Últimas indefectivações

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Melhor da Seleção é Fernando Santos

"Pela terceira semana consecutiva escrevo que o melhor da nossa selecção é Fernando Santos. Sei que escrevo contra a corrente, mas firme na minha convicção. Quem acreditou sempre que ia a Paris foi Fernando Santos. Quem uniu o grupo foi Fernando Santos. Quem nunca perdeu um jogo oficial (14) como seleccionador foi Fernando Santos. Quem fez de um conjunto de jogadores (alguns com limitações óbvias para este nível) uma equipa foi Fernando Santos. Quem pôs Ronaldo a defender e jogar para a equipa foi Fernando Santos.
É por isso que domingo entramos orgulhosos em Paris, com Fernando Santos à frente de um grupo que ele soube inventar mesmo quando só Ronaldo voa assim e pára no ar para dar uma cabeçada no destino. Podemos perder (o mais provável) ou ganhar (era sonho) mas este foi um fantástico europeu e Fernando Santos um excelente treinador.
Os favoritos eram Bélgica, Alemanha e França (só), Portugal soube ser a grande surpresa, o intruso inesperado. Houve várias prestações acima do esperado, mas é Portugal o não favorito que está em Paris. Resta-nos agora sonhar com a Dinamarca de 92 ou a Grécia de 2004 que também só começaram como artistas convidados, e acabaram com a Europa a seus pés. Gales fez um excelente europeu, o melhor da sua história, os seus adeptos a cantar The land of my father são uma imagem inesquecível daquilo que o futebol é capaz.
As pré-épocas não ganham nada (a do último ano foi má e a época foi excelente), mas este ano a calma e assertividade do Benfica merecem registo. Carrillo fica para ser campeão e Zivkovic é aposta muito prometedora. Tudo parece fazer sentido no reforço de uma equipa campeã, digo tricampeã, que lutará sem tréguas pelo tetra.
É já na próxima quinta-feira que começam os jogos treino, onde as promessas e as certezas se distinguem e onde cada adepto pode fazer de Rui Vitória com palpites e prognósticos."

Sílvio Cervan, in A Bola

Bom dia...

As duas Benfiquistas que entraram hoje em acção no Olímpico de Amesterdão, estiveram muito bem!

Logo pela matina, a Susana Costa, garantiu a qualificação para a Final do Triplo Salto, com 13,94m a 38cm da sua melhor marca...

Na sessão da tarde, a Marta Pen voltou a fazer uma grande corrida... depois do título Universitário Norte-Americano, depois do seu recorde pessoal com qualificação Olímpica, agora vamos ter a Marta na Final do Europeu!!! O tempo hoje não interessava, e a estratégia da Marta voltou a resultar... com um ataque fulminante aos 200m...
Quando a Marta, conseguir aumentar a velocidade a 400m da meta, e mesmo assim ter a mudança de velocidade aos 200m, vai lutar pelas medalhas nas principais competições!
A experiência Norte-Americana está a fazer muito bem à Marta...

Os frustrados e os heróis

"Com tanta perseguição, maledicência, imputação de culpa a terceiros, desculpas de mau pagador, enxovalhamento, o que resta é apenas uma macroideia na sociedade, de repulsa e de medo, por fazer o que quer que seja.
Hoje em dia, qualquer voluntarista é "tolinho". É muito mais cómodo nada fazer, porque se faz e corre mal, é porque foi mal feito.
É assim que pensam os nossos Tribunais, movidos pela força de uma "imprensa" que é a dona disto tudo. Mas para quê esta conversa?
Pela selecção Portuguesa.
Não sei nem faço a mínima ideia, no momento em que escrevo este artigo, qual será o resultado do jogo entre Portugal e o País de Gales. Mas há muita coisa que sei.
O típico português actual, esconde-se, não mexe, pira-se, que é para não ter problemas. Todos sabemos que o melhor é nada fazer, porque se chutarmos para canto, ninguém nos chateia. E se nos reformarmos mais cedo, melhor ainda.
A história de João Moutinho e Cristiano Ronaldo, correu e corre meio mundo, cada vez mais com novos vídeos. O último então é demonstrador do que digo.
De um lado o típico português de 2016, esquivo, escondido, bazante e do outro o raro português de 2016, corajoso, atrevido, confiante e com os ditos no sítio.
Repare-se nisto - se o tal corajoso, atrevido, confiante falhasse, era porque era vaidoso, uma besta, um corrupto, uma vergonha, um presunçoso, enfim, estava rotulado para o resto da vida.
Em bom rigor, no início, foi isso que aconteceu. Na fase de grupos, todos a disseram mal do homem. Quando Portugal ganhou à Croácia, vi alguns jogadores virem a público dizer - critiquem-no lá agora?!
Pois bem! A coisa correu bem e o homem é um herói. Pobre fadinho Lusitano e pobrezinhos de espírito! Faz-me lembrar um certo presidente que tanto mal disse do Renato, que quando o ouvi dar o braço a torcer, apenas pude considerar que tal mudança de opinião e paradigma, apenas pode ter a ver com o seu novo aspecto esbelto e esguio, derivado da perda de substâncias tóxicas, afinal estas as responsáveis pelo que dizia!
Não me interessa se a Selecção ganhou ao País de Gales, ou perdeu, para mudar a minha opinião.
Ela, a esta distância é muito positiva e tenho orgulho de ter um herói afirmado na Selecção Portuguesa, aconteça o que acontecer.
Nunca uma Nação tão maledicente se sentiu tão orgulhosa, como agora. Mesmo que isso custe microfones dentro de lagos, lágrimas, ou o que quer que seja.
É destas pessoas que Portugal precisa, mas não se consegue arranjar pessoas destas se continuarmos dentro da nossa mediocridade, a perseguir tudo e todos, a linchar tudo e todos, a comer-nos diariamente. Há uma grande diferença de nível entre o herói e o resto da matilha. E não devia haver! 
É verdade. Gostava de sair deste canto à beira-mar plantado. Mas já não tenho idade, nem força, nem capacidade.
Só conheço uma pessoa que nunca teve medo de errar e que construiu um Império, destruído pelas chamas de Azevedo. Esse homem chama-se Luís Filipe Vieira. Outro herói.
O escudo português assenta sobre a esfera armilar. Excepto durante o reinado de Dom Afonso Henriques, está presente em cada bandeira histórica, de uma forma ou de outra. É o principal símbolo português, bem como um dos mais antigos, com os primeiros elementos do escudo actual a aparecerem durante o reinado de D. Sancho I. A evolução da bandeira portuguesa está inerentemente associada com a evolução do escudo.
Dentro de uma borda branca, cinco pequenos escudos azuis, com seus cinco besantes brancos representam as Cinco Chagas de Cristo quando crucificado e popularmente associadas com o "Milagre de Ourique".
A lenda associada com este milagre conta que antes da Batalha de Ourique (25 de Julho de 1139), o Anjo Custódio apareceu diante de Conde Afonso Henriques (futuro Afonso I de Portugal) como um mensageiro divino. Previu a vitória de Afonso Henriques e garantiu-lhe que Deus estava olhando por ele e seus pares. O Anjo aconselhou-o a afastar-se de seu acampamento, sozinho, se ouvisse o sino da capela próxima a tocar na noite seguinte. Ao fazer isso, testemunhou uma aparição de Jesus na cruz. Eufórico, ouviu Jesus prometendo vitórias para as batalhas que viessem, dizendo que Deus desejava agir através de Afonso e seus descendentes, a fim de criar um império que levaria seu nome para terras desconhecidas, escolhendo o português para realizar grandes tarefas.
Impulsionado por esta experiência espiritual, Afonso Henriques ganhou a batalha contra um inimigo poderoso. Diz a lenda que Afonso Henriques matou os cinco reis mouros das taifas de Sevilha, Badajoz, Elvas, Évora e Beja, antes de dizimar as tropas inimigas. Assim, em gratidão a Jesus Cristo, incorporou cinco escudos dispostos em forma de cruz cristã, representando a vitória divina conduzida sobre os cinco reis inimigos cada um carregando com as cinco chagas de Cristo na forma de besantes de prata. A soma de todos os besantes (sendo os besantes centrais contados duas vezes) daria trinta, simbolizando os 30 dinheiros que Judas teria recebido pela traição a Jesus Cristo.
Hoje, Cristo e a Igreja estão nas ruas da amargura pela mão da Imprensa e os traidores, estão cheios de moedas de Ouro."

Pragal Colaço, in O Benfica

O Tetra começa aqui

"O Campeonato da Europa tem dispersado as atenções, mas a nova temporada clubista está aí, e o mercado continua a girar.
No Seixal trabalha-se no duro, enquanto os adeptos se mantêm na esperança de que o plantel campeão não sofra mais mexidas. No news, good news...
Para já, ficámos sem Renato Sanches e Nico Gaitán, duas saídas inevitáveis que não serão fáceis de suprir. De entrada estão Carrillo, Cervi, Celis, André Horta, Kalaica, Benitez e, ao que parece, Zivkovic. Alguns deles de qualidade acima de suspeita.
Outros, apostas de futuro. Por agora, talvez falte apenas um substituto directo para Renato Sanches, pois tanto quanto conheço dos reforços anunciados, nenhum preenche essas características. De resto, mantendo-se a base titular, a equipa ficará muito forte, e tem tudo para enfrentar a luta pelo 36.º título com optimismo.
Na baliza não parece haver alterações. Na defesa, seria importante manter o quarteto base da temporada passada, nomeadamente a dupla de centrais rápida e forte no jogo aéreo. No centro do terreno, haverá necessariamente mudanças, devido às saídas acima mencionadas, mas homens como Fejsa, Pizzi, Samaris, Salvio ou Gonçalo Guedes serão o fio condutor capaz de enquadrar os novos recrutas. No ataque, certos que estão Mitroglou e Jimenez, seria determinante manter Jonas, pois não é fácil encontrar no mercado alguém que marque quase 70 golos em dois anos, e que assuma tanta preponderância na manobra ofensiva da equipa. Além da valia técnica dos jogadores, há que preservar o espírito que levou ao Tri. E com estes jogadores, sabemos que contamos com entrega total."

Luís Fialho, in O Benfica

Parabéns SCP

"Em Junho de 1987, aos dez anos, aprendi uma das principais diferenças entre o benfiquismo e o sportinguismo. Ao orgulho sentido pelas conquistas do Campeonato Nacional e Taça de Portugal nessa temporada, os meus amigos leoninos tentaram atingir-me com a goleada, por 7-1, sofrida em Alvalade meses antes. Nos anos seguintes, nas evocações das presenças, em 1988 e 1990, na final da TCCE, assim como dos títulos nacionais em 1989 e 1991, era sempre, por esses tais amigos, relembrada a tal goleada. Nessa altura, longe estaria eu de imaginar que, passados mais de 25 anos, a efeméride continuaria a ser celebrada em jantares de convívio.
Poderia dar-se o caso de esta ser uma iniciativa singular, no entanto é mais uma entre tantas reveladoras de um traço identitário do sportinguismo manifestado em diversas ocasiões: O anti-benfiquismo. A mais recente teve lugar na Gala do Sporting, na âmbito das comemorações do aniversário do clube. Pelas redes sociais, vimo-los de braços no ar a darem "graças a Deus não nasci lampião" e sorridentes por terem "encavado os lampiões" no Algarve (ST) e porque "foi um ai Jesus, assustámos os papões (0-3 na Luz)", num exercício de puro sportinguismo, inglório apesar do esforço, dedicação e devoção nas sucessivas tentativas de antagonismo ao Benfica, o maior e melhor clube português. Assim se entende o espaço deixado vazio na sua renovada sala de troféus, reservado para o próximo troféu de campeão nacional. Um dia será ocupado, não se sabe é quando. Seja pela via desportiva ou pelo revisionismo da história das competições, é certo e sabido que constará qualquer coisa nesse compartimento. Nem que seja o troféu Rui Santos."

João Tomaz, in O Benfica

Obrigado pela escolha e parabéns, Raphael Guerreiro

"Quis representar Portugal apesar de ter nascido e crescido em França; chega à final do Euro2016 a dois passos de casa

«O Raphael Guerreiro talvez tenha sido o que me surpreendeu mais, porque era muito desconhecido para mim. Dei comigo no primeiro treino a olhar para ele e a pensar ‘epá, que talento é este?’» 
Fernando Santos confessou o entusiasmo em relação ao esquerdino ainda em Abril, durante uma entrevista à SportTV. Por essa altura já sabia que não podia contar com Fábio Coentrão no Euro2016. 
Chegou o Campeonato da Europa, Raphael Guerreiro entrou no onze e de repente tudo parecia natural: era aquele o seu lugar. Não me limitava a cumprir, transcendia-se e era por vezes o mais entusiasmante da Selecção.
Não me recordo de um jogo mau do luso-francês pela equipa das Quinas. Neste Campeonato da Europa teve de parar por lesão mas foi dos mais regulares em campo. Sempre com nota elevada. 
Raphael, na incompleta maturidade dos seus 22 anos, assumiu riscos quando poucos denotavam à-vontade para tal e foi geralmente feliz. Frente a Gales, como se tornou hábito, foi dos melhores da Selecção. Assistiu Cristiano Ronaldo para o 1-0.
Portugal já teve mais e menos Ronaldo. Mais e menos Nani. Mais e menos Renato Sanches. Pepe subiu de produção, Fonte e Adrien vão pelo mesmo caminho, mas fica o elogio para a constante: Raphael Guerreiro.
Não é fácil conseguir o que Raphael conseguiu. Garantiu unanimidade numa posição delicada, compensando a ausência de um dos elementos mais influentes na manobra da Selecção, pela qualidade e entrega, ao longo dos últimos anos: Fábio Coentrão.
O jovem que vai trocar o Lorient pelo Borussia Dortmund não ocupa manchetes. Fala pouco, prima pela discrição fora de campo, é ainda um relativo desconhecido para o grande público. Fica o elogio, não por merecer mais que os outros, mas porque nem sempre teve o espaço que justificou.
Devemos igualmente agradecer a Raphael Adelino José Guerreiro. Podia ser, por pleno direito, candidato a sucessor de Patrice Evra na Selecção de França.
Nasceu em Le Blanc-Mesnil, filho de uma mãe francesa, e viveu sempre por ali. A ligação a Portugal faz-se pela família do pai e pela memória das férias no nosso país. Ainda assim, foi cobiçado por ambos e sempre demonstrou a sua preferência.
Quis o destino que Raphael Guerreiro brilhasse com intensidade num Europeu realizado em França e que ajudasse Portugal a chegar à final do torneio, a dois passos de sua casa.
Entre Le Blanc-Mesnil e o Stade de France, em Saint-Denis, são apenas 10 quilómetros de distância. É ali ao lado.
Raphael Guerreiro preferiu dar a volta, ir por Portugal e representar – a par de Anthony Lopes - uma imensa comunidade de luso-franceses que cresce por lá sem renegar a herança lusa. Segue-se...a França que o viu nasceu e crescer.
Obrigado Raphael.

PS: a 24 de junho, após a fase de grupos, utilizei este espaço para tecer algumas críticas ao processo da Seleção. Preferi assumir que duvidar em silêncio. Escrevi que morderia a língua se o tempo desse razão a Fernando Santos. Naturalmente, não iria assobiar para o lado. Aqui estou a morder publicamente a língua. Parabéns Engenheiro."

Vamos dar-lhes um 'Maracanazo'

"Depois de noventa minutos em que teve a sorte do jogo do seu lado, a França atingiu a final do Euro 2016, onde vai encontrar Portugal. Das 53 selecções que participaram neste Campeonato da Europa, já é certo que 51 vão situar-se abaixo de portugueses e gauleses, o que, só por si, é suficientemente elucidativo. As duas equipas conheceram percursos diferentes, os anfitriões sempre amparados pelos poderes, enquanto que Portugal fez o caminho das pedras, arrostando com a má vontade dos árbitros e de alguns especialistas que esperavam uma equipa simpática e tenrinha e acabaram por levar com a versão mais italianizada da turma das quinas de que há memória.
A final do próximo domingo pode ser vista como uma oportunidade imperdível para Portugal acertar, com os franceses, contas pendentes de 1984, 2000 e 2006; mas não me parece que esse seja o prisma mais certo para ver o jogo do Stade de France. Esta geração tem de jogar o presente, respeitando o passado, sem dúvida, mas de olhos postos no futuro. E se Portugal, de 2000 para cá disputou quatro das cinco meias-finais realizadas no Euro, por alguma razão é (só falhou a de 2008 porque perdeu nos quartos com a Alemanha). Os jogadores passam mas a consistência competitiva mantém-se. E há, neste momento, uma geração emergente no futebol português que garante a continuidade da equipa de todos nós na elite europeia.
Por isso, vamos tentar ganhar à França no domingo sem a pressão de exorcizar fantasmas do passado. Vamos tentar ganhar por todos os portugueses que acreditam na Selecção e nela encontram um vínculo com a Pátria. A equipa de Fernando Santos tem um encontro com a história e estou certo de que estará à altura da ocasião."

José Manuel Delgado, in A Bola

A viola e o ouro que era de prata

"1. Se o fado é reconhecido como a voz da nossa identidade colectiva, já a viola e a guitarra são os acordes de tal expressão. Curiosamente, um adágio popular algo temperamental manda que, em certas circunstâncias, se meta a viola no saco. Porquê a viola? E em que saco? Bem, nada disso releva agora. Basta saber o que todos os portugueses sabem. E eles sabem quando e a quem deve ser aplicada tal expressão. Ora, depois de a selecção nacional de futebol ter conseguido reservar um lugar na final agendada para o próximo domingo em Paris, é precisamente isso - meter a viola no saco - o que devem fazer, com a maior das humildades, todos aqueles, nos quais me incluo, que avaliaram com sentido cepticismo o anúncio de tal propósito feito, em devido tempo, por Fernando Santos. Suceda o que suceder na final do próximo domingo, uma coisa é agora certa: só no dia 11 a nossa gente voltará a casa. Confesso que nunca acreditei que tal fosse possível. Assim, guardo a minha viola no saco. Mas continuarei a gritar, como sempre, PORTUGAL, PORTUGAL.
2. Por capricho das insondáveis razões que regem os calendários de todos os mundos, na mesma noite em que a selecção de futebol conquistou o acesso à final, Ana Dulce Félix voltou a brilhar noutro campeonato europeu - o de atletismo. E o atletismo é, peço desculpa por voltar a dizê-lo, o rei de todos os desportos. Sim, futebol incluído. A coincidência dos dois eventos fez com que a façanha da atleta benfiquista tivesse sido parcialmente eclipsada. Mas nem por isso o seu mérito pode ser reduzido. Depois de há quatro anos ter vencido os 10000m, desta feita obteve a medalha de prata. O ouro foi para uma queniana capciosamente naturalizada turca..."

Paulo Teixeira Pinto, in A Bola

Vamos com sorte?

"A primeira condição para o sucesso desportivo é acreditar que ele é possível. Nós temos conseguido ganhar em modalidades, em competições que há uns anos pareceria impossível. A vitória da selecção portuguesa de futebol que garantiu o acesso à final deixou a maioria dos portugueses em êxtase. Não há dúvidas sobre a capacidade aglutinadora do futebol, um País em torno da sua selecção de futebol. 
Não deixo de ficar surpreendido pela capacidade do futebol português atingir resultados de referência na modalidade com maior densidade e universalidade competitiva. Não acredito que estes resultados se devam à sorte. É preciso ter sorte nas condições genéticas para a prática de determinada modalidade, ter sorte em nascer num País em que ela se pratique, ter sorte em encontrar um enquadramento técnico competente, sorte em reunir apoios que permitam a preparação, sorte em acordar bem disposto no dia da competição ou até mesmo sorte em alguns dos nossos adversários estarem num mau dia, mas não chega!
A nossa equipa de futebol não chegou à final do campeonato da Europa por sorte, a Dulce Félix não conquistou a medalha de prata nos 10.000 metros no Campeonato da Europa por sorte, a nossa jovem olímpica Tamila Holub não foi medalha de prata no Campeonato de Europa de natação na categoria de juniores por sorte!
A sorte dá muito trabalho. Com a mesma facilidade com que alguns desvalorizam o resultado pela sorte, alguns aceitam resultados menos bons por obra do azar, do destino. A desculpa do azar é a pior das estratégias para corrigir os erros no futuro. Atrás de cada momento de sorte estão horas de treino, dedicação e superação.
Acredito que o desporto em Portugal pode ser melhor em quantidade e qualidade, basta não deixar isso apenas nas mãos da sorte!"

Mário Santos, in A Bola

Benfiquismo (CLIV)

Novinho em folha...
... um dos primeiros treinos na Catedral,
em 1954 !!!