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domingo, 4 de fevereiro de 2018

De canto para a goleada

"Mérito para a forma como o Benfica desfez a organização defensiva à zona do Rio Ave.

Mais coração do que cabeça
1. Foi um jogo cujo resultado não mostra o que foi a partida, sobretudo durante a primeira parte, altura em que o Benfica teve muitas dificuldades. O Rio Ave é uma equipa muito compacta, que se apresenta com as linhas muito juntas e a dificultar a primeira fase de construção. O Benfica ia tendo mais bola, mais ataques, mas pouco discernimento. E depois do golo do adversário, apesar de mostrar vontade teve igualmente pouco critério, enquanto o Rio Ave tentava discutir o jogo e ter posse de bola. Pode dizer-se que o Benfica da primeira parte foi uma equipa que teve quase sempre mais coração do que cabeça.

Segredo descoberto
2. Depois do intervalo, o Benfica reentrou muito bem na partida e conseguiu o golo e a partir daí o Rio Ave não teve mais capacidade para contrariar o cariz do jogo. Nota curiosa para os cantos do Benfica que tiveram tanto de mérito como de demérito: na primeira parte teve alguns e nunca conseguiu criar dificuldades à organização de defesa à zona do Rio Ave; depois no segundo tempo acabam por conseguir três golos de canto, quebrando essa organização defensiva ou tendo descoberto o segredo para os golos. O Benfica foi um justo vencedor, mas há que enaltecer a ambição do Rio Ave de jogar nos olhos com o Benfica. Quando uma equipa tem o seu ADN ou a identidade bem definida não tem de abandonar os seus princípios e a forma de jogar quando defronta uma equipa como o Benfica. O Rio Ave foi fiel a essa identidade e isso só valoriza o espectáculo e a equipa e não deslustrou, mesmo tendo perdido.

Garra e eficácia após intervalo
3. O Benfica da segunda parte foi equipa mais eficaz ao contrário do que aconteceu na primeira, embora o Rio Ave tenha sido mais penalizado pela incapacidade de defender as bolas paradas do que pelo atrevimento que teve em jogar olhos nos olhos com o Benfica. Destaca-se a qualidade dos movimentos do Jonas e a capacidade dos centrais em fazer golos determinantes e também à crença apresentada por toda a equipa para dar a volta ao resultado. Pareceu-me que o Benfica teve uma boa dinâmica no meio-campo e não foi fácil tendo em conta que o Rio Ave estava muito povoado nesse sector fazendo com que o jogo interior dos encarnados tivesse pouco espaço. Mas Zivkovic esteve bastante bem e acabou por ajudar o Benfica a ter dinâmica bastante ofensiva. Em relação ao Rio Ave, para finalizar, quero destacar a mobilidade do avançado Guedes, a qualidade táctica de Tarantini e ainda a capacidade de construção dos centrais Marcelo e Marcão."

João Carlos Pereira, in A Bola

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