"A enxurrada nos jornais continua. São reforços e outros reforços com origem nas mais desencontradas latitudes. Afinal, quantas equipas vai ter o Benfica na próxima temporada? Quantos plantéis? O povo vermelho incomoda-se com a tendência da imprensa para empurrar jogadores rumo à Luz. Tempo perdido, energias desperdiçadas. É sempre assim nos defesos. Foi, é e será. O Benfica vende como nenhum outro clube em Portugal.
Para onde devem os simpatizantes da causa rubra mobilizar atenções? Para outros folhetins, esses sim, perturbadores. Nos últimos dias, multiplicam-se referências a Luís Filipe Vieira, a Rui Costa, a Jorge Jesus, a Nuno Gomes, a Fábio Coentrão. Demasiado cirúrgicas e, no essencial, depreciativas. Pior, em alguns casos, provocatórias mesmo. Há aí muita matéria gizada com o intuito de criar divisões no seio da família benfiquista. Importa que todos o percebam a saibam responder em conformidade.
Infelizmente, alguns benfiquistas que escrevem nos jornais e debitam nas televisões e nas rádios, não entendem o que está verdadeiramente em causa. Embarcam nas esparrelas, quais inocentes úteis. A questão é simples, tão simples como isto: numa altura em que o futebol do Benfica procura corrigir erros do passado e criar condições para uma época vitoriosa, não falta quem tente fomentar uma atmosfera tensa, susceptível de criar rupturas internas e distrair os responsáveis daquilo que é primacial.
Os nossos adversários sabem o que fazem. O Benfica incomoda muita gente. Os nossos correligionários, ainda que só alguns, não sabem o que dizem. O Benfica é mesmo muito grande. Nas virtudes? Também nos pecados."
João Malheiro, in O Benfica