Não se pense que esta é uma opinião minoritária, bem pelo contrário. Neste texto fica mais uma vez demonstrado o profundo TRAUMA que esta gente sofre, e sempre sofrerá:
“Como a Sagres ajudou o Benfica a ser campeão” por Carlos Barbosa da Cruz
1. O multipresente CEO da Sociedade Central de Cervejas (SCC) tem-se desdobrado em declarações públicas, verberando o afastamento que, no ano de 2009, o Sporting Clube de Portugal (SCP) tomou a iniciativa de promover e protestando a sua disponibilidade para reatar as antigas relações comerciais.
2. Relativamente a esta matéria, importará esclarecer um par de coisas, sobre as quais tem recaído conveniente mistificação; a primeira é que o SCP, em Abril de 2009, não rejeitou a SCC como “sponsor”, por mero capricho, outrossim porque entendeu – por unanimidade do Conselho Directivo de então – ter sido desconsiderado enquanto parceiro e instituição.
3. Os factos são simples de relatar: em Novembro de 2008, a SCC dava conta ao SCP da sua dificuldade em encaixar dentro do seu orçamento de 2009, o aumento no montante do patrocínio (andebol, futsal e estádio) negociado com o clube. Em 31 de Dezembro desse ano, com pública pompa e circunstância, a mesma SCC que alegadamente não tinha dinheiro para pagar ao SCP, celebrou um acordo com o rival Sport Lisboa e Benfica (SLB) por um prazo dilatado e cobrindo acrescidamente o patrocínio das costas da camisola da equipa de futebol profissional, entretanto desertado pelo BES, ou seja e por outras palavras, um contrato mais abrangente e logo mais substancial.
4. Fique claro que a SCC nunca manifestou posteriormente ao SCP disponibilidade para celebrar um contrato de idêntica natureza e extensão ao celebrado com o SLB, nomeadamente o patrocínio das costas das camisolas, o que provocou a compreensível ruptura da parceria existente.
5. Tudo isto poderia ser levado à conta das tormentosas vicissitudes da mundivivência do futebol português, não fora o facto de os reflexos desta situação se terem projectado significativamente da vertente económica para a vertente desportiva.
6. Aqui também os factos são claros; ao abrir-se a porta para um contrato de sponsorização a longo prazo, fica propiciada a alavancagem financeira sobre as receitas futuras do mesmo, permitindo, se for o caso, encaixe antecipado das mesmas e obviamente os argumentos desportivos daí decorrentes.
7. Não interessa para o caso se e quando essa alavancagem foi feita, mas uma coisa é certa: por via da actuação de um agente na área da sponsorização, as condições de concorrência entre o SCP e o SLB que até então vigoravam, foram abruptamente alteradas, em desfavor daquele.
8. Dir-se-á, perante o exposto, caberia ao SCP “fazer pela vida” e procurar um sponsor que substituísse a SCC, que ostensivamente o tinha preterido; isso é verdade e foi feito, mas, nos tempos que correm, não só é difícil encontrar quem queira investir no futebol, como e sobretudo, com essa amplitude temporal.
9. Tanto quanto sei o contencioso entre a SCC e o SCP está hoje ultrapassado e com certeza o SCP tê-lo-á feito pelas melhores razões.
10. Outra coisa é porém o juízo que deve ser feito pelos sportinguistas, de como a Sagres ajudou o SLB a ser campeão na época 2009/2010.
Carlos Barbosa da Cruz é ex-dirigente do Sporting
Público"
1. O multipresente CEO da Sociedade Central de Cervejas (SCC) tem-se desdobrado em declarações públicas, verberando o afastamento que, no ano de 2009, o Sporting Clube de Portugal (SCP) tomou a iniciativa de promover e protestando a sua disponibilidade para reatar as antigas relações comerciais.
2. Relativamente a esta matéria, importará esclarecer um par de coisas, sobre as quais tem recaído conveniente mistificação; a primeira é que o SCP, em Abril de 2009, não rejeitou a SCC como “sponsor”, por mero capricho, outrossim porque entendeu – por unanimidade do Conselho Directivo de então – ter sido desconsiderado enquanto parceiro e instituição.
3. Os factos são simples de relatar: em Novembro de 2008, a SCC dava conta ao SCP da sua dificuldade em encaixar dentro do seu orçamento de 2009, o aumento no montante do patrocínio (andebol, futsal e estádio) negociado com o clube. Em 31 de Dezembro desse ano, com pública pompa e circunstância, a mesma SCC que alegadamente não tinha dinheiro para pagar ao SCP, celebrou um acordo com o rival Sport Lisboa e Benfica (SLB) por um prazo dilatado e cobrindo acrescidamente o patrocínio das costas da camisola da equipa de futebol profissional, entretanto desertado pelo BES, ou seja e por outras palavras, um contrato mais abrangente e logo mais substancial.
4. Fique claro que a SCC nunca manifestou posteriormente ao SCP disponibilidade para celebrar um contrato de idêntica natureza e extensão ao celebrado com o SLB, nomeadamente o patrocínio das costas das camisolas, o que provocou a compreensível ruptura da parceria existente.
5. Tudo isto poderia ser levado à conta das tormentosas vicissitudes da mundivivência do futebol português, não fora o facto de os reflexos desta situação se terem projectado significativamente da vertente económica para a vertente desportiva.
6. Aqui também os factos são claros; ao abrir-se a porta para um contrato de sponsorização a longo prazo, fica propiciada a alavancagem financeira sobre as receitas futuras do mesmo, permitindo, se for o caso, encaixe antecipado das mesmas e obviamente os argumentos desportivos daí decorrentes.
7. Não interessa para o caso se e quando essa alavancagem foi feita, mas uma coisa é certa: por via da actuação de um agente na área da sponsorização, as condições de concorrência entre o SCP e o SLB que até então vigoravam, foram abruptamente alteradas, em desfavor daquele.
8. Dir-se-á, perante o exposto, caberia ao SCP “fazer pela vida” e procurar um sponsor que substituísse a SCC, que ostensivamente o tinha preterido; isso é verdade e foi feito, mas, nos tempos que correm, não só é difícil encontrar quem queira investir no futebol, como e sobretudo, com essa amplitude temporal.
9. Tanto quanto sei o contencioso entre a SCC e o SCP está hoje ultrapassado e com certeza o SCP tê-lo-á feito pelas melhores razões.
10. Outra coisa é porém o juízo que deve ser feito pelos sportinguistas, de como a Sagres ajudou o SLB a ser campeão na época 2009/2010.
Carlos Barbosa da Cruz é ex-dirigente do Sporting
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