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sábado, 4 de julho de 2015

Calendários...

Aqui está o calendário para a época 2015/16. A ordem dos jogos, não me preocupa, pois temos sempre que jogar contra todos, o mais importante será perceber como é que o calendário Europeu, e os jogos da Selecções, vai encaixar com o calendário do Campeonato... com as viagens e o desgaste inerente nestas circunstâncias, e os tempos curtos de recuperação.
Destaque para os prémios individuais que os nossos atletas conseguiram, ainda em relação à época anterior: Júlio César (melhor guarda-redes da I Liga); Jonas (melhor jogador da I Liga); e o Gonçalo Guedes (jogador revelação da II Liga).

1.ª - Estoril(c) / 18.ª(f)
2.ª . Arouca(f) / 19.ª(c)
3.ª - Moreirense(c) / 20.ª(f)
4.ª - Belenenses(c) / 21.ª(f)
5.ª - Corruptos(f) / 22.ª(c)
6.ª - Paços de Ferreira(c) / 23.ª(f)
7.ª - U. Madeira(f) / 24.ª(c)
8.ª - Sporting(c) / 25.ª(f)
9.ª - Tondela(f) / 26.ª(c)
10.ª - Boavista(c) / 27.ª(f)
11.ª - Braga(f) / 28.ª(c)
12.ª - Académica(c) / 29.ª(f)
13.ª - V. Setúbal(f) / 30.ª(c)
14.ª - Rio Ave(c) / 31.ª(f)
15.ª - V. Guimarães(f) / 32.ª(c)
16.ª - Marítimo(c) / 33.ª(f)
17.ª - Nacional(f) / 24.ª(c)

1.ª - Olhanense(f) / 24.ª(c)
2.ª - Penafiel(c) / 25.ª(f)
3.ª - Atlético(f) / 26.ª(c)
4.ª - Oliveirense(c) / 27.ª(f)
5.ª - Varzim(f) / 28.ª(c)
6.ª - Viseu(c) / 29.ª(f)
7.ª - Aves(f) / 30.ª(c)
8.ª - Gil Vicente(c) / 31.ª(f)
9.ª - Chaves(f) / 32.ª(c)
10.ª - Mafra(c) / 33.ª(f)
11.ª - Covilhã(f) / 34.ª(c)
12.ª - Feirense(c) / 35.ª(f)
13.ª - Farense(f) / 36.ª(c)
14.ª - Portimonense(c) / 37.ª(f)
15.ª - Santa Clara(f) / 38.ª(c)
16.ª - Oriental(c) / 39.ª(f)
17.ª - Famalicão(c) / 40.ª(f)
18.ª - Leixões(f) / 41.ª(c)
19.ª - Sporting B(c) / 42.ª(f)
20.ª - Guimarães B(f) / 43.ª(c)
21.ª - Braga B(c) / 44.ª(f)
22.ª - Corruptos B(c) / 45.ª(f)
23.ª - Freamunde(f) / 46.ª(c)

Eusébio é Portugal

"Eusébio foi um homem simples, admirado por gerações que veneraram o enorme talento que fez dele um dos melhores futebolistas mundiais de todos os tempos e apreciaram a infinita humildade que o acompanhou até ao derradeiro suspiro. Além do cavalheirismo com que sempre viveu a competição, ora festejando os golos com inimitável coreografia feita de gestos que lhe vinham do fundo da alma, em que parecia querer alcançar o céu através de maravilhosos saltos felinos, à imagem do estilo ímpar do seu futebol, nunca visto até então, o que levou os ingleses, no inesquecível Mundial de 66, a chamar-lhe pantera negra e felicitando os guarda-redes adversários por defesas impensáveis.
O Panteão Nacional destina-se a perpetuar a memória dos cidadãos que se distinguiram por serviços prestados ao País e, nesse sentido, a trasladação dos restos mortais de Eusébio mereceu a unanimidade de todos os partidos políticos com representação parlamentar, o que só por si constitui sublime expressão da força do seu nome e do respeito que a sua memória merece.
Ontem, foi-lhe prestada a homenagem devida. Uma cerimónia de indescritível beleza e de infinito significado, que teve o dom, ainda que por instantes, de unir os portugueses, os que amam o futebol e os que o detestam. Porque Eusébio é muito mais: é Portugal.
Comoveu-se com as palavras de António Simões, o seu 'irmão branco', arrepiou-se ao ouvir o Hino pela voz de Dulce Pontes e cantou com o amigo Rui Veloso a música 'Africa'. Foi uma grande festa que o mundo testemunhou e aplaudiu.
Eusébio é um símbolo nacional, como sublinhou o Presidente da República. De dimensão universal!"

Fernando Guerra, in A Bola

O espectáculo vai começar

"Chegou a ser a mais importante competição desportiva planetária, logo atrás dos Jogos Olímpicos e do Campeonato do Mundo de futebol. Mas o flagelo do doping tirou-lhe credibilidade, reduziu-lhe a projecção e a prova perdeu encanto, principalmente para quem, nos anos 90, testemunhou episódios de autêntica farsa e, mais tarde, já em pleno século 21, venerou um batoteiro que encarnou na perfeição o papel de super-herói.
A Volta a França em bicicleta, que hoje se inicia com um prólogo mais longo do que o habitual, tem agora condições para reviver a magia e o glamour de um passado já longínquo. Face à categoria dos ciclistas que compõem o pelotão e do próprio traçado da prova - que até reservou a escalada do Alpe d'Huez para o dia anterior à consagração nos Campos Elísios -, a edição de 2015 poderá muito bem tornar-se na mais competitiva e espectacular das últimas décadas, recuperando o Tour o prestígio que, indiscutivelmente, merece.
Raras são as modalidades capazes de reunir, durante três semanas, atletas da craveira de Contador, Nibali, Froome e Quintana e de disporem ainda de Rodríguez, Pinot, Péraud, Bardet, Van Garderen, Valverde, Porte e, claro, Rui Costa à espreita de se intrometerem entre os favoritos e, consequentemente, na discussão de um lugar no pódio. Para os espectadores portugueses, o Tour deste ano terá, assim, um atractivo muito especial. O campeão do Mundo de estrada, em 2013, e campeão nacional, no último fim de semana, nunca surgiu tão preparado para uma prova deste nível. Se tudo correr bem, não veremos certamente Rui Costa atrás do objectivo menor das vitórias em etapas de média montanha. Vamos ter, isso sim, o poveiro, tal como demonstrou no Dauphiné, a bater-se pela classificação geral."

Eusébio no Panteão Nacional

"Com Amália e Eusébio o Panteão ganha visibilidade e talvez passe, enfim, a chamar mais a atenção do que a vizinha Feira da Ladra.

Entre cinco escritores, quatro Presidentes da República, um heróico opositor ao Estado Novo e uma fadista, ou, melhor dizendo, uma cantora de fado, Honras de Panteão, ontem cumpridas em cerimónia impressionante, para Eusébio da Silva Ferreira. Ele é, assim, o primeiro africano, o primeiro desportista, o primeira futebolista a ser incluído no restrito número daqueles a quem a República reconheceu o dever de «homenagear e perpetuar a memória, por serviços prestados ao país».
Não se pode dizer que a decisão unânime da Assembleia da República tenha tido uma representação de unanimidade no país. Há muito boa gente que gostaria de ver reservado o Panteão para a celebração da imortalidade de uma cultura de elite, densa e erudita, em oposição a uma cultura popular, ou de popularidade.
A discussão começou em Amália Rodrigues e tornou-se mais intensa com Eusébio. Sendo, ambos, expressões inquestionáveis de um reconhecimento nacional e popular, a verdade é que se tratavam de figuras representativas de duas das áreas em que assentam os maiores preconceitos da sociedade cultural de elite: o fado e o futebol.
Claro que é fácil questionar e argumentar sobre a justiça de dar honras de Panteão a Amália e a Eusébio, quando ficam de fora Eça de Queirós, Salgueiro Maia, ou Aristides de Sousa Mendes.
No entanto, a argumentação lógica das escolhas para o Panteão Nacional sempre se tem confrontado com a natureza do imprevisto, do circunstancialismo e até da «moda cultural dos tempos».
Entre os que, antes, conquistaram o direito à morada tumular no «museu dos mortos», como lhe chamou Miguel Sousa Tavares, há casos indiscutíveis como os de Garrett, Aquilino ou Sophia na literatura, Manuel Arriaga e Teófilo Braga entre os presidentes da primeira República, mas a verdade é que também no Panteão Nacional se pode adaptar o lema que se tornou particularmente conhecido e que estava registado num antigo Hospital: «Não estão todos os que são; não são todos os que são».
A verdade é que algumas das maiores figuras da nossa História ganharam a Honra da memória eterna noutros templos e até noutras geografias. D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, repousa para a eternidade, com a sua mulher Mafalda, no mosteiro de Santa Clara, em Coimbra; a ínclita geração está para sempre recolhida no exuberante mosteiro da Batalha; Luís de Camões, Vasco da Gama, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa repousam, com pompa e circunstância, no mosteiro dos Jerónimos.
Temos de reconhecer que até na cultura dos mortos Portugal é um país diverso e disperso. De facto sempre fomos um bocadinho caóticos na organização do pensamento nacional.
É por esta circunstância, que torna subjectiva e leve a razão da escolha dos nosso heróis, que não vale muito a pena discutir a bondade e a justiça da decisão da Assembleia da República.
Com Amália e Eusébio, o Panteão Nacional democratiza-se e populariza-se. O Panteão ganha visibilidade e talvez passe, enfim, a chamar mais a atenção do que a sua vizinha feira da Ladra.
É óbvio que tal nunca poderia ser razão de escolha. É importante que os portugueses não reconheçam em Amália apenas uma grande fadista e em Eusébio apenas um grande futebolista. Ambos foram muito mais do que isso. Ambos foram bandeiras de Portugal no mundo, capazes de mudar, pelo talento e pela sua natureza humana, um conceito universal de um Portugal pequenino, pobre, desinteressante, cinzento. E, no caso de Eusébio, ainda um símbolo da lusitanidade no mundo.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

No Coração da Águia

Assim vai o defeso...

"Em pleno período estival, comecei o dia a planear uma ida à praia depois de despachar alguns assuntos, entre os quais esta crónica. No entanto, após me chegarem os ecos da Assembleia-Geral do Sporting, temo que não mais conseguirei sair à rua, receoso do repetidamente anunciado 'Sporting forte', uma espécie de, presumem eles, veneno para Benfiquistas. Já me tinha acontecido o mesmo com o abalo sísmico neste cantinho da Europa provocado pelo lançamento da primeira pedra do pavilhão João Rocha, aquele que, se de facto vier a ser construído, devolverá os pavilhões de Mafra e Odivelas aos seus munícipes.
Não fossem, entretanto, a conquista dos títulos e taças de Futebol, Basquetebol, Futsal, Hóquei em Patins, Voleibol e Atletismo, talvez não tivesse resistido. Nessa altura, disse o presidente sportinguista, repetindo-o agora, que 'um Sporting forte assusta muita gente'. Sobretudo os sportinguistas, acrescento eu, que sabem lá o que isso é. Não sabem eles nem sabe ninguém, que as fantasias são de quem as tem e dificilmente são transpostas do plano imaginário para o real. Por exemplo, tenho um amigo que, a determinada altura, fantasiou que Ricciardi e Sobrinho constariam entre os alvos da auditoria feita à gestão do Sporting nos últimos anos. Enfim, fantasias quem as não tem...
Cuidado Benfiquistas! Na próxima temporada teremos que defrontar um 'Sporting forte' e, como se prevê para os lados do centro de estágio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, 'o melhor plantel dos últimos 31 anos'. Por aqui, entre entradas e saídas, seremos somente 'O Benfica'. Esquecem-se os nossos adversários que esse é o nosso maior trunfo."

João Tomas, in O Benfica

Há uma linha que separa

"Aqui há uns tempos andava na berra a expressão 'há uma linha que separa'. Serviu para tudo, desde a campanha publicitária de uma operadora de televisão por cabo até sátiras a políticos, treinadores de Futebol, colegas de trabalho e um sem número de outras situações. O conceito era o de mostrar que aquele produto era muito diferente e melhor que todos os outros concorrentes. A frase pegou. E foi ficando, até ser substituída por outra qualquer difundida nas redes sociais.
Agora que a nova época está à porta, talvez seja tempo de recuperar a célebre expressão. E razões não faltam. Comecemos pelo óbvio: os títulos. Passemos também pelo número de sócios pagantes, pelo número de golos marcados por época da equipa de Futebol, pelas conquistas das diversas modalidades, pelo passado de glória e, claro, pelo número de adeptos que, época após época, fazem do Estádio da Luz aquele com mais assistência de todos os estádios portugueses.
Em 2014/2015 não foi diferente. Nos jogos a contar para a Liga em que o SL Benfica se sagrou Bicampeão Nacional. houve uma média superior a 48.500 pessoas a assistir a cada partida em casa. Mais 13 mil pessoas de média que os vizinhos do Campo Grande e mais 16.500 espectadores que a média da agremiação desportiva junto à ponte do Freixo. Ou seja, a Catedral teve mais de 75% de média de lotação em cada jogo lá disputado. Percebem a diferença? Percebem o que é esta linha que separa o maior Clube português do resto? Somos nós - os adeptos. Os Red Pass (bilhetes de época) já estão à venda. Vamos aumentar ainda mais a distância para os nossos adversários. Rumo ao 35."

Ricardo Santos, in O Benfica

UEFA criou um fantasma

"O mercado de transferências abriu oficialmente a 1 de Julho e, entre os muitos negócios que já se anunciaram, a ação de um clube por norma (muito) gastador pode até estar a passar despercebida. Desde 2008 - altura em que o clube foi adquirido pelo Abu Dhabi United Group - que o Manchester City faz abanar os alicerces de cada defeso ao gastar verbas exorbitantes em variadíssimos reforços mas, volvidas sete temporadas, a inversão é notória. Senão vejamos: ainda agora começou o período oficial de transferências e os citizens já encaixaram 47 milhões de euros em vendas - Negredo (27 milhões), Nastasic (9,5), Rekik (5), Scott Sinclair (3,5) e Boyata (2) -, além de ter poupado em salários ao deixar sair a custo zero jogadores outrora importantes como Micah Richards, James Milner, Lampard ou mesmo Guidetti, que acaba de sagrar-se campeão da Europa de sub-21. A inversão no plano financeiro é de tal forma evidente que, a 3 de Julho, o City já fez mais dinheiro em vendas do que em qualquer um dos anteriores sete defesos! Dá que pensar.
E para contrabalançar, Manuel Pellegrini apenas investiu... 3 milhões de euros num jovem avançado turco de 18 anos, de nome relativamente desconhecido: Enes Ünal. A razão é simples: chama-se Fair Play Financeiro da UEFA. O cinto aperta cada vez mais e, depois de, na 4.ª feira, a UEFA ter levantado o castigo aplicado ao PSG, o City é o único clube impedido de comprar jogadores por mais de 60 milhões de euros e a poder inscrever apenas 21 jogadores (em vez de 25) nas competições europeias. Não foi, por isso, por acaso que Pellegrini se ausentou de mansinho da luta titânica pela contratação de Pogba e outras eventuais baixas no plantel deverão ser encaradas como... normais. A verdade é que o valor encaixado em vendas já superou os 44,3 milhões de euros feitos em 2012/13 e a tendência, nos próximos anos, obriga a esta inversão.
Não podemos ser ingénuos e pensar que o City vai ficar só a olhar para Chelsea, Man. United, Arsenal ou mesmo Liverpool a investir. Atacará o mercado mas dificilmente o voltará a fazer sem cabeça. O fantasma do Dínamo Moscovo (suspenso por quatro anos das competições europeias há dias) deixou todos em alerta."