Últimas indefectivações

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Falar Benfica #207

Terceiro Anel: Bola ao Centro #130 - À espera de um milagre!!!

Do derby levamos uma certeza


"Escrevo no dia a seguir ao derby, com mais de 500km feitos por este amor que move milhões. Pudesse o Benfica oferecer “milhas” como oferecem as companhias aéreas e haveria Benfiquistas que viajariam para a Catedral de borla para sempre.
Do derby, levo uma certeza e uma ideia da qual nunca duvidei: este clube nunca cairá.
Para saber isto, basta apenas fechar os olhos e ouvir de novo as milhares de pessoas na avenida, cheirar de novo as centenas de tochas e sentir de novo os abraços aos milhares de desconhecidos que abraçámos naquele momento em que todos queríamos o mesmo.
Mesmo nos momentos em que o clube até possa estar dividido, ou nos momentos em que a incerteza reina no clube do povo. Queríamos todos o mesmo. Pusemos todos as nossas ideias de parte. Só o 39 interessava. Não chegou, ontem, no derby, ainda não chegou.
Mas o 39 chegará, mesmo que não seja este ano. A taça chegará, mesmo que não seja este ano, até a terceira orelhuda chegará. Digo-vos isto com toda a certeza do mundo. Sabem porque? Porque este clube tem, em todos os dias, “Milhões de chamas bem acesas”.
E se houve dias em que eu, como muitos outros, tiveram medo que esta chama alguma vez se apagasse, ontem tive a certeza de que não. Tive a certeza de que nos podem espezinhar, humilhar, roubar (e aqui não falo de arbitragem), fazer-nos de burros, totós ou cúmplices (passo a mensagem). Escusam. Podem parar.
Este Clube tem uma alma infinita. De todos, haverá sempre um. Esse um é o Sport Lisboa e Benfica. Nunca deixem que alguém tente apagar a chama imensa que vos percorre a alma. Estaremos lá sempre, mais perto, ou mais longe. Mais calor ou mais frio. A Luz mais cheia ou mais vazia. Com DJ, sem DJ. Com coreografia, sem coreografia. Com rotunda ou sem rotunda.
E no fim, como provámos no derby, estaremos sempre juntos, mesmo que nos queiram afastar.
Viva o Sport Lisboa e Benfica. Vivam os Benfiquistas."

Um Benfica do tamanho dos benfiquistas


"Costuma dizer-se que nenhum plano sobrevive ao primeiro contacto com o inimigo, e o jogo de sábado foi violentamente rápido a demonstrar-nos isso. Este é talvez o texto que menos vontade tenho de escrever desde que ocupo esta página. Da mesma forma que não me apeteceu muito consultar jornais nos dias anteriores ao jogo, por me alimentarem a ansiedade, continuo um pouco fora do mundo, amargurado com o que se passou este fim de semana, sem uma enorme vontade de saber o que todos os analistas pensam sobre o assunto. Tenho ainda menos vontade de desatar a fazer autópsias, nomeadamente porque continuamos vivos. Pouco mais me interessa nesta fase do que continuar a acreditar e ver a equipa transmitir exatamente o mesmo sentimento.
Voltemos ao plano e ao seu inimigo. A ideia do Benfica, interpretada de forma única pelos seus adeptos um pouco por toda a parte, mas também comunicada naquilo que o onze inicial parecia capaz de oferecer, era subjugar o Sporting à melhor versão do nosso futebol esta época: uma combinação de agressividade, força bruta, vontade e até uma certa pressa de vencer, que, aliada ao talento e à experiência superior do plantel do Benfica em jogos a doer, faria a equipa levar a melhor e controlar o jogo. No melhor cenário possível, tudo isto aconteceria com relativa naturalidade. Infelizmente, o plano do Sporting levou a melhor logo nos primeiros minutos e a dureza do golpe fez-se sentir durante toda a primeira parte. É complicado dizer agora que todas as opções de Lage estavam erradas, primeiro porque não me parece ser o caso, segundo porque a teoria subjacente às mesmas parecia certa.
A ideia de um último jogo de Di María na Luz, nestas circunstâncias, depois de todos os ambientes de enorme pressão em que o argentino já passeou a sua classe, parecia escrita para um final muito feliz. Assim que vi o onze, convenci-me de que essa opção seria vencedora. O facto é que Di María acabou por não ter um jogo inspirado. A ele juntaram-se dez colegas um pouco atordoados pelo impacto inicial e provavelmente um treinador que nunca precisou tanto de tempo para pensar quando tempo era exatamente aquilo que não tinha. Em suma, demos 45 minutos de avanço numa final. Raramente o que resulta daí é uma vitória.
Apesar do empate de sábado, mantenho que o Benfica é mais forte do que o Sporting, pelo menos em tese, se nos basearmos nas melhores versões demonstradas pelas duas equipas até aqui: uma (Benfica) mais capaz de operar coletivamente e demonstrar, nos seus momentos mais solidários e intensos, um futebol difícil de travar até nas competições europeias. O problema é, de facto, o nível de consistência e regularidade com que essa versão se apresenta em campo, e durante quanto tempo por jogo. Já a melhor versão do Sporting está quase totalmente dependente de um finalizador de qualidade excecional, Gyokeres, e de um dos centrocampistas mais equilibrados do futebol português, Morten Hjulmand.
Sei o que vale o Benfica sem alguns dos seus melhores jogadores e já vi a equipa vencer vários jogos sem a sua presença em campo. Também sei o que vale o Sporting, e não é por acaso que tanta gente teme pela ausência de Hjulmand no jogo contra o Vitória de Guimarães. Seriam insensatos se subestimassem a importância do jogador, e farão bem em passar os próximos dias a calmantes. Futebolisticamente falando, desejo-lhes naturalmente o pior para o próximo sábado e para o dérbi que falta disputarmos esta época.
Espero encontrar a melhor versão do Benfica no próximo sábado. Em primeiro lugar, importa limpar uma certa imagem que ficou, um medo de ser feliz que transpareceu do dérbi. Em retrospetiva, é difícil determinar se o ambiente intimidou os jogadores. Aconteceu tudo demasiado depressa e o contexto tornou-se muito adverso. Seria fácil criticar agora, mas não tenho dúvidas de que todos os jogadores queriam muito vencer aquele jogo e dar uma alegria gigantesca aos adeptos. Convém seguir por aí. Só essa crença nos resta neste momento — e ainda pode valer muito.
Fazer o trabalho necessário para deixar uma última impressão positiva. Se o fizerem, demonstrarão algo que foi caracterizando o percurso rocambolesco da equipa ao longo desta Liga: esta equipa já caiu várias vezes, mas foi sabendo levantar-se. Que o façamos mais uma vez e, quem sabe, ainda acabamos a sorrir. É uma enorme ansiedade dependermos de terceiros, mas, como diria um treinador tetracampeão nacional pelo Benfica, se fosse fácil não era para nós. Teremos todos oportunidade de discutir e pensar nas dimensões maiores indicativas daquilo que foi esta época, mas não é o momento para isso. Esta equipa e o seu treinador fizeram, apesar das inconsistências, o suficiente para que estejamos ao seu lado e acreditemos que ainda é possível.
Não ganhámos o jogo e não sou fã de vitórias morais, mas acho fundamental falar disto. Não consumi muitos jornais na última semana, mas fui vendo muito daquilo que os benfiquistas fizeram. Foi uma missão extraordinária. Já foi muito elogiada, mas nunca é de mais. É sempre comovente ver gente que, movida exclusivamente por entusiasmo e amor ao clube, dá tanto de si para retribuir. Ao longo daqueles dias muito longos que precederam o jogo do século, como lhe chamaram, os adeptos estiveram à altura. A receção ao autocarro da equipa vai permanecer como o momento mais memorável desse dia, e é bastante justo que assim seja. Os benfiquistas foram mesmo o MVP deste dérbi e merecem celebrar o título nacional no próximo sábado. Espero um Benfica do tamanho dos seus adeptos — e que seja feita a sua enorme vontade."

Segunda Bola...


3x4x3


1 Minuto


- Minuto...

Zero: Mercado - Arsenal entra no balneário do Sporting

Pre-Bet Show #137 - Quem vai ser Campeão Nacional? 🔥

Jogo Pelo Jogo - S02E40 - Benfica - Sporting

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Há drama entre Nuno e Marinakis? O caso em Nottingham explicado

Zero: 5x4 - S05E32 - Acabou a fase regular: houve justiça?

Um triste fim


"A interrogação final do título deste artigo resulta mais da esperança, que se diz ser sempre a última a morrer, do que de uma convicção que a razão não consente. Muito provavelmente, o Benfica perdeu no sábado um título que deveria ter ganho, porque é melhor e ainda foi a tempo de o mostrar no sábado passado, por culpa própria essencialmente, ainda que não só… Se há umas semanas foi um mau fim de jogo com o Arouca que tirou ao Benfica a vantagem de jogar com dois resultados, no sábado foi o mau início de jogo que lhe tirou tempo e espaço para a poder recuperar. Ansioso, hesitante em cada duelo, desconcentrado a cada ataque, desconfiado em cada contra-ataque do adversário, o Benfica só “entrou” no jogo pela meia hora e, assim, deu uma parte de avanço ao adversário, que soube aproveitar um dos três ataques com perigo que fez. 
Na segunda, reagiu com alma, empurrou o adversário para trás tanto quanto Debast empurrou Otamendi, lance que também marcará a história deste campeonato, fez um golo e poderia, se o poste o consentisse, fazer outro, aquele que faltava… Depois, depois o jogo acabou cerca dos 75 minutos, com interrupções atrás de interrupções e um atarantado árbitro, perdido, a correr para as “urgências” que iam acontecendo um pouco por todo o lado, arrastando a partida até que, com a pressa de quem passou a semana fora de casa, terminou com um mau jogo que não promove uma Liga que se quer vender...
Resta ao Benfica fazer o trabalho em Braga e esperar que a esperança confirme o que dela se diz…Infelizmente é o que fizemos por ter, mas também o que fizeram por termos…"

DAZN: The Premier Pub - Forest Europeu... 30 anos depois!

DAZN: Partidazo - Especial ELCLÁSICO: Habemus Campeón?

Zero: Afunda - S05E62 - Será a Lottery aldrabada?

BolaTV: Entrevista - Mitchell Van Der Gaag

BolaTV: MotoGP...

BolaTV: NBA...

Da euforia ao conflito, da paixão à agressão!


"O Desporto e as atividades que dele fazem parte, tem tido ao longo do tempo um forte impacto na sociedade, despertando paixões, suscitando críticas, inspirando artistas, tudo isto justificado pelo maior impacto social transmitido pelos media, envolvendo direta e indiretamente toda a sociedade, quer pelo valor da sua prática, quer na condição de adeptos e profissionais pelos serviços prestados. Daí que qualquer jogo, em especial no âmbito do futebol e especialmente quando se apresenta como um fenómeno de consumo, resultado da sua alta popularidade, gera como consequência forte impacto nos hábitos e atitudes de um povo, podendo mesmo constituir-se como um laboratório de análise social, assumindo-se como um fenómeno de grande complexidade, servindo de espaço de união ou dispersão, alicerçando de forma abrangente toda uma sociedade sem fronteiras, onde a sua linguagem universal se documenta e exalta.
Como tenho vindo a referir nesta oportunidade comunicativa, perante a dinâmica que o jogo faz incidir e da importância excessiva atribuída tanto às vitórias como às derrotas, pode desempenhar um papel projetivo e coletor de frustrações dos adeptos quando perdem, e exaltação desmedida daqueles que simplesmente ganham, abrindo espaço para ondas de violência como feridas abertas, prontas a latejar como rastilho para o conflituoso uso de maneiras que não se desejavam.
Assim é que a violência se apresenta bem documentada, com estatuto de plena representatividade. Quantas vezes frases feitas de boas maneiras envoltas em simples gestos, cobertas por sorrisos abertos, escondem frustrações e desempenhos que a impulsividade de qualquer gesto acaba por ser a tampa dum ódio libertador.
A dinâmica imprimida pela conquista da posse da bola, a inquietude revelada nos lances falhados, a má interpretação pelo julgamento do jogo, a confirmação dum mau julgamento via informação prestada pelas novas tecnologias, a conquista do resultado positivo como única garantia para premiar o sucesso, associado a demais causas, tais como: deficiente formação educativa, acompanhada duma degradante iliteracia desportiva; impreparação cívica e humana dos intervenientes; natureza do recinto desportivo; obscuridade, ruído, álcool e outras drogas; rivalidade e racismo; historial qualificativo de violência; claques inseridas por grupos ultras e hooliganismo, etc… apresentam-se como índice de causalidade mais evocativo para a propalada violência.
Por vezes o estado de alma, como eco libertador da consciência de quem joga ou assiste, dirige ou treina, julga ou comenta, pode gerar festa e tragédia, esperança e medo, dúvida e razão e da euforia ao conflito, como da paixão à agressão, vai a distância dum tempo favorável para a criação de situações conflituosas, dando lugar à euforia e à cólera perante as fases mais relevantes: marcação ou não de penálti, o golo marcado ou invalidado, a falta inexistente e o estádio, ou outro espaço desportivo, transforma-se numa labareda de opiniões com efeitos por vezes dramáticos.
Cria-se assim à volta e por dentro do espaço do jogo um ambiente propício ao conflito, dado que proliferam escondidos nas próprias sombras, um contingente de inadaptados e marginalizados, que sempre estão dispostos a reincidir as regras do bom senso, incitando ao conflito, tendo ali uma boa oportunidade de provocar o tumulto. São como bestas humanas que se infiltram na multidão, estendendo tapetes de sangue por onde passam, cobrindo de luto a essência pacífica e emuladora que sempre o belo jogo deve promover.
Agressões de forma continuada a árbitros e público em geral (só no futebol de formação houve um crescimento de 109 para 595 ocorrências registadas pelas autoridades entre 2019/20 e 2023/24); discussões acesas em alguns programas de comunicação social que nos entram pela casa dentro, documentadas por imagens que enganam e disfarçam com a falta de vergonha como são expostas; o desporto na generalidade e o futebol em particular, este belo jogo, acaba como que sugado pelo trânsito das palavras e das ideias, demente entre as pessoas que espreitam o conflito, dele se alimentam e se revisitam no espelho da própria ignorância… eis a loucura de trato misturada por uma linguagem rasca entre alguns figurões, prisioneiros pelas malhas da animalidade, grosseria e bestialidade.
É urgente e necessário tomar mediadas severamente punitivas para quem não é capaz de viver de forma social e pedagógica o compromisso do fair-play, que implica o respeito pelas regras, a garantia de cumprimento de um conjunto de deveres, obrigações e comportamentos, um modo de pensar e atuar, perante uma filosofia de vida que enriquece de forma exemplar a identidade individual ou coletiva, pelas manifestações de orgulho cooperante e participativo.
Verificamos que a tutela, dada a lentidão de processos (sentenças adiadas e movidas por uma morosidade que mais parece fazer esquecimento na sua aplicação; penas leves com apenas alguns meses de suspensão, etc…) não tem sido tão eficaz como o deveria, tomando medidas punitivas de urgente responsabilidade, a fim de se assumir uma adequada e exemplar correção.
Um dia já o referi e volto a insistir, quanto a mim e a título de exemplo, dever-se-ia exigir um maior reforço de segurança, a identificação e imediata punição do agressor ( dada a facilidade de identificação pelas câmaras de vídeo colocadas em pontos estratégicos dos estádios e ou pavilhões), eliminando-lhe o acesso ao recinto do jogo, deslocando-se para o efeito à esquadra ou comando policial, possibilitando-lhe a audição em relato ou visualização do mesmo; obrigatoriedade de formação e educação cívica e desportiva; efetuação de trabalho comunitário congruente até à irradicação absoluta, podendo e devendo fazer constar na comunicação social os arautos da desgraça e a possibilidade de analisar o estado de resposta ao arrependimento.
Creio que deste modo, estariam criadas as condições para deixarmo-nos envolver por este belo sentimento de amor ao desporto em geral e ao futebol em particular, transferindo-o para o tal jogo fantástico, apelando a raros e únicos momentos de inspiração em movimento, onde a harmonia do gesto, insubordinado umas vezes, inspirador e ousado noutras, mas sempre emocionalmente excitante, nos vai facultando.
Como referia o meu distinto colega Professor Doutor Júlio Garganta: «FUTEBOL— um belo jogo em que em 90 minutos é possível condensar várias histórias e reproduzir muitas graças e desgraças da vida, daí um dos seus principais encantos. Uma magnífica construção cultural retratada em obras de arte em movimento, cuja magnitude social muitos intelectuais ainda não entenderam.»
Para concluir com uma referência ao meu amado e já tão saudoso Professor Doutor Manuel Sérgio: «Num espetacular jogo de Futebol podemos enquadrar um dos fenómenos sociais e culturais de maior magia do mundo contemporâneo.»
Façamos tudo, mas mesmo tudo para o merecer!..."

Não se fala de outra coisa


"1. Não há ninguém em Portugal dos 7 aos 77 anos - e dos 8 aos 88 e dos 9 aos 99 e por aí acima (haja saúde, que é o mais importa!) - que não saiba as regras do desempate dando-se o caso de esta Liga terminar com os grandes rivais de Lisboa exibindo o mesmo número de pontos no topo da tabela classificativa. Sabem as crianças, sabem os adolescentes, sabem os adultos e os mais velhos, toda a gente sabe. Pudera, não se fala noutra coisa. Portanto, não vou insistir nessa matéria. Já toda a gente sabe o que é preciso acontecer, quer para um lado quer para o outro lado. A mim, sinceramente, só me interessa o nosso lado.

2. Assim, por considerações pelos efeitos deste 'massacre das regras' a que todos fomos e continuamos sujeitos - basta isto, basta aquilo, basta aqueloutro... - por essa razão humanitária, não contem comigo para estar aqui a castigar-vos com informação igual à que vos vem sendo fornecida ininterruptamente há semanas e cujo volume agora se agravou exponencialmente porque já só faltam 2 rondas para o fim da caminhada.

3. Reparem como na frase anterior existe um 'ininterruptamente' e um 'exponencialmente', advérbios talhados para o exagero, o que não admira porque um dérbi será sempre um dérbi, um acontecimento exagerado por definição. E este dérbi, que se joga pelo final da tarde do próximo sábado, inclui ingrediente nunca reunido em mais de um século de História desses encontros: qualquer dos emblemas pode sagrar-se oficialmente campeão no fim do jogo.

4. O jornal A Bola elaborou no princípio da semana um trabalho bastante interessante sobre a história dos dérbis... desde que há dérbis. E lança-se a fazer previsões com base nos registos passados que apontam para que o mais provável é... não haver campeão já neste sábado.

5. 'Olhando para os resultados dos 90 Benfica - Sporting para a Liga na casa encarnada, há 44,4% de possibilidades de, no sábado, haver vitória do Sporting ou triunfo do Benfica por mais de 1 golo de diferença. E 55,5% de hipóteses de haver empate ou vitória tangencial das águias, o que levará a decisão para a 34.ª jornada', perspetiva A Bola. Acertará? Não acertará? Veremos.

6. Só temos o opor ao trabalho de A Bola o uso da expressão 'casa encarnada'. Encarnada? Vermelha, se faz favor. O anterior regime já caiu há 51 anos, e com a sua queda caiu proibição de se usar a palavra 'vermelho' em Portugal.

7. Nos 90 dérbis no terreno das águias a contar para o Campeonato registaram-se 49 vitórias do Benfica, 16 do Sporting e 25 empates. Dessas 49 vitórias do Benfica, em nossa casa, sobre o Sporting. 24 foram por 2 ou mais golos de diferença. Este é o 'histórico', como agora se diz. Façamos história, é o que se pede."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Uma 'cidade de lona'


"Centenas de campistas celebraram as bodas de ouro do Benfica... Acampando!

No ano de 1954, o Benfica celebrava o seu 54.ª aniversário. Para participar na comemoração deste feliz acontecimento, a secção de campismo organizou o Acampamento das Bodas de Ouro, no Parque da Quinta das Águas Livres, em Belas, de 17 a 25 de Julho.
Ao todo, a 'cidade de lona' era composta por 258 tendas e 540 campistas, de dezenas de clubes e núcleos campistas. Entre estes estava um adepto do FC Porto, Costa Brandão, que 'veio a pé desde a capital do Norte para trazer as saudações do seu clube e dos campistas nortenhos ao popular Benfica'.
A organização e as condições do parque de campismo foram amplamente elogiadas por todos os presentes. Com a autorização do sócio Manuel João dos Santos Sobrinho, proprietário dos terrenos, a secção de campismo havia feito várias alterações e dotado o parque de instalações sanitárias, de modo a 'servir dignamente as nossas aspirações'.
A participação neste acampamento era, por si só, uma forma de homenagem ao Benfica, mas isso não impediu a oferta da inúmeras à secção de campismo e à Direção do Clube. Das diversas ofertas destacavam-se sacos de cimento, destinados à construção do Estádio da Luz, galhardetes e peças de arte. Por seu lado, o presidente da secção de campismo do Benfica, Barão Mascarenhas, 'entregou ao sr. dr. Paulino Gomes Junior um troféu simbólico da estima dos campistas pela Direção'.
Os campistas 'passaram dias agradabilíssimos gozando as maravilhas da Natureza, nem sentindo o calor', e puderam ainda participar em várias actividades, como o fogo de campo, canções, torneios de voleibol, gincanas e a eleição da 'rainha das Bodas de Oiro'. Foi coroada a jovem Maria Eduarda Firmino Fernandes, do Luso Futebol Clube, que 'alcançou essa honra pelos seus dotes de carácter, pela sua dedicação ao campismo, pela sua presença em acampamentos nos mais variados e dispersos lugares da Terra'.
O Acampamento das Bodas de Ouro do Benfica foi um 'êxito estrondoso', e 'todos os que nele participaram se retiraram encantados, a plenos pulmões entoando a marcha Adeus, até à vista'.
Saiba mais sobre o campismo no Benfica na área 14 - Lisboa e Benfica, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Lídia Jorge, in O Benfica

É já amanhã


"Ao longo desta época de futebol profissional masculino, depressa percebemos que todos os jogos são difíceis. No início, por inoperância própria, vimo-nos atrasados na classificação. Já nos tinham encomendado o 'funeral', que estávamos fora da luta. Nesses primeiros momentos, a crítica acentuou-se, vinda de fora e de dentro.
Numa jogada de grande risco para a maioria dos especialistas, foi escolhida a equipa técnica de Bruno Lage para substituir a de Roger Schmidt. E tudo começou a mudar. Vieram vitórias, exibições com qualidade e golos (já vamos em 132 em todas as competições), mas no Sport Lisboa e Benfica isso nunca é suficiente. É preciso conquistar títulos e ganhar troféus. Seguimos em frente na Liga dos Campeões, conquistámos a Taça da Liga e recuperámos a diferença para quem ia à nossa frente na classificação. Pelo caminho, demos 4 ao Atlético de Madrid, fizemos um jogo épico com o Barcelona (não foi melhor pela tradicional complacência da arbitragem com os catalães), espetámos dois 4-1 ao FC Porto, e nada disso parecia (parece) chegar para apaziguar os detratores do Glorioso.
Esta é uma equipa para momentos grandes, mas que também sabe sofrer nos jogos contra adversários de meio e fim da tabela. Os jogadores têm sabido unir-se sempre que necessário, e é só isso que espero no dérbi deste sábado. Que se unam e pensem com orgulho no percurso que fizeram até chegar aqui. Deste lado, não se tornou habitual perdoar expulsões e cartões, validar golos em fora de jogo e fechar os olhos a grandes penalidades. Não, nós tivemos de jogar o dobro dos nossos adversários mais diretos. A equipa do Norte foi levada ao colo até se tornar impossível equilibrar as contas de um conjunto mediano de jogadores. Já o adversário de amanhã, basta ver a campanha que tem sido organizada por especialistas, comentadores e alguns jornalistas, incapazes de esconder a baba que lhes escorre pelo queixo, misturada com a saliva de raiva que lhes aflora o canto da boca quando pensam no SL Benfica.
Por tudo isto, a receita é só uma: ganhar. E bem. Não deixar dúvidas."

Ricardo Santos, in O Benfica

Operação Inferno


"Há três coisas na vida que tomo como certas: a morte, os impostos e o coração a bater mais forte quando joga o Benfica. Ora, antevendo as cervejas que vou pagar a malta amiga antes do dérbi - e, naturalmente, o respetivo IVA -, é até possível que se cumpram mesmo estas três sinas no sábado. Sei em que Luz vou estar quando o jogo começar, mas não sei ainda em que Luz vou estar quando o jogo acabar. Não foi à toa que o Hospital da Luz Lisboa, prudente e perspicaz, se construiu nas redondezas da Catedral. Já antevia a gigante exposição dos milhares de pessoas que ali ao lado, quase todas as semanas, contrariam as ameaças ao miocárdio através da técnica de socorro mais popular: roer as unhas até às falengetas.
Aliás, tem-se falado de forma insistente que este é um jogo de risco, e até aqui eu concordo. Só não estou de acordo que esse risco deva ser controlado por uma operação especial montada pela PSP. Neste caso, fazia muito mais sentido se esse controlo fosse feito por uma extensa equipa de médicos, eles, sim, habilitados a fazer todas as operações especiais que venham a ser necessárias durante os 90 minutos. As fardas e os equipamentos da polícia de choque deviriam ser substituídos por batas brancas e malas em desfibriladores, os choques que realmente podem ser necessários. Espalhar uma legião de doutores pelo estádio e pela cidade é a forma mais segura de garantir que tudo corre bem. Eu quero um médico perto de mim na bancada quando aparecer a primeira oportunidade de golo, pois o que me poderá fazer falta será um estetoscópio ou uma injeção de soro direta na veia, não serão algemas ou um walkie-talkie.
Vai ser uma prova de fogo ao coração. Nem eu nem o leitor sabemos se vamos sobreviver, mas sabemos que o Inferno espera por nós. Vamos, juntos, aquecê-lo.
Carrega, Benfica! Rumo ao 39!"

Pedro Soares, in O Benfica

Futebol na comunidade


"Este é o lema do trabalho social e de sustentabilidade do mítico clube inglês Arsenal FC. Em Londres, tem-se dedicado a usar o poder do futebol para desenvolver projetos com a comunidade, muito particularmente nas áreas de proximidade do estádio, com especial atenção aos problemas da exclusão social, da integração e do apoio às pessoas com deficiência.
Na Europa do futebol é comum os grandes clubes que têm fundações sociais, como é o caso, relacionaram-se entre si na partilha de boas práticas, no reconhecimento de projetos e metodologias, na formação e capacidade das suas equipas a partir do melhor que se faz na Europa do futebol social.
A Fundação Benfica, pelo trabalho inovador e pela abrangência dos seus projetos, é já uma referência internacional na Europa e para além dela. Por isso é com relativa frequência que recebemos delegações de outros clubes para conhecerem o nosso trabalho. Desta vez recebemos uma delegação da Fundação Arsenal FC e aproveitamos também para saber as novidades do outro lado do canal, na capital do país que inventou oficialmente o futebol e que é pioneiro inquestionável do movimento fundacional do futebol mundial. Uma orgulho para  Fundação do Sport Lisboa e Benfica e, certamente, para os benfiquistas!"

Jorge Miranda, in O Benfica