Últimas indefectivações

sábado, 14 de dezembro de 2019

Vitória complicada...

Benfica 5 - 3 Eléctrico

A equipa ainda não ultrapassou o fracasso Europeu. Tivemos um início de época muito bom, com excelentes exibições, mas depois da Ronda de Elite, não estamos a jogar bem... Ainda por cima, sem o Roncaglio, sem o Fernandinho e sem o Cecílio... a equipa está curta, e perdeu dois dos seus principais concretizadores (e até o Roncaglio de vez enquanto marcava...!!!)
Hoje, além de tudo isto, ainda tivemos que aturar uma arbitragem profundamente incompetente...

Vitória na Madeira...

Madeira SAD 27 - 29 Benfica
(13-12)

Não costumam ser fáceis as nossas deslocações à Madeira, e esta não fugiu à rotina: vitória na 2.ª parte, com muitos 'tiros' de longa distância!!!

Vitória em São Miguel...

Clube K 0 - 3 Benfica
18-25, 20-25, 25-27

Théo(15), Japa(10), Honoré(8), Gaspar(6), Wolphi(5), Lopes(5), Zelão(5), Guerreiro(3), Rapha(2), Pinheiro(1), Violas, Sinfrónio, Rodrigues, Kelton; Casas, Simões

Esperava Set's mais 'fáceis', mas amanhã é que será mais complicado na Praia da Vitória...
Com os jogos Europeus a meio da semana, o grau de dificuldade das jornadas duplas aumenta...

Derrota...

Benfica 2 - 4 Barcelona

Não se pode desperdiçar tanta bola parada: marcámos um Livre Directo, mas falhámos dois penalty's e mais dois Livres Directos!!!
Com o Barça a marcar cedo, acabámos por 'andar' sempre a correr atrás do prejuízo, mais com o coração do que com a cabeça, mas podiamos ter empatado perto do fim... falhámos, e eles 'mataram' o jogo com o quarto golo!

Os negros túneis do des(j)mor

"Drama, mistério, acção, 'suspense' e, por fim, uma comédia para que tudo acabe em bem. Se não for assim, quase que jurava que andará lá perto

Houve um incidente nos túneis do Jamor. Aliás, um incidente de desamor. Não se sabe de onde apareceu toda aquela pequena multidão que rodeava os protagonistas do confronto, mas andavam por ali polícias, delegados da Liga, jogadores, médicos, treinadores, árbitros, talvez roupeiros e outros funcionários curiosos, e só não estava o famosíssimo adesivo, porque não teve conhecimento prévio de que as câmaras da SIC espreitavam do alto do muro e registaram a voz e a atitude alterada do jovem treinador que tem, na camisola azul, o símbolo B, e que para conveniência de se designar um vazio se continua a chamar de Belenenses (que já não é ) e SAD que é.
«Levei Um Soco!... Levei Um Soco!... Isto Vale Tudo?... Vale Tudo, É?...» - gritava, com visível indignação, Pedro Ribeiro, enquanto tentava ultrapassar aquela inexpugnável barreira de corais humanos.
Ao que se percebeu da confusão de gentes e de vozes, um treinador (Pedro Ribeiro) acusava outro (Sérgio Conceição) de agressão, no caminho para os balneários. O supostamente agredido é um jovem em início de carreira, pobre, fazendo pela vida, lutando no difícil mar do futebol português; o outro, supostamente agressor, é um treinador consagrado, privilegiado, conhecido por ter os nervos à flor da pele e por não controlar as emoções.
O cenário e o enredo garantiam, pois, o escândalo público.
O desenvolvimento do caso, porém, tornou o filme de acção numa obra mais complexa, um policial de mistério, onde a procura da verdade bate contra um muro de conluios e de silêncios.
O argumentista, devemos admitir, é criativo e surpreendente. Junta ao silêncio do acusado o silêncio do acusador, que nem mais uma palavra se dignou dizer sobre o caso que tanto o indignara.
A partir daqui, a trama segue o seu percurso normal do cinema português. O sistema de justiça saca das trombetas e vem anunciar com pompa e circunstância: Vamos Iniciar Um Processo De Inquérito. O povo suspira de tédio e pensa: «Bom, temos mais um caso para durar até ao fim dos nossos dias».
O primeiro passo é pedir à Sociedade Anónima do trabalhador lesado que envie as imagens do túbel. Isso leva tempo, obedece a formalidade, tem o seu ritual. Depois, serão ouvidas as testemunhas das partes e as partes das testemunhas. Visto, revisto e analisado o relatório dos delegados da Liga e o relatório policial.
Das imagens, há já quem garanta que nada de especial se vê e de nenhuma se poderá tirar conclusões. Dos delegados da Liga, não se sabe se não viram o que viram. Dos policiais, há que avaliar com os chefes a chatice que a coisa dá, só por causa de uns eventuais sopapos sem consequências hospitalares. De todos os outros presentes envolvidos será melhor contar o que se sabe no café, aos amigos e conhecidos, ganhando estatuto e importância sociais do que perder tempo com autos e diligências da preguiçosa justiça.
Claro: há ainda o protagonista principal. O que se considerou agredido, o que, sem saber que estava a ser filmado, iniciou a série que está, agora, a passar na Futebolix. E aí reside o suspense. Que vai fazer o bom da fita? Como resolverá o dilema entre a promessa, mesmo que vã, de uma carreira afortunada e a ameaça de solidão de um escorraçado? Poderá, ainda, vir a sonhar com a glória, já alcançada pelo seu presidente, de receber um dragão de ouro?
Drama, mistério, acção, suspense e, por fim, uma comédia para que tudo acabe em bem. Se não for assim, quase jurava que andará lá muito perto.

Dentro da Área
Portugal está mais crescido
Benfica e FC Porto muito bem nos jogos da decisão europeia. Cada qual à sua maneira. O Benfica a trazer o Zenit para o futebol que desejava, nos ritmos e nas ocupações de espaço; o FC Porto a aceitar o risco de jogar à holandesa. Mas se permitem a contra-corrente: maiores elogios para o Minho. O SC Braga fantástico, com uma prestação imaculada e com uma clara afirmação de grande equipa; e o Vitória SC, de Guimarães, com uma personalidade e qualidade competitiva que representa claro avanço no seu crescimento.

Fora da Área
Morte ao Brexit, Viva o Brexit
Enfim, a tradicional e orgulhosa Old England parece ter resolvido o irritante impasse do Brexit. Boris Johnson, um primeiro ministro irreverente, com uma imagem de político desmiolado e sem tabus, acaba de obter uma estrondosa vitória para os conservadores, digna da sorumbática senhora Thatcher. Assim sendo, abrem-se as portas para um brexit regulado, mas também se abrem as portas para um novo e reforçado avanço do movimento independentista escocês. Ou seja: Morte ao Brexit, Vida o Brexit."

Vítor Serpa, in A Bola

Da Rússia

"Um sentimento antirusso, acusam. Farei parte de algo assim? Talvez não tanto mais há algo em mim que suspeita, que teme o desconhecido que vem da Rússia e que deriva, estou convencido, do impacto das duas superpotências, a russa e a americana, na nossa cultura, na minha educação. As vezes em que estive na Rússia ou nos EUA foram sensivelmente as mesmas, nada de errado me aconteceu, contudo nunca me senti tão longe de casa como na Rússia e nunca soube explicar porquê.
Também leio os russos desde a adolescência e sou até um pasmado admirador da grandiosidade e da beleza decadente dos estilos escultóricos e arquitectónicos da era soviética. Em todo o caso, aquela cultura nunca me chegou da mesma forma, sempre me foi apresentada com  ressalvas históricas, líderes loucos, expansionismos perigosos, economias falhadas, Berlim, um reactor nuclear explodido, tudo o que há de dramático, ou não fosse uma potência.
Coisas parecidas também há do outro lado da fronteira ideológica - ou não?
Ao surgirem estas punições da Antidopagem, visando o governo russo de liderança do maior plano de doping jamais conhecido, parece, para lá das provas que convencem a WADA, formar-se também qualquer coisa na qual se quer acreditar, como se para perceber e justificar o resto.
Mas, insisto, do outro lado houve Armstrong, a maior mentira do desporto; há agora um presidente que ridiculariza a verdade e desvaloriza a ciência, ao qual, para cúmulo, insistem em perguntar se ele não será espião russo! Um sentimento antiamericano, dizem.
Nestes tempos de crise cultural americana, de um inédito distanciamento, chegam-nos
 confundidos os tais velhos preconceitos de bem e mal e ficamos - eu fico - sem saber o que é realmente isso da cultura na qual crescemos.
Nunca há monstros piores que aqueles que nós criamos, isso eu sei."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Curta-metragem!!!

"Portanto, o «portista doente» Pedro Ribeiro, ao serviço de uma SAD presidida por um dragão de ouro, inventou ter sido agredido por Sérgio Conceição para prejudicar o clube de que todos são adeptos, numa armação urdida pelo SLB. É isto, não é?"

O Cantinho de Olivier #18

Uma Semana do Melhor... do Mendes!

Benfiquismo (MCCCLXXVII)

De bicicleta...

Agenda... Antunes, Guerra, Azevedo & Janela

Os três pontos mais importantes de 2019

"Este campeonato está mais difícil que nunca. Não se vislumbra nenhuma facilidade. Amanhã joga-se contra o terceiro classificado.

Na última semana o Benfica fez uma excelente exibição no Estádio do Bessa, evitou o brexit europeu com uma vitória folgada sobre o líder isolado do campeonato russo e ficou a saber, pela voz do treinador rival, que não vai ser campeão e que as equipas de arbitragem também entram na discussão do título nacional. É muita informação para digerir de uma só vez.
Poder-se-á dizer que levamos um soco no intervalo da satisfação. Ainda assim, para aqueles que acreditam em bom futebol, há razões de satisfação quando se vê o Benfica que venceu o Boavista. Grande exibição, talvez a melhor da época, deu três pontos ao Benfica e deixou o rival no ponto. O Benfica do Bessa, não só venceu, como merecer vencer, o Benfica do Bessa foi muito bom do primeiro ao último minuto. Dizer que Vinícius, Pizzi, Chiquinho, Cervi, Gabriel ou Taarabt fizeram boas exibições é até injusto para os outros que vestiram de vermelho e branco. Os adeptos do Bessa mostraram a alma e a crença, levaram a equipa ao colo antes, durante e depois do jogo. Foi uma manifestação impressionante de quem sente o Benfica de forma única. A norte o Benfica joga sempre em casa, porque o benfiquismo não se perturba com pontos cardeais e será sempre assim até ao fim.
Este campeonato está mais difícil que nunca, não se vislumbra nenhuma facilidade e sábado há jogo contra o sensacional terceiro classificado. Uma vitória no sábado garantir-nos-ia a qualidade da consoada. Faltam 63 pontos e amanhã temos os três mais importantes de 2019.
A vitória sobre o Zenit, embora dramática para os russos que em dez minutos passaram da Liga dos Campeões para o repouso do sofá, foi uma prova que o Benfica disputa na Europa um lugar de permanente destaque. Fica o travo amargo de alguns ses, fica a certeza que há Benfica na Europa do futebol.
Não sendo o primeiro objectivo, segunda-feira o Benfica é cabeça de série no sorteio da Liga Europa. Estamos a 900 minutos de Gdansk onde sabemos ser muito difícil chegar. Mas não houve o brexit encarnado várias vezes anunciado nas notícias.
Última palavra para o feito do voleibol do Benfica que ao vencer um jogo da Liga dos Campeões de voleibol fez história. Jogar a este nível, nesta competição, merece o respeito e apoio dos adeptos do desporto."

Sílvio Cervan, in A Bola

Empate...

Benfica B 3 - 3 Varzim


Muitos golos, emoção, mas muito sinceramente 'preferia' os três pontos, numa época, onde já se percebeu, o Benfica B, vai lutar pela manutenção, muito provavelmente até às últimas jornadas!!!

Equipa muito ofensiva, que deu muito espaço ao adversário para sair no contra-ataque... e depois de tanto trabalho para dar a volta ao marcador, de 1-2, para 3-2, permitimos o empate, na jogada de 'saída' de bola!!!

Nota de destaque para o regresso do Umaro, que se tinha lesionado em Lyon...

PS: Parabéns à Telma Monteiro, pela medalha de Bronze no Masters de Quingdao!

Derrota em Sintra...

Estoril 3 - 0 Benfica


Até entrámos bem, a dominar o jogo, e a criar oportunidades, mas o contra-ataque do Estoril foi fatal... Com o campo 'pesado' e em desvantagem o nosso estilo de jogo, acabou por não dar resultado!
Parece-me que a equipa está a tentar pressionar mais alto, mas com um meio-campo muito ofensivo, ficamos expostos aos adversários mais cínicos!
Este Chiquinho do Estoril parece interessante!!!

Rogério

"É bem conhecida a expressão dos ídolos com pés de barro, decalcada da lenda de Nabucodonosor, em que a estátua do homem feita de ouro, prata, bronze, ferro e barro, simbolizando a supremacia julgada eterna da Babilónia, bastou ser-lhe lançada uma pedra para que fosse destruída, precisamente no parte argilosa do monumento.
Mas este ídolo de que vos falo hoje, de seu nome Rogério alcunha 'Pipi', não tinha pés de barro, tinha-os antes de carne e osso, revestidos de cabedal, para honra e glória do Sport Lisboa e Benfica.
Sexto melhor marcador da história do Benfica em competições oficiais, quinto se incluirmos os golos em jogos particulares, campeão latino, figura de proa em três títulos nacionais e na conquista de seis Taças de Portugal (prova em que é, com quinze, o recordista de golos nas finais) e sobretudo ídolo de várias gerações, rivalizando, na era pré-Eusébio, com Vítor Silva e José Águas, nas preferências entre os adeptos quanto ao melhor jogador de sempre do Benfica.
Tive oportunidade de com ele conversar longamente uma única vez, há uns seis ou sete anos, e jamais esquecerei a sua simpatia, jovialidade e humildade. Até sempre, Senhor Rogério!

PS: O ressurgimento da narrativa ficcional, requentada e bafienta, por parte de quem, sem qualquer autoridade moral ou ética, ou sequer justificação para tal, se arroga o papel de coitadinho, é um bom sinal e é revelador. É sinal de que estamos no bom caminho, sabendo-se que, nos últimos anos, procuramos sempre alcançar os nossos objectivos sem que os êxitos ou inêxitos pontuais nos distraiam. E revela algo já bem conhecido: quem construiu o sucesso fora de campo é incapaz de perceber que outros o obtenham agora apenas no campo."

João Tomaz, in O Benfica

Básico

"Nesta semana vejo-me obrigado a continuar a falar-vos de comunicação. Não queria, mas foi tão gritante o desespero de um dos nossos rivais, que merece a pena dispensarmos algum tempo para entendermos como funciona a mente de antibenfiquista.
Aconteceu com o departamento de comunicação do Sporting CP, mas poderia perfeitamente ter sido com o do FC Porto ou mesmo com o do SC Braga, naquelas alturas em que os minhotos se assumem como candidatos ao título fruto dos bons resultados desportivos (não é o caso esta temporada=. No dia em que se soube que um antigo vice-presidente e o líder de um dos grupos organizados de adeptos do Sporting CP tinham sido condenados a penas de prisão efectivas, o departamento de comunicação do clube do Campo Grande atirou para o online um chorrilho de acusações desesperadas contra - adivinhem lá... - o Sport Lisboa e Benfica.
'Vida selvagem', dizia o escriba, tentando tapar com a tradicional peneira o pouco sol que brilha naqueles lados. É caricato, para não dizer absurdo, que, num dos períodos mais obscuras da sua longa história, profissionais, comentadores, sócios e adeptos de uma equipa com tanto historial no atletismo e no ténis de mesa continuem - ontem, hoje e sempre - a pensar somente no Sport Lisboa e Benfica.
Alguma palavra sobre a condenação de dois dos seus ilustres? Nada. Alguma frase sobre o julgamento do vergonhoso caso das agressões em Alcochete e seus culpados? Nada. Alguma declaração sobre os constantes insultos das suas claques ao presidente? Nada. Alguma consideração sobre a calamitosa situação financeira do clube? Nada. Não têm arte para se organizar nem para arrumar a casa, mas para a dor de cotovelo há sempre tempo.
Nunca mudem."

Ricardo Santos, in O Benfica

Admirável mundo novo

"Os últimos anos mostraram-nos que já não há quaisquer limites na guerra movida ao Benfica pelas áreas de comunicação dos clubes rivais - em particular a norte. Quem é capaz de pegar em correspondência roubada e, adulterando-a, criar uma pomposa narrativa visando destruir o maior clube português para esconder fracassos próprios é, na verdade, capaz de tudo. Basta acompanhar os principais fóruns de opinião no mundo digital para perceber que, também, aí, alguma coisa está errada. Não tenho dúvidas de que há hoje um grupo de indivíduos mais ou menos organizado (eventualmente pago) a multiplicar perfis falsos para, apresentado-se como 'benfiquistas críticos' ou 'benfiquistas exigentes', inundar fóruns, blogues e redes sociais, principalmente em espaços afectos ao Benfica, tentando desestabilizar o desunir o clube, seja pelo ataque reiterado e persistente a dirigentes, treinadores e até atletas, seja pela crítica mais destrutiva visando criar ondas negativas que levem com elas os mais incautos.
E não me espantaria que, num futuro próximo, nos próprios estádios, entre os adeptos do Benfica, nomeadamente nos jogos fora de casa, pudessem também surgir alguns infiltrados à espera de mau resultado para assobiar e insultar os nossos profissionais, perseguir o autocarro, fazer esperas, etc. O até mesmo, quem sabe?, associados de aviário que em Assembleias-Gerais apenas procurem causar distúrbios e instabilidade.
Na verdade, caro leitor, daquela gente é de esperar tudo. E temos de estar preparados para enfrentar os ataques mais baixos.
O mundo mudou, e não necessariamente para melhor."

Luís Fialho, in O Benfica

Rogério forever

"O minuto de silêncio em memória de Rogério Pipi, no nosso último jogo na Liga dos Campeões, foi mais do que uma merecida homenagem a um símbolo do Sport Lisboa e Benfica. Perdemos uma das maiores referências, mas a sua obra jamais será esquecida. Rogério Lantres de Carvalho brindou-nos, durante 12 épocas, com o perfume do seu futebol, a acutilância ofensiva que o caracterizava e a elegância da sua forma de estar. Os testemunhos de José Bastos e Artur Santos, na BTV, foram eloquentes acerca deste Senhor do futebol português. Um desportista exemplar que deu tudo ao clube do seu coração, tendo sido decisivo na conquista de 10 títulos. De todas as conquistas destaco, obviamente, a Taça Latina, que em 1950 nos catapultou para a Europa. As vitórias frente à Lazio, com um golo de Rogério, e frente ao Bordéus constituíram primeiro grande triunfo português de carácter internacional entre os campeões dos quatro países latinos - Portugal, Espanha, França e Itália. Foi nesta altura que foi lançada a semente do futuro Benfica Europeu, que nos anos 60 surpreendeu nas competições da UEFA. José Bastos, Jacinto Marques, Félix Antunes, Joaquim Fernandes, Francisco Moreira, José da Costa, Corona, Arsénio Trindade, Julinho, Rosário, Rogério Pipi e Pascoal escreveram uma das mais brilhantes páginas da história do maior clube português. 1949/50 foi uma época de sonho. Sob a a presidência de Mário Madeira, com um plantel de 22 gloriosos jogadores, capitaneados pelo enorme Francisco Ferreira e treinador por Ted Smith, o SL Benfica conquistou tudo o que disputou - o Campeonato e a Taça Latina."

Pedro Guerra, in O Benfica

O valor de uma árvore

"Portugal volta hoje ao valor das árvores. Às vezes, quase sempre, saber História torna a vida mais esclarecida e ajuda-nos a entender melhor o presente e as suas razões para perspectivar da melhor forma o futuro. Esta é uma realidade no que respeita à nossa percepção da floresta. Nascemos e crescemos com a convicção de que Portugal é um país florestal e tomamos as extensas manchas verdes do nosso interior como um dado adquirido, como se as árvores sempre estivessem lá estado e nos bastasse a nós colher os seus frutos. Mas, na verdade, trata-se de uma percepção, não de uma vocação simplesmente natural do território.
Até à generalização dos combustíveis fósseis e da electricidade, resultantes da Revolução Industrial, o uso de lenhas como como combustível industrial e doméstico foi de tal modo intenso, que, aliado ao abate para a construção e engenhos, produziu uma escassez tal, que o país urbanizado entrou no séc. XX quase sem árvores, excepção feita ao Pinhal de Leiria, que foi a salvação de muitas indústrias. Um exemplo disto foi a deslocação de fábricas emblemáticas como a Stephens (antidg vidreira) de Coina, nos arredores de Lisboa, onde escasseavam as lenhas, para a Marinha Grande, perto da fonte energética proporcionada pelo grande pinhal. Estávamos no tempo de avaliar a árvore pelo valor da madeira e da energia.
Emblemático é também todo o movimento de arborização da primeira metade do séc. XX, em que se mudou a face das nossas paisagens rurais e se criou o país florestal que hoje todos damos como adquirido e que, realmente, parece que sempre aqui esteve. Na Primeira República, importantes projectos de arborização e educação ambiental foram lançados, com um triplo sentido económico, ambiental e cidadão, com destaque para as sucessivas 'Festas da Árvore' que envaideciam as vilas e cidades de todo o país. O Estado Novo continuou de forma sistemática e prolongada criando uma certa cultura campesina de plantação de pinhal como forma de entesouramento e investimento da economia doméstica. Dali se casavam os filhos, se valiam na tragédia ou na doença, dali também se comprava a passagem para emigrar e fugir da miséria. Foi o tempo da árvore avaliada pelo uso como matéria-prima e pé-de-meia familiar. Pelo caminho, limpavam-se matos, mondavam-se árvores adultas no abate selectivo para não depenar o pé-de-meia, geriam-se as manchas florestais por entre os terrenos agricultados.
Não tardou que todo este mundo desabasse a partir do Plano Marshall e entrássemos pelas décadas de 60 e 70 a abandonar os campos e substituir áreas agrícolas por pinhais e, sempre em busca de rápido retorno, eucaliptos que medram bem e rendem depressa. Foi o tempo das enormes manchas florestais e da árvore avaliada pela pasta de papel num país que é um dos maiores produtores mundiais. Hoje, o círculo vicioso do aquecimento global e do desordenamento florestal ataca a nossa segurança e o nosso bem-estar colectivo, consumido, paradoxalmente, muita da riqueza que produzimos no esforço de corrigir e repor a situação.
Hoje, sabemos bem que, afinal, o valor de uma árvore não era verdadeiramente nenhum dos que historicamente lhe conferimos. O seu valor é nada menos que a vida na Terra tal como a conhecemos. Por isso tocamos a reunir e convocamos o Benfica, as escolas, as famílias e a sociedade civil. Por isso voltamos ao velho espírito das Festas da Àrvore e queremos 'Fazer de cada Escola um Viveiro'. Começámos pelas zonas ardidas, mas, porque somos quem somos, temos muita ambição!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Um grande e justo abraço a Bruno Lage

"Nunca é aconselhável deixar para resolver mais tarde as tarefas do quotidiano. Geralmente as contas saem erradas quando, no momento próprio, não encaramos de frente e não resolvemos os problemas que se nos apresentam. Em todo o caso, nos cenários do desporto, tem de se reconhecer que os factores de decisão não são lineares, nem esquemáticos e, ainda que a cultura do meio determine que tudo se vá resolvendo, jogo a jogo e treino a treino, à medida das jornadas, as prévias escolhas dos executantes, ou as estratégias laboriosamente estudas e preparadas para cada não constituem propriamente matérias ou produtos resultantes de ciências exactas.
As decisões prévias nos desportos de equipa são tomadas pelos responsáveis considerando o somatório de experiências e desempenhos técnicos, físicos e psíquicos imediatamente anteriores dos jogadores que se encontram disponíveis, mas, naturalmente, tendo também em consideração as características da equipa adversária que vão defrontar e - de novo - as performances exibidas pelos jogadores contrários nas suas mais recentes apresentações.
Falta referir toda a panóplia das 'condições laterais' que também condicionam a preparação de cada jogo, jornada após jornada: a condição do piso em que se vai jogar; em algumas modalidades, as dimensões do campo de jogo; o estado do tempo; os riscos de iminente lesão de algum executante, devidamente assinaladas pelo gabinete médico; o temperamento habitual (e os 'mind-games' mais subtis ou mais provocatoriamente agressivos, por exemplo) do estratega da equipa opositora; a personalidade das equipas arbitrais (por que não?...) e o histórico das suas decisões em jogo; a envolvência contextual da partida - expectativas dos adeptos, conjuntura das classificações relativas dos contendores previsões de enchente, clima comunicacional dos clubes em presença e algarviadas dos seus respectivos peões mediáticos, etc., etc.
Enfim, o cenário de cada pré-match não constitui propriamente um 'mar de rosas', ou um ambiente fácil, resultante de valências estritamente mensuráveis e factores de ciência exacta. Nem para quem joga, nem para quem analisa (e quem é que, em boa verdade, é capaz de analisar, mesmo, com verdadeiro espírito crítico independente, justo e neutral, em Portugal?!...), nem para os que arbitram os desafios, nem - muito menos! - para aqueles que jogam e para aqueles que dirigem os que jogam. Mas o que se torna cada vez mais insuportável para o Público consumidor de Desporto - que assiste, atónito e perplexo a toda a constante baderna mediática - é a indigente narrativa das elucubrações que os pontas de lança da Comunicação 'especializada' persistem em exibir acerca dos seus próprios mais recorrente conceitos, como 'plantel', 'matriz de jogo', 'escolhas', 'rotatividade', 'inexperiência', 'lance discutível', 'defesa de betão', ou 'ataque acutilante', nos enfadonhos textos metafóricos que (quase sempre) escrevem com os pés, e em perguntas de pacotilha que ousam dirigir nas conferências de imprensa, aos verdadeiros heróis do nosso imaginário - alguns (raros) Treinadores e alguns (pouquíssimos) grandes executantes...
Por isso, vai daqui um grande abraço e justo abraço a Bruno Lage!
Gabo-lhe a infindável pachorra e a superior contenção dele, como sempre supera, com a maior humildade, tanta banalidade e tanta impertinência."

José Nuno Martins, in O Benfica