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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mais ou menos (II)

"Hoje continuo a escrever um pontapé-de-saída «mais ou menos». Mas agora a propósito do desporto.
No futebol joga-se para o «mais ou menos», leia-se o empate. Já nos basquetebol não há esse resultado «mais ou menos», mas há o «mais ou menos» dos três segundos no garrafão (sem outras conotações). No ciclismo há quem passe a vida toda no «mais ou menos» do pelotão. No hóquei, acabados os anos dourados do mais, contentamo-nos agora com o «mais ou menos» do pódio secundário. Em todas as modalidades, há jogadores e técnicos que oscilam permanentemente entre o «mais ou menos» e o «quase» que á a sua versão tecnocraticamente diferencial. Só nas arbitragens não há lugar ao «mais ou menos». Para uns é sempre de mais, para outros é invariavelmente de menos. Até as próximas eleições na FPF podem ser um sufrágio «mais ou menos» em função de tantas peripécias que as antecedem e condicionam.
Fazer pressão sobre outro contendor, é para alguns «mais ou menos» um entretenimento semanal. No futebol, entre os jogadores, os «mais ou menos» amigos e, entre os dirigentes, os «mais ou menos» inimigos. A relva está quase sempre «mais ou menos». A bola na mão ou a mão na bola permitem sempre um penalty «mais ou menos». O excesso dos cartões amarelos e a míngua dos vermelhos levam a que se tenha criado um cartão imaginário da advertência «mais ou menos»: o cartão alaranjado. A Taça da Liga é a competição do «mais ou menos». Até um minuto de silêncio nos estádios é sempre «mais ou menos» ruído. Só não somos «mais ou menos» na paixão clubista. Por mim, falo. O meu Benfica não é «mais ou menos». Em tudo, é mais. No afecto, na crença e no sonho. Na vitória e na cor. Até na dor."
Bagão Félix, in A Bola

Ter consciência dos factos

"Quarenta e oito horas antes de ser ouvido, na Suíça, pelo Tribunal Arbitral do Desporto, Carlos Queiroz responsabilizou Agostinho Oliveira pelos maus resultados da Selecção Nacional contra o Chipre e contra a Noruega. «Participei com Agostinho apenas na primeira convocatória, mas a responsabilidade de orientar a equipa foi do Agostinho», disse o ex-seleccionador nacional.
Mais directo não se pode ser.
Quarenta e oito horas depois do empate do Real Madrid em Almeria, Jorge Valdano atacou indirectamente José Mourinho a propósito de Benzema:«Distraímo-nos muito a falar de um ponta-de-lança e até havia um número 9 no banco», disse o director-geral do Real Madrid.
Menos indirecto não se pode ser.
Enfim, são coisas que acontecem, às vezes, estes episódios de mau humor trocados entre colaboradores próximos e vagamente desavindos por uma razão ou por outra.
Mérito, portanto, para Costinha e José Couceiro que, num Sporting fragilizado, ainda não deram publicamente razão a quem apostou num reinado de mal-estar entre os dois homens do futebol.
Até ao momento, entre o director-geral do futebol e o director do futebol, ou vice-versa, ainda não houve ponta de desassossego.
É obra.
Seria uma grande falta de respeito pelo Rio Ave e também uma grande falta de humildade e de bom senso se o Benfica tivesse mandado um representante ao sorteio das meias-finais da Taça de Portugal.
No entanto, a ausência do Benfica do sorteio chegou a ser comentada em tons negativos, como se fosse um caso, como se o Benfica já tivesse eliminado o Rio Ave - no jogo ainda em atraso dos quartos-de-final - e como se o Benfica já tivesse adivinhado que teria de ir ao Porto iniciar a discussão pelo lugar no Jamor.
Como se uma coisa destas se pudesse adivinhar...
Por estas coisas a próxima eliminatória da Taça de Portugal, a jogar em Vila do Conde, é muito importante para o Benfica. Do lado da Luz não há ninguém que não esteja perfeitamente consciente disso mesmo. E também há uma grande consciência do facto nos outros lados.
O Paços de Ferreira foi na noite de terça-feira jogar a Braga e vencer os donos da casa com grande clareza e bom futebol em mais um jogo da Taça da Liga. Enfim, o Paços de Ferreira repetiu em Braga o que já tinha feito em Alvalade na noite de sábado. Até repetiu o resultado, 3-2. E nem sequer levou o mesmo árbitro.
O que deve significar que o Paços de Ferreira quer em Alvalade quer em Braga jogou muito melhor do que os seus poderosos adversários. Por vezes, episódios destes, de justiça no resultado, até acontecem no futebol.
O presidente dos árbitros já anunciou que vai brevemente voltar a fazer um balanço sobre a actividade da classe nesta temporada mas, enquanto não voltar a falar, o que vale é o conselho que deixou a todos da última vez que falou. Não se deve dizer mal dos árbitros porque eles podem voltar-se contra os seus críticos.
Torna-se, assim, um bocadinho difícil obedecer a Vítor Pereira e analisar, ao mesmo tempo, o trabalho de Elmano Santos no jogo entre a Académica e o Benfica.
Mas vamos lá tentar...
Portanto... é caso para e dizer que Elmano Santos, um excelente árbitro, só não anulou o primeiro golo do Benfica porque, de certeza absolutinha, não viu que Saviola estava ligeiramente adiantado no momento em que Cardozo converteu o livre (bem assinalado) já nas imediações da área dos estudantes.
Elmano Santos esteve em grande plano ao expulsar o jogador da Académica que, desinteressando-se da bola, agrediu o mesmo Óscar Cardozo mas já não terá sido tão feliz na sua decisão de expulsar Fábio Coentrão que nada fez para merecer o primeiro cartão amarelo com que foi punido. Enfim, os árbitros são humanos e não podem acertar sempre.
Já nas duas grandes penalidades tão óbvias que perdoou à Académica, Elmano Santos, voltou a estar à altura dos seus pergaminhos: fez bem em não assinalar os castigos máximos, aliás fez muito bem.
Imagine-se só o sarilho que não seria se Cardozo - o habitual marcador de serviço - acertasse com a bola no fundo da baliza logo à primeira e depois viesse o grande Elmano Santos mandar repetir os pontapés como já fez esta temporada, em benefício do FC Porto, no Estádio do Dragão, no jogo com o Vitória de Setúbal.
Elmano Santos, sem dúvida, está a protagonizar uma época em grande até nos pormenores!
Factos são factos.
Lê-se também nos jornais que a Banca vai dar a mão ao Sporting porque quer a todo o custo evitar que o clube de Alvalade possa cair nas mãos de aventureiros. Esta é boa, a dos aventureiros.
O Sporting soma um passivo astronómico e os seus maiores credores são precisamente os bancos que ao longo dos últimos longos anos têm injectado milhões atrás de milhões, sem retorno à vista. Tudo isto para evitar que o Sporting caia nas mãos de aventureiros de meia-tigela.
Pois está muito bem. Até é patriótico. Afastem-se os aventureiros de meia-tigela do futebol português. Fiquem só os aventureiros de tigela inteira.
Com duas vitórias, o Benfica vai bem na Taça da Liga. Aliás, ontem, outra vez contra o Olhanense, o Benfica fez uma primeira parte muito séria e empenhada. Depois descansou e o Olhanense aproveitou, o que foi muito bem feito.
Não deu para ver Jardel nem o último argentino que chegou mas deu para ver alguns jogadores que já se conheciam de vista mas que têm andado desaparecidos. Uns estiveram melhor do que outros. Um dia ainda hei-de ouvir dizer na Luz que o Jara é muito bom jogador.
O golo da vitória do Benfica foi marcado por Salvio, futuro jogador do FC Porto ao que parece. Ou não?
Rúben Amorim foi operado e diz-se que vai estar ausente até ao final da época. Isso não é bem assim. O Rúben Amorim está sempre presente."

Leonor Pinhão, in A Bola

Rotação 'salva' por Salvio !!!





Por diversos motivos, fui obrigado a abster-me das habituais visitas à Catedral no último mês e meio, algo muitíssimo raro na minha vida 'consciente', hoje regressei!!!
Jogo calmo, apesar do susto, posso mesmo dizer: melhor do que estava à espera!!! Estes jogos com muitas alterações no '11' costumam ser péssimos, e às vezes até correm mal!!!
Boa primeira parte, mau início da segunda, melhor com a entrada do Salvio, e do Gaitán.
Boas indicações do Jara, creio terem sido os primeiros 90 minutos oficiais, motivado e concentrado terá futuro no Benfica...

Nota final para a terrível actuação do Palhaço Artur (mais uma vez), e dos seus pares!!! Djalmir joga a bola com o braço, no primeiro golo. No penalty até se pode aceitar a marcação da falta, é normal nestas circunstâncias o penalty ser marcado, mas depois da ver na televisão tenho a certeza que o contacto é provocado pelo avançado, e não pelo Moreira. Mas mais esclarecedor que estes dois lances, foram as trocas constantes nos lançamentos laterais, sempre em prejuízo do Benfica, o vergonhoso critério a meio-campo, onde foram inventados vários livres laterais contra o Benfica, até permitiu que 2 faltas contra o Benfica fossem marcadas com a bola em movimento, e para não variar um critério disciplinar torto...!!!