Últimas indefectivações

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Ainda não foi desta


"Custa, claro. Mas com certeza que não me custa mais a mim do que aos jogadores e equipa técnica que estiveram presentes na final da Liga Jovem da UEFA com o Real Madrid FC. Foi duro e inglório, sentir que se tinha mais equipa e acabar por perder o jogo decisivo. Temos tudo do nosso lado: qualidade, organização, matéria-prima, infraestruturas e teima em não chegar a vitória. Quem ainda tiver dúvidas que o Sport Lisboa e Benfica é a melhor academia de jovens talentos do momento, basta olhar para o historial e para os nomes que têm singrado, não só na equipa principal do SLB, mas noutras grandes equipas europeias. Não existam dúvidas: este é o caminho, formar homens e jogadores bem acima da média.
O jogo poderia ter caído para qualquer um dos lados. Infelizmente sorriram os espanhóis, depois de melhor terem aproveitado as oportunidades, um auto-golo e uma desatenção defensiva. A segunda parte mostrou que era possível, mas ainda não foi desta.
Não posso estar mais orgulhoso com o que é feito no Benfica Campus, só falta mesmo o ceptro para que os mais incautos fiquem clarificados. Em primeiro lugar, há que ir Às finais de forma consistente, não obras do acaso. Em segundo, há que ganhá-las, claro, e acredito que isso vai acontecer. E quanto aos sempre presentes profetas das desgraça que, a cada final europeia (e já são muitas), gostam de acenar com uma hipotética profecia do treinador húngaro, deixo-lhes uma mensagem: cada vez que levantam essa questão é porque estamos lá, na decisão. E isso não é para todos. Sem mezinhas, sem bruxos adivinhos, sem peregrinações a Fátima, sem trabalhinhos encomendados em encruzilhadas, só com trabalho. É assim que vamos, é esse o caminho a trilhar. Nos juniores, nos seniores, no futebol masculino e feminino, nas modalidades em todos os géneros. É acreditar, porque o melhor está mesmo para vir."

Ricardo Santos, in O Benfica

Mercado? Postas de pescada fresquinhas


"Estou cada vez mais enfeitiçado pelos jornais e comentadores. Quando chega o mercado todos têm novidades fresquinhas, qual peixinho grelhado pescado em Vila do Conde, para dar a conhecer aos adeptos diariamente. Postas de pescada, diz e bem o povo. Quando era puto deixava-me iludir. Acreditava que o Undertaker participava em combates onde o objectivo era trancar o adversário num caixão com a mesma firmeza que confiei naquela capa onde se lia em letras garrafais a confirmação de Robinho no Benfica. Kalou, Tomasson e Hleb assombraram a minha infância e de outros muitos inocentes. Entretanto cresci e percebi que a maioria das informações privilegiadas acerca de transferências fazem parte de um elaborado exercício criativo. Christopher Nolan é um ilustre director de cinema, porém teria sido um jornalista desportivo espectacular se tivesse optado pela área. O leitor já imaginou Nolan lado a lado com Rui Pedro Brás? Eram bem capazes de convencer uns quantos de que o Batman estava a viajar de Gotham para Lisboa onde tinha à espera um contrato de 3 anos e um novo Batmobile como prémio de assinatura. Agora estou desiludido porque voltei a caiar na armadilha. Em 30 dias investiguei mais sobre a vida de Edison Roberto Cavani Gomez, uruguaio de 33 anos que nasceu em 1987 no dia de São Valentim, do que qualquer trabalho de pesquisa na universidade. Tempo desperdiçado, mas pelo menos tenho a certeza absoluta que a partir de agora nunca mais me apanham. Entretanto vou ali explicar ao meu pai quem é este Mariano Díaz de quem se fala, dominicano com segunda nacionalidade espanhola que mede 1,80, e pesa 78Kg."

Pedro Soares, in O Benfica

Orgulho em Nyon


"Quem assistiu aos três jogos da nossa equipa de juniores na UEFA Youth League só pode ter sentido orgulho nos nossos bravos jogadores que deram tudo durante os 270 minutos. Frente ao Dínamo de Zagreb, ao Ajax e ao Real Madrid, os nossos 23 jovens deram uma lição de entrega, dedicação, persistência e estoicismo. Lutaram até à última gota de suor e só por manifesta infelicidade o troféu não veio para o Museu. É este forma de sentir a camisola que mexe com a nação benfiquista. Não sei quantos dos 38 jogadores utilizados por Luís Castro e Jorge Maciel nesta competição chegará à primeira equipa do SL Benfica. O que sei é que o forte investimento feito no futebol formação, quer a nível dos recursos humanos, quer na modernização das infra-estruturas, permitem-nos encarar o futuro a médio e longo prazo com confiança. Miguel Vítor, Roderick Miranda, Nélson Oliveira, André Gomes, Ivan Cavaleiro, Bernardo Silva, João Cancelo, Gonçalo Guedes, Victor Lindelof, Ederson Moraes, Nélson Semedo, Renato Sanches, André Horta, Yuri Ribeiro, José Gomes, Diogo Gonçalves, Rúben Dias, Ferro, Jota, Bruno Varela, Florentino Luís, Gedson Fernandes, Alfa Semedo, Pedro Pereira, Kalaica, Nuno Santos, João Félix e Nuno Tavares são jogadores formados na nossa Academia que ajudaram a conquistar títulos nas quatro competições internas. Se a este lote dourado acrescentarmos Manuel Fernandes, Ivan Zoblin, Tomás Tavares, David Tavares, João Carvalho, Hélder Costa, Luís Martins, David Simão, Danilo Pereira, Rochinha, Jorge Ribeiro e Mário Rui teremos 40 nomes que provam a qualidade do trabalho realizado."

Pedro Guerra, in O Benfica

Prémios em família


"Este ano os prémios são diferentes. Já se sabe, não há ajuntamentos e evitam-se torneios, colónias de férias residenciais e grandes convívios entre colegas. Os tempos não estão para isso, mas abrem-nos outras oportunidades e escancararam as portas da família, da sua importância e da solidariedade ente gerações. Avós e netos sentem falta de um abraço, da bênção de um afago na cabeça, mas respeitam-se e protegem-se mutuamente. Pais e filhos reclamam um tempo para si depois de um confinamento tantas vezes tonado mais difícil que o necessário por um espaço restrito e redutor da privacidade. Mas estão mais chegados do que alguma vez foram, comunicam e entendem-se como nunca, reajustaram limites, atravessaram medos em conjunto e celebraram sucessos e pequenas liberdades como se fossem as coisas mais importantes da vida. E foram, estão a sê-lo de facto. Mais fortes e mais importantes porque o fizeram em conjunto, unidos como família que são, prontos para tudo, incondicionalmente, em todas as situações. Esta foi, até agora, a grande lição de covid-19. Por isso, os alunos do projecto 'Para ti Se não faltares!' redobraram em responsabilidade, trabalho e resultados. Nota-se claramente que, por trás desses resultados, além da sua atitude, estão os esforços incontáveis dos professores para motivar, manter contacto e apoiar os alunos na aprendizagem. Mas, por trás desse sucesso, está também, invariavelmente, um estreitamente (nalguns casos pela primeira vez) da parceira educativa entre professores e famílias e um envolvimento muito maior e decisivo dos pais e encarregados de educação na aprendizagem destes crianças e jovens. Atenta, a Fundação Benfica, manteve os níveis de premiação e adoptou a natureza dos prémios às exigências da pandemia. Mas procurou fazê-lo com vantagem para as família,. transportando para o seu seio os benefícios imediatos do sucesso escolar dos alunos. A opção foram vouchers de experiências e estadias à ordem dos alunos que os conquistaram pelo seu esforço e com ajuda da família, que podem, assim, retribuir convidando os seus pais e irmãos a usufruir em família de momentos especiais que, em muitos casos, resultariam economicamente impossíveis face aos impactos sociais da pandemia. Este ano, os prémios valem ainda mais, dizem-nos muitos jovens, porque podem partilhar o seu sucesso com os que mais amam."

Jorge Miranda, in O Benfica

Novelas insondáveis


"1. Eu, por mim, não há maneira de me habituar a gabar, mesmo que fosse por dever de ofício, aqueles que, a jogar diante de adversários com notória menor capacidade e talento, lhes dão partes inteiras de avanço e, nos momentos decisivos, azar atrás de azar, acabam a perder ingloriamente os jogos das finais.
2. Bem decerto que nenhum Benfiquista pode deixar de abraçar os seus no momento de infortúnio. Isso é uma coisa. Outra, seria que a gente se deixasse envolver pelo desculposo manto de transigência doentia que, por exemplo, se tornou na cultura assumida em um dos nossos rivais.
3. Um tal sorumbático padrão da perda e do falhanço, que antigamente se chamavam as 'vitorias morais', é completamente insuportável no Benfica. E, claro, que não pode ir-se deixando tolerar indefinidamente, insinuante e perverso, nem como registo habitual dos jogos decisivos, nem, muito menos, como labéu dos jogos (apenas) importantes.
4. Para mim, não me consolam as lágrimas nem as pungentes tristezas afirmadas no final de um jogo (mal) perdido. Sobretudo, quando a derrota já soa a 'normalidade', evidentemente que não me satisfazem as desculpas da 'entrega' ou do azar, na elite ou na formação, da grande segunda parte, ou do orgulho que eu próprio sinto acerca de brilhantes projectos de jogadores que a seguir querem 'levantar a cabeça', ou de habilidosos seniores que também se vão abaixo nos momentos cruciais. Nunca gostei desses filmes.
5. Repito aqui que a cultura de exigência que o Benfica lhes oferece, a jogadores e treinadores, representa condições absolutamente inigualáveis de preparação, concentração, desempenho e até, de recuperação do esforço que - nos dois ou três escalões mais avançados - caracterizam a alta competição.
6. Em mais de doze décadas da história do Futebol em Portugal, nenhum outro clubes português (nem mesmo um Benfica anterior...), alguma vez pôde ousar proporcionar a jogadores e staffs, as mesmas condições de treino, de jogo e, enfim, de usufruto de vida pessoal e , que o Presidente Luís Filipe Vieira conseguiu montar para todos eles, no Benfica do Séx. XXI.
7. E é igualmente consabiada e reconhecida a justa cobiça que Benfica Campus alcançou internacionalmente junto das maiores sedes agremiativas do Futebol mundial.
8. Não há quem não admire por todo o mundo de Cristo e Maomé, tudo o que integra o nosso 'Seixal': a excepcional qualidade das infraestruturas transversais da Formação à Elite; as eficazes metodologias de acompanhamento do crescimento pessoal e do desempenho individual dos atletas; as extraordinárias condições de estudo e treinamento dos profissionais mais conceituados.
9. A cada ano que passa, no entanto, tudo traz acrescidas responsabilidades, em especial, à arquitectura competitiva dos jogos jogadores - pilar essencial para a sustentabilidade e o constante crescimento da incrível dimensão negocial do projecto que o Presidente idealizou e implantou para que o Benfica passasse a ganhar sempre.
10. Na alta competição ninguém continua a ganhar se se deixa vencer. E eu presumo que, no seu espírito visionário, Vieira se sinta triste e perplexo. Quem poderia imaginar que, naquele admirável cenário, se tenha insinuado uma tão estranha maleita a que, quanto antes, seja necessário cortar passo?
11. Vencer e perder é a vida de quem joga. Mas, de facto, dói ver que, precisamente nas ocasiões definitivas, vezes demais, de repente tanto talento individual, tanto amor próprio e tanta autoconfiança conjuntiva, afinal deslizem para insondáveis novelos de insegurança e azares de que se constroem as mais implacáveis derrotas."

José Nuno Martins, in O Benfica

As verdadeiras razões e responsáveis pela irrelevância do desporto em Portugal


"Muito se tem dito e escrito, sobre a falta do apoio do XXII governo constitucional ao desporto, cuja maior visibilidade decorreu com a COVID-19. Infelizmente todos percebemos, se é que dúvidas havia, que o desporto não é uma prioridade no campeonato das políticas sociais.
Este facto começou a evidenciar-se aquando do alarme social, devido à pandemia, e as várias declarações do estado de emergência por parte do governo (Decreto n.º 14-A/2020, a 18 Março de 2020, renovado a 02/04/2020 e a 17/04/2020), até ao anúncio público do adiamento dos jogos olímpicos/paralímpicos (30 Março de 2020); agravando-se com a resolução do Conselho de Ministros n.º 33-C/2020, de 30 de Abril, que aprovou uma estratégia gradual de levantamento de medidas de confinamento, e posteriores actualizações, e atingiu o auge com a desconsideração total a que o desporto foi vetado, traduzindo-se pelo abandono completo de um sector em crise profunda.
A gota de água que fez transbordar o copo foi a apresentação do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) pelo governo, no qual o Desporto não foi contemplado e a apresentação posterior da visão Estratégica para o Plano de Recuperação (VEPR), com os seus 10 eixos estratégicos e onde uma vez mais o desporto, a par das suas ramificações, não existe enquanto sector.
Estes factos levaram inclusive a uma iniciativa inédita do movimento associativo desportivo em Portugal (organizações cúpula e federações desportivas), que se reuniram e propuseram medidas, aprovadas unanimemente, sob a forma de uma moção apresentada ao Governo e órgãos de soberania para tentar minimizar o efeito da crise pandémica, evitando o colapso das organizações desportivas e estimulando a recuperação do sector, em plano de igualdade com os demais, nomeadamente os mais vulneráveis, ao impacto da crise.
Mas a irrelevância do desporto nacional, contrariamente ao que sucede com os restantes países europeus, devidamente concretizado no planeamento estratégico da união europeia, não é de hoje. A pandemia simplesmente a tornou visível.
Existem, na minha ótica, quatro ordens de razões justificativas: a irrelevância sociopolítica do desporto (imputável ao desporto) (1); a irrelevância do desporto para o estado, com base em paradigmas sociais maniqueístas e desajustados (2); a irrelevância dos interlocutores políticos (Ministério da Educação com Tutela do Desporto, Secretaria Estado da Juventude e Desporto e Instituto Português Desporto e Juventude) (3); e a irrelevância dos interlocutores do movimento associativo, quer de cúpula, quer das federações desportivas (4).
A irrelevância sociopolítica do desporto não é de agora, nem deste governo específico. É um problema de estado, transversal aos governos constitucionais, e da generalidade dos partidos políticos, dentro e fora do espectro da governação. Basta aliás fazer um exercício simples e consultar os programas políticos para a XXII legislatura (2019-2023), assim como o programa de governo para constatar isso mesmo. Esta análise já foi feita em artigo prévio e pode ser consultado em 
(https://www.abola.pt/Nnh/Noticias/Ver/812451).
A irrelevância do desporto para o sistema político-partidário, é agudizada pela anacrónica e reiterada inoperância e a descoordenação dos agentes desportivos em fazer passar a mensagem da importância do desporto em determinados sectores sociais.
Baseado nestas constatações podemos inferir que, além de outros, uma das principais razões desta secundarização do desporto, assim como de outras práticas sociais, inclusive a cultura, e pessoas (idosos) no nosso sistema político-partidário e governativo está na visão maniqueísta, enraizada numa tradição secular e arcaica, que os nossos políticos possuem da sociedade.
Isto está, aliás, bem patente quer no PEES, quer na VEPR, cuja visão desintegrada do assistencialismo aparece baseada na necessidade de ao estado caber a responsabilidade de prover a salvaguarda das condições materiais da existência humana, fazendo valer a máxima de que se vive para trabalhar e não se trabalha para viver. É de facto evidente a falta de integração nesta equação de outras variáveis determinantes nas sociedades actuais.
Quando a sobrevivência básica é dada como garantida, como acontece na generalidade dos países desenvolvidos, abrem-se outras prioridades, não menos importantes, no quadro axiológico dos valores: a luta contra a desagregação, a indiferença e a inautenticidade e onde a qualidade de vida, o bem-estar, o lazer e o ócio produtivo assumem importância vital.
O Exercício físico e a prática desportiva é, nesta concepção desumanizada da sociedade, considerado um ócio improdutivo e um lazer subversivo, num tempo político actual (que já perdura há muito), pelos adventores da economia de mercado (integrada facilmente no discurso e prática política), já que assumem as pausas no ritmo produtivo como momentos de desperdício e algo que pode comprometer a coesão económica nacional, mesmo que os indicadores da conta satélite do desporto demonstrem o inverso, e desta forma a coesão social e territorial.
É por isso que a jusante desta concepção da sociedade, há a necessidade de domesticar o tempo livre, o exercício e a prática desportiva através da fusão da doutrina da salvação da alma e da carne numa só missão: a religião do trabalho, invertendo na totalidade os princípios mais básicos e humanistas em termos civilizacionais; a economia rege não apenas a reprodução material das sociedades, mas também a própria condição do ser. O Homem deveria estar no centro do processo, e não o dinheiro.
Os prejuízos desta visão provocaram problemas que são mais evidentes quando a conjuntura a isso é propícia (como os que decorrem da pandemia), cujos fundamentos estruturais são os causadores primários dos problemas, pela falta de investimentos qualitativos e quantitativos na educação, na saúde e no desporto, com consequências na desvalorização de funções sociais relevantes e a desconsideração das desigualdades sociais, e de outros factores de exclusão (como a deficiência), historicamente construídas.
Esta visão é transversal, em termos sociais, a todas as funções e pessoas tidas como irrelevantes!
Ainda recentemente se veio a constatar que o Plano Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas ainda não saiu do papel e, por isso, as três estratégias de intervenção plasmadas no documento — promover um envelhecimento activo, adequar os cuidados às necessidades das pessoas idosas, promover o desenvolvimento de ambientes capacitadores — também não. O plano é de 2006!
Depois acontece a tragédia com os lares como em Reguengos! Não é conjuntural! É estrutural! 
Esquecem-se que o lazer, o exercício e a prática desportiva (não na óptica profissional e/ou comercial, mas também) pode ser um veículo de educação/emancipação, podendo contribuir para soluções mais abrangentes em termos da vida social como um todo, abrindo espaços de liberdade, de pensamento e de criação, aprofundando a difícil arte da esperança elaborada num horizonte que não é simplesmente individual, mas ligando-nos ao nosso elemento primordial, a comunidade dos nós.
E é esta visão maniqueísta da sociedade que gera desqualificação, opressão e subserviência crónicas, plasmada aliás em dois aspectos centrais. Por um lado, na desqualificação assumida no enquadramento do desporto, enquanto área de actuação política, na organização e funcionamento dos sucessivos governos constitucionais, a bem dizer, limitando-se simplesmente a adoptar a estrutura compatível com o cumprimento das prioridades enunciadas nos programas eleitorais e de governo, isto é, um conjunto vazio de nada.
O facto indesmentível é que, desde sempre, o desporto nunca foi uma área autónoma nos sucessivos governos pós 25 de Abril. Todavia tem vindo a piorar a sua relevância ao sair da presidência do conselho de ministros, tendo sido arremetido para a tutela da educação, com uma miríade de problemas, onde a subordinação é caracterizadora da sua irrelevância, num sector que por natureza é transversal a toda a intervenção política (educação, saúde, turismo, economia, desenvolvimento regional, etc.).
Este facto releva também para a inexistência de verbas do orçamento de estado para o investimento, oprimindo o seu desenvolvimento. A dependência das receitas dos Jogos sociais, além de aleatória, não permite a discussão de opções político-estratégicas em sede parlamentar, como na discussão do orçamento de estado anual e eventuais suplementares e rectificativos.
Honra seja feita, apesar desta visão social, à cultura que, não obstante, consegue um reforço suplementar de financiamento para o sector de 70 milhões de euros (o dobro do que o Desporto tem em termos normais e regulares por ano) graças à coordenação de um sector cultural e à força política dos seus interlocutores.
E é este exactamente o segundo aspecto central: a irrelevância e subserviência que deve ser acometida, também, a todos os cargos de nomeação política e seus gabinetes, nomeadamente, ministro com tutela, secretário de estado do desporto, presidente do IPDJ, porque das duas uma: ou concordam com esta visão maniqueísta da sociedade e consequente irrelevância do desporto e, desta forma, não servem para “servir” o desporto, porque não representam a afirmação de um sector que lhes cabia assumir, defender e projectar ou; não concordam com a política mas aceitam ser coniventes, por outros interesses para além do de servir a causa pública, tornando-os desnecessários na sua função sociopolítica.
O mínimo que seria esperado era que tornassem público, ME com a tutela do desporto, o SEJD e o Presidente do IPDJ, qual é o seu pensamento estratégico, coordenado ou não, para o desporto e a forma de o concretizar. Pelo menos desta forma, por uma questão de prestação de contas, ficaríamos a saber se a irrelevância se deve à falta de estratégia política e/ou à falta de relevância dos políticos em sede enquadramento orgânico.
Por último, a irrelevância dos interlocutores do movimento associativo, especialmente das organizações cúpula e das federações desportivas.
A generalidade dos representantes das federações desportivas, nos quais me incluo, seja pelo síndrome da mão estendida, esperando que a benevolência, pela tolerância da inacção do governo no desporto (que acaba por ser uma espécie de filantropia que acaba por se destruir a si mesma) e fundamentalmente porque dependem do financiamento dos contratos programas de estado para as actividades das suas organizações, se traduza em mais umas migalhas ou, seja pela expectativa das boas aventuranças e palmadas nas costas das lideranças políticas, assumem uma posição de retracção, acrítica, quase sempre inorgânica e desorganizada que redunda numa surdez angustiante das suas vozes.
Como diria Montesquieu, os estereótipos são sempre alimentados pela ignorância. E a ignorância é a mãe da tradição. Para romper com este ciclo vicioso e viciado de estereótipos e visões arcaicas só resta uma coisa ao desporto Português, entregar as chaves do desporto e das organizações desportivas ao governo.
Pode ser que assim, do alto da sua magnificência e eloquência política, façam cumprir as funções sociais delegadas pela constituição, que o desporto, via clubes, associações e federações, prestam ao País. Talvez só aí percebam. Talvez."

Quem é, e como pode ajudar o Benfica, Carlos Fernández


"Esteve emprestado pelo Sevilha ao Granada na última temporada, é internacional jovem Espanhol, e tem vindo a actuar em mais de uma posição na frente de ataque. No Granada alternou o posicionamento como ponta de lança (homem mais adiantado da equipa) com o de Segundo Avançado (nas costas de um ponta de lança, por vezes sobre a meia esquerda, outras (maioritariamente) pela meia direita, porque se sente mais confortável para de pé esquerdo definir orientado para dentro.
Ainda que possua argumentos no jogo aéreo, e seja também capaz de desmarcar-se em ruptura nas costas das linhas defensivas adversárias, e de criar movimentos que permitem iludir o adversário directo para aparecer posteriormente a finalizar em antecipação Fernandez poderá estar a ser pensado como opção para zonas de criação com o intuito de jogar mais próximo de um nove de outra envergadura na grande área. Afinal, o seu perfil é diferente do da dupla de Uruguaios que foi associada ao Benfica. Muito menos capaz na zona de finalização.
Com Waldeschmidt trabalhado para jogar no corredor direito e Cebolinha no esquerdo, Fernandez poderá ser o homem que acompanha um ponta de lança. Mais do que ser ele o jogador mais adiantado, com Pizzi ou Rafa nas costas?"

Jorge Jesus | Coentrão como exemplo na roda das adaptações


"16 de Agosto, 2009. Estamos no primeiro fim-de-semana da Primeira Liga 2009/2010 e é a estreia oficial de Jorge Jesus ao comando das águias. O contexto ajuda, já que FC Porto e Sporting CP se tinham estreado com perda de pontos e, na Luz, o convidado é o CS Marítimo.
Estava tudo reunido para continuar a surfar na onda vermelha, criada por uma pré-temporada como há muito já não se via e com resultados empolgantes, como a vitória esclarecida no Torneio de Amesterdão.
Ninguém estaria à espera, portanto, que os insulares fossem os primeiros a inaugurar o marcador logo aos 23 minutos, num penalty exemplarmente marcado pelo brasileiro Alonso com recurso a paradinha anacrónica, daquelas que nos dias de hoje não contam e que, à altura, davam conversa. Rocambolesca a forma como Quim é enganado.
Os minutos foram passando e nada de remontada. A ansiedade crescia, as jogadas iam saíndo e o perigo era realidade assente nas imediações da área de Peçanha – mas o guarda-redes brasileiro estava em tarde inspirada, e nem as bombas de Cardozo passavam.
Jesus, que tinha começado com David Luiz à esquerda, vê-se desesperado por soluções vindas do banco. Mete Weldon para ajudar nas últimas definições e tira Sidnei, que até aí fazia companhia a Luisão no eixo defensivo. Para arrumar a casa, e como o jogo permitia esse tipo de ousadia, mandou Coentrão recuar para a posição antes ocupada por David. Não se portou mal o português nesse papel, ajudou (e muito!) à criação de jogadas e foi ele o assistente para o golo do empate já perto do fim. Soube a pouco.
Avançamos no tempo. 26 de Outubro. Outra vez visita insular, desta feita os que equipavam de alvinegro. Vinha aí o Nacional da Madeira de Manuel Machado, némesis de Jorge Jesus – os dois mantinham relação díficil, numa deliciosa dicotomia entre o aprumado bom falante e o gingão despreocupado com adornos triviais desse tipo – e a oportunidade era perfeita para marcar posições na rivalidade e alimentar egos.
Tracção à frente, pensou Jesus ao olhar para a tabela classificativa: o Benfica era primeiro e contava 24 golos marcados à sétima jornada. Shaffer, o titular até aí, estava lesionado e César Peixoto ressente-se de alguma coisa no aquecimento. Óptimo, deve ter pensado Jesus, quando se lembrou do jogo frente ao Marítimo e da possibilidade de jogar com Coentrão e Di Maria em simultâneo.
Aconteceu, e correu tão bem (6-1) que o português irreverente das Caxinas passou a ser a principal opção para aquele lado. Se é verdade que em jogos de maior gabarito era protegido no banco de suplentes (Braga, Liverpool, Dragão), na época seguinte Fábio assumiu-se como a principal figura encarnada, conclui época de enorme sucesso e reclama voos maiores que chegam pela mão de José Mourinho, rumo a Madrid. Ficaram 30 milhões de euros nos cofres, o valor da claúsula de rescisão. 
Coentrão é o maior exemplo do vasto leque de adaptações de Jorge Jesus, que brilhou nesse aspecto ao comando dos encarnados com outros dois nomes – Matic e Enzo – e que tentou replicar com outros – Melgarejo ou André Almeida – sem resultado qualitativo semelhante, embora tenham ajudado o clube em diversos momentos. Sabendo de antemão da grande tendência do técnico em procurar em casa o que precisa, há possibilidades várias para a próxima temporada que não podem ser vistas como más ideias, ainda que os tempos sejam outros e as condições disponibilizadas por Luis Filipe Vieira sejam diferentes para melhor, pelo menos na folga financeira com que são abordados os mercados de transferências.
Em 2014-15, foi Jesus quem pegou em Pizzi para suprir a ausência de Enzo Pérez, embarcado para Valência em Janeiro. Pegou no até aí extremo português e deslocou-o para zonas centrais – esse campeonato é terminado com ele á frente de Fejsa e no apoio a Jonas, com resultados incríveis no que à nota artística diz respeito.
A adaptação foi aceite pelo treinador seguinte, Rui Vitória, que tentou replicar as mesmas rotinas em diversas fases do seu reinado – em 2015-16, até chegar Renato Sanches em Dezembro, ou em 2016-17, com resultados satisfatórios a nível interno mas catastróficos a nível internacional. Viu-se em jogos dessa campanha de Champions, nomeadamente nos embates contra o Nápoles de Sarri e o Borussia de Tuchel que a fórmula Fejsa-Pizzi deixava o sérvio demasiado exposto, já que o português não tem a capacidade física que outros conseguem oferecer.
Daí talvez a opção de Rui Vitória pela transformação em 4-3-3 na época seguinte, fazendo acompanhar Pizzi de outro elemento na zona central para cobrir essas mesmas deficiências, equilibrando o onze e entregando outras liberdades aos alas. A opção foi certeira nesse sentido, a equipa recompôs-se e lutou com o FC Porto pelo campeonato até ao fatídico jogo de Herrera na Luz, mas não houve títulos para a validar.
Espera-se então que Jesus tenha essa mesma consciência: ele melhor que ninguém saberá dessa incapacidade defensiva do português e daí também os rumores de que Pizzi estará a ser pensado para zonas centrais sim, mas mais á frente no papel de 9,5 tão bem desenvolvido no sistema do técnico. Ele próprio o disse, no dia 8 do mês vigente, em entrevista à BTV, pode fazer essas duas posições [n.d.r.: actuar como extremo ou no corredor central], mas é um jogador de último passe. E os jogadores de último passe não jogam nas laterais: jogam nos corredores centrais. Vamos ver o que é melhor.»
No primeiro onze de 2020-21, Pizzi manteve-se à direita da linha média, por força da presença de Waldschmidt no apoio a Vinícius. O papel que lhe permitiu os melhores números da carreira não é uma impossibilidade, mas há fila para oportunidades nos corredores e os 31 anos de Luís Miguel já obrigam a outro tipo de gestão a nível físico.
O que sobressai à vista nos primeiros dois onzes de Jorge Jesus é a colocação de Franco Cervi á esquerda da linha defensiva, posição que encaixa nas características do argentino, a quem o espírito abnegado e disponibilidade física para os equilíbrios no flanco sempre colocaram na pole position para essa eventualidade.
Aconteceu esporadicamente e em situações de desespero, mas nunca como situação permanente muito por força da presença de Alex Grimaldo, com quem combina especialmente bem nas associações do último terço.
A perseverança e espírito de equipa do argentino obrigaram-no não raras vezes a um papel de equilíbrio táctico, situação que difere e muito das características com que chegou em 2016. Jorge Jesus poderá ver nele um protótipo de lateral aguerrido (tal e qual Coentrão), o que possibilitará oportunidades em barda na pré-época – fruto da lesão prolongada de Grimaldo – para se consolidar na lateral e ganhar novo fôlego nas escolhas da equipa, ele que já o ano passado esteve na porta da saída mas acabou por se manter.
Outra das situações mais expectáveis ao nível de nova abordagem nos terrenos pisados em campo será Diogo Gonçalves, ainda que a exemplar época no Famalicão obriguem a uma certa precaução. O extremo alentejano tem histórico de lateral direita – foi ocasionalmente utilizado aí por Rui Jorge nos sub-21 portugueses, num 4-4-2 losango – e as suas características poderão motivar a Jorge Jesus ensaios nesse sentido. A concorrência é forte, mas a renovação em Julho último poderá transmitir intenções de permanência no plantel: com que papel, saberemos mais à frente.
Quaisquer que sejam as opções do técnico português, só será possível discerni-las com o avançar do tempo e a continuidade de competição – a próxima semana é preenchida com embates frente ao Belenenses SAD (dia 25) e Farense (26), existindo jogo frente ao Braga de Carvalhal na 4.ª feira seguinte, dia 2 – e serão essas oportunidades competitivas que irão traduzir todas as ideias do staff técnico na procura dos melhores resultados."

Semanada...


"1. Youth League. Mais uma vez faltou-nos uma pontinha de sorte. Entrámos em campo com muitas baixas. A começar por Tomás Tavares e Nuno Tavares que estão na equipa principal, mas também sem Pedro Álvaro, por lesão, e Paulo Bernardo, por amarelos. Para juntar à festa, Úmaro saiu lesionado a meio do jogo. A primeira parte não foi muito boa do nosso lado. O Real Madrid defendeu com os 10 jogadores de campo e procurou sempre sair em contra-ataque. Chegaram ao intervalo a ganhar 2-0. Mas na minha opinião, injustamente. Nós não jogámos muito bem. Mas eles limitaram-se a aproveitar falhas nossas. A segunda parte foi totalmente diferente. Tivemos oportunidades mais do que suficientes para dar a volta ao jogo, mas não aconteceu. Isto é uma prova de formação. Mais do que os resultados, esta prova serve para desenvolver talento. Nós temos muito talento nas nossas fileiras. Na minha opinião, éramos a equipa mais talentosa da prova este ano. Fica o desafio para Estrutura do Benfica arranjar um plano para gerir este talento todo que há aqui.
2. Entradas Não São Urgentes. Na equipa principal, neste momento, não vejo nenhuma posição que precise urgentemente de um reforço. Há posições que podem ser melhoradas, principalmente nas vagas de rotação. Mas com a máxima urgência, não creio que exista algo. Daí o mercado ter acalmado um pouco desde que anunciámos três reforços de uma assentada. Neste momento o nosso onze titular é: Vlachodimos, Gilberto, Rúben, Vertonghen, Grimaldo, Weigl, Taarabt, Pizzi, Waldschmidt, Everton e Vinicius. O nosso onze alternativo é Svilar/Helton Leite, André Almeida/Tomás Tavares, Jardel, Ferro, Nuno Tavares/Cervi, Florentino, Gabriel, Pedrinho/Diogo Gonçalves, Chiquinho, Rafa/Jota e Seferovic/Dyego. Há ainda Samaris e David Tavares. O que nós neste momento precisamos é de saídas. A nível de entradas a situação mais complicada para já parece-me ser a posição de ponta de lança. Mas a verdade é que Seferovic parece que tem dado nas vistas na pré-época.
3. Ivan Zlobin Rumou ao Famalicão e Rescisão de Zivkovic. As primeiras duas saídas foram anunciadas. Uma já era expectável. Com a chegada de Hélton Leite era uma questão de tempo até Zlobin sair. Aliás, dado o tempo que Mile Svilar está a aguentar, vamos ver se não haverá mais uma novidade na baliza. Assumindo que ainda ficamos com 50% dos direitos económicos do Ivan Zlobin, acredito que ainda vamos ouvir falar do nome dele no clube. É um guarda-redes russo. Há sempre mercado para jogadores russos na Rússia. Parece-me que se for aposta no Famalicão irá resultar num encaixe financeiro interessante. A rescisão do Zivkovic é que surpreendeu mais. A rescisão já fazia sentido há um ano. Mas o jogador não quis. Não esperava que este ano quisesse. Para nós, aparentemente, vai resultar numa poupança de cerca de 3.5 milhões de euros em salários, o que num ano de investimento é sempre bom. Para Zivkovic, dependerá do nível da queda. Acho que o melhor que poderia fazer nesta altura era arranjar uma vaga numa equipa com um projecto sólido numa Liga Top4. Mas com a fama que ganhou, não sei quem estará interessado.
4. Possíveis Adversários no Caminho para Champions League. A Segunda Ronda da Qualificação para a Champions League terminou. Como tal, já sabemos quem poderão ser os nossos adversários. Há três possíveis: (1) PAOK que eliminou o Besiktas por 3-1 e que à primeira vista parece ser a equipa mais complicada das três; (2) AZ que eliminou o Viktoria Plzen por 2-1 após o prolongamento, que no papel parecia o clube mais difícil inicialmente, com as melhores individualidades (Stengs e Boadu) mas que não tem tido um bom regresso à competição e que como tal parece ser mais acessível do que o esperado; (3) Rapid Wien uma equipa austríaca que, como grande parte dos clubes austríacos nos últimos anos, tem um colectivo muito forte mas não tem grandes individualidades. Eliminaram o Lokomotiva Zagreb por 0-1. Num clube que contratou Everton, Waldschmidt, Vertonghen e que tem Weigl, Pizzi, Rafa, Vinicius e Rúben, não há aqui nenhum clube que nos possa fazer grande frente. Mas esta Ronda é a apenas a uma mão. E num jogo, tudo pode acontecer.
5. Vitória Setúbal Desce ao CNS. Há vários anos que vamos ouvindo falar da situação financeira que o Setúbal foi vivendo. Parece que foi desta vez que se concretizou. Por um lado, é justo, porque o Setúbal conseguiu a manutenção não pagando aos seus jogadores a horas, por outro lado, garantiram a manutenção em campo. Já houve descidas no passado por ordem judicial. Todas elas voltaram atrás e isso trouxe Gil Vicente e Boavista de volta à primeira. Esta aqui é um pouco diferente. Não estamos a falar de escândalos de corrupção, nem de utilização de jogadores não inscritos. Estamos a falar de um clube que não tem dinheiro para andar na Primeira Liga. Não creio que o Setúbal consiga regressar à Primeira Liga daqui a dois-três anos com uma ordem judicial. Como tal, prevejo um futuro muito negro aos sadinos. Talvez demore algumas décadas até regressarem à Primeira Liga.
6. Andebol Regressa Amanhã. O Andebol regressa à competição com a estreia a acontecer na qualificação para EHF European League este Sábado contra o HC Fivers, o atual Campeão Nacional da Áustria. À partida somos favoritos nesta eliminatória. Podem seguir a partida na BTV a partir das 15h00."
Coluna Vermelha, in Facebook

Sorteio da Liga Proença


"Tal como no ano passado, é altura de voltar a falar na fantochada que é o sorteio da Liga Portuguesa. Isto é apenas e só a apresentação do calendário. Nada mais.
Para quem não sabe, o calendário das provas da Liga surge num ecrã depois de serem sorteadas 6 bolas de 0 a 9. Ou seja, segundo a Liga existem 1.000.000 (1 milhão) de combinações de calendários possíveis. Nem mais uma, nem menos uma, 1 milhão certinho (!).
Por outras palavras, se calharem as bolas “000000” há uma grelha de jogos, se calhar “000001” há outras, e assim sucessivamente. No total, há 1 milhão de possibilidades (as 999999 mais a combinação “000000”).
Este 1 milhão de grelhas possíveis serve não só para a Liga NOS, mas também para a 2ª (!), onde há 3 anos, por exemplo, existiam mais 2 equipas que na Liga NOS.
Ou seja, o número de equipas varia, o número de jogos varia, o número de condicionantes varia, mas o número de combinações mantém-se.
A Liga NOS tem condicionantes como: Benfica e Sporting, #PortoaoColo e Boavista a jogarem em jornadas alternadas em casa, por exemplo. A 2ª Liga tem outras, por exemplo os encontros entre Benfica B e #PortoaoColo B será sempre na última jornada de cada volta.
Mas será as condicionantes que modificam o número de grelhas possíveis? Claro que não. É sempre 1 milhão.
Numa época onde se fala que os primeiros jogos serão à porta fechada, o calendário terá ainda mais influência e, como sempre, beneficiará os mesmo de sempre.
Podem consultar aqui as condicionantes deste ano e verifiquem que são diferentes entre as duas ligas e que são diferentes das da época passada, mas já sabem 1 milhão de combinações na mesma: 
https://www.ligaportugal.pt/pt/epocas/20192020/noticias/institucional/condicionantes-do-sorteio-de-liga-nos-e-ligapro/
Apesar de todas estas condicionantes, estas não são obrigatórias, existindo a ressalva de "Evitar, na medida do possível". Obviamente que já sabemos que caso uma equipa seja prejudicada, essa será a justificação da Liga " Evitar, na medida do possível" e apostamos que nunca será o PortoaoColo.
Fica a nossa aposta:
- Na 4ª jornada "calhará" Benfica vs FCP ou SCP;
- Na jornada de um FCP vs SCP, o Benfica vai defrontar Guimarães ou a Braga (é assim há 7 anos);
- Na 1ª volta jogamos com FCP e SCP em casa;
- Na segunda volta teremos 2 jogos seguidos fora de casa;
- Na penúltima e a última jornada jogaremos contra o FCP, SCP ou Braga."