"A UEFA deu ontem mais força à ideia de que os campeonatos nacionais são para levar até ao fim, juntando, numa calendarização virtual, a possibilidade de serem encontradas datas para fechar, dentro das quatro linhas, as competições europeias de 2019/2020. De Nyon, depois de uma videoconferência com as várias Federações, saiu uma ideia de optimismo responsável, abrindo caminho à normalidade possível. É verdade que, neste momento, o homem põe e o vírus dispõe, e a pressa é má conselheira, como se está a ver na segunda vaga de Covid-19 que está a assolar Singapura. Mas projectar em meados de Abril que, com todos os cuidados e cautelas e dentro da supervisão das autoridades de saúde, será possível, lá para meio de Junho, ter os campeonatos em andamento, não me parece ousadia a mais. Como disse uma vez François Mitterrand, a propósito de uma das várias candidaturas que protagonizou até chegar ao Eliseu, «é fazível!»
Mas há questões prática que carecem, para já, de resposta, numa altura em que vários clubes já começam a ensaiar o regresso aos relvados. A começar pela garantia de que não só quem entrar em campo, mas todos os que tiveram acesso à porta fechada dos estádios, não está infectado. Creio que os clubes são os primeiros a perceber que regressar aos jogos é uma questão de sobrevivência, e para que tal se verifique nada pode faltar ou falhar em termos de garantias sanitárias. O que for gasto neste particular, não é despesa, é investimento.
PS - Novak Djokovic não acredita em vacinas, mas só uma vacina pode devolver a normalidade ao ténis. Um dilema dos nossos tempos..."
"Primeira final da Taça de Portugal com este nome. Foi jogada nas Salésias, perante mais de 30 mil pessoas, e o Benfica esteve lá. Saiu derrotado pela Académica, por 3-4, mas os seus jogadores não perderam a grandeza. Exibiram uma profunda demonstração de carácter.
Pelas ruas, malta atrevida cantava:
'São horas de emalar a trouxa
Boa noite, tia Maria
Que a Briosa ganhava a Taça
Obrigado! Já cá se sabia!'
Farronca, claro está. Estavam bem longe de saber, com antecedência, o resultado do jogo das Salésias. Que foi rijo e disputado como poucos.
Primeira final da Taça de Portugal. Com este nome, pois então, antes era o Campeonato de Portugal.
Formidável enchente!
Houve adjectivos para usar e deitar fora nesse confronto entre Benfica e Académica.
Nas meias-finais, FC Porto e Sporting tinham ficado pelo caminho. Os portistas eliminados pelos lisboetas com aquele célebre volte-face de 1-6 para 6-0. A presença dos estudantes não deixava de ser uma surpresa. Mas que belíssima equipa tinham. Fantástico élan atlético e maravilhosa alegria moça. Mais adjectivos.
Entrada em campo às 18h10 do 25 de Junho de 1939.
Pontualmente. Estudantes com capas pelos ombros, vestimentas negras. Benfiquistas vermelhos como papoilas.
Ministro da Educação, Carneiro Pacheco, presidente da Assembleia Nacional, director da Federação Portuguesa de Futebol: todos descem ao relvado para cumprimentar os jogadores. O momento é solene.
Depois erguem o braço na saudação fascista, que muitos chamavam de olímpica. O momento é triste.
Os encarnados têm especial esperança no labor de Rogério, Espírito Santo e Valadas. Tibério, o guarda-redes que veio de Coimbra, está pronto para tudo.
O entusiasmo vai crescendo como se não coubesse no peito de toda aquela gente misturada. Quando o árbitro António Palhinhas, de Setúbal, manda rolar a bola, ouvem-se gritos por toda a parte. Lá no fundo são muito poucos os que crêem no sucesso dos academistas.
Um dos que mais acreditavam era José Maria Antunes, que viria a ser, mais tarde, seleccionador nacional: 'Eu era o capitão da equipa e garanto que não estávamos nervosos. Até fizemos uma homenagem ao massagista Manuel Marques com uma condecoração de plástico porque ele tinha medo de que, no final, houvesse só 11 medalhas'.
Uma luta sem quartel
Ao contrário do que era previsível, o Benfica não toma conta dos acontecimentos. Francisco Ferreira, o enorme Francisco Ferreira, ergue-se como uma montanha vermelha de orgulho e honra e exige mais empenho dos seus companheiros. O futebol dos estudantes é mais estudado, e o termo vem a calhar.Troca de bola constante, obrigando o adversário a correr atrás dela, num instante já um ou outro andava com a língua pendurada à altura do peito.
Mas Valadas é um veneno. Veloz, foge pela direita, tira um centro perfeito, e Rogério conclui: 1-0.
Bandeirinhas encarnadas tremulam ao vento.
Pimenta fez o empate, pouco depois, num pontapé que levava lume. Martins desespera-se.
Tanta a tanta gente viera de Coimbra. Tanta e tanta gente viera de todos os lugares de Lisboa, porque quem passou por Coimbra e pela Universidade não deixará nunca de ter um lugarzinho no coração para esse clube diferente.
Logo no primero minuto do segundo tempo, Pimenta voltou a fazer o gosto ao pé. Os benfiquistas estavam baralhados. Procuravam reunir o pelotão, não se deixaram abater pelo infortúnio.
Rogério imitou Pimenta no minuto que se seguiu: 2-2.
Que poderiam querer os mais de 30 mil que enchiam as Salésias de melhor? O espectáculo tornou-se tão intenso, que não dava descanso aos olhos, quanto mais aos nervos.
Um erro de João Correia, ao tentar atrasar a bola para Martins, dá a hipótese a Arnaldo Carneiro de se antecipar e fazer o 2-3.
Nota-se que, fisicamente, os coimbrões estão melhor.
O Benfica cai abruptamente e paga caro por isso. Correia volta a atrapalhar-se e Arnaldo Carneiro volta a aproveitar. Dois golos de vantagem dão a sensação de serem decisivos.
Os homens das camisolas de sangue não desistem. Sentem na alam que a crença não passa disso mesmo e que as pernas e as cabeças não obedecem aos ditames de coração. Mas não viram a cara à luta. Sentem a dignidade a que a águia que trazem desenhada no peito os obriga. Não se joga no Benfica por acaso.
A quinze minutos do fim, Brito reduz para 3-4. Haverá ainda tempo? Haverá ainda discernimento?
Valadas e Tibério têm duelos rudes. A esperança esboroa-se no momento em que Gaspar Pinto é obrigado a sair, lesionado. Com dez apenas, o pundonor dos encarnados já não basta. Saem derrotados da primeira final da Taça de Portugal com esse nome, mas sem motivos para baixarem as cabeças. Pelo contrário. Deixaram em campo litros e litros de suor.
Os estudantes demandam os cafés, as tascas, as ruas da capital. Dão largas a uma alegria tão legítima como esfuziante. Muitos misturam-se com adeptos do Benfica numa demonstração de desportivismo maravilhosa. Ninguém pode estar perto da grandeza sem saber perder. É uma indiscutível demonstração de carácter."
"Antigos jogadores voluntariaram-se para vender vinhetas de propaganda, a favor da construção do Estádio da Luz
Era dia de jogo no Campo do Campo Grande, a 18 de Janeiro de 1953. Entre o público que ia chegando para assistir ao desafio, viam-se ídolos do passado numa grande azáfama e alegria. Aproximado-se deles, rodeados de público benfiquista, percebia-se que os antigos jogadores estavam 'de novo (a) «alinhar» pelo seu Clube, a quem tantas glórias já deram', vendendo vinhetas de propaganda, contribuindo activamente para a construção do Estádio da Luz.
Em Outubro do ano anterior, a Comissão Central tinha anunciado o início de uma nova campanha de angariação de fundos para a construção de novo estádio, pondo à venda vinhetas de propaganda emitidas pelo Benfica. Até ao final do ano tiveram pouca expressão: Tudo mudou quando Francisco Albino, Vítor Silva, Luís Xavier, Pedro Silva, Pedro da Conceição e Domingos Lopes chegaram junto à Comissão Central e disseram '«Também queremos ajudar a construir o campo. Estamos aqui para o que for preciso». Estas frases, repassadas de um benfiquismo imaculado, impregnadas daquele fervor clubista que há anos encheu de alegria e fé os campos desportivos da nossa terra, foram ditas por estes rapazes, alguns com os cabelos brancos a pratearem-lhes já as cabeças'.
Assim, formando equipas com sócios, foram os primeiros a tomar a iniciativa de vender as vinhetas em dia de jogo. E 'foi um regalo assistir ao gosto com que aqueles rapazes trabalhavam para o Benfica. (...) Não houve mãos a medir. A ideia fixa era arranjar dinheiro, porque é preciso construir o Estádio. As «equipas» lutavam ardorosamente'. O público acolheu a ideia com 'a maior simpatia', rodeando os seus antigos ídolos: '- Aquele é o Vítor Silva! Tu já não o viste, mas foi o melhor de todos - dizia um «velho» benfiquista a um rapazinho que se iniciou há pouco nas pugnas desportivas'.
Nem a chuva nem o frio que se fazia sentir naquele dia de inverno 'arrefeceram aquele entusiasmo' e, quando o árbitro deu por terminado o desafio, tinham vendido milhares de vinhetas. Esta iniciativa foi um êxito, levando a Comissão Central a aceitar a colaboração de outros atletas e sócios, e até de artistas, que se voluntariaram para vender vinhetas em dias de jogo ou em eventos.
Pode ficar a conhecer mais sobre as campanhas pró-Estádio da Luz na área 17 - Chão Sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."
"O único que fica mal na fotografia é o administrador Zenha: mancha o nome do Sporting e não se dá conta que a sua posição vai ficar debilitada
Paulo Fonseca não enxerga polémica alguma na contratação de Rúben Amorim por parte do Sporting, nem na verba envolvida no negócio. Defende o treinador da Roma que dez milhões de euros serão fraco gasto se ele conseguir resultados e valorizar jogadores, bastando a venda de um por cem milhões para toda a gente dizer que emblema leonino fez excelente negócio.
Tratou-se de uma operação bizarra, sem dúvida, mas pretensamente calculada, sem ilusões de enriquecimento fácil nem o risco de uma hecatombe financeira. No pior dos cenários, se faltarem as vitórias e os talentos para vender, o Sporting apenas terá de recuperar o investimento inicial, pelo menos em parte, com a promoção e colocação nos mercados internacionais do mesmo Amorim, desde que este adquira depressa a necessária habilitação para o exercício da profissão ao mais alto nível.
A questão central, porém, já não tem a ver com a discutida transferência do treinador, mas sim com o sagaz raciocínio do administrador leonino Salgado Zenha, o qual considerou ridículo falar-se de atrasos de pagamentos neste contexto da pandemia como suprema desculpa para o não cumprimento da primeira prestação acordada contratualmente, e não liquidada, com o SC Braga, no valor de cinco milhões de euros, no dia seis de Março, nem a trinta do mesmo mês, com moratória.
«Eu também tenho clientes que estão a falhar pagamentos há meses e outros que já me disseram que querem alterar condições de pagamento no futuro», justificou-se.
Muito bem, e o que tem o SC Braga a ver com isso?
Na mesma edição de A Bola, mas na página seguinte, a palavra escrita lúcida e eloquente do juiz Sérgio Abrantes Mendes ajuda-nos a compreender a situação: «Por essa mesma razão (fenómeno pandémico=, há que ter em atenção (...) todo o contexto jurídico do acordo celebrado entre SC Braga e Sporting a propósito de Rúben Amorim que, muito provavelmente, terá de levar um atenção o disposto no art.º 437 do Código Civil, ou seja, a alteração das circunstâncias em que as partes fundaram a decisão de contratar». E, assim sendo, acrescenta o juiz desembargador, «não deixarão de pontificar os princípios de boa fé que, a posteriori, permitirão atingir o chamado equilíbrio contratual».
Ficamos a saber, portanto, que, apesar de ser falhado a primeira prestação acordada com o clube bracarense, o Sporting poderá estar protegido por lei. O administrador Zenha tocou a mesma tecla, sem entrar em detalhes.
Até aqui, todos percebemos, mas se a administração leonina não tinha intenção de respeitar a primeira data, nem sequer a segunda, por que motivo comunicou à CMVM no dia 5 de Março a contratação de Amorim por 10 milhões de euros? Ou seja, não teria sido mais curial informar o SC Braga que não tinha disponibilidade financeira para respeitar o compromisso e sugerir novo acordo, noutros termos e com outras datas, em obediência aos princípios de boa fé que o juiz Abrantes Mendes sobreleva?
Não o fez e tornou inevitável a emersão de uma ideia de traquinice negocial que não assenta bem a quem a protagonizou e que de alguma forma, desculpe-me a ignorância o juiz Abrantes Mendes, se for o caso, julgo acomodar-se mal na protecção do art.º 437, na medida em que à data da comunicação à CMVM (5 de Março) o país corria ainda no seu curso normal, o campeonato só foi interrompido dez dias depois e o primeiro estado de emergência só entrou em vigor a 18 de Março. Além de que o art.º 438 do mesmo Código Civil refere que a parte que se considere lesada pelo contexto excepcional não goza do direito de resolução ou modificação do contrato «se estava em mora no momento em que a alteração das circunstâncias se verificou».
Não parece razoável o administrador Zenha respaldar-se na pandemia para não pagar o que deve com o fundamento de outros também não lhe pagarem. Não só devia ter pensado nisso antes, como lhe competiria (a tal boa fé) abrir o jogo à outra parte do negócio. No seu entendimento sobre este incumprimento legalizado, «o Sporting está a fazer uma gestão séria, tentando mitigar ao máximo o impacto da crise», sem se preocupar, no entanto, com os prejuízos que poderá causar a quem aguarda pelo recebimento do dinheiro a que tem direito. A crise afecta todos e é muito provável que o SC Braga estivesse contar com a entrada na conta bancária dos cinco milhões euros para também ele poder organizar a sua vida.
Tal como as coisas têm sido reveladas, e à luz da ética, a razão só pode estar do lado da parte enganada, o SC Braga e o seu presidente António Salvador. «Perdoar ao Sporting? Os contratos são para se cumprir e, neste tipo de situações, defenderei sempre os interesses do SC Braga», declarou em conversa com os associados do clube minhoto. Nada mais adiantou sobre o caso, nem valerá a pena, porque as cenas dos próximos capítulos devem seguir nos tribunais.
O único que fica mal na fotografia é o administrador Zenha: mancha o nome da instituição Sporting e não se dá conta que em negociações futuras a sua posição vai ficar debilitada. Daqui para a frente, qualquer interlocutor avisado já sabe quem vai encontrar."
"Todos os anos chegam jogadores de maior ou menor qualidade ao SL Benfica. No entanto, já pensaram na quantidade de grandes jogadores que estiveram perto de envergar o manto sagrado, mas que por alguma razão a sua transferência nunca se concretizou? É precisamente isso que vos trago hoje. A lista não está em nenhuma ordem específica.
Menções honrosas: Roberto Soldado, Tapsoba, Bruno Guimarães, Danilo, Álvaro Pereira, Lisandro Lopez, Maxi López, Totti, Alexandre Pato e Alexander Hleb.
1.
Mário Jardel – Depois de já ter feito grandes épocas ao serviço do FC Porto, Mário Jardel seguiu para o Galatasary SK. Foi ao serviço do clube turco que surgiu o interesse do SL Benfica. O Super Mário seria um trunfo de Manuel Vilarinho nas eleições à presidência do SL Benfica. Vilarinho viria mesmo a vencer as eleições, mas Mário Jardel nunca vestiria o manto sagrado. Chegaria no verão seguinte ao Sporting CP, onde marcou uns impressionantes 67 golos em 63 jogos. Ajudou o clube verde e branco a sagrar-se campeão nacional na temporada de 2001/2002.
Depois da passagem pelo Sporting CP a sua carreira foi decaindo, contando com passagens em diversos clubes brasileiros, argentinos, italianos, australianos, cipriotas, búlgaros e saudi-arábicos.
2.
James Rodriguez – Quando o colombiano ainda estava ao serviço do CA Banfield da Argentina, o SL Benfica foi o primeiro clube a demonstrar interesse na sua contratação. O jovem colombiano até disse na altura estar a desejar que a transferência para Lisboa se concretizasse. Contudo, todos sabemos o que aconteceu: o FC Porto desviou o jogador para a “invicta”. Nesta altura, o clube azul e branco parecia poupar muito dinheiro no seu departamento de scouting.
James fez três grandes épocas no FC Porto e foi contratado pelo AS Mónaco por 45 milhões de euros. Depois de um grande mundial em 2014, o colombiano seguiu para o Real Madrid CF e seria mais tarde emprestado ao FC Bayern Munchen.
3.
Eden Hazard – O clube das águias esteve perto de contratar o prodígio belga, quando este ainda estava ao serviço do surpreendente Lille LOSC. O valor elevado exigido pelo clube francês terá sido a razão que fez o negócio cair. 15 milhões de euros terá sido, alegadamente, o preço exigido pelos responsáveis franceses.
Hazard viria a transferir-se para o Chelsea FC, onde se destacou como um dos melhores jogadores do mundo. Este verão transferiu-se para o Real Madrid CF por 100 milhões de euros.
4.
Radamel Falcao – Falcão esteve muito perto de se tornar jogador do SL Benfica em 2009. Na altura, as negociações com o CA River Plate estavam bem encaminhadas, mas o jogador tardava em tomar uma decisão. Toda esta decisão fez com que os encarnados desistissem do negócio. O jogador seria desviado na mesma época para o grande rival FC Porto. O resto é história.
Falcão fez três épocas de grande nível ao serviço dos dragões e foi contratado pelo Atlético de Madrid, onde continuou a demonstrar as suas qualidades. Seguiu uma passagem pelo AS Mónaco e outras menos bem-sucedidas no Manchester United FC, Chelsea FC, novamente AS Mónaco e Galatasaray SK.
5.
Robinho – O prodígio brasileiro, por incrível que pareça, esteve por duas vezes perto de se tornar jogador do SL Benfica. Numa entrevista ao jornal Record, Robinho afirmou que os encarnados foram o primeiro clube a demonstrar interesse em si. Na altura, o jovem de 20 anos estava ainda no Santos. O negócio não chegaria a bom porto, tendo Robinho seguido pouco tempo depois para o Real Madrid CF.
Em 2010, com Robinho já no Manchester City FC, os encarnados estiveram interessados em trazer o brasileiro por empréstimo, mas o negócio voltou a cair.
Robinho joga actualmente nos turcos do Ístanbul Basaksehir FK.
6.
Salomon Kalou – Os encarnados estiveram interessados na contratação do avançado costa-marfinense, que em 2005 vinha de uma grande época ao serviço do Feyenoord Rotterdam. O negócio seria intermediado por um fundo que compraria o passe do jogador (prática legal e habitual à época) e posteriormente o colocaria no SL Benfica. Contudo o negócio caiu, sobretudo devido à forte concorrência do Chelsea FC, que conseguiu contratar o jogador.
No clube inglês, Kalou brilhou durante 6 épocas. Seguiu depois para França, onde representou o Lille LOSC e actualmente joga no Hertha BSC, clube da capital alemã.
7.
Paulo Dybala – O jogador argentino esteve muito perto de assinar pelo Sport Lisboa e Benfica. Ainda antes de chegar à Europa, os encarnados demonstraram interesse no jogador do Instituto de Córdoba, da Argentina. O clube de Lisboa ofereceu um milhão e meio de euros, mas o clube argentino exigia dois milhões. A negociação nunca se resolveu e Dybala não foi jogador do SL Benfica por apenas 500 mil euros. Os dirigentes do Instituto de Córdoba afirmaram que o SL Benfica era uma das opções fortes para o argentino.
Dybala chegaria pouco tempo depois ao SSD Palermo e seguiria depois para a Juventus FC, onde se mantém até hoje.
8.
Ousmane Dembélé – Outro jogador que José Boto mencionou na entrevista ao canal ucraniano. Como mencionou o próprio no seu Facebook pessoal, na altura o jogador tinha 15 anos e estava nas camadas jovens do Stade Rennais FC. Naturalmente, a direcção dos encarnados não estava disposta a pagar milhões “por um miúdo de 15 anos” (expressão do próprio José Boto).
Dembélé sairia de França para representar o Borussia Dortmund, onde impressionaria, levando o FC Barcelona a pagar 125 milhões pelo jogador.
9.
Philippe Coutinho – José Boto, antigo scout do clube encarnado, revelou numa entrevista a um canal ucraniano que tinha referenciado Coutinho. O jovem brasileiro tinha, na altura, 17 anos e jogava nos juniores do CR Vasco da Gama. Os responsáveis encarnados não estavam dispostos a pagar um valor elevado por um jogador que não estava, ainda, pronto para a equipa principal.
Coutinho viria, mais tarde, a transferir-se para o Inter de Milão. Depois seguiu para o Liverpool, onde impressionou e convenceu o FC Barcelona a pagar 145 milhões de euros pelo seu passe. A vida na Catalunha não foi fácil para o brasileiro, estando esta época emprestado pelo clube blaugrana ao FC Bayern Munich.
10.
Erling Haaland – Exactamente. O gigante norueguês podia ter chegado a Lisboa para representar o SL Benfica. Este interesse terá alegadamente surgido no final da época de 2018/2019, ainda antes do mundial de sub-20, no qual o avançado impressionou. A contratação do avançado do RB Salzsburg terá sido reprovada pelo scouting do clube; na decisão também terá tido importância a elevada cláusula de 21 milhões de euros.
Haaland viria a tornar-se numa das promessas mais cobiçadas e interessantes do mundo, estando agora ao serviço do Borussia de Dortmund."
"De 1958 a 1960 e de 1984 a 1996, foi nesta época que o nosso país acolheu aquela que era a maior competição de motores do mundo, e ainda o continua a ser, a Fórmula 1.
Porém, desde então que Portugal espera ser um pouco mais atractivo a nível financeiro, para voltar a fazer parte de um calendário tão impactante como o da Fórmula 1, sendo importante referir que, tanto o Autódromo do Estoril como o de Portimão, tem em mãos a classificação mais alta da medida dos circuitos, o que os torna aptos para receberem um evento desta dimensão.
Enquanto isso não acontece, aguardamos e recordamos quatro dos melhores espectáculos jamais vistos nesta circunstância em Portugal que, para além de ter juntado milhares de espectadores, juntou também os melhores pilotos da História, muitas delas consideradas lendas da modalidade.
1.
Grande Prémio de Portugal 1984 – Em 1984 o mundo era bastante diferente do actual e a Fórmula 1 não foge à regra. Em comparação com a última temporada de Fórmula 1, em 2019, as forças dominantes nessa altura eram a McLaren, a Williams, a Tyrrell, a Lotus e a Brabbham—BMW. O campeão de ’83 era Nelson Piquet.
Em 1984, a combinação Nikki Lauda, Alain Prost, com o McLaren MP4/2, equipado com um motor TAG-Porsche foi a melhor. Estiveram os dois a lutar até ao final da temporada pelo título, que culminou numa corrida épica no Estoril.
1984 marcou o regresso da Fórmula 1 a Portugal. Desde 1960 que os carros mais rápidos do planeta não corriam em território português, sendo que naquela altura se correu em Boavista e Monsanto.
Em 1984, o circuito do Estoril era palco da decisão do título. Alain Prost e Nikki Lauda já tinham dado o campeonato de construtores à McLaren, agora restava saber quem seria o campeão do mundo. Prost arrancava de segundo, enquanto Lauda via a sua tarefa mais dificultada, arrancando no 11.º lugar.
Num tempo em que as desistências eram muito mais comuns, Lauda aproveitou esse fator (só neste Grande Prémio retiraram-se dez pilotos), mas o melhor foram as excelentes ultrapassagens que o austríaco proporcionou aos adeptos portugueses. No fim, conseguiu terminar em segundo, passando o Toleman de Ayrton Senna. Na frente da corrida, a vitória ficava para Prost, que beneficiava do abandono de Nigel Mansell no Lotus, devido a problemas de travões, mas não ficava com o título.
Uma corrida épica, que ‘inaugurou’ o Estoril à Fórmula 1 de uma forma excelente. E em 1985, outro grande piloto estreou-se a vencer em Grandes Prémios, mas isso pode ler mais à frente neste artigo. Já Alain Prost seria campeão em 1985. Lauda, por outro lado, em 1985 teve um ano para esquecer e desta vez ‘reformou-se’ de uma vez por todas.
Reveja o Grande Prémio de Portugal de 1984 no vídeo colocado acima.
2.
Grande Prémio de Portugal 1985 – Se o Grande Prémio do Mónaco de 1984 anunciou a chegada de Ayrton Senna, o Grande Prémio de Portugal foi um grito de afirmação à Cristiano Ronaldo a dizer: “Eu estou aqui!!”
Vamos ser honestos, se na tua segunda época de sempre na Fórmula 1, ao volante de um carro que nem é dos três melhores da grelha, dominas de tal forma uma corrida, que terminas a 63 segundos de vantagem do segundo classificado, que conseguiu ser o único a não levar uma volta de avanço tua, é porque és alguém muito especial, e neste caso em especifico, era mesmo.
Há vários exemplos da mestria de Ayrton Senna na chuva, desde a corrida do Mónaco em 1984, até Donington em 1993, incluindo claro está, esta vitória em solo português ao volante do Lotus 97T.
A chuva chegou ao Circuito do Estoril mesmo antes do início, que para Senna era quase como um presságio. Dependendo do seu começo, o brasileiro sabia que poderia ter um caminho livre pela frente, ou, por outro lado, começando mal, ficaria envolto por toda a água levantada pelos carros à sua frente. Para quem era estreante na pole position, o brasileiro fez um excelente trabalho ao arrancar, sem derrapar, liderando o seu colega de equipa, Elio de Angelis (que ele bateu na qualificação por mais de um segundo) na primeira curva.
Durante a corrida, a chuva aumentou até níveis próximos de uma monção, o que resultou em apenas 9 dos 26 pilotos que começaram a corrida, conseguirem acabar. A maioria dos que não terminaram viram a sua corrida terminar após perder o controlo dos seus monolugares, e falamos de pilotos extremamente capazes, como Keke Rosberg (Williams), Alain Prost (McLaren) e Ricardo Patrese (Alfa Romeo). Outros retiraram-se pelos habituais problemas de fiabilidade da maioria dos carros da época.
À décima volta, Senna já tinha uma liderança de 13 segundos, com Elio de Angelis em luta acesa com Alain Prost e Michele Alboreto (Ferrari). Com 20 voltas passadas, a liderança já era de 30 segundos para de Angelis, seguido de Prost e Alboreto. Por esta altura, apenas nove carros ainda não tinham ficado uma volta atrás de Senna, que conduzia como se nada se passasse, com uma calma e controlo absoluto sobre uma corrida, onde mais ninguém o possuía.
A partir da trigésima volta, vendo pilotos de grande nível como Gerhard Berger (Arrows) e Alain Prost despistar-se, Senna começou a pedir aos comissários para parar a corrida, como tinham feito no Mónaco em 1984, porém não houve interrupções ou paragens, era para continuar a correr, algo impensável nos dias de hoje, tendo em conta o autêntico rio em que a pista se tinha transformado.
Não foi a meio da corrida, mas foi a três voltas do fim que se decidiu terminar a corrida. Como o ritmo tinha sido tão lento devido às condições da pista, já se tinha chegado ao limite imposto de duas horas e o director da corrida decidiu terminar a mesma. Senna vencia o seu primeiro Grande Prémio, tendo liderado todas as voltas e dobrado todos, menos o segundo classificado Michele Alboreto. A fechar o pódio, estava o Renault de Patrick Tambay, que após começar em 12.º, conseguiu uma boa dose de pontos para a equipa francesa.
Foi a primeira vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1, e era difícil fazê-lo de forma mais contundente. O brasileiro é ainda hoje, muito querido pelos fãs de Fórmula 1, particularmente os fãs portugueses e, em conjunto com outros factores como a partilha da língua mãe, esse carinho dos portugueses por Senna deve-se ao facto de ele ser o grande protagonista da melhor corrida de Fórmula 1 a acontecer no nosso Portugal.
3.
Grande Prémio de Portugal 1989 – Se pensa que o GP de Portugal de 1989 poderia ter sido um dos Grandes Prémios mais importantes desse ano, então está certo. Na luta pelo campeonato, Ayrton Senna (McLaren) precisava desesperadamente da vitória para continuar a lutar pelo título contra o seu colega de equipa, Alain Prost. Porém, este GP acaba por revelar-se um autêntico desastre, pois as coisas deram para o torto.
O Autódromo do Estoril, em 1989, deu combustão, em pista, a uma das rivalidades mais emblemáticas da época: Nigel Mansell (Ferrari), já teria sido desqualificado da corrida. Mas nem isso impediu o britânico de tentar lutar pelo segundo lugar, este ocupado por Ayrton Senna.
Esta luta intensa acabou por deixar os dois pilotos retirados da corrida, por colisão, numa curva mal fechada pelo piloto brasileiro. Esta circunstância acabou com a possibilidade de Ayrton Senna lutar pelo título, visto que o seu colega de equipa, Alain Prost, acaba em segundo lugar, apenas ultrapassado pelo já vencedor da pole position, o austríaco Gerhard Berger (Ferrari).
Para além das controvérsias geradas pelos «tubarões» da altura, é importante salientar que a Onyx – sim, a Onyx – conquistou, em terras portuguesas, o primeiro e o único pódio da sua História enquanto equipa. Como se se tratasse de um golpe de sorte, Stefan Johansson sobe ao pódio, representando a bandeira sueca.
Poderá rever o incidente entre Ayrton Senna e Nigel Mansell no vídeo colocado acima.
4.
Grande Prémio de Portugal 1993 – O ano é 1993, os computadores cada vez mais se tornam uma ferramenta essencial, capazes de maravilhas, desde os maravilhosos efeitos visuais do Parque Jurássico, aos carros de Fórmula 1 mais avançados que já se viram nas pistas do nosso planeta. Apesar de adorar falar dessa obra-prima de blockbuster do Steven Spielberg, é nas quatro rodas que me vou focar, particularmente no Grande Prémio de Portugal, no nosso Autódromo do Estoril.
Vamos só fazer um pequeno apanhado da época de 1993. A Williams vinha de uma época absolutamente dominadora em 1992, em que Nigel Mansell, ao volante do seu FW14, limpou por completo toda a concorrência. Em 1993, Mansell retira-se e, para o seu lugar, saído da reforma, vai Alain Prost, na altura, tricampeão mundial.
O francês toma conta do Williams FW15C, cuja lista de equipamento faz inveja a muitos carros de luxo modernos. Estamos a falar de Suspensão Ativa, Direção assistida, ABS, uma transmissão semi-automática que podia ser usada como automática, uma infinidade de sensores e computadores e, se isto não bastasse, um botão de ultrapassagem. Com um arsenal destes à sua disposição, o único piloto que ainda foi capaz de fazer frente, mas sem sequer dar luta pelo campeonato foi Ayrton Senna, ao volante do comparativamente limitado, McLaren MP4-8.
Chegando a Portugal, a Williams já tinha garantido o Campeonato de Construtores duas corridas antes na Bélgica, só faltava Prost garantir o Campeonato de Pilotos. Apesar de vitorioso, o francês revelou antes da corrida em Portugal, que 1993, seria a sua última época ao volante de um carro de Fórmula 1.
Na qualificação, os Williams fizeram a habitual dobradinha na fila da frente, mas desta vez com Damon Hill na pole position e Prost em segundo. Um dos grandes acontecimentos desta corrida foi a estreia de um tal Mika Häkkinen ao volante de um McLaren, que na sua primeira sessão de qualificação se colocou em terceiro à frente de Senna, em quarto, e Jean Alesi ao volante do seu Ferrari, em quinto. (Häkkinen substituía Michael Andretti depois de uma temporada sofrível do americano).
Apesar de conseguir a pole position, Damon Hill deixou o carro ir abaixo durante a volta de aquecimento, sendo enviado para o fim da grelha. As luzes vermelhas apagam e Prost foi apanhado a dormir ultrapassado por Alesi e pelos dois McLarens com Alesi à frente de Senna e Häkkinen. No final da primeira volta, Alesi estava na liderança, seguido por Senna, Häkkinen, Prost e Schumacher no seu Benneton.
A luta entre os cinco primeiros manteve-se acesa durante as primeiras voltas, porém, à vigésima volta, o motor Ford do McLaren de Senna decidiu desistir da corrida. Após uma luta estratégica entre os candidatos à vitória, e cada um fazer a sua paragem, a ordem era diferente, com Schumacher na liderança, seguido por Prost, Häkkinen, Hill e Alesi.
Enquanto a corrida desenrolava, a luta pela vitória passou a resumir-se a dois homens: Prost e Schumacher. O francês começou a tentar atacar a posição do alemão, mas Prost é conhecido como “O Professor” por alguma razão, e fazendo as contas, viu que o segundo lugar chegava, e não havia necessidade de correr riscos desnecessários que lhe estragassem a vitória mais importante. Schumacher venceu assim a sua segunda corrida (a primeira foi o Grande Prémio da Bélgica em 1992), Prost terminou em segundo, tornando-se Campeão do Mundo e Damon Hill recuperou estupendamente dos problemas iniciais para terminar em terceiro.
Faltavam ainda duas corridas para terminar o campeonato, que foram vencidas por Ayrton Senna, mas nós, como portugueses, podemos sentir orgulho em ver a última vitória e o último título daquele que será para sempre recordado como uma lenda da Fórmula 1, “O Professor”, Alain Prost."
"Foi no GP de Portugal de 1985, há 35 anos, portanto, que Ayrton Senna venceu a sua primeira corrida na Fórmula 1. Um demonstração de talento no alagado traçado do Estoril, onde deixou o 2.º classificado a mais de um minuto de distância
Antes de se falar de 21 de Abril de 1985, talvez seja preciso dar um salto até ao dia 3 de Junho do ano anterior. O GP Mónaco disputava-se à chuva, a única aparição da dita nesse Mundial que marcava a estreia de um miúdo brasileiro de seu nome Ayrton Senna da Silva.
Nesse ano de estreia, Senna corria com um Toleman, monologar pouco competitivo e destinado a lutar quanto muito pelos menos maus dos lugares. Mas se há circuito em que as diferenças entre carros se esbatem e o talento dos pilotos vem ao de cima, esse circuito é Monte Carlo. Ainda para mais, em condições tão adversas. Foi em Monte Carlo e nesse GP Mónaco de 1984 que Senna começou a forjar a sua lenda e a esfregar na cara dos rivais a sua enorme sensibilidade para correr em piso molhado.
Com uma máquina menor e partindo apenas do 13.º lugar da grelha, o brasileiro foi galgando posições até chegar ao 2.º posto. E estava a ganhar quatro segundos por volta ao líder Alain Prost quando a prova foi, de forma muito polémica, interrompida devido às más condições da pista.
Foi o primeiro pódio para Senna, logo no ano de estreia, um cartão de visita inesperado que o levou no ano seguinte para a mítica Lotus. A temporada começou no Brasil e de seguida atravessou o Atlântico para Portugal. No Estoril, e depois de um sábado de qualificação com pista seca, o céu abriu-se num dilúvio bíblico. Talvez a divina providência quisesse que Ayrton Senna mostrasse mais uma vez que era um mestre à chuva, apesar dos seus apenas 25 anos.
Partindo da pole position, a sua primeira de sempre - foi praticamente meio segundo mais rápido que Alain Prost -, Ayrton Senna manteve a liderança no arranque e a partir daí cavalgou sem qualquer rival por entre os lençóis de água que se iam formando no traçado do Estoril. Numa corrida cheia de incidentes, 13 dos 26 carros saíram de pista e apenas nove chegaram ao fim. Senna, mesmo com visíveis dificuldades em controlar o Lotus numa pista que a cada volta parecia mudar de condições, foi mais do que um dos resistentes: a cada volta ia aumentando a vantagem na frente e dobrou quase todos os pilotos. Só o 2.º classificado, Michele Alboreto, da Ferrari, terminou a corrida na mesma volta que Senna, chegando, ainda assim, um minuto e dois segundos depois do brasileiro, uma eternidade quando falamos de provas de Fórmula 1.
Liderando do início ao fim e ainda com a volta mais rápida, a primeira vitória de Ayrton Senna (no total foram 41) naquele inferno de água em que se tornara a pista do Estoril marcou de forma indelével a relação do brasileiro com o público português. O triunfo tinha sido espectacular, aquele Lotus é, ainda hoje, um dos mais bonitos carros da história da Fórmula 1 e Senna era um piloto especial, com um talento e um carisma quase sobrenaturais. Ganhar de forma tão irrepreensível naquelas condições era o prelúdio do que viria dali em diante.
No final da corrida, em declarações citadas pelo jornal português "Autosport", Senna, então com apenas uma temporada de experiência às costas, explicava que aquele talento à chuva era, na verdade, teimosia. "Lembro-me da minha primeira corrida de kart à chuva. Foi um desastre, uma piada total. Não conseguia fazer nada, com toda a gente a passar-me por todo o lado. Era estranho porque no seco eu era muito bom. Nesse dia vi que não sabia nada do que era pilotar à chuva e comecei a treinar em piso molhado. Sempre que chovia, lá estava eu a testar e a treinar. Foi assim que aprendi a andar na chuva", revelou então o brasileiro.