Últimas indefectivações

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Alerta

Finalmente, amanhã, após duas semanas, o Benfica regressa à competição. No último jogo, a equipa convenceu... os adeptos ficaram um pouco mais crentes. É possível obter sucesso nesta época desportiva? Sim, até agora os resultados têm sido positivos. Um ou outro empate 'desnecessário', mas a equipa tem demonstrado consistência, qualidade, vontade e crer. Além disso tacticamente o nosso treinador parece estar mais pragmático - o que é muito positivo.

Dito isto, não ganhámos nada. Um ou dois maus resultados, e tudo será posto em causa. Todos os jogos são muito importantes, independentemente da competição. Os abutres estão impacientemente à espera!!!

Assim, é necessário manter, a concentração total. Não podemos baixar a guarda. Todos os jogos são finais. Amanhã em Portimão será mais um jogo decisivo no sucesso da época, na Taça de Portugal, mas também no Campeonato - uma onda negativa, contamina todas as competições. Logo de seguida, os jogos com o Basileia podem decidir o nosso sucesso na Champions...

Rotação no máximo, ambição total... e é preciso evitar a euforia. Por outro lado é obrigatório manter o apoio incondicional e apaixonado à equipa, como aconteceu naqueles minutos finais do jogo com o Paços...

A Estónia, por favor, venha a Estónia!

"Vamos desejar que nos saia a Estónia porque a Bósnia e o Montenegro são tramados e a Turquia mete medo. Mas já nos safámos da República da Irlanda do senhor Trapattoni


NA sexta-feira da semana passada, depois de Nani marcar o seu segundo golo aos simpáticos islandeses, o público do Dragão desatou a cantar em coro o nome do dito Nani e qualquer pessoa com dois dedos de testa percebia logo que este torneio de qualificação para o Europeu de 2012 só podia acabar como acabou, ou seja, num desconserto completo e numa meia-aflição.

Tudo isto porque, como toda a gente sabe, o nosso Cristiano Ronaldo, excelente miúdo certamente, fica nervoso quando ouve o público a cantar nos estádios outro nome que não seja o dele. E o caso está a tornar-se bicudo.

Não espanta que em Espanha as plateias pró-Barcelona não parem de cantar o nome de Messi sempre que o nosso Cristiano Ronaldo toca na bola. São coisas lá deles, dos espanholitos, e ainda bem recentemente uma sondagem publicada no diário madrileno As desfazia o mito local da superioridade do Real Madrid em termos de adeptos.

De acordo com as respostas dos inquiridos, o Barcelona é o clube preferido dos espanhóis com 44% dos afectos recolhidos enquanto o Real Madrid é o clube mais detestado de Espanha, com 51% das intenções de desamor, seguido pelo Barcelona com 40% e do Sevilha com 30%.

Não admira assim que Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do Real Madrid, tenha de sofrer grandes amarguras de ego sempre que se vê longe do conforto do Santiago Bernabéu e perante público hostil que sabe perfeitamente como atazaná-lo onde lhe dói.

Também no último jogo do Real Madrid para a Liga dos Campeões, na Croácia, Ronaldo passou pelo mesmo tendo de suportar os cânticos pró-Messi dos adeptos do Dínamo de Zagreb. 'Não gostam de mim porque sou rico, giro e grande jogador', disse o português no fim do jogo. Nada disto espanta.

Já espantou, isso sim, que a moda de enervar o nosso Cristiano Ronaldo cantando por Messi tenha chegado a Chipre como se viu da última vez que a selecção foi lá jogar. Foi, admita-se, um despautério cipriota na ânsia de perturbar o capitão da selecção portuguesa. E perturbaram mesmo.

Viu-se no modo como Cristiano Ronaldo comemorou os golos que conseguiu marcar em Limassol, correndo para as bancadas com vontade de despachar aquele pessoal à estalada. Mais tarde, na conferência de imprensa, diria que estava habituado «a calar o público todo o ano» e nem uma vez sequer proferiu o nome de Lionel Messi.

Eu não sei o público que esteve no Dragão a assistir ao Portugal - Islândia tem noção deste transe em que vive o nosso Cristiano Ronaldo. Aparentemente não tiveram noção alguma e nem pensaram duas vezes antes de, em coro, clamarem por Nani em fundo musical.

É que o nosso Cristiano Ronaldo, por ser simples e bom miúdo, ainda pode admitir que haja uns «anormais» - como ele próprio sublinhou - que não o considerem o melhor jogador do mundo e que a ele prefiram aquele argentino pequenino, pouco ou nada giro, que joga em Barcelona. E, assim sendo, que cantem, gritem por Messi as vezes que muito bem quiserem e entenderem.

Isso é uma coisa...

Agora outra coisa é uma pessoa, como o nosso Cristiano Ronaldo, estar a jogar em solo pátrio contra inimigo estrangeiro e desatar o povo das bancadas não a entoar por Messi, graçola a que já está habituado, mas, pior ainda, a cantar por Nani, um simples compatriota que nunca sequer foi nomeado para a Bola de Ouro da FIFA.

Podem não acreditar, mas isto foi uma grande alfinetada no ego já dorido do capitão da nossa selecção que provou em casa, que horror, o fel da traição dos seus compatriotas.

Está, portanto, explicado este inacreditavelmente medíocre final de campanha rumo ao Europeu de 2012. É verdade que o início da campanha foi ainda pior, muito pior, mas o que fica são as últimas impressões e estas de Copenhaga são de molde a fazer esquecer rapidamente aquela série lamentável de insucessos que marcou o fim da era Carlos Queiroz com o próprio Queiroz in absentia, já posto a milhas pelos responsáveis da FPF.

É assim a vida, Paulo Bento. Enquanto hoje, Carlos Queiroz festeja a goleada que o seu Irão impôs ao Bahrein - logo por 6-0! - e assume todo o favoritismo do Grupo E da qualificação asiática, a nossa selecção vê-se obrigada a disputar o 'play-off' de qualificação para o Europeu de 2012 e com o credo na boca, porque nestas coisas, enfim, nunca se sabe...

Antes que o sorteio dite quem vamos ter por adversário - fica-se a saber amanhã - e admitindo que a nossa selecção se vá apresentar nos dois jogos decisivos da mesma forma como jogou com islandeses e dinamarqueses, nesse caso, por favor, vamos todos desejar que nos saia a Estónia porque a Bósnia e o Montenegro serão adversários tramados e a Turquia até mete medo.

Mas graças às contas dos rankings, já escapámos da República da Irlanda comandada pelo senhor Giovanni Trapattoni que percebe mais de futebol a dormir que muita gente acordada.


PINTO DA COSTA acreditava que Portugal se iria qualificar directamente em Copenhaga para o Europeu de 2012. De outra forma, jamais se arriscaria a acompanhar a selecção nacional.

Uma figura do porte político e desportivo como Pinto da Costa não pode fazer uns bons milhares de quilómetros para ir assistir a uma derrota ainda sem conclusão, para ir abençoar com a sua presença e com a sua áurea de triunfador uma carrada de incompetentes.

E foi precisamente isso que se passou.

No entanto, dizem-me que não, que não foi por causa do jogo da selecção que Pinto da Costa foi à Dinamarca. Que foi apenas e por causa das próximas eleições para a Federação Portuguesa de Futebol.

Ora, no meu entender, nada disto faz sentido portanto adiante...


RÚBEN AMORIM, se me permitem a confissão, é o jogador do Benfica de que mais gosto. E não é por ser português. É por ser do Benfica. E por ser também ma boa cara, um bom sorriso e um excelente jogador como nos vem provando a todos há dois ou três anos.

Depois de passar uma semana fora da Luz, visto que foi chamado por Paulo Bento para integrar o grupo de seleccionados para os jogos com a Islândia e com a Dinamarca, Rúben Amorim voltou agora a casa para se reencontrar com os colegas e com Jorge Jesus.

Jorge Jesus, a propósito das declarações de Rúben Amorim sobre o que pensa Jesus ser diferente do que pensa Paulo Bento, disse no fim-de-semana passado que iria conversar com o jogador assim que ele regressasse dos trabalhos da selecção e que ambos, «com a inteligência de cada um», saberiam certamente resolver essa pequena desinteligência.

Não faço, nem ninguém faz, a mínima ideia do que Jorge Jesus terá dito por estes dias a Rúben Amorim sobre o assunto.

Talvez qualquer coisa deste género:

-Olha, Rúben, afinal o Paulo Bento pensa como eu, também te deixa sentado no banco a ver os outros a jogar...

Não há de ter sido assim, com certeza, que se passou o reencontro entre treinador e o jogador. Mas sem conhecer nem um nem outro, quase aposto que Jorge Jesus teve de se segurar todo para não lhe sair este remoque da boca para fora.


O presidente do Marítimo não se conforma com o desfecho do caso Kléber, o jogador brasileiro que transitou do Funchal para o Porto sem que chegasse meio cêntimo sequer à ilha da Madeira.

Carlos Pereira voltou a falar recentemente no assunto e, apesar da mágoa que lhe assiste, mostra-se confiante no fim do filme.

-A Justiça, encarregar-se-á de castigar os prevaricadores - disse.

Bom, é uma opinião.

Mas sente-se, Carlos Pereira, mais vale esperar sentado."


Leonor Pinhão, in A Bola


PS: Sobre os 6-0 que o Irão de Queiroz derrotou o Bahrein: aos 35 segundos da 1ª parte, um jogador do Bahrein levou um vermelho directo!!! Até o Queiroz poderá ser competente, com um apito amigo...!!!

Eleições e ficção

"O Clube A apoia (euforicamente) para presidente da Federação um ex-dirigente do Clube B. O Clube B, por sua vez, finge não o apoiar preferindo um ex-presidente do Clube C. O Clube C, por fim, recusou apoiar o seu ex-presidente.

Nas primárias para a leição, o Clube A passou ao lado de uma pré-candidatura de um seu ilustre sócio. O Clube C começou por preferir um outro pré-candidato ex-presidente da Liga, mas agora basta-lhe que seja um dos membros da equipa do candidato ex-dirigente da equipa do candidato ex-dirigente do Clube B e seu sucessor na Liga. E o Clube B diverte-se não exprimindo o seu apoio ao candidato que foi seu dirigente na direcção do presidente que agora não o apoia...

Para ser ainda mais divertido, consta que, entre os delegados que elegerão o presidente, todos ou alguns destes clubes não estão representados. Donde o órgão é eleito por delegados não eleitos ou não é escolhido por delegados eleitos.

Há órgãos eleitos por maioria e outros pelo métedo do complicativo. Senhor Hondt (segundo li, a Arbitragem, Disciplina e Justiça). Coisas de somenos - talvez assim se pense no Clube A ou C - quando comparadas com honrosas vive-presidências que serão generosamente oferecidas a estes Clubes, quem sabe para as selecções, o futebol feminino, o futsal e quejandos. E não é de estranhar que venham a regozijar-se com a Disciplina, deixando a Justiça, ingenuamente, para o Clube B. Quanto a arbitragem, tudo está bem quando acaba num duelo entre Vítor Pereira e... Paulo Costa, árbitro de boa memória para o Clube B.

Por fim, na Liga escolher-se-á um qualquer Medvedev, se possível com a oposição determinada do clube B e o aplauso excitante dos Clubes A e C.

Clube A, B ou C? Isto não é cá. É ficção."


Bagão Félix, in A Bola

O jardim zoológico de Queiroz

" 'O Paulo (Bento) que se concentre, prepare a equipa, isole-se e não ligue a essa bicharada, a esses dinossauros todos, que são pessoas que só destroem o futebol.'

Carlos Queiroz, ontem em entrevista à Antena 1


Primeiro foi a selva, quem ia com ele ou não, depois de um jogo no Brasil. Mais tarde o polvo, que era Amândio de Carvalho, vice-presidente da FPF, que afinal parece que se metamorfoseou e desde ontem é um dinossauro. Laurentino Dias, presume-se, é outro dos dinossauros. Haverá mais alguns animais no meio da bicharada?

Queiroz gosta de metáforas zoológicas. Está no direito dele, deverá ser algo relacionado com a sua experiência em Moçambique. Presumo que no seu jardim também haja pavões e catatuas, papagaios e sanguessugas, é só uma questão de esperarmos mais umas semanas para sabermos quem são.

Já eu, sou um rapaz da cidade, tenho um imaginário diferente. Tenho dificuldade em lembrar-me que a Federação Portuguesa de Futebol já não é na Praça da Alegria. Talvez depois das eleições de Dezembro, depois de há anos terem mudado as instalações, os dossiers, a estrutura toda para a Rua Alexandre Herculano, mudem também as mentalidades, e aí eu não tenha de fazer um esforço para me lembrar que a FPF já não está onde estava no século passado.

E Carlos Queiroz? Bem, Queiroz faz-me lembrar um tipo que encontrava sempre no Rossio, ali no começo da Rua do Ouro, que apregoava o fim do mundo a quem quer que passasse. Talvez tivesse razão, talvez um dia o mundo venha mesmo a acabar, mas das últimas vezes que o vi já ninguém ligava, já ninguém o ouvia..."


Hugo Vasconcelos, in A Bola