"Com tanta perseguição, maledicência, imputação de culpa a terceiros, desculpas de mau pagador, enxovalhamento, o que resta é apenas uma macroideia na sociedade, de repulsa e de medo, por fazer o que quer que seja.
Hoje em dia, qualquer voluntarista é "tolinho". É muito mais cómodo nada fazer, porque se faz e corre mal, é porque foi mal feito.
É assim que pensam os nossos Tribunais, movidos pela força de uma "imprensa" que é a dona disto tudo.
Mas para quê esta conversa?
Pela selecção Portuguesa.
Não sei nem faço a mínima ideia, no momento em que escrevo este artigo, qual será o resultado do jogo entre Portugal e o País de Gales. Mas há muita coisa que sei.
O típico português actual, esconde-se, não mexe, pira-se, que é para não ter problemas. Todos sabemos que o melhor é nada fazer, porque se chutarmos para canto, ninguém nos chateia. E se nos reformarmos mais cedo, melhor ainda.
A história de João Moutinho e Cristiano Ronaldo, correu e corre meio mundo, cada vez mais com novos vídeos. O último então é demonstrador do que digo.
De um lado o típico português de 2016, esquivo, escondido, bazante e do outro o raro português de 2016, corajoso, atrevido, confiante e com os ditos no sítio.
Repare-se nisto - se o tal corajoso, atrevido, confiante falhasse, era porque era vaidoso, uma besta, um corrupto, uma vergonha, um presunçoso, enfim, estava rotulado para o resto da vida.
Em bom rigor, no início, foi isso que aconteceu. Na fase de grupos, todos a disseram mal do homem.
Quando Portugal ganhou à Croácia, vi alguns jogadores virem a público dizer - critiquem-no lá agora?!
Pois bem! A coisa correu bem e o homem é um herói. Pobre fadinho Lusitano e pobrezinhos de espírito!
Faz-me lembrar um certo presidente que tanto mal disse do Renato, que quando o ouvi dar o braço a torcer, apenas pude considerar que tal mudança de opinião e paradigma, apenas pode ter a ver com o seu novo aspecto esbelto e esguio, derivado da perda de substâncias tóxicas, afinal estas as responsáveis pelo que dizia!
Não me interessa se a Selecção ganhou ao País de Gales, ou perdeu, para mudar a minha opinião.
Ela, a esta distância é muito positiva e tenho orgulho de ter um herói afirmado na Selecção Portuguesa, aconteça o que acontecer.
Nunca uma Nação tão maledicente se sentiu tão orgulhosa, como agora. Mesmo que isso custe microfones dentro de lagos, lágrimas, ou o que quer que seja.
É destas pessoas que Portugal precisa, mas não se consegue arranjar pessoas destas se continuarmos dentro da nossa mediocridade, a perseguir tudo e todos, a linchar tudo e todos, a comer-nos diariamente.
Há uma grande diferença de nível entre o herói e o resto da matilha. E não devia haver!
É verdade. Gostava de sair deste canto à beira-mar plantado. Mas já não tenho idade, nem força, nem capacidade.
Só conheço uma pessoa que nunca teve medo de errar e que construiu um Império, destruído pelas chamas de Azevedo. Esse homem chama-se Luís Filipe Vieira. Outro herói.
O escudo português assenta sobre a esfera armilar. Excepto durante o reinado de Dom Afonso Henriques, está presente em cada bandeira histórica, de uma forma ou de outra. É o principal símbolo português, bem como um dos mais antigos, com os primeiros elementos do escudo actual a aparecerem durante o reinado de D. Sancho I. A evolução da bandeira portuguesa está inerentemente associada com a evolução do escudo.
Dentro de uma borda branca, cinco pequenos escudos azuis, com seus cinco besantes brancos representam as Cinco Chagas de Cristo quando crucificado e popularmente associadas com o "Milagre de Ourique".
A lenda associada com este milagre conta que antes da Batalha de Ourique (25 de Julho de 1139), o Anjo Custódio apareceu diante de Conde Afonso Henriques (futuro Afonso I de Portugal) como um mensageiro divino. Previu a vitória de Afonso Henriques e garantiu-lhe que Deus estava olhando por ele e seus pares. O Anjo aconselhou-o a afastar-se de seu acampamento, sozinho, se ouvisse o sino da capela próxima a tocar na noite seguinte. Ao fazer isso, testemunhou uma aparição de Jesus na cruz. Eufórico, ouviu Jesus prometendo vitórias para as batalhas que viessem, dizendo que Deus desejava agir através de Afonso e seus descendentes, a fim de criar um império que levaria seu nome para terras desconhecidas, escolhendo o português para realizar grandes tarefas.
Impulsionado por esta experiência espiritual, Afonso Henriques ganhou a batalha contra um inimigo poderoso. Diz a lenda que Afonso Henriques matou os cinco reis mouros das taifas de Sevilha, Badajoz, Elvas, Évora e Beja, antes de dizimar as tropas inimigas. Assim, em gratidão a Jesus Cristo, incorporou cinco escudos dispostos em forma de cruz cristã, representando a vitória divina conduzida sobre os cinco reis inimigos cada um carregando com as cinco chagas de Cristo na forma de besantes de prata. A soma de todos os besantes (sendo os besantes centrais contados duas vezes) daria trinta, simbolizando os 30 dinheiros que Judas teria recebido pela traição a Jesus Cristo.
Hoje, Cristo e a Igreja estão nas ruas da amargura pela mão da Imprensa e os traidores, estão cheios de moedas de Ouro."
Pragal Colaço, in O Benfica
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