribui chapadas metaforicamente até toda a gente se acalmar e fazer aquilo que as trouxe a este planeta: marcar golos até os adeptos perderem a voz. Jonas é tudo isso. É, enfim, um adulto no meio de uma equipa que, na sua maioria, não se imaginou aqui nesta tarde de Maio. Desengane-se quem o acha perro. As suas pernas podem correr menos, mas o cérebro continua a seguir disparado na direcção da baliza, sabendo que é necessária calma para lá chegar. Nada mais justo e bonito do que ser este magnífico a marcar o último golo, o nº 300 da sua carreira, dos quais cerca de metade aconteceram com o manto sagrado vestido. Começa a cheirar a despedida. Talvez seja isso, afinal, que fez André Almeida chorar. Compreenderia. 

Gedson
Entrou numa fase do jogo em que os miúdos do Seixal já tinham voltado a comportar-se como adultos e não destoou.

Fejsa
Não perdeu tempo a demonstrar que continua num momento de forma estonteanete, perdendo a bola à primeira oportunidade, isto quando a Luz já pedia ensurdecedoramente o 37."

SL Benfica - Portimonense SC

"Quem olhar para o resultado não vai perceber o sofrimento que foi este jogo. O Portimonense entrou no jogo para ganhar. Até teve a primeira grande oportunidade. Nós não entrámos muito bem, mas lá para os 25 minutos começámos a construir alguma coisa mas sem concretizar. Depois do intervalo o Portimonense voltou a entrar melhor, chegou mesmo ao golo e só aí é que o Benfica (e a Luz) despertou. Rafa marcou dois golos e já na parte final Seferovic (2) e Jonas fecharam o marcador. 5-1. Umas notas sobre o jogo.
1. Rafa. Se marcasse penalties, era o jogador com mais mercado do Campeonato. Seria mais falado do que o Bruno Fernandes. Não marca. Ainda bem. Fica um segredo só nosso. Não contem a ninguém. Dois golos. No Campeonato já são 15, menos um que o médio do Sporting e menos seis que Seferovic. O primeira é uma jogada por inteiro dele. Antecipa-se ao central, obriga-o a jogar mal e recupera a bola e na cara do guarda-redes desvia a bola para dentro da baliza.
2. Odysseas Vlachodimos. Há que mencionar o Vlachodimos hoje. Tem uma ou duas defesas importantes que com outro guarda-redes provavelmente teriam entrado. Lembro-me de por exemplo o Tabata na cara dele e ele sair-se muito bem na primeira parte. Tem as suas falhas e vamos ter que resolver isso no verão, mas o Portimonense não as explorou hoje e acabou por ser fundamental para o resultado.
3. Haris Seferovic. Tenho-vos dito que nenhum ponta-de-lança marca todas as oportunidades que tem e que Seferovic tem uma excelente eficácia relativamente à média dos avançados dos grandes clubes da Europa. Hoje podia ter aberto o marcador logo no início, mas não conseguiu. Teve mais uma ou duas boas oportunidades, que também não conseguiu concretizar. Mas acaba por ser fundamental no jogo. É importante na jogada do segundo golo de Rafa e ainda matou o jogo com dois golos.
4. André Almeida. Acabou o jogo emocionado. Não sei as motivações. Mas fez um bom jogo. Duas assistências. Primeiro para o segundo golo de Seferovic, num daqueles cruzamentos rasteiros que o suíço aparece isolado e só tem que encostar. Já tinham feito o mesmo contra o Guimarães fora, por exemplo. Segundo um cruzamento perfeito para uma cabeçada do lendário Jonas. Para a Liga, André Almeida vai servindo.
5. Pizzi. Começou o jogo no lado esquerdo. Bruno Lage já tinha experimentado esta troca em Braga e não tinha resultado bem. A bola raramente lhe chegava. Na segunda parte, depois de sofrermos o golo, passou para o centro do terreno e acaba por estar envolvido em dois golos. É ele que faz o passe no espaço para Seferovic que inicia a jogada do nosso segundo golo. O suíço vai isolado e obriga o guarda-redes algarvio a sair da baliza, sendo que depois passa para Grimaldo que assistiu Rafa. Também foi Pizzi que recupera a bola, conduz a jogada e assiste Seferovic para o terceiro golo.
6. Jonas. É uma lenda. Chegou hoje aos 300 golos. Entrou no momento que o Benfica mais precisava e não se escondeu. É aproveitar enquanto Jonas vai durando.
O resultado não mostra reflecte bem o jogo que foi. O Portimonense poderia ter marcado algumas vezes, mas nós também. Faltam duas finais. Está quase. Hoje depois do primeiro golo do Rafa viveu-se o melhor momento de benfiquismo na Luz desta época. O apoio foi ensurdecedor. Dali só poderia sair um golo do Benfica. Acabaram por sair quatro. Rumo a Vila do Conde!"

A diferença está na pólvora

"Benfica esteve a perder com o Portimonense, que assinou uma grande primeira parte. Na última meia hora, já com Jonas em campo, os encarnados marcaram cinco golos

O calor que está lá fora ajuda à metáfora. Quantas vezes é que, qualquer um de nós, deixou toalhas e mala no mesmo lugar quando o mar ameaçava? Vinha uma onda e uff já passou. E, depois, mais outra. E outra. E a malta quietinha, confiante, como se o mar tivesse consciência. Até que, claro, lá vem outra e ensopa toalhas e malas. Todos, cada um dos culpados, sabiam que aquilo ia acontecer mas nada foi feito para anular o fado. Foi mais ou menos o que aconteceu no Benfica-Portimonense. 
Os algarvios chegaram iluminados ao Estádio da Luz. Ideias frescas, pernas rápidas, movimentações acertadas, ousadia no drible, qualidade na saída de bola. Estavam com tudo. Conseguiram furar a teia tenra dos encarnados e criaram muito perigo. O Benfica estava vulnerável, sem muita ligação entre jogadores, e não sabia corrigir ou travar aquela gente que veste branco e preto. E, sem surpresa, como a história do mar inconsciente, o Portimonense chegou ao golo (53’), por Tabata, que assinou uma bela exibição, com muito drible e soluções para problemas.
Só depois, com o orgulho ferido e a lembrança terna da luta pelo título, é que os rapazes de Bruno Lage carregaram no pedal. É coisa de equipa grande: o futebol nem melhorou muito, mas aquela gente nas bancadas, o compromisso e a camisola ainda pesam, e o Portimonense foi empurrado para trás, como uma onda quase eterna. Já com Jonas em campo, por troca por Samaris (Pizzi para dentro), o Benfica virou o jogo em quatro minutos: Rafa marcou os dois golos. O primeiro até resultou de um chutão da defesa, que depois os de Portimão complicaram, deixando Rafar isolar-se e desviar de Ricardo Ferreira. Pouco depois, a reviravolta aconteceu com ressaltos à mistura.
O Portimonense manteve-se vivo, principalmente num lance aos 78’ em que Jardel evitou a tragédia (cortando uma linha passe que isolaria o avançado forasteiro), depois de mais um erro da defesa da casa. Mas, e vale a pena deixar isto muito preto no branco, o Portimonense jogou muito futebol na primeira parte. Tinha mais bola, encontrava vantagens sucessivamente, tanto a defender como a atacar, fechando caminhos para a baliza e dando asas ao futebol dos atrevidos Paulinho, Tabata e Lucas Fernandes. Estavam subidos, corajosos.
O Benfica, num 4-4-2 clássico (com Pizzi a pisar terras interiores), tinha dificuldades no momento em que perdia a bola. Depois, como consequência, o medo a esse momento da transição defensiva, parecia estender a equipa, deixando pelo caminho Florentino e Samaris, que não davam as coberturas úteis, para dar continuidade ao jogo, aos homens da frente. Ou seja, havia poucas linhas de passe, poucas soluções. O apagão de João Félix ajudou pouco, já que a sua criatividade na zona 10 resolve alguns enigmas. Apesar deste afrouxamento, o Benfica ainda teve duas oportunidades importantes para inaugurar o marcador.
Mas aquela última meia hora sufocou o arrojo do Portimonense de António Folha, que ora defende com linha de 4 ora de 5. Há flexibilidade, o que significa que há cultura e trabalho. O Benfica, pouco importado com essas questões teóricas, aproveitou os erros e o talento dos que vestem de vermelho: Seferovic marcou mais dois golos no campeonato. Quatro-um.
Depois da hora, um senhor amado pelas gentes lisboetas e não só, acabou por molhar a sopa. André Almeida surgiu na linha, pelo lado direito, sacou um cruzamento e Jonas meteu a cabeça, 5-1. O brasileiro festejou como um menino feliz. Apito final na Luz, com direito a lágrimas de André Almeida, denunciando a tensão que esta gente leva debaixo da pele.
Este é um daqueles casos em que o resultado é malandro. O jogo do Portimonense, que criou muito e falhou muito, merecia qualquer coisa, algo muito mais do que sair goleado da Luz.
Mas o futebol, que não é mentiroso, é como o mar: não tem consciência."

Ainda Soares Dias...

"Aquilo que pouca gente sabe e muita gente desconhece, é que o Senhor da Confeitaria foi arguido no processo Apito Dourado.
Isso mesmo, o árbitro da AF Porto, foi um dos 171 arguidos do megaprocesso, que infelizmente, envergonhou e lesou gravemente o futebol Português.
27 dirigentes de clubes, 28 dirigentes da Liga e Federação Portuguesa de Futebol, 2 autarcas, 4 empresários e 110 árbitros dos quais, 12 da 1ª categoria profissional, onde se incluía Artur Soares Dias.
É este o passado e trajecto de um árbitro que foi promovido a árbitro de primeira categoria em 2004, com apenas 25 anos e que se tornou árbitro internacional, em 2010, apesar de todas as suspeitas que recaíram sobre si no processo Apito Dourado.
E desde então, assumiu grande parte dos clássicos e dérbis do futebol Português, mesmo que somando péssimas arbitragens e com influência direta no resultado. Quem não se recorda do Penalty escandaloso sobre Gaitan não assinalado em Alvalade logo no 1º minuto de jogo? Ou de um Dérbi no mesmo estádio, em que não marcou 3 grandes penalidades evidentes a favor do SL Benfica? Ou de uma defesa de Mangala na Luz que decidiu marcar pontapé de canto? Ainda este ano, evitou um resultado mais desnivelado em Alvalade, ao não assinalar, por exemplo, uma grande penalidade sobre Seferovic com o resultado em 1-4.
O padrão é sempre o mesmo. Prejuízo do SL Benfica.
A cumplicidade com o FC Porto é por demais evidente. Recentemente, tivemos a famosa inauguração da sua pastelaria na cidade do Porto, com a presença de ilustres adeptos e cartilheiros da Torre das Antas. Mas é também o único árbitro, que se conheça, que tem direito a prendas personalizadas - roupões com o seu nome – ou que oferece camisolas a adeptos no Estádio do Dragão, depois de um jogo frente ao Rio Ave, em que curiosamente ou talvez não, prejudicou mais uma vez o adversário do #portoaocolo.
É este o árbitro que vai apitar um jogo no Estádio da Luz, sem ser contra FC Porto ou SC Braga, praticamente 10 anos depois.
E como se isso não fosse suficiente, teremos como auxiliares Rui Licínio e Inácio Pereira, o árbitro-assistente que não viu um Penalty do tamanho do mundo sobre Carrillo em Setúbal e que é adepto fanático e confesso do FC Porto, conforme devidamente denunciado pela página Arquivo da Fruta. 
https://www.facebook.com/126822611154909/posts/595414927629006/
Mas as surpresas não se ficam por aqui. Se temos como VAR o sportinguista de Borba, Luís Godinho, mais um que dispensa apresentações, pasme-se que para Observador foi escolhido Elmano Santos. 
Quem não se lembra de Elmano Santos? Não foi há muito tempo que mandou repetir aos 89´ uma grande penalidade no Estádio do Dragão, que o jogador Jaílson acabou por falhar.
Este senhor esteve também sobre investigação, por altura do Apito Dourado, devido a telefonemas - antes e após jogo do Boavista x SL Benfica - com Valentim Loureiro. Este senhor já esteve nomeado para observador dos jogos do FC Porto por 3 ocasiões, curiosamente, das figuras mais vezes escolhida para desempenhar este papel. Coincidências?
Lista de jogos:
J4 – FC Porto x Moreirense FC
J11 – Boavista FC X FC Porto
J19 – FC Porto x Belenenses SAD
É isto que nos espera mais logo. Humildade, foco e concentração!"


PS: Este 'chegou' atrasado, mas merece ficar para memória futura. E o facto de não ter havido Casos não o desmente, até porque o rumor de ter estado na Luz um observador de arbitragem da UEFA, pode ter ajudado...!!!

Benfiquismo (MCLXXI)

Já não está cá...!!!