Últimas indefectivações

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Inesperado, ou não...!!!

Benfica 97 - 100 Lusitânia
24-20, 12-25, 21-18, 24-18, 16-19

Sem o Morais à bastante tempo, e hoje sem o Sanders... a equipa não conseguiu ganhar, com uma perfomance defensiva que deixou muito a desejar!
Nos últimos jogos, temos jogado abaixo do normal... estamos numa altura com poucas 'decisões', os jogadores parecem pouco 'picados'... espero que quando chegarem as decisões, a equipa volte a 'acordar'!!!

Quarenta e cinco minutos de luxo

"Foram largos minutos de competência e de raiva, de qualidade e de raça. Muita raça numa noite chuvosa.

1. O Benfica venceu, com clareza, o Rio Ave. Com quarenta e cinco minutos de luxo. Tremeu na primeira parte e dominou, com momentos de nota artística, na segunda parte. Sofreu com a sagacidade do Rio Ave nos primeiros vinte minutos mas fez, de verdade, uns segundos quarenta e cinco minutos à Benfica. Foram largos minutos de competência e de raiva, de qualidade e de raça. Muita raça numa noite chuvosa. Marcou cinco golos e todos eles com diferentes concretizadores. Um golo mais de Jonas, já um dos grandes goleadores da história do Benfica. Mas sublinho, ainda, os dois marcados por Jardel e Rúben Dias. Golos de bolas paradas que sente-se e presente-se são bem preparadas. E também o comprometimento colectivo de Zivkovic e, também, de Grimaldo e de Cervi. E o amor à camisola do André Almeida. Mais a de Bruno Varela e da sugestiva continência que o Pizzi gosta de repetir. Mas permitam-me a ousadia de mencionar os momentos de jogo que Rafa proporcionou. Sim, ainda bem que Rafa ficou. Sim, ainda bem que Rafa fez um bom jogo face ao Rio Ave. E a assistência para o golo derradeiro - para o golo de Raul Jiménez - só pode ser uma assistência motivadora. E que o deve encorajar! Como a todos os simpatizantes e adeptos do Benfica que ambicionam, contra muitas vozes, certos escribas e perturbantes alianças, a conquista do penta. Ontem foram cinco golos bem aplaudidos, e com muito fervor, por cinquenta e quatro mil adeptos. Acredito, por fim, que, para além da equipa de arbitragem, o VAR - mais o AVAR - não viu uma grande penalidade que eu vi. Somos os seres humanos. Um de nós errou. Assumo que aceito, em outros lances, diferenças de opinião. Mas naquele... por amor da santa!!!

2. Hoje é o dia da Super Bowl. Muitos milhões de americanos - e não só! - ficarão verdadeiramente pegados à televisão para vibrarem com a edição 52 da partida mais importante da denominada Liga do futebol americano. A final realizar-se no Estado do Minnesota, na cidade de Minneapolis, - do Norte dos EUA! - e no estádio dos seus vikings. Os Philadelphia Eagles e os New England Patriots disputam o troféu da principal competição desportiva americana. O que nos permite compreender que o domínio do futebol tem territórios, como o nosso, em noutros espaços o râguebi tem primazia - como se percebe pelo Torneio das Seis Nações que está a decorrer e que nos permite conhecer a total transparência das decisões arbitrais e que escutamos totalmente! - e em outros locais o hóquei no gelo ou o esqui, e as suas vertentes, dominam a atenção dos consumidores e praticantes desportivos. E no mínimo cerca de 120 milhões de telespectadores juntarão, na noite deste domingo, paixão e emoção, lazer e prazer, pipocas e coca cola, pizzas e batatas fritas. Calorias e mais calorias. E Justin Timberlake, um dos ícones do momento da música pop, cantará pela terceira vez numa final desta competição emblemática e que todos conhecem como a NFL! O que sei é o que o jornalistas James Lawton escreveu acerca do futebol americano: «O treinador de futebol americano tornou-se muito mais do que num funcionário do desporto. Espera-se que ele dê forma à forma mais profunda de percepção que os americanos têm de eles mesmos. Espera-se que ele seja autoritário, duro mas razoável, filosófico, mas imbuído de fome de acção. Idealmente, ele é um padre soldado»! Que imagem de uma modalidade e de um jogo! E quase de uma nação que, no seu multiculturalismo, integra este jogo!

3. Arrancam na próxima sexta-feira os Jogos Olímpicos de Inverno. Até ao dia 25 de Fevereiro a Coreia do Sul, e a cidade de PyeongChang, serão o centro da atenção de centenas de milhões de simpatizantes das diferentes modalidades que permitem a conquista de ouro olímpico. Nós prestamos atenção, por excelência, aos Jogos de Verão. Por isso na Coreia do Sul teremos, tão só, dois representantes. E importa reconhecer que só a Serra da Estrela permite, no nosso território, a prática de modalidades de Inverno, como o snowboard ou o esqui. Mas estes Jogos serão, por excelência, os Jogos de uma singular trégua olímpica. As duas Coreias, bem diferentes, vão desfilar em conjunto na cerimónia de abertura e exibirão uma bandeira da Coreia unificada. E de forma emblemática as duas Coreias - a do Sul e a do Norte - constituíram, pela primeira vez na história de Jogos Olímpicos, uma equipa feminina conjunta de hóquei no gelo. Ali o desporto aproxima. Une irmãos desavindos. Torna bem presente as palavras emblemáticas de Pierre de Coubertin: «A coisa mais importante nos Jogos Olímpicos não é vencer mas participar. A coisa essencial na vida não é conquistar mas lutar bem»! Ali na Península da Coreia, o Sul e o Norte aproximam-se. Aqui, aqui neste pequeno rectângulo, o desporto potencia a disputa entre amigo-inimigo. Acredito que só uns jogos olímpicos permitiram uma mínima aproximação desportiva em Portugal. Já que nem as principais instituições desportivas a conseguem proporcionar um tempo de calma nem o poder político consegue suscitar uma trégua! O que significa quase que uma falência do Estado. O que não é bom sintoma. Acreditem que não é!

4. Duas notas da semana: A primeira para sublinhar o momento bem singular da entrevista do guarda-redes do Moreirense na entrevista logo após o empate face ao Futebol Clube do Porto. Parecia um momento de apanhados! Ele que julgava que tinha perdido! O que significa que por Moreira de Cónegos não há intermediação de comunicação. A segunda para evidenciar o momento extraordinário de forma de Gonçalo Paciência. Cresceu no Vitória de Setúbal bem liderado pelo José Couceiro. Merece oportunidades e minutos no Futebol Clube do Porto de Sérgio Conceião. e vom Fernando Santos, e bem, atento. É que a Rússia está... a pequenos passos!!!"

Fernando Seara, in A Bola

De canto para a goleada

"Mérito para a forma como o Benfica desfez a organização defensiva à zona do Rio Ave.

Mais coração do que cabeça
1. Foi um jogo cujo resultado não mostra o que foi a partida, sobretudo durante a primeira parte, altura em que o Benfica teve muitas dificuldades. O Rio Ave é uma equipa muito compacta, que se apresenta com as linhas muito juntas e a dificultar a primeira fase de construção. O Benfica ia tendo mais bola, mais ataques, mas pouco discernimento. E depois do golo do adversário, apesar de mostrar vontade teve igualmente pouco critério, enquanto o Rio Ave tentava discutir o jogo e ter posse de bola. Pode dizer-se que o Benfica da primeira parte foi uma equipa que teve quase sempre mais coração do que cabeça.

Segredo descoberto
2. Depois do intervalo, o Benfica reentrou muito bem na partida e conseguiu o golo e a partir daí o Rio Ave não teve mais capacidade para contrariar o cariz do jogo. Nota curiosa para os cantos do Benfica que tiveram tanto de mérito como de demérito: na primeira parte teve alguns e nunca conseguiu criar dificuldades à organização de defesa à zona do Rio Ave; depois no segundo tempo acabam por conseguir três golos de canto, quebrando essa organização defensiva ou tendo descoberto o segredo para os golos. O Benfica foi um justo vencedor, mas há que enaltecer a ambição do Rio Ave de jogar nos olhos com o Benfica. Quando uma equipa tem o seu ADN ou a identidade bem definida não tem de abandonar os seus princípios e a forma de jogar quando defronta uma equipa como o Benfica. O Rio Ave foi fiel a essa identidade e isso só valoriza o espectáculo e a equipa e não deslustrou, mesmo tendo perdido.

Garra e eficácia após intervalo
3. O Benfica da segunda parte foi equipa mais eficaz ao contrário do que aconteceu na primeira, embora o Rio Ave tenha sido mais penalizado pela incapacidade de defender as bolas paradas do que pelo atrevimento que teve em jogar olhos nos olhos com o Benfica. Destaca-se a qualidade dos movimentos do Jonas e a capacidade dos centrais em fazer golos determinantes e também à crença apresentada por toda a equipa para dar a volta ao resultado. Pareceu-me que o Benfica teve uma boa dinâmica no meio-campo e não foi fácil tendo em conta que o Rio Ave estava muito povoado nesse sector fazendo com que o jogo interior dos encarnados tivesse pouco espaço. Mas Zivkovic esteve bastante bem e acabou por ajudar o Benfica a ter dinâmica bastante ofensiva. Em relação ao Rio Ave, para finalizar, quero destacar a mobilidade do avançado Guedes, a qualidade táctica de Tarantini e ainda a capacidade de construção dos centrais Marcelo e Marcão."

João Carlos Pereira, in A Bola

Isto é o que não é

"Nota prévia: feita antes do FC Porto - SC Braga, esta entrevista breve com Nélson Rodrigues (o míope que escrevia futebol com os olhos poéticos de um deus casmurro) não é uma entrevista (porque é um simulacro) - e deve ser lida apenas nas suas entrelinhas.
- Continua a acreditar que, no futebol, o pior cego é que só vê a bola?
- Pois sim! E me deliciando por continuarem por todo o lado o meu Sobrenatural de Almeida, o meu Quadrúpede das 24 Patas, o meu Cretino Fundamental, o meu lado idiota da Objectividade, a minha Aldeia Espanhola do Quase...
- Essa sua Aldeia Espanhola do Quase em que as mulheres são quase bonitas, os homens quase honestos, as esposas quase fiéis, os ladrões quase ladrões - é das mais perfeitas metáforas que a imperfeição do futebol tem a mostrar aquela sua outra ideia de que não se faz boa literatura e bom futebol apenas com bons sentimentos...
- Por isso é que digo o que sempre disse nas minhas crónicas: que a arbitragem normal e honesta confere as partidas um tédio profundo. Que só o juiz gatuno dá ao futebol uma dimensão shakespeariana, que o espectáculo deixa de se resolver em termos especificamente técnicos ou tácticos...
- ... e passa a ter grandeza terrível.
- É! Porque o juiz larápio resolve, no time prejudicado, esse fundo de crueldade, de insânia, de ódio, que existe, adormecido, no mais integro dos seres.
- Só que agora já não lhes bebem o sangue nos estádios, bebem-lho na TV.
- Não entendi!
- Lembra-se daquela discussão na televisão sobre o penalty contra o Flu que você jurava que era - e não era?
- Não podia esquecer. É, me mostraram a imagem e eu afirmei: se o videoteipe diz que é penalty, pior para o videoteipe. O videoteipe é burro. E é só...

PS: Qualquer semelhança (sobretudo na burrice do videoteipe) entre a entrevista (que não é ) e os mistérios do VAR (sobretudo nos jogos do FC Porto) é pura coincidência.
(Pura ou impura)."

António Simões, in A Bola

PS: A sério!!! António Simões, jornalista d'A Bola assume-se finalmente?!!!! Então o VAR tem prejudicado os Corruptos?!!!! Mas a Bolha não é o pasquim do Benfica?!!!!!!

Ainda a Rússia e o alegado esquema de dopagem

"Já aqui tínhamos dado conta da investigação McLaren relativo a um esquema de dopagem durante os Jogos Olímpicos (JO) de Inverno em Schi 2014, que levou a que o COI punisse 43 atletas russos, retirando todas as medalhas por eles obtidas bem como declarando-os inelegíveis para participar em todas as edições subsequentes dos JO. 42 desses atletas recorreram para o Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (CAS).
Esta semana, o CAS proferiu decisão relativamente a 39 atletas, afirmando, desde logo, que a prova coligida pelo COI não apresentava a mesma consistência em relação a cada caso concreto. Assim, 28 atletas viram as respectivas sanções serem totalmente anuladas (tendo sido reintegrados os resultados obtidos em Sochi), e em 11 casos as sanções foram reduzidas (os atletas não poderão competir nos próximos JO de Inverno mas não estão banidos de participar em todos os JO).
Diz ainda o CAS que não lhe competia avaliar se existiu um esquema organizado de manipulação de controlo antidopagem no laboratório de Sochi, mas apenas avaliar a prova que sustentava, individualmente, as sanções aplicadas a cada atleta.
Já o COI entende que se por um lado existe a confirmação de que houve manipulação do sistema antidopagem nos JO de Inverno de 2014, razão pela qual se confirmou a punição de 11 atletas, por outro, a decisão de anular as sanções aplicadas a outros 28 atletas pode ter um «impacto sério na luta contra o doping». O COI relembra ainda que o Comité Olímpico da Rússia se mantém suspenso, pelo que estes atletas apenas podem participar - como neutros - nos JO de PyeongChang por convite do COI e que a decisão do CAS não implica automaticamente que irão ser convidados."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Justiça?

"1. Não há nada de ridículo ou patético na espécie de investigação que foi feita pelo Ministério Público ao caso dos convites a Mário Centeno. Mesmo nada. Há é mais uma entrada na agenda da descredibilização de pessoas e instituições com objectivos políticos ou meramente venais - há vários casos em que ambos se misturam - com a colaboração do Ministério Público. Nada que se possa levar de forma leve e tratar como algo da espuma dos dias.
Que coisas que se assemelham a órgãos de comunicação social desprezem qualquer tipo de ética e qualquer tipo de decência e lancem um conjunto de insinuações e mentiras à boleia de uma banalidade como dois convites para o futebol é grave, mas é algo com que temos de conviver. Repito, conviver, não aceitar e muito menos colaborar. Dia após dia assistimos a miseráveis campanhas negras (como a que foi feita contra o Nuno Artur Silva), a assassinatos morais, a julgamentos na praça pública, à divulgação de escutas e peças processuais em segredo de justiça, à devassa da vida privada, à promoção de mentiras, a insinuações e difamações e não há, com pouquíssimas excepções, um político relevante que o denuncie, um juiz que se revolte, um governante que se levante. Pior, temos gente com responsabilidades neste país, líderes de partidos, senadores, mui sisudos colunistas sem vergonha de verem o seu nome associado a tudo o que é infâmia. Sim, falo do Correio da Manhã e, sim, há demasiados cobardes e colaboracionistas neste país.
Mais grave é perceber que o Ministério Público anda a reboque das campanhas de pasquins. Já conhecíamos a estratégia de alguns magistrados (não confundo todo o Ministério Público com alguns dos seus membros): condenar na praça pública quando não o conseguem fazer através dos procedimentos apropriados ou soltar pedaços de peças processuais visando criar percepções na opinião pública em razão da sua tese, desequilibrando, objectivamente, o processo. Agora temos uma nova fase: o tablóide como fonte de informação para a acção penal. Qual das duas a pior.
Será que a mais alta hierarquia do Ministério Público não pensa em dar ao povo, em função do qual exerce a dita acção penal, uma explicação? Não pensará que deve explicar porque diabo numa semana inicia e arquiva um inquérito em que se fazem buscas no Ministério das Finanças por pensar que dois convites para o futebol levariam um ministro a dar uma isenção que nem sequer estava dentro dos seus poderes? Achará que deve ser tratado como simples incompetência uma situação em que se põe em causa a honorabilidade de uma pessoa sem o mínimo de sustentabilidade? 

2. Depois de uma investigação que durou seis anos e que teve como alvo todos os membros de um governo, os secretários de Estado Conde Rodrigues e José Magalhães foram acusados do crime de peculato. Segundo a acusação, terão feito gastos indevidos em jornais e revistas no valor aproximado de 14 000 euros e 400 euros, respectivamente. O processo correrá e será apurado se de facto estes dois senhores prevaricaram.
Deixemos de lado a questão de ter sido pouco ou muito o tempo que se levou a apurar estes eventuais tão graves crimes. Não seria despiciendo abordar como é que um organismo que tanto se queixa de falta de meios gasta tanto tempo e tanto dinheiro numa investigação com a importância destas, mas confiemos na capacidade de gestão e nas prioridades do Ministério Público.
O grave e preocupante nesta investigação é a sua origem. É que esta teve origem numa queixa da Associação Sindical dos Juízes. Ou seja, esta associação decidiu pôr em causa a conduta não de um ou dois membros de um governo, mas de todos. Não se coibiu de lançar a suspeita sobre várias dezenas de homens e mulheres apenas porque pertenciam a um governo. Soubemos o resultado nesta semana.
Sim, foram os homens e mulheres a quem demos o poder de decidir sobre as nossas vidas, a quem concedemos a capacidade de nos tirar a liberdade que actuaram daquela forma. Não acham que merecemos uma explicação? Todos os juízes se reveem no que a sua associação fez?

3. Nesta semana soubemos de uma investigação em que a própria justiça se investiga a si própria. Claro, os problemas com a lei estão longe de se confinar à classe política ou à empresarial.
Mais uma vez, porém, tivemos a mesma organização de comunicação social a chegar com os oficiais de justiça, mais uma vez o segredo de justiça foi violado, mais uma vez sabemos apenas a versão de quem acusa causando um desequilíbrio no processo logo no seu início, mais uma vez já temos condenados no tribunal popular. Tudo isso impedirá que se faça justiça ou tornará os arguidos em vítimas? Provavelmente não e este caso parece já mais bem investigado do que outros. Mas pode acontecer, e já seria a enésima vez que inocentes são condenados na opinião pública. O que não se pode deixar de dizer é que temos mais um processo que começa mal.
As investigações bem fundadas e fundamentadas em indícios relevantes são sempre muito bem-vindas. É verdade que houve demasiada impunidade durante demasiado tempo.
O que a justiça não pode esquecer é que até por ter tão fortes e especiais poderes não pode estar acima da lei. Que os procedimentos e formalidades são essenciais num Estado de direito, que não os pode atropelar em função de convicções próprias. Que a justiça está ao serviço da comunidade e não a comunidade ao serviço da justiça.
É a justiça que tem, de uma vez por todas, de pôr termo à sensação de que pretende sobrepor-se a todos os poderes, que se acha uma espécie de guardiã da moral e que pensa não ter limites para a sua acção. E não, quem quer ver a lei cumprida, as garantias dos cidadãos respeitadas, os julgamentos nos tribunais, o princípio da presunção de inocência continuar sagrado, não está a defender os bandidos, não está contra os magistrados, quer tão-só ver a democracia e o Estado de direito respeitados."

Suspeitas que são insultos

"As suspeições são o ‘pão nosso de cada dia’! Não há dia em que a imprensa não identifique um caso merecedor de atenção do Ministério Público, quantas vezes incorporando na notícia buscas já efectuadas pela PJ ou pelo DIAP As provas da veracidade das suspeitas logo hão de aparecer – e até lá dão-se as notícias e escrevem-se muitos artigos (mas muito poucos com tino). Alguns dizem que estamos num país de cunhas e amiguismo – e a profusão de casos até lhes dá razão, nesta generalização que fica colada às características de um povo.
As redes sociais adoram estas situações. Com ligeireza se julgam pessoas, dependendo da cor política ou desportiva, escrevendo-se verdades absolutas, quantas vezes a coberto do anonimato, sem regras ou filtros. A imprensa alimenta-se, o público consome e absorve a suspeita como dado confirmado, os visados encolhem-se – acreditando os inocentes que o tempo os ilibará. Mas como o desmentido nunca tem a força da notícia, o anátema de suspeita fica como rótulo. Assim vivemos, assim rezamos para que não nos toque a nós.
Esta semana teve casos em barda e muito mediáticos. O tempo dirá se a sua gravidade corresponde ao mediatismo, exponenciado por envolver personagens afectas a clubes – ao que leio, em temas da sua vida privada. Sobre o conteúdo destes casos pouco se sabe e por isso nem me atrevo a pronunciar. Mas há outros que, pelo seu ridículo, pela dimensão inusitada e injusta que tomam, merecem profunda reflexão sobre a ligeireza com que se colam anátemas a pessoas.
Ousar por momentos pensar que Mário Centeno se influencia por dois bilhetes para a bola (que poderia evitar ter pedido) ou suspeitar que Nuno Artur Silva (não reconduzido na RTP) não soube separar águas entre ser administrador e dono das Produções Fictícias, são autênticos insultos à inteligência colectiva. Mas a verdade é que se repetem as notícias até à náusea e colam-se imagens que, para além de certamente injustas, são sobretudo ofensivas.
Discordo de muitas políticas económicas de Centeno mas, não o conhecendo, respeito-o porque merece o nosso respeito. Acho hedionda qualquer colagem de ‘corrupção’ que lhe façam, porque disso se trata. Sobre Nuno Artur Silva (que nem sequer conheço) é imperativo referir que a CGI da RTP lhe reconhece um comportamento exemplar como administrador – mas, porque não conseguiu vender a empresa da qual era sócio (que objectivamente definhou com a sua ausência), considera que deixou de reunir condições para continuar. Isto é perfeitamente insultuoso, sobretudo para ele mas também para todos os que pagam taxas – dado que a avaliação profissional objectiva é subjugada pelas aparências.
A mesquinhez é característica do nosso povo, tal como a inveja. Aqueles que têm sucesso, sobretudo financeiro, são olhados de soslaio, quantas vezes tolerados nos meios mais pequenos. Assim, não há que surpreender que tantos se afastem para outras paragens, optando por sair deste canto onde se adora saber quanto os outros ganham de ordenado (até com parangonas de jornais, sem qualquer espécie de pudor) ou se preocupam com dividendos sem se questionarem quantos empregos são gerados por estes investidores.
Ir para a política servir a causa pública, ou ir para gestor de empresas públicas, tem de ser muito mais que vocação – tem de ser paixão, porque apenas assim se compreende a loucura desta opção nos tempos que correm!

P.S. 1 – No meio desta loucura colectiva, aparecem notícias bem interessantes – como o controlo que a Islândia está a fazer do consumo de drogas e álcool entre os adolescentes. Depois de ter assumido ser um problema nacional, dado que os seus jovens há cerca de 20 anos eram dos que mais bebiam e consumiam, desenharam-se programas de ocupação da juventude, desde aumentar o período das aulas até desenvolver programas de ocupação cultural e desportiva. Assim, as estatísticas mostram que, dos 42% de jovens entre 15 e 16 anos que se embriagavam em 1998, se desceu para 5% em 2016. Os que experimentaram cannabis passaram de 17% para 7%, e os que fumam de 23% para 3%. Para além de se melhorar a saúde das gerações futuras e reduzir gastos, talvez agora se perceba melhor porque a Islândia se qualificou para disputar o Mundial da Rússia este ano.

P.S. 2 – Fico com uma visão menos optimista quando leio que a banca tem 25 mil milhões de euros de crédito ao consumo, o maior volume desde 2013, com crescimentos mensais médios de 82 milhões face a 2016. Se a isto juntarmos o aumento da exposição da banca ao crédito à habitação (98 mil milhões), aproveitando igualmente esta onda de crescimento da economia, começo mesmo a ficar preocupado. Mas a verdade é que rareiam os grandes projectos de investimento, sobretudo reprodutivos, as taxas de juros são baixas e a banca tem de procurar sobreviver no imediato. Compreende-se, assim, a preocupação do BCE com a banca nacional e a supervisão reforçada (e muito bem) sobre políticas de ‘governance’. Mas onde é que já vi este filme?"

Benfiquismo (DCCXXXVIII)

Obrigado

Cadomblé do Vata

"1. Fizemos bem em não gastar dinheiro em contratações no mercado de Janeiro... assim pudemos comprar esta goleada ao Cássio, ao Marcelo, ao Pelé que não jogou por estar suspenso e a um jogador qualquer da Segunda Divisão espanhola.
2. Só jogamos a sério durante a segunda parte do jogo e foi suficiente para marcarmos 5 golos... esperemos que a decisão de só disputarmos metade do campeonato à Benfica, também resulte na conquista do 5° titulo consecutivo.
3. Este jogo mostrou que para manter o nível de um croata só substituindo-o por um sérvio... se sabem disto nos Balcãs, ainda vamos ter nos Jogos Olímpicos de Inverno da Coreia do Sul, a participação de uma Jugoslávia unificada.
4. Zivkovic deu hoje na Luz, um espectáculo de passes a rasgar... LFV fica já a saber que se tiver documentos incriminatórios para destruir antes de uma busca da PJ, é só mete-los nos pés do sérvio. 
5. A cada jogo que faz, cresce a certeza de que Rúben Dias vai ser um enorme defesa central... em qualquer outro clube isto era uma boa notícia, no SLB é apenas a confirmação de que ele está de saída."

As jeans de Zivkovic, o furacão Grimaldo e... Pizzi, és tão pimp, miúdo (...)

"Bruno Varela
Muito bem a acompanhar a trajectória da bola em todos os lances, incluindo um em que outro guarda-redes mais sôfrego teria sucumbido à tentação de intervir heroicamente - mas não o nosso Bruno Varela. Pleno de reflexos, percebeu de imediato que o melhor era não se meter no duelo entre João Novais e o poste, com quem o jovem talento e futuro reforço do Benfica viria a perder o duelo. Fica para a fotografia como o lance menos competente de Varela em toda a partida, que é como que diz, continuamos bem entregues.

André Almeida
Está para o futebol do Benfica como a electricidade, a água ou o gás estão para os cidadãos do primeiro mundo. Se excluirmos o ocasional hipster que gosta de ser do contra, todos concordarão que já não conseguimos viver sem André Almeida. A exibição de hoje não teve nenhum momento especialmente brilhante, mas teve aquela saborosa monotonia só ao alcance dos mais competentes. 

Rúben Dias
Existem dois tipos de futebolistas: os que, perante o infortúnio, afirmam ao microfone que é necessário levantar a cabeça e pensar no próximo jogo, e os que simplesmente levantam a cabeça e pensam no próximo lance. Estes últimos são vulgarmente conhecidos como vencedores. Campeões. Foi o que Rúben Dias demonstrou ser após o golo do Rio Ave. Não só evitou alguns lances perigosos como acabaria por marcar. É baixar a cabeça e continuar a trabalhar.

Jardel
Qual resgate dos mineiros chilenos qual quê. Jardel conseguiu, sozinho e sem recurso a qualquer equipamento, munido apenas de uma testa com boa pontaria, retirar alguns milhões de pessoas da fossa para a qual foram subitamente atirados pelo golo do Rio Ave. O seu festejo não foi apenas o de alguém que marca um golo, mas o de quem sabe que salvou vidas, incluindo até a sua, também ele um benfiquista do coração. O futebol é tão bonito quando o Benfica ganha.

Grimaldo
Ana, Bruno, Carmen, David, Emma, Felix, Gisele, Hugo, Irene, Jose, Katia, Leo, Marina, Nuno, Olivia, Pierre, Rosa, Samuel, Telma, Vasco e Wiam. São estes os nomes das próximas tempestades em Portugal. Lamentavelmente, os nomes foram decididos por agências de meteorologia. Se as instituições funcionassem, o próximo furacão chamar-se-ia Grimaldo. E têm a vergonha de dizer que o Benfica manda nisto tudo. Nota-se.

Fejsa
Mantém-se como peça imprescindível ao plano maquiavélico do Benfica para dominar o futebol nacional. Não obstante um ou outro soluço causado pelo facto de estar a jogar com menos dois na primeira parte - Zivkovic e Pizzi - acabou por conseguir conter a maioria das iniciativas do Rio Ave e também do Sporting, por intermédio de Francisco Geraldes. Se continuar assim arrisca-se a ser investigado pelo Ministério Público já no mês de Maio pelo crime de avermelhamento de capitais, nomeadamente na zona do Marquês.

Pizzi
A sua displicência no lance do golo do Rio Ave exigia uma resposta cabal que poderia surgir sob uma de três formas: substituição imediata, agressão plenamente justificada de um adepto, ou jogar à bola. Felizmente para o jogo e para a sua integridade física, Pizzi escolheu esta última hipótese e chegou ao fim com o golo da reviravolta em seu nome, uma assistência e a limpar algumas partículas de pó que permaneciam nos seus ombros como se estivesse num vídeoclipe do Jay Z. És Tão Pimp, Míudo. 

Zivkovic
Eu já tive umas calças assim. A minha mãe insistia que tinham a mesma qualidade, mas os meus amigos vestiam Chevignon e as minhas por algum motivo diziam Cheviron. Sabem que mais? Sobrevivi.

Salvio
Se tiverem um amigo que assiste aos jogos do Benfica através de um site ilegal e portanto celebra os golos com trinta segundos de atraso, convençam-no a aderir à BTV, mas antes disso experimentem fazer este jogo. Por cada vez que o vosso amigo conseguir prever aquilo que Salvio vai fazer numa determinada jogada, vocês bebem um shot. Se falhar, bebe ele. Hoje não teriam tido tempo de se embebedar, mas fica a sugestão. Hoje foi a vez de o meu fígado celebrar a lesão de Salvio com a sua substituição à meia hora.

Cervi
Não sei quantas revoluções foram lideradas por anões, mas eu lutaria por Franco Cervi.

Jonas
Sempre uns furos acima dos colegas em matéria de inteligência. Voltou a marcar, mas isso é o menos importante. Durante os festejos deu a entender que se tinha lesionado. É uma situação que importa analisar com a máxima brevidade. É que o Estádio da Luz tem 65.000 lugares sentados e apenas meia dúzia de desfibrilhadores.

Rafa
aqueles jogadores que pura e simplesmente nascem para decidir. Tudo no seu código genético parece capacitá-los para os momentos mais importantes. É como se uma fúria qualquer do destino os colocasse no centro da tempestade e fizese deles os únicos aptos a evitar a mais que provável triste sina. E depois há jogadores como Rafa, que uma vez por outra decidem mostrar umas coisas e nos deixam meio perplexos a perguntarmos a nós mesmos porque é que este gajo não joga mais. 

Jiménez
Hoje em “o que faz este tipo no Benfica?”, Raul Jimenez choca o mundo do futebol ao protagonizar o lance mais improvável de sempre, marcando um golo com assistência de Rafa. Ainda durante o programa de hoje, não perca o misterioso avistamento de um OVNI a levantar voo na Fonte da Telha.  
João Carvalho
Pareceu visivelmente satisfeito por não se esperar nada dele nos 5 minutos que esteve em campo."

Vermelhão: Vamos a eles!!!

Benfica 5 - 1 Rio Ave


A maioria das crónicas vão falar de um jogo com duas 'partes', mas creio que isso não reflecte o que se passou na Luz esta noite...

O golo sofrido cedo pelo Benfica, intranquilizou a equipa, ficámos ansiosos, tentámos fazer as coisas demasiado depressa, os passes não saíam bem... mas mesmo assim dominámos! O Rio Ave marcou o golo, na sequência de uma 'ressaca' de um Canto, logo a seguir enviou uma bola ao poste, mas depois pouco mais fez ofensivamente... o Rúben e o Jardel deram conta do recado... O problema era mesmo a definição dos nossos ataques... e quando chegámos à zona de golo, a bola mão entrava...
A boa circulação de bola do Rio Ave, fez com que o Benfica parecesse estar em dificuldade... mas o ano passado, com o Rio Ave na Luz, aconteceu o mesmo (Rio Ave com muita posse de bola), mas como os nossos golos apareceram cedo, tudo pareceu 'controlado'!!! Uma coisa é circular a bola por fora... outra coisa, é ter a 'bola' nos últimos '30 metros'! O Rio Ave ainda conseguiu entrar com a bola 'entre-linhas' mas o Fejsa e os Centrais conseguiram sempre 'fechar' as linhas de passe...
Os últimos minutos da 1.ª parte, foram mesmo de massacre... era notório que o Rio Ave não ia aguentar os 90 minutos, ao mesmo ritmo, principalmente na zona do meio-campo... Ao intervalo, apesar da desvantagem estava optimista (algo bastante raro)!!!
E o golo do empate, no arranque do 2.º confirmou que a reviravolta estava ao nosso alcance... Sendo que o 2-1 só demorou um bocadinho mais a aparecer, porque o apitadeiro fez tudo para isso não acontecer...!!!
A partir daqui, foi tudo nosso... só nas bolas paradas, o Rio Ave pareceu perigoso, muito por causa da intranquilidade do Varela... de resto, foi tudo nosso!!! E até podiam ter sido mais...
O Jardel foi considerado o MVP do jogo (jogo 200 pelo Benfica), marcou um golo, fez uma assistência, e ainda é ele que 'inicia' a jogada do 2.º golo... além de defensivamente ter estado muito bem...
Mas tanto o Rúben, como o Almeida, como o Grimaldo, como o Fejsa, como o Cervi - que tal ser o Cervi a bater os cantos na esquerda?!! -... como inclusive o Rafa... além do inevitável Jonas estiveram todos muito bem...!!!
O Rúben foi batido no golo (pelo ar...), mas no jogo no chão, foi um autêntico muro... O Almeida está cada vez melhor ofensivamente...

O Pizzi na 1.ª parte, falhou muitos passes... mas sem o Krovi, é o jogador do nosso meio-campo, mais marcado, tem pouco tempo para decidir... No 2.ª tempo melhorou, marcou um golo de raiva (sofreu penalty no momento do remate!!!), e com mais espaço, jogou bem... Neste momento, jogando bem ou jogando mal, o Pizzi tem que jogar sempre, pois não temos mais ninguém com as mesmas características!!!
O Zivkovic foi a semi-surpresa... Não jogou mal, mas também não deslumbrou. Nota-se a falta de rotina do lugar: um dos principais problemas é a falta de noção do espaço, quando recebe a bola, tem que perceber se tem adversários nas costas... O potencial para a posição está lá, mas tem que melhorar... Mesmo sendo 'mole' defensivamente, foi importante em algumas recuperações em velocidade!!! No ataque sempre que 'aparecia' como extremo, criou sempre 'problemas' ao Rio Ave!
O Salvio não estava a fazer um bom jogo... lesionou-se... e o Rafa entrou muito bem! Neste novo modelo, com o Jonas na frente, o Benfica perde muita profundidade no ataque, com o Rafa, ganhámos muitos metros... porque o consegue ganhar sprint's no 'espaço' nas costas das defesas contrárias!!!
O Jiménez devia ter entrado mais cedo... novamente!
Manuel Oliveira um autêntico tratado de anti-Benfiquismo! E não foi incompetência, foi premeditado! A forma como tentou 'controlar' o jogo após o 1-1 foi exemplar: faltas à entrada da área do Rio Ave 'nada'; faltas de 'sopro' para permitir aos vilacondenses 'respirar': todas!!!
Critério disciplinar absurdo... tantos erros!!! E no 2.º golo, se a bola não tivesse entrado, não ia marcar penalty, novamente!!!
Mas com o Benfica cada vez mais perto do 1.º lugar, este tipo de arbitragens vão continuar...
Agora, novo jogo complicadíssimo na próxima jornada: Portimão! Jogo muito importante, até porque a seguir vamos ter 2 jogos na Luz e os concorrentes directos vão se defrontar, além do calendário sobrecarregado com jogos a meio da semana!!!
A equipa ainda não 'substitui' o Krovi, mas está com atitude... e vamos precisar de muita atitude até ao final da época!