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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Chama Imensa... Indignação 'atrasada' !!!

Lixívia 28

Tabela Anti-Lixívia
Benfica ........ 71 (-4) = 75
Corruptos.... 70 (+11) = 59
Sporting .... 65 (+15) = 50

Jornada importante, com o Benfica a passar para a liderança... e com arbitragens sem influência nos resultados, sendo que o único erro importante foi em Braga, onde nem o 'zelo' do Godinho conseguiu levar os Lagartos à vitória...!!!

Uma nota importante, se verificarem as 'contas' deveríamos ter 16 pontos de vantagem, isto quer dizer, que o jogo em Setúbal, poderia ser o jogo do título!!!

Estava com receio da dupla Xistra/Veríssimo, mas no final a nota até positiva, mesmo com um critério disciplinar absurdo, com o Benfica a ser altamente prejudicado... e com potenciais consequências nas próximas jornadas!!!
O único potencial erro, foi a 'entrada' do Wakaso sobre o Zivkovic, logo aos 4 minutos! Uma daquelas 'entradas' alaranjadas, a 'cair' para o Vermelho!!!
Bem no golo anulado ao Guimarães por fora-de-jogo... E bem no penalty, só não percebi a dúvida do Veríssimo!!! A falta é óbvia, o defesa do Guimarães não saltou, tem o braço levantado... é verdade que existe um ligeiro desvio do Jardel, mas existe um aumento da volumetria.
A conversa do Peseiro no final é ridícula! Uma coisa, é a falta ser completamente desnecessária, outra coisa é a falta ter existido... e neste caso existiu!!!
No resto do jogo, verificou-se uma perseguição ao Fejsa inacreditável, que leva um Amarelo, numa jogada onde não faz falta, e depois foi ameaçado mais duas vezes, noutras duas 'não faltas'!!! Enquanto isto, os jogadores do Guimarães, iam fazendo faltas, iam protestando, e o Xistra 'seguia'!!!

Como já disse anteriormente, ser o Fontelas ou o Babalu a nomear, o resultado é o mesmo!!! A nomeação do Godinho para Braga é ridícula: 5.º jogo como árbitro num jogo do Sporting, além de 1 como VAR!!!
A questão do golo anulado ao Braga é simples: a decisão de campo do árbitro só pode ser alterado, se as imagens forem inequívocas. Algo que não aconteceu... Até pode ter existido um toque no joelho do Gelson, mas as imagens não conseguem provar. Sendo assim a decisão de campo, deveria ter sido mantida...
No resto da partida, a habitual tolerância, aos caceteiros Lagartos, com o Coentrão a 'safar-se' da expulsão mais uma vez...
No choque do Matheus com o Bas Dost, a decisão foi correcta: é um choque sem bola, em que é difícil determinar quem é o responsável pelo contacto!

O jogo dos Corruptos acabou à poucos minutos, não me pareceu existir Casos, além da impunidade do Felipe, do Brahimi e do Soares... Amanhã depois de analisar melhor os lances, se for necessário farei uma adenda.

Nota especial:
Nomeações
Benfica:
Xistra: 4 (arb) + 1 (var) = 5
Veríssimo: 1 + 4 = 5
Godinho: 2 + 3 = 5
Malheiro: 1 + 4 = 5
T. Martins: 2 + 2 = 4
Hugo Miguel: 2 + 2 = 4
Sousa: 3 + 0 = 3
Soares Dias: 3 + 0 = 3
Esteves: 1 + 2 = 3
R. Oliveira: 0 + 3 = 3
Rui Costa: 2 + 0 = 2
V. Santos: 0 + 2 = 2
V. Ferreira: 0 + 2 = 2
Pinheiro: 1 + 1 = 2
M. Oliveira: 1 + 1 = 2
Mota: 2 + 0 = 2
G. Martins: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
Paixão: 1 + 0 = 1
Nobre: 0 + 1 = 1

Nomeações do Fontelas (do Babalu)
Sporting:
Tiago Martins: 3 (arb) + 4 (var) = 7
Godinho: 5 + 1 = 6
Xistra: 3 + 3 = 6
Hugo Miguel: 3 + 3 = 6
Pinheiro: 1 + 4 = 5
(Estes 5 'mosqueteiros', têm 30 nomeações, em 56 possíveis!!! Todos adeptos do Sporting!!!)
Esteves: 0 + 4 = 4
Rui Costa: 2 + 1 = 3
Capela: 2 + 1 = 3
Sousa: 1 + 1 = 2
Soares Dias: 2 + 0 = 2
M. Oliveira: 1 + 1 = 2
Veríssimo: 1 + 1 = 2
Nobre: 0 + 2  = 2
L. Ferreira: 1 + 1 = 2
Paixão: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
V. Santos: 0 + 1 = 1
Mota: 1 + 0 = 1

Nomeações
Corruptos:
Hugo Miguel: 4 (arb) + 4 (var) = 8
L. Ferreira: 2 + 3 = 5
Soares Dias: 3 + 2 = 5
Veríssimo: 3 + 1 = 4
M. Oliveira: 3 + 1 = 4
Xistra: 3 + 1 = 4
Sousa: 3 + 1 = 4
(Estes 7 'mosqueteiros', têm 34 das 56 nomeações, sendo que 4 são assumidamente adeptos dos Corruptos!!!)
T. Martins: 1 + 2 = 3
Esteves: 0 + 3 = 3
R. Oliveira: 1 + 2 = 3
Godinho: 1 + 1 = 2
Mota: 1 + 1 = 2
Nobre: 0 + 2 = 2
Paixão: 1 + 1 = 2
Malheiro: 0 + 1 = 1
Pinheiro: 0 + 1 = 1
Rui Costa: 1 + 0 = 1
Almeida: 0 + 1 = 1
V. Santos: 1 + 0 = 1

Existem muitas curiosidades nesta lista, cada um poderá encontrar 'pérolas'!!!
Por exemplo, o Bruno Esteves, já fez 7 jogos como VAR dos Dragartos, mas nenhum como árbitro!!! O Godinho que farta-se de ser nomeado para Benfica e Sporting só fez 2 (1-+1) jogos dos Corruptos!!!
etc... etc...

Anexos:
Benfica
1.ª-Braga(c), V(3-1), Xistra (Verissímo), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
2.ª-Chaves(f), V(0-1), Sousa (Tiago Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
3.ª-Belenenses(c), V(5-0), Rui Costa (Vasco Santos), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Rio Ave(f), E(1-1), Hugo Miguel (Veríssimo), Prejudicados, Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(c), V(2-1), Gonçalo Martins (Veríssimo), Prejudicados, (4-0), Sem influência no resultado
6.ª-Boavista(f), D(2-1), Soares Dias (Esteves), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
7.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
8.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Godinho), Prejudicados, (1-2), (-2 pontos)
9.ª-Aves(f), V(1-3), Almeida (Vítor Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
10.ª-Feirense(c), V(1-0), Godinho (Xistra), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
11.ª-Guimarães(f), V(1-3), Soares Dias (Malheiro), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
12.ª-Setúbal(c), V(6-0), Godinho (Pinheiro), Prejudicados, Beneficiados, (8-0), Sem influência no resultado
13.ª-Corruptos(f), E(0-0), Sousa (Hugo Miguel), Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
14.ª-Estoril(c), V(3-1), Pinheiro (Manuel Oliveira), Beneficiados, Sem influência no resultado
15.ª-Tondela(f), V(1-5), Tiago Martins (Malheiro), Nada a assinalar
16.ª-Sporting(c) E(1-1), Hugo Miguel (Tiago Martins), Prejudicados, (5-0), (-2 pontos)
17.ª-Moreirense(f), V(0-2), Mota (Godinho), Nada a assinalar
18.ª-Braga(f), V(1-3), Soares Dias (Godinho), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
19.ª-Chaves(c), V(3-0), Esteves (Vasco Santos), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
20.ª-Belenenses(f), E(1-1), Paixão (Rui Oliveira), Nada a assinalar
21.ª-Rio Ave(c), V(5-1), Manuel Oliveira (Vítor Ferreira), Prejudicados, Sem influência no resultado
22.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (Rui Oliveira), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
23.ª-Boavista(c), V(4-0), Tiago Martins (Malheiro), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
24.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-3), Veríssimo (Esteves), Prejudicados, (1-7), Sem influência no resultado
25.ª-Marítimo(c), V(5-0), Malheiro (António Nobre), Nada a assinalar
26.ª-Aves(c), V(2-0), Rui Costa (Rui Oliveira), Nada a assinalar
27.ª-Feirense(f), V(0-2), Mota (Malheiro), Nada a assinalar
28.ª-Guimarães(c), V(2-0), Xistra (Veríssimo), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Aves(f), V(0-2), Tiago Martins (Pinheiro), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(1-0), Paixão (Hugo Miguel), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(f), V(0-5), Hugo Miguel (Sousa), Nada a assinalar
4.ª-Estoril(c), V(2-1), Godinho (Tiago Martins), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Feirense(f), V(2-3), Soares Dias (Tiago Martins), Nada a assinalar
6.ª-Tondela(c), V(2-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Nada a assinalar
7.ª-Moreirense(f), E(1-1), Godinho (Pinheiro), Beneficiados, (2-0), (+1 ponto)
8.ª-Corruptos(c), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Chaves(c), V(5-1), Rui Costa (Esteves), Beneficiados, Prejudicados (5-2), Sem influência no resultado
10.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Sousa (Capela), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
11.ª-Braga(c), E(2-2), Xistra (Rui Costa), Beneficiados, (1-4), (+1 ponto)
12.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Tiago Martins (Xistra), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
13.ª-Belenenses(c), V(1-0), Almeida (Godinho), Nada a assinalar
14.ª-Boavista(f), V(1-3), Godinho (Vasco Santos), Nada a assinalar
15.ª-Portimonense(c), V(2-0), Capela (Xistra), Nada a assinalar
16.ª-Benfica(f), E(1-1), Hugo Miguel (Tiago Martins), Beneficiados, (5-0), (+ 1 ponto)
17ª-Marítimo(c), V(5-0), Xistra (Esteves), Nada a assinalar
18.ª-Aves(c), V(3-0), Pinheiro (Sousa), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
19.ª-Setúbal(f), E(1-1), Veríssimo (António Nobre), Beneficiados, Sem influência no resultado
20.ª-Guimarães(c), V(1-0), Godinho (Hugo Miguel), Nada a assinalar
21.ª-Estoril(f), D(2-0), Mota (Luís Ferreira), Nada a assinalar
22.ª-Feirense(c) V(2-0), Luís Ferreira (Manuel Oliveira), (1-0), Beneficiados, Sem influência no resultado
23.ª-Tondela(f), V(1-2), Capela (Esteves), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
24.ª-Moreirense(c), V(1-0) , Tiago Martins (Xistra), PrejudicadosBeneficiados, (0-0), (+2 pontos)
25.ª-Corruptos(f), D(2-1), Soares Dias (Pinheiro), Prejudicados, (2-2), (-1 ponto)
26.ª-Chaves(f), V(1-2), Hugo Miguel (Veríssimo), Beneficiados, (2-2), (+ 2 pontos)
27.ª-Rio Ave(c), V(2-0), Rui Costa (António Nobre), Nada a assinalar
28.ª-Braga(f), D(1-0), Godinho (Pinheiro), Beneficiados, Sem influência no resultado

Corruptos
1.ª-Estoril(c), V(4-0), Hugo Miguel (Luís Ferreira), Nada a assinalar
2.ª-Tondela(f), V(0-1), Veríssimo (Malheiro), Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Moreirense(c), V(3-0), Manuel Oliveira (Tiago Martins), Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Braga(f), V(0-1), Xistra (Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Chaves(c), V(3-0), Rui Oliveira (Hugo Miguel), Nada a assinalar
6.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Sousa (Godinho), Nada a assinalar
7.ª-Portimonense(c), V(5-2), Luís Ferreira (Sousa), Nada a assinalar
8.ª-Sporting(f), E(0-0), Xistra (Hugo Miguel), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(c), V(6-1), Manuel Oliveira (Veríssimo), Beneficiados, (5-1), Sem influencia no resultado
10.ª-Boavista(f), V(0-3), Hugo Miguel (Tiago Martins), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), Veríssimo (Luís Ferreira), Beneficiados, (0-2), (+3 pontos)
12.ª-Aves(f), E(1-1), Rui Costa (Esteves), Nada a assinalar
13.ª-Benfica(c), E(1-1), Sousa (Hugo Miguel), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
14.ª-Setúbal(f), V(0-5), Tiago Martins (Rui Oliveira), Beneficiados, (0-3), Impossível contabilizar
15.ª-Marítimo(c), V(3-1), Mota (António Nobre), Nada a assinalar
16.ª-Feirense(f), V(1-2), Veríssimo (Paixão), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
17.ª-Guimarães(c), V(4-2), Soares Dias (António Nobre), Prejudicados, Beneficiados, (4-2), Impossível contabilizar
19.ª-Tondela(c), V(1-0), Godinho (Soares Dias), BeneficiadosPrejudicados, (2-0), Impossível contabilizar
20.ª-Moreirense(f), E(0-0), Luís Ferreira (Manuel Oliveira), Nada a assinalar
21.ª-Braga(c), V(3-1), Hugo Miguel (Almeida), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
22.ª-Chaves(f), V(0-4), Soares Dias (Mota), Beneficiados, Prejudicados, (3-0), (+3 pontos)
23.ª-Rio Ave(c), V(5-0), Xistra (Rui Oliveira), Nada a assinalar
18.ª-Estoril(f), V(1-3), Vasco Santos (Luís Ferreira), Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
24.ª-Portimonense(f), V(1-5), Sousa (Hugo Miguel), Beneficiados, (1-4), Sem influência no resultado
25.ª-Sporting(c), V(2-1), Soares Dias (Pinheiro), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
26.ª-Paços de Ferreira(f), D(1-0), Paixão, (Xistra), Nada a assinalar 
27.ª-Boavista(c), V(2-0), Manuel Oliveira (Esteves), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
28.ª-Belenenses(f), D(2-0), Hugo Miguel (Soares Dias), Nada a assinalar

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As Regras dos Jogos... Trafulhas, Corrupção & Árbitros

Parte da solução ou parte do problema?

"Na iminência do adeus do Sporting à Liga, algumas reflexões podem ser interessantes para se perceber a lógica leonina.

Quem será campeão nacional em 2017/18? O FC Porto continua a ser o principal candidato, numa luta que parece reduzida a dois emblemas. Provavelmente, o indicador mais forte da jornada 28 da I Liga foi o adeus anunciado do Sporting à Champions (ainda tem a via da Liga Europa, mas é pouco plausível...), o que representa um rombo significativo, do ponto de vista desportivo, mas também económico, do projecto de Bruno de Carvalho, corporizado por Jorge Jesus. Haverá, neste âmbito, alguns pontos a salientar:
- É uma realidade histórica, de cada vez que o Sporting se coligou com o FC Porto, os dragões saíram a ganhar. O clube de Alvalade foi sempre de grande utilidade, nas guerras com o Benfica, para a entidade portista, mas com raros ganhos. O Sporting dá-se à causa, desgasta-se, consome energias numa parceira de benefícios únicos, e no fim do dia vê-se usado e abusado por um compagnon de route com outro andamento, perspectiva e até malícia. Talvez o tempo venha a ser bom conselheiro e permita aos leões verem algumas coisas em perspectiva, percebendo, finalmente, o filme todo...
- Bruno de Carvalho, nas múltiplas guerras que decidiu patrocinar em simultâneo - o enunciar todos os alvos provavelmente esgotaria o espaço desta crónica - consolidou-se perante uma ala radical do Sporting, mas tornou credível. A questão que deve ser colocada passa por saber se essa falange de apoiantes será suficiente (e eu até penso que sim) para mantê-lo no poder mesmo perante sucessivos fracassos no futebol, onde ao investimento próprio do plantel mais caro da I Liga, não correspondem os triunfos prometidos com pompa e circunstância.
- E há Jorge Jesus, um treinador de méritos firmados, cuja capacidade e competência ninguém deve discutir, que vai para a terceira época sem jackpot em Alvalade. A pergunta essencial, aquela que deve suscitar a curiosidade dos adeptos leoninos, e esta: o ruído provocado por Bruno de Carvalho, contra (quase) tudo e contra (quase) todas tem ajudado ao sucesso de Jesus ou tem sido um obstáculo? Ou será que Jorge Jesus preferiria que Bruno de Carvalho não andasse a combater todos os moinhos de vento da paróquia, num afã que desfoca a atenção para o essencial? Arrisco dizer que sim.

Ás
Toni
Aos 71 anos, Toni continua a mostrar que velhos são os trapos. Como manager do Kazma, uma equipa modesta do Kuwait, acaba de vencer a Taça da Liga, o que atesta a qualidade do trabalho. E quem é o treinador de campo de Toni? É o filho, António Oliveira, técnico já com o UEFA Pro. Filho de peixe sabe nadar.

Ás
Vítor Oliveira
O Portimonense operou uma reviravolta épica com o Moreirense e garantiu, na prática, a permanência na I Liga, objectivo principal escalão. Vítor Oliveira, célebre pelas subidas de divisão, também tem argumentos para constar no rol dos melhores técnicos portugueses de primeira.

Ás
Edinho
Um poker, que garantiu três pontos de ouro ao Vitória de Setúbal, será sempre proeza de monta. O facto do seu autor já ir nos 36 anos só aumenta o impacto do feito. Edinho até pode voltar a pensar na Selecção Nacional, já que actua numa posição onda não mora nenhum indiscutível de Santos. Quem sabe nunca esquece...

Não acham que já chega de baixo nível?
«I learned long ago, never to wrestle with a pig. You get dirty, and besides, the pig likes it»
George Bernard Shaw, Nobel da Literatura
O que virá a seguir? Quem vai chamar o quê a quem? Que fronteiras da vulgaridade vão ainda ser transportas? Não será este o momento para parar? Não terá já o futebol português que se joga fora das quatro linhas, batido no fundo? Feitas as contas, quem terá sido o maior prejudicado (para além do futebol) por esta estratégia de insulto ou implícito? A resposta até é fácil...

Os herdeiros de Infante
Foi no dia 19 de Setembro de 1948, num Estudiantes, 3 - Rosario Central, 0, que foi inventada a 'rabona', a que os brasileiros chamam 'passe de letra'. O autor desse gesto técnico inovador foi Ricardo Infante, internacional 'albiceleste', que disputou, entre 1942 e 1961, 439 jogos na I Divisão argentina, marcando 217 golos. Esta arte de trocar os pés no momento de tocar a bola teve, nos últimos quase 70 anos, alguns intérpretes sublimes, de Maradona a Valdo, de Jardel a Aimar, de Di Maria a CR7, de Quaresma a Ronaldinho Gaúcho, artistas que foram dando sentido à  definição de futebol como poesia em movimento. No Estádio da Luz, no último sábado, Raúl Jiménez ganhou direito a entrar neste rol de ilustres, com uma assistência de letra para Jonas que valeu o segundo golo do Benfica e se propagou, de forma viral, pela Internet. São momentos destes que tornam os adeptos reféns da arte de bem jogar e apagam o ruído gerado fora das quatro linhas que polui o futrebol. É em cada um destes instantes de irreverência que renasce o espírito livre de Mané Garrincha, a 'alegria do povo'.

Paris manda em França, na Europa é diferente...
O projecto franco-catari do PSG não dá hipóteses à concorrência em França. No sábado os parisienses conquistaram a Taça da Liga, batendo o Mónaco, a segunda melhor equipa do Hexágono. Contudo, esta época ficará sempre marcada pelo fiasco na Champions, um objectivo para já demasiado longe..."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Fiquei na dúvida se deveria publicar, ou não, o editorial d'A Bola, de hoje, assinado pelo Ricardo Quaresma (que pela forma com escreve, me parece ser Lagarto)!!! Mas depois de reflectir, decidi não publicar, pois o seu conteúdo é demasiado pornográfico!!!! Explico: o título da crónica diz quase tudo 'A coragem de Conceição'!!! Elogia as declarações do treinador dos Corruptos, afirma que o dito cujo, é '... uma lufada de ar fresco no cinzentismo que marca, há muitas décadas, o futebol português' !!!
Bem existem três hipóteses:
- ou o cronista, com responsabilidades importantes, na redacção d'A Bola, 'esqueceu-se' das declarações do Conceição, quando insinuou que o Tondela facilitou o jogo ao Benfica; e também não se recorda da reacção do dito cujo, à denúncia anónima sobre um Rio Ave - Benfica... entre outras pérolas!!!
- a segunda hipótese, na minha opinião, ainda é pior: não ouviu, nem nunca leu, tais declarações!!!
- a terceira, é a mais maquiavélica: foi 'pago' para escrever esta barbaridade!!!
Seja qual for, a consequência só poderia ser uma: o despedimento com justa causa!!!
Mas como é óbvio, isso nunca irá acontecer, aliás, provavelmente ainda irá ser promovido!!!!

Falar da Liga é falar muito de Jonas (e de um Sp. Braga mais consistente)

"33 golos aos 34 anos fazem do brasileiro a grande figura do campeonato.

Jonas.
33 golos aos 34 anos.
Edinho.
Um poker, o primeiro da carreira, aos 35.
Pires.
Um hat-trick aos 37.
Um aviso claro para os prazos precipitados de validade atribuídos aos jogadores, sobretudo numa Liga que, por não ser de topo, consente uma maior longevidade aos de maior qualidade.
É o caso dos três futebolistas – sublinhe-se o mérito do avançado do V. Setúbal, que substituiu um Gonçalo Paciência já feito principal referência do conjunto –, embora Jonas seja obviamente figura à parte, não só em relação aos outros trintões, mas também ao resto do campeonato.
O avançado brasileiro é há muito o extra no conjunto encarnado e esta época, face a uma conjuntura que o deixou mais isolado na frente, já ultrapassou inclusive o máximo anterior no campeonato.
No total, Jonas está envolvido em 42 golos já esta temporada, somando os 36 remates certeiros às seis assistências em todas as competições. Face às decisões e à influência que possui na equipa de Rui Vitória terá várias oportunidades para estender o registo.
Os elogios já são repetidos, mas falar do Benfica é falar de Jonas.
Falar da Liga é também falar muito dele.
E está longe de ser falar só de golos, e assistências.
Aos 34 anos, faz parte de uma dinâmica, gerada por Pizzi e Krovinovic, e depois Zivkovic, e por um posicionamento mais interior de Grimaldo, numa alta rotação que também envolve Cervi. A isto soma-se a classe de Jonas. Porque falar de Jonas é, sobretudo, falar de classe. 

P.S. Falar da Liga é também sublinhar a excelente vitória do Sp. Braga frente ao Sporting. No tal caminho da consolidação de que falava Abel antes da partida estaria certamente começar a vencer aos grandes. Significava subir de patamar, garantir outro estatuto. Uma excelente segunda parte garantiu-o, com os minhotos a sentirem agora o cheiro da presa, a apenas um ponto de distância. Um plantel equilibrado, cheio de jogadores de boa qualidade, e um treinador rigoroso e com excelente capacidade de comunicação, garantem um projecto ainda mais ambicioso para o curto prazo. Uma investida cirúrgica ao próximo mercado pode garantir esse extra de que a equipa ainda carece, e o atacar ainda mais forte na próxima época. Brilhante temporada até hoje, como já escrevi antes."

Avizinham-se tempos difíceis

"Com esta derrota, o Sporting deve ter “garantido” o 4.º lugar.

Até cerca da meia hora de jogo, o Sporting reinou a seu bel-prazer em Braga. Por essa altura deu-se um choque violento entre o guarda-redes bracarense Mateus e o avançado sportinguista Bas Dost. O jogo esteve interrompido durante largos momentos para assistir os dois jogadores e para o árbitro consultar o VAR, vendo se haveria motivo para penálti. O árbitro não marcou nada. Mas esse lance revelar-se-ia curiosamente decisivo no encontro.
O jogo virou - e a partir daí, o Sporting não voltou a encontrar-se. Fosse porque a paragem fez adormecer os seus jogadores, iludidos com as facilidades encontradas até aí, fosse porque fez acordar os jogadores do Braga, fosse porque o seu treinador aproveitou a ocasião para rectificar posições, a verdade é que o jogo nunca mais foi o mesmo. O Sporting, que até aí estava a ganhar todos os duelos individuais, passou a perdê-los com impressionante facilidade.
Mas o jogo de Braga teve outros aspectos curiosos. O livre de que resultou o único golo do jogo foi provocado por Montero - um avançado que entrou para resolver o jogo a favor dos leões e acabou por estar na origem da vitória dos arsenalistas. E quem marcou o golo do Braga foi um defesa, Raul Silva - que já podia não estar em campo, porque se lesionara duas vezes e das duas “ameaçara” sair. Finalmente, este golo surgiu na fase final do jogo, quando o Sporting jogava com dez, por expulsão de um jogador normalmente correto, Piccini, mas que teve a má sorte de levar dois amarelos. Enfim, o futebol faz-se de todas estas contradições, surpresas e coincidências.
E agora, Sporting?
Com esta derrota, o Sporting deve ter “garantido” o 4.º lugar. Considerando que o Braga tem vindo a fazer uma segunda volta brilhante, e que o Sporting, ao invés, tem estado titubeante, é altamente provável que o Braga chegue ao 3.º lugar. Ironicamente, na única vez em que o Sporting assumiu desde o início da época que queria ser campeão, nem vai provavelmente ficar entre os três primeiros. 
E se perder a meia-final da Taça de Portugal e for eliminado da Liga Europa, a época saldar-se-á por um fracasso. O que não é caso inédito. Quantas vezes, cá e lá fora, aconteceu uma equipa estar com hipóteses de ganhar tudo e acabar por perder tudo? Mesmo Jesus já passou por isso…
Mas, se tal acontecer, é muito difícil que o clube não entre em crise. Bruno de Carvalho, que insulta tudo e todos por muito menos, não vai ficar calado. Atirará todas as culpas para cima do treinador, dizendo que lhe satisfez todos os pedidos e ele não ganhou nada. E Jorge Jesus possivelmente dirá que é muito difícil ganhar no clima de instabilidade que o presidente cria no clube. O choque será violento e frontal.
Enfim, não prevejo nada de bom para o Sporting neste final de época."

Tudo acabará com o 'para o ano é que é'?

"E agora, Sporting? Poderá uma eventual presença na final da Liga Europa ou uma vitória na Taça de Portugal – como aconteceu há três anos, com Marco Silva, lembram-se? – fazer esquecer o terceiro falhanço consecutivo da era Jesus na conquista do título? E se os leões, com um calendário mais difícil que o Sp. Braga, perderem ainda o terceiro lugar? Tudo se resumirá de novo ao clássico "para o ano é que é"? O que mais me surpreende é o modesto rendimento da equipa, que não será a ausência de William, na Pedreira, que conseguirá explicar. Daí que a partida da próxima quinta-feira possa apontar um destino. Porque pior do que fracassar na liga seria juntar-lhe a perda do resto que está em jogo. E tendo em conta que Atlético de Madrid e FC Porto são os obstáculos que se seguem, a missão de Jorge Jesus parece impossível.
Mistérios não faltam no futebol caseiro, mas no Benfica há um que me intriga: as poucas oportunidades dadas a um jogador precioso, Raúl Jiménez de seu nome. O sentido de baliza do mexicano – tal como a sua capacidade para aumentar a intensidade do jogo – é fantástico. E no sábado, a assistência para o segundo golo encarnado é a prova, irrefutável, do seu talento como executante. Espero que o Benfica não o dispense – e, sendo suplente, seguramente abaixo do seu valor – sem ele ter deixado uma marca entre nós.
Falando de classe. A estreia de Ibrahimovic na MLS foi um êxito inacreditável. Entrar a 20 minutos do final, marcar pouco depois um golo de antologia a 35 metros do alvo e, ao cair do pano, fazer o cabeceamento para o triunfo (4-3), do Los Angeles Galaxy, é uma proeza apenas ao alcance de meia dúzia de predestinados. Como é que um jogador ainda com esta capacidade há três meses que não era convocado por José Mourinho?
Grande luta na 2.ª Liga, com seis (!) equipas a discutir os lugares de promoção, a sete jornadas do fim. Na clara melhoria de nível global afundam-se as turmas B dos chamados "grandes". O FC Porto é o melhor, em 7.º, com o Benfica em 11.º e o Sporting em antepenúltimo, já na zona de descida, onde se encontra também o Sp. Braga. Projecto falhado, vai ter de mudar o paradigma da coisa. 
Melhor na fotografia não está a nossa arbitragem, pois não teremos nenhum juiz de campo no próximo Mundial, o que constitui uma humilhação. Talvez um ou dois possam ir como VAR, ficando de qualquer forma confirmado que os árbitros portugueses não dispõem das competências necessárias para se afirmarem numa grande competição internacional. Não me espantaria, no entanto, que a ausência estivesse igualmente ligada a um trabalho deficiente junto do poder de decisão porque, não sendo boa, a arbitragem cá de casa não é pior que outras que vamos apreciando – a espanhola, por exemplo.
Nem de propósito, termino a destacar um facto preocupante: João Capela está a arbitrar, como estagiário, jogos de basquetebol! Por que será que as más notícias nunca param?"

Por que não são ex-jogadores e ex-treinadores a mandar no futebol?

"Há alguém que queira mais ao jogo?

O último erro que um adepto admite é sempre um que ele próprio cometeu.
Antes, estão os dos seus.
E ainda mais para trás os que consideram uma espécie de família, o seu clube e as gentes do seu clube.
Essas são as suas prioridades.
Para chegarem ao erro do seu clube e dos seus dirigentes, há que subir vários degraus bastante íngremes.
Primeiro, erram os outros.
O árbitro. O vídeo-árbitro. Agora, os jogadores rivais.
É verdade que para se chegar até aqui foi preciso criar a dúvida, e aí a culpa é dos dirigentes e do clima de promiscuidade que existe entre os grandes clubes e os outros agentes do futebol quase desde sempre.
Tudo isto é demasiado mau.
Temos um problema grave de cultura, ou falta de cultura desportiva. Temos péssimos dirigentes, e sobretudo uns muito pouco corajosos. Pouco sabem de bola, e os que sabem, se é que existem, nada mais acrescentam ao jogo do que poeira e ruído.
Se os adeptos e os dirigentes gostam pouco do jogo, por que continuam a ser estes que tomam as decisões?
Pelo contrário, se são os jogadores e os treinadores aqueles que mais gostam do jogo não deveriam ser estes a tomar as rédeas do futebol português?
O Bayern, um dos maiores clubes do planeta, é a prova de que é possível.
Claro que não é só sair do relvado, pendurar as botas e sentar num gabinete. Afinal, não é só futebol, há questões de gestão, comerciais, marketing e financeiras que precisam de um certo grau de conhecimento. Contudo, quem melhor protegeria o jogo do que jogadores e treinadores?
Haveria decisões erradas, claro, como existem hoje, mas tenho a certeza de que haveria menos ruído, menos polémica, e uma maior defesa do que se passa em campo.
Fica a reflexão.

P.S. Já escrevi várias vezes sobre o Sporting, que ficou muito longe do título depois da derrota em Braga. A quebra era algo que se adivinhava há várias semanas face ao rendimento da equipa. Gelson Martins, embora de forma intermitente, Bas Dost e, sobretudo, Bruno Fernandes, foram os alicerces da candidatura durante quase todo o tempo, mas insuficientes para suportá-la até ao fim. O resto da equipa joga a uma velocidade diferente. Bruno Fernandes foi o melhor que podia ter acontecido ao Sporting. Estará certamente no final no pódio dos melhores da Liga."

Luís Mateus, in MaisFutebol

PS: É tão fácil generalizar... querem ex-jogadores como dirigentes?! Estamos a falar de quem?! Do Manuel Fernandes?! Do Rodolfo Reis?! Do Fernando Mendes?!... entre outros!!!

O futuro de Jesus

"Jesus tem contrato com o Sporting até Julho de 2019 mas isso pode não ser suficiente para garantir a sua continuidade. O adeus ao título coloca JJ perante a necessidade de conquistar mais um troféu (Taça de Portugal ou Liga Europa) para cumprir a época que falta. Esta é uma velha história para treinadores que vivem sob a pressão de ganhar e que exige resposta à altura. Jesus conhece-a bem.
Se o final da temporada chegar e o Sporting tiver ganho apenas a Taça CTT, é claro que sabe a pouco. Se porventura conquistar mais uma prova (e não cair do 3º lugar na Liga), obrigatoriamente terá de se considerar uma boa época. O Sporting lutou por tudo (e ainda tem muito para ganhar) e esse é um salto que deveria ser suficiente para validar mais um ano a Jesus para consolidar o ciclo. A não ser que a ‘química’ entre os líderes se tenha perdido. Aí é que já não há nada a fazer.
Há muitos anos que o Record é parceiro do CAC por esta altura do ano quando o pequeno clube leva a ombros, com enorme esforço e carinho, uma das maiores festas do futebol juvenil em Portugal, o Torneio Internacional da Pontinha. A 37ª edição ficou fechada e respeitou os pergaminhos, engrandecendo o nome do futebol, dos participantes e dos organizadores. Ali, sim, está o futebol em estado puro. Revigorante e animador."


PS: Se o Director do Rascord tem a autorização para escrever esta crónica, é porque a coisa está grave!!! Mas curiosamente, o colunista esqueceu-se de uma variável: o resultado no Sporting - Benfica, o verdadeiro campeonato dos Lagartos!!!

Semana...

Benfiquismo (DCCXCV)

Golo...

A minha lareira

"Nunca mais este primeiro de Abril voltou a ser domingo de Páscoa. Para mim é um dupla alegria. Faço anos de novo no domingo libertador.

(...)
E sabendo tudo isto celebro, hoje, a vida. Brindo à vida! Partilhando, a partir da lareira bem acesa, e neste jornal que me acolhe semanalmente, - e a quem estou profundamente grato! - algum sentido desta vida. No momento em que há reguladores que não funcionam, empresas que violam regras elementares da concorrência e da economia e que há poderes que só existem formalmente e outros que vivem, anestesiados, com a sua euforia comunicacional. E, assim, para além dos resultados dos jogos já terminados desta 28.ª jornada da Liga NOS - que começou na quinta feira e termina amanhã com a visita ao Restelo, sempre com simbolismo, do Futebol Clube do Porto - o que fica, para mim, são, sim, múltiplos momentos de vida, diferentes temas e vivências com a consciência sempre, que no silêncio não há «afirmativa nem negativa». E há silêncios que não podem esperar muito mais! É que sente-se que hoje há, tão só, a verdade da manhã e a mentira à tarde ou, então, há a simplicidade enérgica do epíteto, seja o veneno da imputação seja a sobrevivência na contradição. Ou a persistência na ilusão. E, assim, e a partir da lareira do passado, fui Presidente-adjunto da Associação de Futebol de Lisboa e sou, agora, com honra, Presidente do seu Conselho de Justiça. Fui igualmente membro do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e Presidente do Conselho Jurisdicional da Federação Portuguesa de Patinagem. Fui Presidente do Conselho Superior do Desporto e membro do Conselho Nacional do Desporto. Fui Presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Badminton e, também da de Automobilismo e Karting. Marquei presença no hipismo e na esgrima. Sei, assim, o que é ser, em pleno, dirigente desportivo em regime de voluntariado! Integrei o Conselho de Arbitragem Desportiva do Tribunal Arbitral do Desporto que tão desprezado é por alguns que o ajudaram a criar! Foram múltiplos momentos e instantes vividos e sentidos. Como os assumidos no 'Jogo Falado' (RTP), no 'Dia Seguinte' (SIC) ou no 'Prolongamento' (TVI), aqui a simpático e honroso convite do Dr. José Eduardo Moniz. Ou na BTV ou, com muito gosto, aqui na A Bola TV, em particular, e sempre com uma antecipada degustação no 'Lisboa à noite', nos agradáveis serões da 'Quinta da Bola'. Com o Paulo a marcar virtuosa presença, o José Manuel Delgado a bem dirigir o Vítor Serpa, a sua perturbante serenidade, a liderar! Em todos estes espaços combinados paixão com razão. Pensando por mim. Articulando fé e convicção. Assumindo que a defesa de uma paixão não pode perturbar o que se vê e o que se ouve. O que se sabe e o que se tem de silenciar. Sabendo que há segredo e há segredos. E mesmo sendo do signo carneiro não integro rebanhos nem me esqueço de mentiras escutadas, justificações em sentido, estórias mal contadas ou traições assumidas. Que o tempo, sempre o tempo, recupera em circunstâncias dolorosas para aqueles que as construíram ou as concretizaram.
É que o «tempo vai a passo mas não descansa nem dorme»! E no desporto há valores permanentes de todos os tempos, de todas as cores e de todos os espaços. E esses valores - que também fazem parte da matriz deste jornal e deste grupo! - e onde se integram a dignidade e o respeito, não podem ser eliminados em acções nem violados nos comportamentos. É que o desporto é paixão mas também é carácter. É prazer mas não violento. É crítica com dignidade. É espírito com respeito. Tudo o que sinto e desejo neste Domingo bem especial. Desta minha lareira uma Santa Páscoa."

Fernando Seara, in A  Bola

Obra de arte mexicana

"A letra de Raúl Jiménez foi um instantâneo soberbo, sublime, da exaltação do futebol.

Expectativa após a paragem
1. Existia alguma expectativa em torno deste jogo para se saber como se comportavam as duas equipas após a paragem do Campeonato - o Benfica com uma dinâmica já instalada num 4x3x3 bem consolidado e um Vitória de Guimarães a aproveitar o interregno para criar dinâmicas e uma nova ideia em termos de posicionamento, tentando corresponder às ideias do seu novo treinador, José Peseiro.

Desinspiração 'vs.' solidez
2. O Benfica entrou inesperadamente pouco inspirado no jogo, perante um Vitória de Guimarães sólido defensivamente e a criar perigo no contra-ataque, sobretudo pela ala esquerda, com destaque para Konan, Heldon e Raphinha - o homem mais adiantado aparecia muitas vezes naquela zona -, a aproveitarem a qualidade de passe de Matheus Oliveira. Os encarnados sentiram, nesta fase, algumas dificuldades a nível defensivo e, no plano ofensivo, com pouco mobilidade. Tendo em conta todas estas vicissitudes, o Benfica apenas criou uma oportunidade de golo após um excelente passe de Pizzi, enquanto os vimaranenses construíram duas. Já muito perto do intervalo,acabou por ser uma grande penalidade a tirar o marcador do nulo.

Desequilíbrio pela esquerda
3. Na segunda parte o Vitória de Guimarães foi mais curto em termos ofensivos, enquanto as águias protagonizaram uma exibição mais categórica e dominadora, conseguindo fabricar mais chances para o golo e a encostarem mais o V. Guimarães à sua área. Por esta altura, Grimaldo apareceu duas vezes na cara do golo mas Miguel Silva negou-lhe os intentos. Apesar destas falhas, o espanhol foi o melhor em campo, pois já na primeira parte se tinha relevado decisivo em duas dobras a afastar o perigo. A ala esquerda encarnada, aliás, foi muito mais desequilibradora do que a contrária. Após a entrada de Jiménez, o Benfica ganhou maior mobilidade e chegou ao segundo golo. José Peseiro, que ainda não tinha mexido, fez entrar Welthon, mas já era tarde para alterar o rumo dos acontecimentos.

A razão de uma paixão
4. O grande momento do jogo foi, sem dúvida, o excepcional passe de letra de Raúl Jiménez para o golo de Jonas - obra de arte mexicana. Um instantâneo soberbo, sublime, de exaltação do futebol. Daqueles momentos que me relembram a razão pela qual sou um apaixonado pelo futebol há mais de 50 anos."

Vítor Manuel, in A Bola

Cabeça sem juízo, o corpo é que paga

"Sábado de Páscoa intenso na I Liga portuguesa. Jogos equilibrados e decisões difíceis das equipas de arbitragem marcaram uma jornada que pode representar muito para as contas finais da prova. Ontem, honra seja feita aos árbitros do Portimonense - Moreirense, Benfica - V. Guimarães e SC Braga - Sporting, estes não se refugiaram no VAR e foram (tele)ver os lances capitais, decidindo, depois, conforme a convicção criada. Concordando-se mais ou menos com o que foi o veredicto final, não lhes faltou coragem.
É evidente que o resultado da 'pedreira', que mantém os arsenalistas dentro do sonho do pódio e afasta os leões da luta pelo título, foi o facto mais relevante da jornada. Na noite da confirmação de Abel Ferreira como treinador de elite, duas questões, relativas ao Sporting, devem ser suscitadas.
A primeira tem a ver com o facto da turma de Alvalade ter perdido, entre a sexta e a vigésima oitava jornada, onze pontos para o Benfica. Trata-se de um trambolhão relevante, que poucas pessoas, no universo leonino, muito provavelmente antecipariam.
A segunda, em jeito de reflexão, dirige-se ao presidente do Sporting:
- O que ganhou a equipa de Jorge Jesus com a guerra que Bruno de carvalho criou com o SC Braga?
- Em que medida beneficiaram os leões do clima crispado que foram encontrar à 'predreira'?
- O que ajudou à época verde e branca a motivação extra que foi dada, neste momento capital, ao clube adversário, dos jogadores aos dirigentes e destes aos adeptos?
Diz o povo, num aforismo que aqui tem cabimento, que quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga..."

José Manuel Delgado, in A Bola

De letra e (sem) cabeça

"O fantástico passe de Jiménez para o golo de Jonas; a cabeça que Raul Silva tem a BdC por vezes não tem; a pechincha André Horta.

Foi de letra. De A a Z. De certeza, uma das tradicionais 23 do abecedário português. Aposto numa letra redonda, tal e curva percorrida pelo bola. Ou seja, um C. Nunca um O porque a bola não é boomerangável. Foi, mas não voltou. Há quem aposte, porém, num G, dado que o pé direito passou por trás do esquerdo. Os menos poéticos dirão que foi um I: recta para o golo. Não parece crível. Uma letra daquelas não pode ser I. Ou L. Ou T. Tem de ter poesia associada. O que só se consegue com curvas e eventual soma de rectas. Foi letra tão bela e arrebatadora que, à primeira vista, poderia parecer um 8. Tipo: foi, voltou e foi de novo. O 8 é uma espécie de O gado. Que hesita e se repete. O N e o M também são letras gagas. Mas em rasgo. Rectas e nada mais. Também poderia, eventualmente, ser um S. Mas foi letra de pé direito, não de esquerdo. Logo, o S fica de fora. Também poderia ser um J ao contrário. Que roda o seu próprio eixo e se coloca, então sim, à disposição do mandante da letra. Claro que é um J. A letra de Jiménez. E Jonas.

Foi de cabeça. Sem ponta de cabelo, crânio redondinho como bola de bilhar, talvez com gillette passada antes do início do jogo, Raul Silva desviou a bola para o fundo da baliza de Patrício. Há a alopécia de Collina, a careca luzidia de Ronaldo Nazário e há agora a cabeça-bola-de-bilhar do central. Foi ela que deu mais uma tremenda dor de cabeça a Jesus. O título é miragem. Quem não tem cabeça arrisca-se a ser derrotado por quem a possui. O SC Braga teve a cabeça de Raul Silva, o Sporting (não) teve a cabeça de Bruno de Carvalho. BdC abriu a boca contra os adeptos: o Sporting perdeu no Estoril. BdC abriu a boca contra Salvador: o Sporting perdeu em Braga. Coincidências, claro está, como diria a inefável Margarida Ribeiro Pinto. A culpa da instabilidade é de Jesus, Patrício, Piccini ou Mathieu. Nunca de BdC.

Foi (sem) cabeça. Há negócios que a razão desconhecerá. Falamos (claro) de André Horta. Não estivéssemos a pouco mais de dois meses do início do Mundial-2018, andássemos apenas pelo inicio de época, ainda por Agosto ou Setembro, e seria fácil apontar o nome do bracarense como candidato aos 23 finais de Fernando Santos. Está muito melhor que Adrien. Ou André Gomes. Mais fresco, mais intenso, mais forte. Mas os negócios que a razão desconhecerá não nascem na Selecção Nacional. Nascem no Benfica. Como é possível que um médio com a dinâmica, a capacidade de remate e a intensidade de André Horta tenha sido cedido ao SC Braga? Se pensarmos apenas no lado desportivo, é incompreensível. Seis milhões de euros pela transferência para os EUA é uma pechincha. E um péssimo negócio."

Rogério Azevedo, in A Bola

Coisas da bola

"Dada a óbvia atractividade do futebol enquanto mercado global, diversas empresas decidiram apostar na comercialização de dispositivos e sistemas que permitem adquirir informação sobre o desempenho, físico e técnico, de jogadores, tanto em contexto competitivo como de treino.

Uma ou duas vezes por semana – ao longo de todo o ano, com excepção de parte do período estival – sou possuído por uma febre rubra que deixa os meus vizinhos em sobressalto. O fenómeno agrava-se quando os jogos não são na catedral, dado que entre o momento do lance e o impropério espaçam 40 segundos (uso o mesmo link do Inácio). As mãos suam, a garganta seca, sem grande proveito além daquele que somente os que comigo partilham a doença percebem.
No tempo que me sobra, além das aulas que vou dando e de ir contando mentalmente quanto tempo falta até esta hora e meia voltar a acelerar o meu coração, estudo e desenvolvo (juntamente com uma equipa fixe) “sistemas embebidos”.
O objectivo é implementar dispositivos que permitem captar grandezas físicas (como a temperatura ou a humidade, por exemplo) e digitalizar os seus resultados. Hoje, estes dispositivos, ou “coisas”, estão conectados entre si e, em geral, com a internet, dando lugar ao que se convencionou chamar a Internet das Coisas (Internet of Things).
Estes dispositivos situam-se numa fronteira entre o “mundo real” (de onde retiram informação e a padronizam) e o “mundo digital”. Dispositivos que podem ser desenhados com dimensões muito reduzidas de modo a poderem ser implantados no corpo de animais, e mesmo de seres humanos, ou incorporados em wearables (entre outros, peças de vestuário, revestimento de bancos, relógios, pulseiras, etc.). Não se pense que é uma tarefa fácil. São inúmeros os desafios que se apresentam à sua aplicação, como, por exemplo, os relacionados com a autonomia energética, a segurança, a fiabilidade e a escalabilidade (isto é, a capacidade para lidar com um número crescente de dispositivos).
A informação relativa a grandezas físicas, “reais”, capturada pelo dispositivo é digitalizada e enviada para um Coordenador, regra geral, através de um sistema de comunicação sem fios. Este Coordenador funciona com um gateway capaz de receber e enviar informação para centenas de outros dispositivos. Mais, como este gateway está ligado à internet, a informação recolhida por todos estes aparelhos pode ser reunida e catalogada em bases de dados alojadas na famosa “Nuvem” (Cloud). Aqui, algoritmos de Inteligência Artificial (Machine Learning) podem ser usados para processar toda a informação recolhida e identificar padrões e, consequentemente, extrair modelos de interpretação e estabelecimento de causalidades. Estes processos permitem um contínuo acompanhamento da evolução do(s) fenómeno(s) ou conjunto de fenómenos que estão a ser monitorizados e, assim, alertar para situações anómalas ou variações inesperadas.
Ou seja, os dispositivos possibilitam a codificação digital de grandezas físicas. Permitem ainda implementar a componente física dos sistemas ciber-físicos. Trocando por miúdos, estes sistemas são todos os dispositivos e aplicações que permitem transmitir de e para a “Nuvem” a informação, processá-la e, após um processo de tomada de decisão baseado na informação armazenada, desencadear acções que incidem sobre o “mundo real” (coisas tão “simples” quanto ligar uma lâmpada ou alterar a concentração de cloro na água). Estes processos constituem o âmago da Transformação Digital que enforma a nova revolução industrial (a Industry 4.0, que se traduz nas dinâmicas crescentes de digitalização da informação considerada relevante, com origem no mundo “físico”).
É aqui que este meu part-time se revela de alguma utilidade para aquilo que realmente importa. Dada a óbvia atractividade do futebol enquanto mercado global, diversas empresas decidiram apostar na comercialização de dispositivos e sistemas que permitem adquirir informação sobre o desempenho, físico e técnico, de jogadores, tanto em contexto competitivo como de treino. Para o caso de se terem perguntado antes: é isso que explica os “soutiens” (os tais wearables) usados pelos jogadores do Benfica. Não tenho resposta para o facto inexplicável de não serem vermelhos.
Estas pequenas “maquinetas” permitem adquirir a mais variada informação sobre cada um dos “artistas” do desporto-rei. O batimento cardíaco do Jonas, a velocidade média do Pizzi, o número de passos e toques na bola do Krovinovic e a posição absoluta (GPS com serviços de correcção) da dupla Jardel-Rúben, por exemplo. À medida que decorre o treino ou o jogo, esta informação é digitalizada, catalogada e armazenada na “Nuvem”. Posteriormente, aplicações de software especificamente desenhadas para o efeito fazem o tratamento de toda a informação recolhida e permitem à equipa técnica aferir o desempenho de cada um dos jogadores. A informação pode ainda ser cruzada com dados obtidos por outras vias, como resultados de análises clínicas, permitindo à equipa médica aferir o estado físico dos jogadores e adequar o seu plano de treinos individual (não me parece que esteja a resultar no Glorioso mas a culpa não é da engenhoca).
Dito isto, ninguém me tira da cabeça que, durante os referidos, e “sagrados”, 90 minutos, os adversários do Glorioso correm muito mais do que contra outros adversários. Em breve, poderemos ter acesso a dados que comprovam que esta convicção é apenas uma consequência nefasta da deliciosa febre rubra contra a qual a ciência nada pode. Mas, fazendo um esforço para ser (parecer) neutro, poderemos também chegar à conclusão que a reacção contra a tecnologia aplicada ao futebol é uma luta contra moinhos de vento.
Até porque, para ver Coisas antigas, basta ir à sala de troféus de um certo adversário."

Águia líder; leão diz adeus

"Dois golos de Jonas, um deles com toque artístico de Jiménez, deram ao Benfica a liderança à condição. O FC Porto ficou assim sob pressão e para recuperar a almofada de dois pontos de vantagem – além do 1º lugar, claro – está obrigado a ganhar no Restelo. Jonas bisou e chegou aos 33 golos na véspera de fazer 34 anos. O brasileiro representa 45, 2 por cento dos tentos do Benfica na Liga e tem sido o combustível de um tetracampeão que está superconfiante. O penta nunca esteve tão perto. O Sporting disse adeus ao campeonato e vê o Braga à distância de um curto ponto. Os leões entraram bem no jogo, mas à medida que o tempo foi avançando, o Braga cresceu e as forças equilibraram-se. O golo do triunfo minhoto surgiu quando o leão já estava reduzido a dez.
O Sporting deve agora apontar as baterias para a Liga Europa e muito especialmente para a Taça de Portugal, onde, mesmo em desvantagem com o FC Porto, está mais perto de chegar a uma final e a uma conquista.
Depois do póquer de Edinho, o hat trick de Pires. Curiosamente, tal como Jonas, também faz hoje anos e vão ser 37. Decididamente, 1 de Abril foi um bom dia para nascerem goleadores. A sensacional reviravolta do Portimonense é uma das histórias mágicas desta Liga e fica associada ao homem golo de Amares."

Da elevação e da grandeza

"O futebol português tem vários problemas. E um deles é haver tanta gente com responsabilidade a assobiar para o lado.

O presidente do Sindicato dos Jogadores vai levar alguns capitães de algumas equipas de Liga e Liga 2 para discutirem com a Liga, a Federação Portuguesa de Futebol e o Governo para discutirem o momento do futebol português, em especial o ambiente criado aos seus profissionais com as tão na moda denúncias anónimas, um novo mal inventado por uma indústria que, em Portugal, parece sentir uma irresistível tentação pela lama. A medida é boa, como boas são todas as medidas que visem tentar alterar o estado das coisas. Mas podia Joaquim Evangelista, antes de mais, falar com os capitães dos três grandes (estarão nas reuniões?) e pedir-lhe primeiro para falarem com os seus presidentes, exigindo-lhes bom senso e respeito - a eles e a todos os que, em nome deles, falam nos canais, oficiais ou não oficiais, dos clubes - pelos seus companheiros de emblemas mais pequenos, usados como carne para canhão numa guerra com a qual não têm nada a ver.
Porque é preciso perceber uma coisa: por serem anónimas as denúncias são órfãs de pai e mãe. Mas têm sempre, um objectivo concreto, pensado por mentes mais ou menos perversas para quem os fins justificam os meios. Não lhes interessa quem atingem pelo caminho, desde que esse caminho os deixe mais perto de ganhar. É triste, mas é a realidade a que chegou o futebol português. Por isso, claro, fale-se e discutam-se formas de acabar com este ambiente. Mesmo que já não vamos lá só com conversa. Mas enfim, pode ser que se trate só de um primeiro passo.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu, na Gala das Quinas de Ouro organizada pelo Federação Portuguesa de Futebol, «elevação e grandeza» aos responsáveis pelo futebol português. Mesmo tratando-se do Presidente da República, há um risco (muito elevado, até) de também este apelo cair em saco roto, engolido por essa máquina trituradora em que todos conseguimos transformar algo que devia, de facto, estar acima de tudo e todos. Por ter esperança de que alguns possam, tendo ouvido as palavras da maior figura de Estado, não saber bem o que quis dizer, aqui fica, com a ajuda do Dicionário, a definição das duas palavras.
Elevação: «1. Acto de elevar; ascensão. 2. Distância desde o solo, ou a partir de um ponto dado; altura. 3. Lugar que fica sobranceiro; eminência; outeiro, colina. 4. Aumento. 5. Exaltação a uma dignidade. 6. Grandeza, nobreza; distinção».
Grandeza: «1. Qualidade de grande; tamanho; extensão; a altura; comprimento. 2 (Figurado) Excelência (em coragem, magnanimidade, etc.). 3. Fausto, pompa, opulência. 4. Nobreza. 5. Dignidade, hierarquia. 6. Título honorífico de grande do reino».
Pode ser que ajude...

António Costa, o primeiro-ministro, não quis ficar atrás e falou, em entrevista à Visão, do momento do futebol português. Entre várias palavras de circunstância, foi-lhe perguntado se em Portugal havia alguma hipótese de o Governo fazer o que se fez na Grécia, onde o governo suspendeu o campeonato. «Na Grécia um dirigente entrou com uma arma em campo. Ainda não chegámos a esse ponto», atirou o primeiro-ministro. Tem razão António Costa: não chegámos a esse ponto. Ou melhor: AINDA não chegámos a esse ponto. Mas não estamos livres disso. Porque se há coisa que já aprendemos é que não há limite para aquilo que podemos esperar do futebol português. Até o que nos parece impossível é, afinal, possível. É bom, portanto, que o Governo se deixe de palavras bonitas, descruze os braços e deixe de fazer de conta que não há um problema. Porque há. Vários, até. E um deles é haver tanta gente com responsabilidade a assobiar para o lado."

Ricardo Quaresma, in A Bola

PS: Que tal A Bola, em vez de associar para o Governo, começasse a enunciar os principais culpados deste ambiente: Babalu e o Insolvente (com o apoio do Pintinho, como é óbvio)!!!

Da compostura

"Tudo se passou por 1914. Na primeira vez em que o Benfica foi jogar com o FC Porto ganhou por 8-2. Se por todos os jornais correu a ideia de que Artur José Pereira era «jogador extraordinário», só num deles de falou do «lance insólito» que se vira no Campo da Constituição: «Um jogador do Benfica meteu uma bola na própria baliza, sofrendo a seguir um pontapé de canto, porque o referee achava que assim rezava a lei» - e, apesar disso, não houve protestos, iras ou destrambelhos. (ainda era um futebol muito romântico - mas também não era preciso chegar-se onde se chegou...)
Do Porto foi o Benfica à Corunha - para mais três desafios. No último, para recolha de fundos a favor dos «Niños Descalzos», tinha a vê-lo «muitas senhoras de mais alta sociedade galega» - e, a dado instante, Artur José Pereira sofreu entrada rude. Quando o jogador do Corunha se levantou para lhe pedir desculpa, recebeu, em fúria, insulto que se ouviu «como trovão» na tribuna - «fazendo corar algumas das senhoras». «Vexado» pelo vitupério (e pela «falta de educação e compostura») na sua condição de capitão de equipa, Cosme Damião acercou-se do Artur e expulsou-o do campo (o árbitro não achara razão para tanto) - e quando chegaram ao hotel, fechou-o à chave no quarto, para que não fosse ao jantar de gala que o Corunha oferecera. Ao sabê-lo, Carruncho, o capitão galego, suplicou-lhe que lhe cessasse o castigo. Por duas vezes escutou que não, só à terceira ouviu de Cosme:
- Não querendo eu ser descortês consigo senhor Carruncho - vamos, então, buscar o preso ao hotel!

PS: Está história é (obviamente...), dedicada a todos os que continuam a fazer do futebol (que não é o futebol) o que parece ser cada vez mais a ala psiquiátrica dum hospital num jogo jogado através de actos vis ou palavras sujas espalhadas pelo Facebook (e não só) - ou através do ventriloquismo reles de cartilheiros e directores de comunicação (aliás, de propaganda), de manigâncias em denúncias anónimas ou de outros ardis."

António Simões, in A Bola