Últimas indefectivações

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Visto de 'fora'...!!!

Vitória histórica

"Está dado o mote para a temporada 2019/20 e o primeiro objectivo foi alcançado. Após uma pré-época bem planeada e melhor conseguida, sagrando-se vencedor da International Champions Cup, o Benfica obteve uma vitória histórica, fruto de uma enorme exibição. Se a noite foi ventosa no Estádio Algarve, a segunda parte benfiquista foi um autêntico vendaval!
Para o Museu Benfica – Cosme Damião segue o oitavo troféu da Supertaça. Tendo em conta a grandeza do nosso Clube, reconhecemos que são ainda poucos. Queremos mais, muitos mais!
No entanto, satisfaz-nos imensamente que tenhamos conquistado as três últimas Supertaças disputadas... nas últimas quatro épocas. Marcar presença regular no jogo da Supertaça é uma das consequências do período hegemónico que vivemos e soubemos construir. Vencer as últimas três é reflexo, sobretudo, de competência.
Pizzi foi considerado o homem do jogo. Marcou dois dos cinco golos benfiquistas e ainda fez uma assistência brilhante para Rafa. Soma agora três golos na prova e tornou-se no melhor marcador da história do Benfica na Supertaça (igualou Nené, mas tem somente quatro partidas, enquanto que o notável avançado actuou em nove). Rafa foi outro dos jogadores mais destacados pela generalidade dos analistas, somando duas assistências ao tento inaugural.
Mas foi a exibição colectiva da nossa equipa que nos permitiu a celebração deste triunfo. Para Bruno Lage, além do prestígio de vencer o troféu, o importante foi a equipa ter-se aproximado da imagem deixada na época passada. A forma como pressionou o adversário e soube jogar com bola, criando inúmeras oportunidades de golo, foi o catalisador para a goleada notável.
Só por treze vezes o Benfica conseguiu marcar pelo menos cinco golos numa partida frente ao Sporting em competições oficiais. A última ocorrera em 1994, na inesquecível tarde chuvosa de maio em que João Pinto contribuiu com três golos para a vitória por 3-6 em Alvalade. E a penúltima havia sido em 1986, num confronto a contar para os quartos de final da Taça de Portugal (5-0 no Estádio da Luz). Foi a sexta vez que o Benfica bateu o Sporting por cinco golos em “jogos oficiais”, a quinta sem sofrer qualquer um (5-0 em 1912, 1939, 1978, 1986 e 2019; 7-2 em 1946).
Porém, não nos iludamos. Como disse o Presidente Luís Filipe Vieira, e o histórico de confrontos entre Benfica e Sporting assim o revela, estes resultados por vezes acontecem e raramente reflectem a diferença entre as equipas.
Será em igualdade de circunstâncias com os adversários que o Benfica partirá para as restantes competições. E será, também, com insuperável ambição que o Benfica procurará, jogo a jogo, somar triunfos e acrescentar títulos e troféus ao seu vasto palmarés. A época foi preparada a pensar em todas as provas, a Supertaça tratou-se somente da primeira.
Que venha o Paços de Ferreira. Estamos prontos!"

Benfica holt zwei Titel an einem Wochenende

"Auch in Portugal rollt wieder der Ball. Am gestrigen Sonntagabend spielten Meister Benfica und Pokalsieger Sporting Lissabon an der Algarve um den Supercup. Doch bereits einen Tag bevor in der Ferienregion der offizielle Startschuss in die neue Spielzeit fiel, konnte Benfica den ersten Titelgewinn feiern.
Zehn Tage waren die Adler im Juli auf USA-Tour und trugen dort im Rahmen des International Champions Cup (ICC) drei Begegnungen aus. Sehr zur Freude der zahlreichen in den USA lebenden portugiesischen Einwanderer, die die Auftritte von Benfica zu Heimspielen machten.
Der ICC ist ein mehrwöchiges Sommerturnier, das in verschiedenen Ländern ausgetragen wird. Neben dem portugiesischen Rekordmeister waren die Teilnehmer in diesem Jahr der FC Arsenal, Manchester United, Tottenham Hotspur, Bayern München, AC Florenz, Inter und AC Mailand, Juventus Turin, CD Guadalajara, sowie Real und Atlético Madrid.
Nach Siegen gegen den mexikanischen Rekordmeister CD Guadalajara (3:0), den AC Florenz (2:1) und den AC Mailand (1:0) konnte nur noch Manchester United den Adlern den Turniersieg streitig machen. Allerdings kamen die „Red Devils“ in ihrem letzten Spiel an diesem Samstag nicht über ein Unentschieden gegen den AC Mailand hinaus. Benfica konnte sich somit erstmals in die Siegerliste des ICC eintragen, auf der bereits Namen wie Real Madrid, Manchester United oder Paris Saint-Germain stehen.
Sicher ist der sportliche Wert des Sommerturniers nur begrenzt aussagefähig. Der ICC hat sich allerdings in den letzten Jahren zu einem immer ernster zu nehmenden Wettbewerb gemausert, den zahlreiche europäische Spitzenvereine zur Saisonvorbereitung nutzen. Auch unter wirtschaftlichen Aspekten wird der ICC zunehmend attraktiver, schließlich bietet er den Klubs die Möglichkeit, sich in Nordamerika einer breiten Öffentlichkeit zu präsentieren. Dies ist besonders für einen Verein wie Benfica attraktiv, der in seinem Heimatmarkt immer öfter an die Grenzen der Wachstumsmöglichkeiten stößt. Erst Mitte Juli vermeldeten die Adler, dass mit über 45.000 verkauften Dauerkarten für die neue Saison eine neue Höchstmarke erreicht wurde.
Nach der erfolgreichen Vorbereitung waren die Erwartungen der „Benfiquistas“ vor dem Supercup natürlich hoch. Über allem schwebte die Frage, wie die Adler den Abgang von João Félix kompensieren können, der für 126 Millionen Euro zu Atlético Madrid gewechselt ist und beim ICC für Begeisterung sorgte.
Die knapp 30.000 Fans im ausverkauften Estádio do Algarve sahen im ersten Durchgang eine ausgeglichene Partie, in der ein glänzend aufgelegter Benfica-Keeper Odysseas den Rekordmeister mehrfach vor einem Rückstand bewahrte. Fünf Minuten vor dem Pausenpfiff erzielte dann Rafa nach Zuspiel von Pizzi den etwas glücklichen Führungstreffer für Benfica.
In der zweiten Halbzeit ein völlig anderes Bild: Benfica überrannte die Fünfer-Abwehrreihe von Sporting jetzt regelrecht. Nach einer Stunde Spielzeit legte diesmal Rafa für Pizzi auf, der zum 2:0 traf. Nur vier Minuten später sorgte Grimaldo mit einem direkt verwandelten Freistoß bereits für die Vorentscheidung. Sporting hing in den Seilen und hatte den Adlern nichts mehr entgegenzusetzen, die in der Folge sogar noch mehrere hochkarätige Chancen liegen liessen. Wieder war es Pizzi, der auf Zuspiel von Rafa in der 75. Minute auf 4:0 erhöhte, bevor der erst kurz zuvor eingewechselte Chiquinho in der letzten Minute den Schlusspunkt hinter einen vor allem in der zweiten Hälfte überzeugenden Auftritt von Benfica setzte.
Der 5:0-Kantersieg im Derby gegen Sporting war ein Auftakt nach Maß für den Rekordmeister, der seiner beeindruckenden Titelsammlung an diesem Wochenende gleich zwei neue Trophäen hinzufügen konnte. Benfica darf mit breiter Brust in die neue Ligasaison starten, die am kommenden Wochenende beginnt. Die Adler empfangen am Samstag dann das Team von Paços de Ferreira. Spielbeginn im Estádio da Luz ist erst um 22.30 Uhr deutscher Zeit, die Partie wird von DAZN live übertragen.
SL Benfica - Sporting Lissabon 5:0
Supertaça 2019
Sonntag, 4. August 2019, 20.45 Uhr
Estádio do Algarve, 28.636 Zuschauer
Mannschaftsaufstellung: Odysseas, Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Florentino, Gabriel (82. Chiquinho), Pizzi (82. Taarabt), Rafa, Seferovic, Raul de Tomas (87. Jota)
Torschützen: 1:0 Rafa (40.), 2:0 Pizzi (60.), 3:0 Grimaldo (64.), 4:0 Pizzi (75.), 5:0 Chiquinho (90.)"

Curtas da Supertaça em que Florentino provou à Europa que já está pronto

"1ª Parte
- Capacidade de recuperação de Tino e Gabriel não apenas a impedirem a criação do Sporting em organização ofensiva, mas também a permitir saídas para o contra ataque dos encarnados;
- Sporting sem competências para assumir o jogo em ataque posicional, até pela pouca concentração ofensiva – posicionamentos muito conservadores; mas em mais de uma ocasião saiu em contra ataque e acabou por criar mais lances de golo iminente que o Benfica;
- Melhor entrada do Sporting até ao ajuste do pressing do Benfica – Depois de alterado – pelo posicionamento de Raul nas costas de Seferovic, em vez do posicionamento lado a lado, os encarnados passaram a roubar mais bolas e assumiram o jogo em espaços mais altos – Trocou o 2×3 na pressão sobre Neto – Coates – Mathieu, por deixar subir mais metros com bola, para posteriormente ter ala a sair no central, enquanto Raul + Médio encostavam nos médios adversários, ficando um médio para as coberturas (à direita Florentino, à esquerda Gabriel);
- Incrível a má decisão de Bas Dost a três minutos do intervalo – Em 3×2 com muito espaço, não roda – solta de primeira para o corredor lateral e ainda para as costas do colega, matando contra ataque perigosíssimo (Ver Imagem);
- Pequenos pormenores de RDT a demonstrarem uma classe ímpar – Vai fazer muitos estragos! 
- Grande bola de Pizzi a permitir o inaugurar do marcador – Contudo, sem nunca ajudar defensivamente, carregou Florentino no processo defensivo
2ª Parte
- Florentino a um nível absurdo – A quantidade de bolas que recuperou e que permitiu ao Benfica sair em velocidade para a baliza do Sporting foi um dos factores chave da toada e do resultado do jogo; 
- RDT incrível a jogar no espaço entre sectores adversários – Um nível técnico e de decisões absolutamente invulgar na realidade nacional!;
- Rafa a destruir por completo toda a organização leonina a cada bola que lhe chegou aos pés; 
- Sporting sem comportamentos colectivos que possam fazer competir contra o Benfica no momento em que passa a defender com menos gente – Nunca defende bem, no máximo defende com muitos – Quando tem de sair de trás e defender com menos abrem-se avenidas e não há o mínimo de coordenação colectiva;
- Seferovic novamente perdulário – Volta a valer por obrigar defesa adversária a constantes reajustes de posicionamentos verticais, e pelo trabalho defensivo.
- A passagem dos 3 centrais para 2 veio agudizar de forma muito clara as dificuldades do Sporting para defender com posicionamentos correctos – Com menos pernas na última linha, mais exposta ficou a última linha."

Sobre um improviso de Marcel Keizer

"Ainda espero o amor
como no ringue o lutador caído
espera a sala vazia

Lembrei-me destes versos enquanto afoitas câmaras da realização apanhavam no Estádio do Algarve os olhos vazios da desilusão, o espanto das caras afundadas nas mãos, a raiva das lágrimas de quem se vê, no dia 1 da época oficial, caído no ringue, à espera que a ofensiva acabe, a desejar o anonimato da sala vazia, por oposição àquele campo directamente televisionado para largos milhares lá nas suas casas.
São versos de um poema ao qual desavergonhadamente roubei o título para esta newsletter, que me perdoe o José Tolentino Mendonça, porque deve ser outra coisa que não o futebol que passa pela cabeça dos poetas quando sacam da folha branca e começam a juntar palavras e frases. Mas talvez lhes passe pela cabeça sentimentos tão humanos quanto a desilusão, o espanto e a raiva, coisas que o futebol tem de sobra.
Indirectamente ou não, a desilusão, o espanto e a raiva (aos quais junto a preocupação) que tantos adeptos do Sporting deverão estar a sentir neste preciso momento, 12h45 de segunda-feira, 6 de Agosto, se foi dos primeiros a abrir este texto, nasceram de um improviso, não de John Coltrane como no poema, mas sim de Marcel Keizer, que chegou à Supertaça com um onze que havia provado cerca de zero vezes durante a pré-temporada leonina. O Sporting entrou bem, mas estratégias destas não permitem erros ou falhas ou displicências na hora de visar o objectivo, neste caso, a baliza.
O resultado, 5-0 para o Benfica, não será, sejamos justos, fruto de se assumir que se tem menos armas que o adversário. Não será sequer fruto dessa nova estratégia, desse novo sistema, inédito nas últimas semanas para os jogadores do Sporting. Mas será seguramente fruto daquilo que restou quando, ao intervalo, Bruno Lage desmontou a surpresa de Keizer: o problema do Sporting não foi improvisar, foi ser obrigado a ir à pauta e não saber ler.
E assim se arranca uma temporada, com um Benfica adulto, preparado, no qual, para já, não se notam as saídas. Com um FC Porto onde ainda há mais dúvidas que certezas (e com um teste de fogo já na quarta-feira para a Liga dos Campeões, frente ao Krasnodar) e com um Sporting, de momento, afundado por uma derrota pesada e, aparentemente, sem arte ou engenho para sair de apertos e desafios como os que o Benfica lhe colocou à frente na 2.ª parte da Supertaça. E com Bruno Fernandes, o farol de talento que tantas vezes mitigava a evidência de que o Sporting é um conjunto de jogadores mas não uma equipa, de saída e sem um sucessor à vista.
O campeonato começa já na próxima sexta-feira.
(...)"

5

Benfica goleou porque a estratégia tem vida curta, mas o talento não

"Marcel Keizer surpreendeu ao apostar num sistema com três centrais e equilibrou a primeira parte, mas assim que Bruno Lage acertou a equipa, Rafa e Pizzi marcaram as (muitas) diferenças, (...)

Na antevisão a este SL Benfica-Sporting CP, quer na conferência de imprensa, quer no programa que opôs Bruno Lage a Marcel Keizer no Canal 11, o técnico encarnado referiu a possibilidade de os leões entrarem com uma linha de cinco defesas. A possibilidade parecia remota, uma vez que em nenhum momento durante a pré-época esse sistema foi testado, mas a verdade é que se verificou.
Do lado dos atuais campeões nacionais, o 4-4-2 do costume e nada que não se esperasse.
Embora Lage tenha parecido precavido no pré-jogo, a verdade é que as águias não pareceram bem preparadas nos minutos iniciais. Logo aos 3’, a pressão alta que o SL Benfica tentou foi batida, com Seferovic e Raúl de Tomás em inferioridade perante Neto, Coates e Mathieu e, face à desvantagem numérica, Pizzi a sair no central que faltava, libertando espaço para Bruno Fernandes, uma vez que Nuno Tavares foi pressionar Acuña no corredor.
Os leões aproveitaram o espaço dado e só Odysseas evitou o golo madrugador.
Ainda que com mais bola, por via de um 5-4-1 em organização defensiva do Sporting CP que permitia aos encarnados construir com tranquilidade, o SL Benfica raramente colocou dificuldades aos leões na primeira parte. Pelo contrário, foram os sportinguistas que saíram com mais perigo, ora por via de alguns erros na pressão dos rivais, ora por transições rápidas maioritariamente conduzidas por Wendel, um dos melhores dos leões, ou Raphinha. De uma ou outra forma, faltou eficácia para bater um Odysseas que reforçou a sua posição no plantel ao evitar o golo inaugural novamente aos 28’ e aos 38’.
A estratégia de Keizer ia parecendo resultar, pela forma como permitia aos seus jogadores sair para o ataque, mas também por acumular elementos na sua organização defensiva, um dos calcanhares de Aquiles da equipa desde que o holandês assumiu o comando do clube. Ainda assim, nem o jogador extra na linha defensiva verde e branca mascarou os maus comportamentos do sector. Aos 40’, após um bom apoio de Raúl de Tomás (e que bem esteve o espanhol neste capítulo!), Pizzi recebeu com espaço e serviu Rafa ao segundo poste, que não perdoou.
A assistência é de muita qualidade, mas a linha defensiva do Sporting CP nem com 5 elementos controlou bem a largura, deixando-se atrair em demasia para o lado da bola (como se vê no frame em baixo, segundos antes do cruzamento de Pizzi) e libertando espaço no corredor oposto. Pode parecer um erro de Thierry, mas o lateral não fez mais do que ajustar ao posicionamento dos centrais que, esses sim, estão excessivamente concentrados na zona da bola. Erro colectivo e eficácia encarnada a ditar o 1-0 ao intervalo que podia ser bem diferente nesta altura.
No regresso dos balneários, Bruno Lage consumou as correcções que já havia feito no primeiro tempo relativas à fase de pressão da sua equipa, colocando Raúl de Tomás e Seferovic em linhas diferentes (ao contrário do que por vezes aconteceu nos primeiros minutos, quando os dois se encontravam lado a lado), o que retirou espaço a Doumbia e sobretudo Wendel para receber, além de permitir a Gabriel e Florentino jogarem mais recuados e assim controlarem melhor o espaço entre a defesa e o meio-campo, onde Bruno Fernandes procurava receber.
Em suma, os centrais leoninos dispuseram de mais espaço, mas perderam opções para progredir.
O ajuste táctico do SL Benfica ajudou a recordar o perigo de apostar todas as fichas na estratégia. Assim que o efeito surpresa acabou e o adversário corrigiu, também a equipa leonina deixou de criar quaisquer dificuldades ao rival. O erro de Mathieu, que aos 60’ quis fazer um túnel dentro da própria área, custou o 2-0 e antecipou a catástrofe que seria a segunda parte do Sporting CP.
No entanto, mais do que o francês, foi o talento de Pizzi e de Rafa que sobressaiu perante estratégias, surpresas e demais elementos que deviam ser apenas complementos na preparação de uma equipa, mas foram elevados a salvação de um colectivo que neste momento é, simplesmente, muito inferior ao do rival.
A última meia-hora, já com o Sporting CP sem os três centrais e de volta ao 4-2-3-1 habitual, acentuou ainda mais os problemas defensivos dos leões que, agora apenas com quatro na linha defensiva, viu as águias a criar sucessivas oportunidades. Terminou com 5-0, mas até poderia ter terminado com mais, embora os números acabem por ser pesados em virtude do que os verdes e brancos fizeram na primeira parte.
Do lado encarnado, além dos dois craques já referidos, realce para o bom envolvimento de Raúl de Tomás entre linhas, além de Florentino que encheu o campo e recuperou inúmeras bolas, permitindo à sua equipa atacar continuadamente. Tornar-se-á indiscutível na presente época e sairá por muito dinheiro. De negativo, somente o perdulário Seferovic e o inadaptado Nuno Tavares ao corredor direito."

Cadomblé do Vata

"1. Para não dizerem que não aprendemos com os erros... só demos 5 para não desrespeitamos o adversário.
2. Chivas, Fiorentina, Milan e Sporting... num fim de semana vencemos 2 troféus sem defrontarmos um único adversário de jeito.
3. Fez bem o Sporting em manter Bruno Fernandes para a final da Supertaça... nunca se deve negar a um símbolo do Sporting, a oportunidade de ser humilhado outra vez.
4. Não sei como ninguém reparou que só estavam 21 jogadores em campo... o Nuno Tavares jogou a lateral direito em ambas as equipas.
5. A Supertaça é o troféu que eu menos aprecio mas o Lage fez questão de me despertar interesse pela competição... caro Bruno, não consigo colocar em palavras o quanto me é indiferente a Liga dos Campeões..."

As lágrimas dos nossos rapazes

"Não partilho a exaltação nacional das lágrimas dos jogadores portugueses, que sabem ter perdido por culpas próprias

Portugal perdeu a final do Euro Sub-19. A campanha foi excelente, com um merecidíssimo lugar na final, mas -- é dos livros -- numa final só pode ganhar um.
Desta vez, a Espanha foi melhor, como bem reconheceram o treinador e os jogadores portugueses, ouvidos no final do jogo e à chegada a Lisboa. Quando a derrota espelha o que se passou em campo, não há razões para lamentos ou protestos. Assim aconteceu desta vez, e ainda bem: como diziam os antigos, ‘glória aos vencedores, honra aos vencidos’.
No futebol, como na vida, as coisas são assim mesmo: umas vezes ganha-se, outras perde-se; há que saber celebrar a vitória com respeito pelos adversários, e aceitar a derrota com dignidade. Daí a dificuldade que tenho em apreciar lágrimas - que só compreenderia se brotassem da raiva que não é possível conter face a incidências alheias à prática desportiva, de erros grosseiros do árbitro, ou, vá lá, da manifesta injustiça do resultado. Mas não foi caso em Yerevan, a capital da longínqua Arménia.
Não é por ter aderido tardiamente à treta do ‘um homem não chora’ que não partilho a exaltação nacional das lágrimas dos nossos rapazes: é por não encontrar justificação para o desconsolo de quem não ignora que perdeu por culpas próprias, por mais compreensíveis que elas sejam. No passado, fui solidário com Fernando Mamede, cujos nervos não o deixaram ganhar medalhas olímpicas; mas nunca com as suas lágrimas, de quem devia a si próprio as derrotas nos estádios.
Compreendo a decepção de quem sonhou ser campeão e não o conseguiu, mas entendo que a reacção digna de quem cai perante um adversário superior é reconhecer o mérito do vencedor.
No final do jogo de Yerevan, em vez das lágrimas, teria preferido ver os nossos Sub-19, de cabeça erguida, a cumprimentarem os adversários com doses iguais de desportivismo e determinação: «Parabéns, mereceste a taça. Mas, para a próxima, conta comigo».
As palmadinhas nas costas a quem chora indiciam um conformismo que é o contrário da profissionalização de atletas que devem ter preparação mental para saber reagir ao infortúnio. A cura para as contrariedades não estará nunca nas lágrimas, é bem mais provável que esteja no acréscimo de empenho nos treinos seguintes.
O que os amantes do futebol querem ver em campo é a fome de vitória de um Eusébio que nunca desistia, agora reeditada por um Ronaldo que ‘não gosta de perder nem a feijões’. Ao ponta-de-lança que remata à barra de nada vale o destempero do mau perdedor, como não adianta a reacção típica das mãos na cabeça, voltando as costas à baliza, como costumava fazer Nuno Gomes -- que, sendo excelente, não tinha a codícia necessária para ir atrás da bola e transformar o ressalto em golo. Quando o mundo inteiro viu os alemães darem sete a um Brasil de braços caídos, ficou claro para toda a gente o que vale a diferença de atitude.
No Governo das nações, nos partidos políticos, nas empresas e na vida de cada um também deveria ser assim: melhor emendar o que correu mal do que sacudir a água do capote."

Esqueçam Lennon e McCartney, amigos. Rafael Alexandre e Luís Miguel é o que está a dar

"Vlachodimos
Imaginem 90 minutos de sofrimento culminando numa despedida em lágrimas de Bruno Fernandes. Eu sei que é muito difícil visualizar essa possibilidade depois do gang bang desta noite, mas devemos - muito - a Vlachodimos o facto de este jogo já se encontrar disponível nos sites de pornografia mais populares.

Nuno Tavares
Ainda não foi desta que convenceu na posição de lateral direito, mas escusa de ficar tão nervoso em jogos-treino.

Rúben Dias
Nunca se tinha visto numa situação assim, mas soube demonstrar o seu profissionalismo ao marcar impiedosamente o cadáver de Bas Dost. Apesar da fama de caceteiro, deixou que o proveito ficasse para o amigo Bruno Fernandes, que acertou quase tantas vezes na baliza como em Rúben Dias. 

Ferro
Perdoem-lhe aquela travadinha logo no início, que o homem veio directo do Bliss.

Grimaldo
Continua a aproveitar da melhor forma as oportunidades dadas por Lage antes de Nuno Tavares tomar conta da posição. Hoje fez o gosto ao pé em lance estudado com Renan.

Florentino - Gabriel
Muita força para as namoradas e esposas dos centrocampistas do Sporting. O stress pós-traumático pode ter efeitos nefastos numa relação. É muito importante que todos consigam levantar a cabeça, esquecer o pesadelo vivido em Loulé à mercê da dupla Florentino-Gabriel, e terminar esta época com dignidade.

Pizzi
Depois de perder o título de melhor jogador da Liga, vingou-se na primeira oportunidade que teve, tornando-se o melhor em campo na Supertaça. Felizmente para nós, o Tottenham e o Manchester United não estão a preparar uma proposta para o levarem do Benfica. Pizzi pode ter os seus defeitos, mas rende muito contra estas equipas mais pequenas.

Rafa
A sua relação com Pizzi é qualquer coisa. Esqueçam Lennon e McCartney. Rafael Alexandre e Luís Miguel, amigos, foram eles a embalar-nos pra a vitória numa harmonia que pareceu saída do mais recente disco dos Vampire Weekend. Ora experimentem rever os golos numa manhã de Verão enquanto ouvem estes versos:
We go together like pots and pans
Surf and sand, bottles and cans
We go together like lions and lambs
Oh, we go together

We go together like Keats and Yeats
Bowls and plates, days and dates
We stay united like these old states
It's how we go together

RDT
Muito se tem questionado os 20 milhões pagos por este Raul, como se não tivessem aprendido a lição com o outro Raul. É mais um do carrossel do Mendes, dizem. Curiosamente, Jorge Mendes deve ser dos tipos mais aborrecidos com a exibição de RDT. O gesto técnico que deixou Bruno Fernandes no chão não é um túnel, é o Canal da Mancha. Não é uma cueca, é um cuecão do tamanho de um lençol. E agora, quem é que vende o Bruno por 70 milhões? O carrossel não faz milagres.

Seferovic
Não pode estar satisfeito. Perante um guarda-redes e uma defesa adversária em liquidação total, esperava-se que o homem mais adiantado aparecesse na ficha de jogo como um dos marcadores. A culpa não foi exactamente dele, mas dos colegas que se entusiasmaram e perceberam que não precisavam dele para dizimar o adversário. Felizmente Seferovic sabe que nesta equipa os golos chegam para todos. No próximo sábado há mais.

Chiquinho
O último miúdo que se estreou a marcar pelo Benfica num jogo frente ao Sporting tem deixado meia Europa em pulgas e algumas freguesias de Portugal à beira de um ataque de nervos. É preciso calma, mas começou bem.

Taarabt
para meter nojo."

Não chores mais, Thierry

"Caro Thierry Correia,
Foi com muita curiosidade que observei a tua estreia na equipa principal do Sporting, no lugar de defesa lateral direito, por causa dos impedimentos dos três craques que o clube adquiriu para a posição nos últimos dois anos por valores cada vez maiores: dos dois milhões de Ristovski para os 4,5 de Bruno Gaspar e para os 8 de Rosier, em três verões consecutivos.
Ao todo, portanto, serão cerca de 15 milhões de euros atirados ao vento numa lógica antagónica à matriz formadora do Sporting. Ontem, quando subiste ao relvado do estádio Algarve, levavas a bandeira de Alcochete, como um último moicano a fazer acreditar na sobrevivência da “espécie”, por contraponto ao adversário, todo orgulhoso dos seus Rubens & Florentinos.
O Nuno Tavares, teu amigo do Benfica e das selecções, também estreou na mesma noite e ficou com a coroa da moeda que tem sempre esta face obscura do lado de baixo. Ele ganhou estrondosamente e festejou muito, tu perdeste copiosamente e choraste até meteres dó. É a vida, meu caro Thierry, e a aventura só agora está a começar.
O Nuno Tavares, que é canhoto e muita gente achava que estava metido numa alhada para fazer o lugar de um jogador de referência como o André Almeida, teve de se preparar para a missão ao longo de semanas e passar por testes exigentes, em conjunto com a equipa.
Tu sofreste uma lesão e tiveste menos tempo de treino, mas, além disso, foste incluído numa equipa, numa formação defensiva em estreia absoluta e num sistema que não foi devidamente ensaiado nem submetido a testes de resistência.
O que o Nuno Tavares teve a mais tu tiveste a menos. E isso fez toda a diferença, uma enorme diferença.
Mas, desde os adeptos aos comentadores profissionais e às redes sociais, o carinho que despertaste no final da partida acabou por retirar-te do rol dos culpados da hecatombe de Loulé. Tiveste responsabilidades em vários golos, na cobertura, na perda de bola, no deficiente posicionamento, repartindo culpas colectivas, mas foste ilibado pela indulgência que devemos aos mais novos e iniciantes. Sabemos, pelo que já fizeste, que vais continuar a crescer e a fortalecer e, quase de certeza, converteres os tais 15 milhões de “reforços” em perda total.
Mas, atenção, os sportinguistas, por causa dos longos anos sem títulos, tendem a não ver a realidade com clareza. Antes daqueles três mosqueteiros, tinha passado um quarto, o italiano Piccini, por quem não deram um chavo mas acabou por dar lucro à saída, chegar à selecção italiana e deixar uma boa memória. É assim o Sporting, emotivo, dramático, irracional.
Gostam de ti e desculpam-te os erros, até ao dia em que a frustração dos campeonatos perdidos os leve a transferir-te também para o grande quarto escuro dos filhos que não singraram. A incapacidade de analisar as deficiências próprias e o vício de culpar terceiros são dois dos motivos recorrentes para o insucesso do teu clube.
Sei que não te iludes e que estás consciente dos erros cometidos neste jogo. Dizem os chineses que, escapando ao perigo de morte, acordamos mais fortes. Por isso, jovem Thierry, seca as lágrimas e segue o teu destino."

SL Benfica - Sporting CP

"Primeiro jogo oficial da temporada e dificilmente poderia começar melhor. Uma vitória por 5-0 fica para a história. Eu não tenho memória do 6-3 mas sei tudo sobre esse jogo. Hoje vai foi mais um jogo cujo o resultado vai perdurar por muito tempo. Umas notas sobre o jogo. 
O Benfica entrou com o 4-4-2 que mais vezes utilizou na pré-época. Já o Sporting surpreendeu com uma linha de três centrais. O resultado acaba por ser bastante acentuado e de certa maneira até que foi justo. O Benfica podia ter marcado mais do cinco. Mas até ao minuto 60, o jogo foi bem equilibrado, com a linha de três centrais a cobrir bem os nossos dois avançados.
1. Pizzi. A mobilidade que Pizzi traz ao jogo deixa marcas e o Sporting hoje vai para casa cheio delas. Ele e o Rafa destruíram o Sporting. O jogo começou muito apertado. Tanto o Sporting como o Benfica criaram boas oportunidades. Tudo só se desatou quando o Pizzi faz um cruzamento teleguiado para o Rafa que finaliza de primeira ao segundo poste. Além desta assistência, fez mais dois golos.
2. Rafa. Já há pouca coisa a dizer sobre o Rafa. É esperar que os ingleses hoje se tenham focado no Bruno Fernandes e nos deixem com este "cepo que falha muito" o resto da temporada e, se tivermos sorte, o resto da sua carreira. Assistiu o Pizzi nos seus dois golos e ainda marcou aquele primeiro golo numa finalização muito difícil. Destaco o segundo golo, que mudou o jogo. Rafa recupera a bola ao Mathieu à entrada da área e consegue criar a oportunidade para Pizzi só ter que encostar.
3. Gabriel. Ainda não está a 100% no que toca a forma física. Não recupera tantas bolas como já o vimos a recuperar mas é um jogador muito importante. O Benfica privilegiou a mudança de flanco e os passes de 40-50m do Gabriel não perdoaram ai. Saiu com queixas. Espero que não seja grave.
4. Alex Grimaldo. Não foi um jogo extraordinário para o espanhol. O Raphinha criou-lhe algumas dores de cabeça. Mas depois vai bater um livre descaído para a direita e o Renan não teve hipóteses. 
5. RDT e Seferovic. Tirando o último golo, nenhum dos dois está nos golos. Mas tiveram boas oportunidades. RDT adoptou um papel de maior construção. Seferovic manteve a fazer o que fez no ano passado. Só o facto de estarem em campo obrigam o adversário a comportar-se de maneira diferente do que quereriam, o que abre outros espaços para o Rafa e o Pizzi. Eu ainda não estou completamente convencido. Acho que o Jota ou Taarabt atrás do avançado poderiam fazer mais estragos. Mas depois de um 5-0 ao Sporting, não há muito que se possa dizer.
6. Odysseas Vlachodimos. Aquilo que fez contra o AC Milan, voltou a fazer hoje. Fechou a baliza e encheu-se de boas defesas. A ameaça de competição está a ter frutos. Era importante fechar a contratação de um guarda-redes para que o grego não se descuide.
7. Rúben Dias e Ferro. Fizeram um bom jogo. Não foi perfeito, nas foi. Principalmente na primeira parte tiveram alguns problemas. Na segunda corrigiram. Alguém viu o o Bas Dost?
8. Florentino Luís. Discreto mas eficaz.
9. Nuno Tavares. Jogar na ala direita limita bastante o que pode atacar, mas ainda assim, tirando uma ou outra falha de comunicação, foi uma bela estreia oficial. O Grimaldo que se cuide.
10. Chiquinho. Selou o jogo com um 5-0 épico.
Nem tudo foi perfeito. Os primeiros 60 minutos foram mais equilibrados do que este resultado poderá deixar pensar. O Benfica que quer ser Benfica Europeu ainda tem espaço para melhorar. Recebemos 200M neste verão só em transferências. É fechar os últimos lugares que houver com jogadores de qualidade.
Aproveitem esta noite e celebrem-na porque não é todos os dias que se dá 5-0 a um dos maiores rivais. Mas nada de euforias que daqui a três semanas, jogamos contra os outros."

Uma Semana do Melhor... muito Moreno!!!

Uma tolice que acabou em goleada e choro

"O Benfica conquistou a Supertaça ao ganhar, por 5-0, a um Sporting que jogou uma hora com três centrais, num sistema nunca testado na pré-época, em jogos abertos, e, quando voltou à formação experimentada, já Pizzi (dois golos) e Rafa (um dos melhores em campo) estavam a desmantelar a equipa de Marcel Keizer com futebol rápido e vertical

Antonio Conte não era, de todo, para aqui chamado, até se perceber que um colega de profissão calvo, simpático e de poucas palavras decidiu arriscar um sistema com três centrais, que nunca testou em algum dos seis jogos da pré-época. Porque o outrora também careca treinador foi campeão em Itália (Juventus) e Inglaterra (Chelsea) a jogar um trio à frente da área e, um dia, disse isto:
“Os centrais à direita e à esquerda têm de ser muito rápidos e agressivos. O jogador no meio dos três defesas tem de ser mais táctico, deve refletir mais e encontrar a melhor posição, para que possa comandar a linha para subir e descer.”
Ora, Luís Neto é rápido a reagir ou compensar, agressivo a atacar a bola ou quem a tenha. Mathieu não é tão veloz quanto já foi, mas tem o resto e compensa o que a idade lhe tirou ao corpo com a forma como pensa. Para ficar ao meio sobrou Coates, que mesmo com pés bons para construir, não é dos centrais mais ponderados e concentrados que há.
Keizer terá matutado e experimentado tudo, mesmo que só em contexto de treino, para tentar uma surpresa que, na primeira posse, até teve pronto efeito: o Benfica pressionou bem alto, junto à área, com os laterais a encostarem em Acuña e Thierry Correia, deixando espaço nas costas para os homens que sobram no 3-4-3. Mathieu rasgou um senhor passe para Bruno Fernandes entrar na área, tentar cruzar para Dost e Ferro quase marcar na própria ao cortar a bola.
O susto valente tão cedo no jogo fez o Benfica apertar uns metros atrás, deixando a bola nos três centrais para não partir a pressão de Seferovic-De Tomás e arriscar ser ultrapassado logo na primeira linha. Fechou as linhas de passe ao centro, fixou em Doumbia o sinal para fechar sobre a bola e tentou limitar o Sporting ao que jogar com três atrás implica, para atacar - que os centrais assumam a bola e fixem adversários.
Mathieu fê-lo na primeira jogada. Coates avançaria metros com ela (28’) até soltar uma trivela em Bas Dost, que amorteceu para Bruno Fernandes disparar um bomba de longe que Vlachodimos es esticou para desviar. Neto rasgou um passe vertical um par de vezes para lançar Raphinha no 1x1 com Grimaldo, com espaço. Mas os centrais assumiam o protagonismo só às vezes.
Porque o Benfica, assim que atinou o bloco com os sítios onde pressionar, ganhou eficácia na dupla Gabriel-Florentino, animais de fechar espaço e cerrar quem tem a bola ao centro. O tempo em posse era maior para a equipa de Bruno Lage, que aproveitava o curto 5-4-1 do Sporting a defender, enfiado na própria metade do campo, para recuperar muitas bolas perto da área de Renan.
Gabriel tinha muito tempo e espaço para soltar passes aéreos, a variar o jogo, sem respeitar muito Pizzi e Rafa, que pediam a bola entre os médios do Sporting, ao centro, onde Seferovic e De Tomás também não recebiam em condições de rematarem à baliza - quase o fizeram num contra-ataque, após um canto. De resto, só um livre de Grimaldo obrigou Renan a usar as mãos (21’), enquanto o perigo era mais de Bruno Fernandes, que voltaria a sacar de Vlachodimos (38’) uma parada salvadora de golo.
Começar a construir com três, ocupando com mais densidade o centro do campo, com os laterais a fixarem os extremos para deixarem Raphinha e Bruno Fernandes projectados, nos últimos 30 metros, dava ao Sporting mais chegada à baliza. Mas, à primeira bola que o Benfica picou na área, entre um central e um ala, viu-se como não é apenas a linha de três que conta.
Pizzi curvou um passe sobre Neto e, nas suas costas, Thierry até aparentou, pelo acerto à linha de corrida, que nem esperava ter alguém atrás - só olhou para a bola e para a marcação de Neto -, onde estava Rafa para rematar de primeira (40’). Estando a ajustar posições dentro da área, a linha de cinco defesas do Sporting era falível, por muito surpreendentes que fossem os três centrais.
A surpresa, contudo, duraria sempre e só até ao intervalo.
Esses minutos para Bruno Lage falar com jogadores, corrigir coisas, ajustar posicionamentos e mudar reacções a tomar. O Benfica voltou para sair na pressão, de novo, mais à frente, com os avançados a taparem linhas por fora e a convidarem os centrais do Sporting e ligarem-se com os médios. Era o engodo para Wendel ou Doumbia serem cercados.
A meias com uma paragem cerebral repartida entre Coates e Mathieu, que se atrapalharam com uma bola recuperada pelo uruguaio, na área, foi essa pressão alta a deixar Rafa roubar e passar a Pizzi (60’) para o 2-0. Outro curto-circuito no cérebro (64’) fez Coates ser demasiado agressivo a ceifar um adversário que estava parado, de costas para a baliza, para dar o livre com que Grimaldo bateu o 3-0. 
Entre os dois golos ainda houve hipótese para outro, de Pizzi, sem que o Sporting aguentasse cinco segundos com bola. Marcel Keizer viu a equipa a desmantelar-se, tirou Coates e devolveu-lhe o 4-2-3-1 usado e abusado nos seis testes de pré-época que tiveram câmaras de televisão a filmar.
Mas a equipa partiu-se, as linhas cavaram buracos entre si, o peso na cabeça talvez já era maior do que nas pernas. Bruno Fernandes, o farol de qualquer bola em que o Sporting toque, ainda rematou de bem longe, única ameaça de um conjunto moribundo e a jogar quase pela honra.
E o Benfica confiante e embalado pelo estado das coisas, a jogar com mais espaço para cada jogador, acelerou no estilo vertical e ofensivo, com poucos passes para chegar à baliza. Ativou as transições rápidas para as quais Keizer, quiçá, se quis precaver com uma linha de três: Pizzi sprintou para receber de Rafa, livrar-se de Neto com uma recepção orientada e fazer o 4-0; Grimaldo cruzou para Chiquinho marcar o 5-0, numa sobra atabalhoada, no fim de uma jogada com muitos passes e já depois de Doumbia ser expulso.
Mais chances houve para Rafa, Pizzi e Seferovic carregarem sobre o peso de uma derrota, cujo número é, talvez, demasiado, mas cujas circunstâncias não o são.
Pareceu que Marcel Keizer tinha um plano para enquanto estivesse 0-0, que até foi positivo e teve o Sporting perto de se desfazer desse resultado. Findos os 45 minutos de surpresa, feito o primeiro e o segundo golos, tudo o que desaconselharia este risco caiu em cima dele e da equipa. 
O ter feito a pré-época em 4-2-3-1; a insistência em rotinar sempre os mesmos jogadores-base, sobrecarregando-os, e encurtar nos minutos dados a outro; o cultivar da já superdependência com bola, seja em que momento for, em Bruno Fernandes, sabendo que provável é que ele seja vendido. A equipa habituou-se a jogar de uma forma para, na Supertaça, jogar de outra, o capitão acabar a cambalear de cansaço e Thierry Correia, o mais novo, a chorar perante esta acumulação dantesca de infortúnios.
Antes do jogo, Bruno Lage chamou tolice a certos títulos que se fazem na comunicação social. Depois deste resultado, e se virmos a tolice pelo significado de alguém presumir muito de si mesmo - ou, no caso, por parecer ter presumido em demasia que o que planeou ia correr bem - este jogo também teve uma tolice."

SL Benfica 5-0 Sporting CP: Goleada das antigas com um Rafa brilhante

"Final número seis da Supertaça entre SL Benfica e Sporting CP com clara vantagem para os “verdes e brancos” no que diz respeito a vitórias. Os “leões” ganharam três vezes e os “encarnados” apenas uma – quando ainda a competição era jogada a duas mãos daí um empate registado também. Os comandados de Bruno Lage tentavam inverter a história, já os de Marcel Keizer queriam continuar com o legado que lhes foi passado. Mas Rafa fez bem o trabalho de casa para conseguir virar o histórico negro do Benfica.
Apenas dois minutos de jogo e o perigo já rondava a baliza “encarnada”. Uma enorme desatenção defensiva do Benfica com Bruno Fernandes a aparecer isolado nas costas da defensiva. O médio português progrediu no campo, passou para o meio para encontrar Bas Dost, mas Ferro cortou muito traiçorairamente. O número 97 do SL Benfica quase que ia traído Vlachodimos que atento salvou o primeiro da partida muito cedo.
Início de jogo muito intenso no Estádio do Algarve com ambas as equipas a quererem entrar bem na partida. Ora ataque “encarnado” ora ataque dos “leões”, o que é certo é que emoção não faltou nos minutos iniciais.
O Benfica ia aproveitando, e bem, a velocidade de Nuno Tavares pelo corredor direito visto que muitas vezes acabava por desequilibrar a equipa do Sporting. Já os “leões” aproveitavam as inúmeras falhas defensivas que equipa “encarnada” ia demonstrando ao longo dos primeiros minutos.
E quem podia ser mais? Só ele. Ao minuto 28, Bruno Fernandes a fazer novamente das suas. O médio português não foi de modas e fez um grande remate de longe e Vlachodimos voou para uma bela defesa e desviou para canto. Esta foi mesmo para ficar bem na fotografia. Depois deste lance, o Sporting voltou a tomar conta do jogo e os adeptos perceberam isso, começando a puxar mais pela sua equipa.
Estávamos no minuto 38 na partida e o Sporting conseguiu virar o jogo de um lado para o outro de forma muito rápida e desequilibrou, mais uma vez, a defensiva “encarnada”. Bruno Fernandes apareceu novamente nas costas dos defesas e rematou para a baliza, mas mais uma vez estava Vlachodimos para salvar.
E se quem estava por cima da partida era o Sporting… mas na jogada seguinte foi o Benfica que marcou o golo. Foi ao minuto 40 que houve o primeiro golo desta Supertaça. Excelente assistência de Pizzi do lado direito do ataque e Rafa só teve de aparecer no segundo poste para marcar. Estava feito o 1-0 para os “encarnados” no Estádio do Algarve. O futebol é injusto? É sim senhor. Mas o que conta são os golos e aí o Benfica foi muito eficaz.
Até ao final do primeiro tempo apenas registar um incidente entre Bruno Fernandes e Rúben Dias. Uma entrada um pouco agressiva do médio do Sporting sob o defesa do Benfica e os ânimos exaltaram-se nas bancadas. Rúben Dias acabou por protestar com o árbitro Nuno Almeida e acabou por ele levar um amarelo. As equipas foram para o intervalo com a vantagem mínima (1-0) a favor do SL Benfica.
Início da segunda parte e Nuno Almeida não conseguiu ter mão no jogo que estava a arbitrar. O árbitro começou a amarelar tanto jogadores do SL Benfica como do Sporting CP. Porém, acho que teve bem pois todos os amarelos justificaram a sua amostragem. Só acredito que isto pode ser um mau indicador para o jogo que estava a ser interessante até então.
O ritmo da partida caiu drasticamente e já se notava o cansaço físico das duas equipas por ser início de época. Era normal que isto fosse acontecer o jogo, mas as equipas continuavam equilibradas e com boas indicações a meio campo, mas daqui para a frente parecia que os avançados estavam muito desinspirados.
Faltava dizer que o jogo estava mau para surgiu algo de bom… Típico. Ao minuto 59, recuperação de bola de Rafa numa zona subida do terreno e a dupla que tanto deu que falar o ano passado (Rafa e Pizzi) a dar frutos novamente. Grande jogada de entendimento entre os dois portugueses na grande área “leonina” e depois Pizzi conseguiu colocar a bola no canto inferior direito de Renan, que não teve qualquer hipóteses nenhumas de defesa. Estava feito o 2-0 para o SL Benfica no Estádio do Algarve.
Se com dois golos de desvantagem já estava em maus caminhos o Sporting o que dizer depois do minuto 64 minutos… Uma falta impudente de Coates numa posição frontal para a baliza de Renan. Foi uma falta fatal para o Sporting diria eu. Já se sabe que Grimaldo é exímio nos livres diretos e pronto, golo! O espanhol conseguiu bater Renan pela terceira vez nesta partida e o resultado assinalava 3-0 a favor dos “encarnados”.
O SL Benfica a ganhar confortavelmente na partida baixou todas as suas linhas e era o Sporting agora que tinha de pegar no encontro, mas Mais Uma Vez o destino do jogo foi contra a corrente daquilo que estava a ser a partida. Aos 75 minutos, Rafa Silva a fazer novo grande trabalho na esquerda do ataque benfiquista e depois encontrou Pizzi que entrou de rompante na defesa “leonina” e não deu hipóteses novamente a Renan Ribeiro. Mais uma vez, foi a bola para o canto mais longe do guarda-redes brasileiro. Era o 4-0 para o SL Benfica, mas que jogaço dos comandados de Bruno Lage.
Se as esperanças dos “leões” eram baixas… agora? Estavam completamente mortas. E os adeptos sentiam isso e aos poucos abandonavam o Estádio do Algarve.
Até ao final da partida, apenas dizer que Doumbia acabou por ser expulso pro acumulação de amarelos e mais um golo do Benfica. Um golo algo estranho para ser sincero. Aos 90 minutos, primeiro foi Seferovic com uma grande defesa de Renan e depois foi o suiço ele mesmo a passar para Chiquinho que fez o Cinco a zero! (Sum, Foram Cinco. Viu bem.)
Mas, o destaque vai todo para Rafa que foi o grande impulsionador desta vitória do SL Benfica desta Supertaça 2019/2020, que vai para o Museu Cosme Damião. É o oitavo título “benfiquista” nesta competição e com um Benfica a jogar desta maneira nem sei o que esperar para esta época. Já o Sporting não começa nada a época desportiva com uma goleada do maior rival em Portugal. Agora é esperar para ver o que vão os “leões” fazer esta temporada.
Para terminar, dar uma nota importante. O SL Benfica já não vencia o rival Sporting CP numa Supertaça desde 1980! Passaram 29 anos desde a primeira conquista do clube “encarnado”. Quebrar esta história e ainda mais com uma grande goleada das antigas acho que não podia pedir melhor Bruno Lage.

Onzes Iniciais e Substituições:
SL Benfica – Odysseas Vlachodimos (GR), Nuno Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Florentino, Gabriel (Chiquinho, 82′), Pizzi (Taarabt, 82′), Rafa, Raúl de Tomas (Jota, 87′) e Seferovic.

Sporting CP – Renan Ribeiro (GR), Thierry Correia, Coates (Diaby, 66′), Mathieu, Luís Neto, Doumbia, Wendel, Bruno Fernandes, Raphinha, Acuña e Bas Dost (Luiz Phellype, 66′)

A Figura:
Rafa Silva – “Oh Rafa, meu Rafa”. Já não há palavras para descrever este jogador para ser muito sincero. Se não tivesse visto com os meus próprios olhos este jogo… não sei não. Mas que bela segunda parte do médio português. Um golo na primeira parte (super decisivo) e duas assistências na segunda metade para Pizzi. Está em todo o lado Rafa Silva. Que grande jogador.

Fora-de-jogo:
Bas Dost – Vi há muito pouco tempo que o holandês não encaixava bem no esquema que Marcel Keizer queria para este Sporting e hoje viu-se isso. O ponta de lança teve muito apagado do jogo e não conseguiu ajudar em nada os “leões” a conquistar mais um troféu. Agora é esquecer esta noite e pensar já no campeonato.

BnR Na Conferência de Imprensa 
Declarações de Marcel Keizer:
«Começamos bem. Na primeira parte criamos grandes oportunidades e não marcamos. Foram dois golos muito chegados e ficamos abalados. Foi uma derrota pesada. A responsabilidade é minha.» 
«Não sei se foi o último jogo de Bruno Fernandes. A primeira parte foi boa, mas quando sofremos o segundo golo tivemos de meter mais avançados e acabámos por sofrer uma derrota como estas.» 
«Estamos a preparar o próximo jogo. Vai ser difícil, mas vamos ter de continuar a trabalhar para ganhar o jogo da liga. Mas vai ser muito difícil.»
«As competições das selecções ao longo deste verão e que não nos ajudaram a conseguir fazer uma boa pré-época com todos os jogadores. Aconteceu hoje com o Coates.» 

Declarações de Bruno Lage:
«Dedicar a vitória aos adeptos que como todos porque sofreram com a derrota na taça de Portugal. Não é agora por ganharmos a supertaça que somos os melhores. Temos de continuar a ser os mesmos».
«30 minutos muito fortes da nossa parte. Pressionamos muito e surpreendemos o Sporting. Depois dos 30 aos 60, uns muito bons e outros bons. Quando o resultado começou a ficar maior a partida ficou a nosso favor».
«As coisas têm de ser feitas em equipa e é assim que gosto de funcionar. Vou dando as minhas opiniões e o entendimento do que deve ser o plantel e depois trabalhamos em conjunto para isso.» 
«Vamos trabalhar durante 10 meses e eles têm de dar resposta. Temos de ter um plantel competitivo e mais alguns jogadores em várias posições. E isso não quer dizer que um é melhor do que outro. Quem deixar de correr sai do campo.»
«Os três grande partem sempre em igualdade. Temos de manter o rendimento que apresentámos aqui. Temos de viver muito de rendimento. Aproximar-nos da imagem que demos o ano passado. Temos de ser competitivos internamente porque só assim conseguimos o rendimento que queremos»"

Benfica After 90 - Supertaça...

5 minutos à Benfica - Supertaça...

Os 5 jogadores mais determinantes no duelo da 2.ª Circular

"Vem aí a Supertaça Cândido de Oliveira. Está na hora de ver a primeira equipa portuguesa a ganhar um título na época 2019/2020.
Começam os corações a bater forte, a ansiedade a pairar no ar, os cachecóis a serem colocados e as bandeiras erguidas na imensidão do ambiente que é um SL Benfica vs. Sporting CP.
As especulações sobre os onzes, as conversas de café e os prognósticos daqueles que acreditam serem donos da razão, fruto do amor que tem pelas suas equipas e pelo acreditar que no fim serão os seus emblemas a festejar, começam a surgir.
Foi notícia que o SL Benfica não sai vencedor de um jogo contra o Sporting CP, para a Supertaça, há tantos anos que mais parece que o mesmo nunca aconteceu.
Que importância têm esses factos se os protagonistas não são os mesmos?
De que interessa aos jogadores encarnados o que foi feito no passado, sabendo que só eles podem mudar o futuro?
Acreditem caros leitores que escrevo este texto já com o coração na boca, tremo das mãos mais do que é normal, pois são estes jogos que são anos mais tarde, recordados pelos adeptos.
E por falar em jogos passados, recordo-me de vários, de vitórias, empates e derrotas.
Sim, de derrotas também pois o futebol não é feito apenas de momentos bons.
Hoje irei falar de alguns protagonistas encarnados nestes derbies escaldantes. Poderão vocês, caros leitores, pensar que irei escrever sobre aqueles que ficaram na longa história, mas não. Vou focar-me sobre aqueles que foram recentemente protagonistas.

Óscar "Tacuara" Cardozo
“Tenham cuidado, ele é perigoso, ele é o Oscar Tacuara Cardozo”.
Que saudades de ver o paraguaio com a camisola 7 a festejar as imensas vitórias, que fazem dele o estrangeiro com mais golos de águia ao peito.
Foram vários os golos que marcou aos verde e brancos. Vou eleger como o seu auge, os três golos que marcou para o jogo da taça na época 2013/2014. Um jogo frenético, que foi necessário ir a prolongamento para a eliminatória ser resolvida, com a vitória a sorrir ao SL Benfica por uns incríveis 4-3.
O jogador que ainda foi chamado para a última Copa América, nem sempre foi muito compreendido no estádio da luz, mas a verdade é que os números não enganam.
172 golos de vermelho e branco e por isso, o meu muito obrigado.

Luisão
Não é possível falar do SL Benfica sem falar neste grande ícone. Obviamente que os leitores ao verem o nome do defesa brasileiro, sabem já qual o golo a ser lembrado.
Todos nós recordamos o golo para o campeonato, no Estádio da Luz na época 2004/2005.
Para mim foi o golo do título, embora o mesmo só tenha sido ganho matematicamente no Estádio do Bessa.
Ainda hoje, Ricardo recorda esse lance como tendo sido falta. Eu quero apenas recordar a alegria que senti, ao ver o meu querido SL Benfica com um pé no Marquês.

Mitroglou
Sim é verdade. O grego esteve apenas dois anos de águia ao peito. Mas ao ex-camisola 11, irei ficar eternamente agradecido.
Falo-vos de uma época que me tocou imenso. Começou com a pesada derrota na Luz, contra o Sporting CP, por três bolas a zero.
Na imprensa desportiva falavam de Rui Vitória como “Rui Derrota”. Tudo parecia estar perdido, mas esse título de campeão nacional foi dos adeptos. Os jogadores foram apenas os actores de um filme, com um início conturbado e duro mas de final feliz.
O SL Benfica começa a caminhada para a recuperação quando perdia por três contra os eternos rivais, e no estádio da luz apenas se ouve os adeptos encarnados cantarem como se estivessem na frente do marcador.
A mensagem foi passada e a recuperação começava a ganhar cor.
Na segunda volta, o SL Benfica ia a Alvalade depois de já ter perdido a Supertaça, o jogo da primeira mão e sido afastado da taça. 
Apenas a vitória interessava contra a equipa orientada por Jorge Jesus.
Mitroglou com um tiro certeiro, trouxe os tão desejados 3 pontos para o estádio da luz. E por isso, o grego é por mim um dos recordados nesta pequena homenagem de gratidão.

Lima
Recordo me dá transferência do brasileiro. Perto de cinco milhões por um brasileiros com 29 anos. 
Teria tempo para dar rentabilidade desportiva/financeira ao SL Benfica?
Para além dos sete milhões que a equipa recebeu com a sua venda, vários foram os golos do jogador ex-SC Braga.
Recordo-me em especial do golo contra o Sporting CP a passe de Nico Gaitan. Um golo que correu o mundo pela jogada colectiva, ainda depois de uma assistência com o pé mais fraco de Gaitan. 

Ederson
Depois da lesão de Júlio César era muito falado como se iria comportar o jovem brasileiro. Foi necessário apenas um jogo para perceber que Ederson se tratava de um caso sério.
Obrigado por todas as defesas, obrigado por todos os pontos guardados nessa imensidão que são essas luvas.
Chegou para a equipa de Sub-19 e saiu como um dos maia caros do mundo na sua positivo.
Sem dúvida, para mim o melhor guarda redes do mundo."

Benfiquismo (MCCLIII)

Voando...!!!

Vermelhão: 8.ª Supertaça

Benfica 5 - 0 Sporting


Realço uma - entre muitas outras - grande diferença entre as duas equipas: o Benfica fez uma pré-época, a pensar na época... no caminho que será necessário percorrer para atingir todos os nossos objectivos, jogo a jogo, em todos os jogos, contra todos os adversários; o Sporting, desde do primeiro dia que regressou ao trabalho, pensou exclusivamente na Supertaça... toda a estratégia, táctica, motivacional, dentro e fora do campo, foi executada, pensada, em função deste jogo...
Por isso mesmo, até 'entraram' melhor, mas quando o Benfica 'adaptou-se' à estratégia e posicionamento do adversário, não deu hipóteses... e quando o Sporting, 'tentou' jogar de igual para igual, então nesse momento, foi um autêntico massacre!!!
O Keizer tinha uma 'ideia' para o 0-0, mas ficou completamente 'à nora', quando ficou em desvantagem... Típico problema das equipas 'pequenas'!!!
Voltámos a evidenciar alguns problemas defensivos, o espaço entre a linha defensiva e o meio-campo no momento da pressão alta, por exemplo... Ofensivamente, mesmo quando o jogo estava equilibrado, na minha opinião estivemos mais ou menos (faltou quase sempre o último passe)... só não demonstramos mais 'domínio' nessa altura, por dois motivos: logo deste início os nossos ataques rápidos foram sempre travados com faltas duras (algumas agressões), sem penalização condizente...; em segundo lugar, perdi conta às nossas recuperações de bola, completamente 'limpas', onde foi assinalado falta inexistente...!!!
O Pizzi foi o MVP, com 2 golos e 1 assistência é 'normal', mas o Florentino fez um grande jogo... Bem o R.d.T mesmo sem muitas oportunidades de golo... está-se a adaptar a novas 'funções'!!! Mais uma vitória importante, com o Rafa a ser decisivo, a marcar e a assistir... O outro 'gigante' da noite foi o Odysseas: grande exibição! Nos piores momentos da equipa na 1.ª parte, fez aquilo que é a obrigação de um guarda-redes do Benfica: defendeu tudo... É para isso que é pago! E acrescento: não foram os jogadores do Sporting que desperdiçaram as principais oportunidades, foi o Ody que as defendeu... pode parecer que é a mesma coisa, mas não é!!!
Espero que a lesão do Gabriel não seja grave... mas não deixa de preocupar. Mesmo sem estar a 100%, num relvado difícil, com muito vento, a dificultar os passes longos, o Gabriel é fundamental... Se nos próximos compromissos o Taarabt é perfeitamente capaz de o substituir, lá para o final do mês com os Corruptos, o Gabriel é fundamental!!!
Uma nota ainda para o Nuno Tavares: sacrificando-se pela equipa, fora de posição, cumpriu... mesmo arriscando no posicionamento nas saídas de bola! No 1.º derby sénior, não se intimidou... Mas será no outro lado, que vai fazer carreira...
Também gostei de ver as celebrações do David Tavares, parece que o problema no joelho, estará resolvido brevemente!!!
Nos habituais exageros jornalísticos, ainda o jogo não tinha terminado, já se ouvia especulações sobre a futura 'maravilhosa' caminhada do Benfica, durante o resto da época!!! Até parece que por ganhar a Supertaça, o 38 será uma mera formalidade!!! Nada mais errado... Ainda bem que o Presidente, no relvado, fez um discurso terra-a-terra!!! O nosso 2.º pior inimigo esta época, será o excesso de confiança (o 1.º serão os apitadeitos, no relvado e no VAR), 5-0 na Supertaça, não dá pontos para o Campeonato!!! Pode dar confiança... pode abater a confiança dos nossos adversários, mas na Quarta-feira já ninguém se lembrará da Supertaça...!!!

11 pontos: da Torre ao Algarve

"A nossa vontade de empurrar o ciclista é um ímpeto de solidariedade. De verdadeira humanidade e de total fraternidade

1. É mesmo o regresso à infância. Começaram as férias e aí está a Volta a Portugal. Nunca esqueço que o saudoso Senhor meu Pai me levava para as bermas das estradas e das ruas de Viseu pra vermos passar a Volta a Portugal. Era assim, meu caro Henrique Monteiro, como em algumas chegadas na Avenida José Relvas que nos ajudaram, e muito, a descobrir - e a redescobrir - esse parque singular que é o Fontelo. Mas o saudoso Senhor meu pai dizia-me, na sua vasta cultura e no seu conhecimento rico da história, que o celerífero - concebido em 1790 pelo francês De Sivrac - era o percussor da bicicleta e que a verdadeira rivalidade entre Benfica e Sporting nascera nas estradas de todo o Portugal na década de 30 do século passado através de dois monstros, José Maria Nicolau (Benfica) e Alfredo Trindade (Sporting). Ambos do Cartaxo e amigos de infância. E amigos na vida e, decerto, na eternidade.

2. Hoje a Volta chega lá à Torre. Na Serra que se junta às estrelas e é, ela, a Estrela! Lá estivemos diferentes vezes. Na juventude e já neste tempo bem sénior. E há pouco tempo com fantásticas companhias deste jornal que conhecem, como poucos, a vida e o espírito da Volta. Conhecendo que só na década de sessenta do século passado as etapas de montanha ganharam presença em cada edição de um Volta a Portugal. Sabendo ainda que a primeiro vez que a Volta terminou na Torre - que subida e que imagens... - foi, tão só, no ano de 1971. Já havendo chegado às Penhas da Saúde em 1968 e terminado na emblemática Senhora da Graça apenas em 1978. E uma etapa que termina no alto mostra-nos a força do homem, a quase que aliança entre a terra e o céu. E o povo - nós todos o somos - ali estamos e a nossa vontade de empurrar o ciclista, quase que exausto, é um ímpeto de solidariedade. De verdadeira humanidade e de total fraternidade.

3. Este ano a Volta arrancou em Viseu e termina no Porto. Ontem ao ler o Jornal de Notícias deliciei-me com um texto de um grande escritor do Porto, Hélder Pacheco. O título é entusiasmante: «A Volta voltou»! E termina com um naco de prosa que evidencia que a Volta é verdadeiro «serviço público desportivo». Sim «serviço público»! deixo-lhes para se deliciarem esta tripa singular: «Tal acontecimento também faz parte do Renascimento Urbano da cidade. Viva, pois, a Volta a Portugal e que saudades sentia de a ver dentro dos muros da Naçom»! Sim leram bem: Da Naçom. É um texto para guardares junto do teu imenso coração, Joaquim Gomes!

4. Nas primeiras edições da nossa Volta - como também da emblemática Volta à França  - quase todas as cidades do interior eram contempladas ou com a chegada ou com a passagem em determinadas etapas. A Volta quase que definia a proximidade da fronteira, aqui da fronteira única com Espanha. E sabendo que a Volta a Espanha só tem a sua primeira edição em 1935. Quase tenho a ousadia de sugerir que, para além dos esforços dos Municípios, o poder político central poderia apoiar a realização de significantes eventos desportivos no interior de Portugal. Sei bem como sugerir o dinheiro a afectar. Menos bonés e menos esferográficas... para, por exemplo, a protecção civil. Os patrocinadores da Volta ofereciam - como oferecem - a todos e todas! Bonés e canetas! Acreditem! Basta ir à Volta. Mesmo a esta Volta! Nada como dar uma volta... na Volta!

5. Recordo, pelo que me contaram e li, de uma Volta que arrancou com uma etapa nocturna. Foi no ano de 1963 e a Volta iniciou-se a 31 de Julho na Pista de Alvalade. O custo do bilhete era de dois escudos e cinquenta centavos. E algumas vezes fui a Alvalade ver ciclismo. Como finais de uma prova marcante, como Porto - Lisboa. Como recordo outras pistas, como as de Alpiarça (os Águias!), de Loulé ou de Sangalhos. Também aqui o regresso à infância é um instante de saudade!

6. Agora deixo a Serra da Estrela e num ápice chego ao Algarve. Deixo o ciclismo e chego ao futebol. As duas modalidades que mais aprecio, a par do basquetebol. E também da esgrima e do hipismo que pratiquei, com honra, no Colégio Militar. Agora é o verdadeiro pontapé de saída da nova época desportiva. Com um Benfica - Sporting, sempre imprevisível. Mesmo sem vencedor antecipado. E sem que se deva olhar para os resultados desta pré-época. Um Benfica - Sporting é sempre um dérbi!

7. Esta competição em 1979 e o seu primeiro vencedor é o Boavista. Porventura a sua antecessora terá sido a Taça Império realizada em Junho de 1944 no momento solene da inauguração do Estádio Nacional. Nessa altura o Sporting ganhou por três bolas e duas ao Benfica. Mas desde 1979 é o Futebol Clube do Porto que mais troféus conquistou: 21. Sabendo que só desde 2001 é que a Supertaça se passou a realizar apenas num jogo. Até então jogava-se a duas mãos. Hoje tudo se decidirá no Estádio do Algarve. Esgotado! Ainda uma referência relevante ao facto de o Benfica ter conquistado a International Champions Cup, prestigiado torneio de pré-época. Um feito notável!

8. Porventura - insisto porventura... - hoje poderá ser o último jogo de Bruno Fernandes com a camisola do Sporting. Como nós, benfiquistas, e alguns de nós também visienses, já temos saudades de João Félix. Que está a entusiasmar Madrid, o Atlético e todos os verdadeiros amantes do futebol e dos seus talentosos praticantes. Nós não nos despedimos do João no campo. Os sportinguistas poderão fazê-lo, porventura, hoje ao final da noite. A Liga portuguesa fica mais pobre. Mas os nossos clubes -em rigor as suas SAD - ficam bem mais remediadas. A do Benfica, como se percebeu da interessante e lúcida entrevista de Domingos Soares de Oliveira à revista Exame, com um largo aconchego económico e financeiro. Em que as verbas de João Félix foram determinantes! Como serão, acredito, as que Bruno Fernandes proporcionará!

9. Não teremos, por cá, uma árbitra feminina a apitar esta final da Supertaça. Será, e bem, o algarvio Nuno Almeida. O que sabemos e lemos, com entusiasmo, é que a francesa Stéphanie Frappart irá arbitrar, em Istambul, no próximo dia 14, a final da Supertaça europeia entre o Liverpool e o Chelsea. No passado mês de Abril apitou pela primeira vez um jogo da principal competição francesa. Depois apitou a final do Mundial de futebol feminino. Agora a UEFA surpreende ao designá-la para a Supertaça europeia. E logo na Turquia e na linda e atractiva cidade de Istambul!

10. Na passada sexta feira à noite Bruno Lage e Marcel Keizer no novo Canal 11 proporcionaram largos momentos de um desportivismo de que já tínhamos saudades. Como logo, a seguir, foram os instantes simples de Jorge Sousa, Luís Godinho e Bertino Miranda, grandes senhores da arbitragem portuguesa. São dois exemplos de regulação televisiva que, se frutificarem e se multiplicarem, terão dado sentido ao nascimento de um canal novo. Que não, apenas, de um novo canal.

11. Permitam, assim, que, aqui, neste jornal que também tem uma televisão que resiste e soube ser resistente - num mundo lusófono de múltiplas dificuldades e com comportamentos bipolares de certos agentes e entidades - dê as boas vidas ao 11. Lhe deseje longa vida. O que faço com muito gosto neste ponto 11! Boas férias!"

Fernando Seara, in A Bola