"Eusébio foi um homem simples, admirado por gerações que veneraram o enorme talento que fez dele um dos melhores futebolistas mundiais de todos os tempos e apreciaram a infinita humildade que o acompanhou até ao derradeiro suspiro. Além do cavalheirismo com que sempre viveu a competição, ora festejando os golos com inimitável coreografia feita de gestos que lhe vinham do fundo da alma, em que parecia querer alcançar o céu através de maravilhosos saltos felinos, à imagem do estilo ímpar do seu futebol, nunca visto até então, o que levou os ingleses, no inesquecível Mundial de 66, a chamar-lhe pantera negra e felicitando os guarda-redes adversários por defesas impensáveis.
O Panteão Nacional destina-se a perpetuar a memória dos cidadãos que se distinguiram por serviços prestados ao País e, nesse sentido, a trasladação dos restos mortais de Eusébio mereceu a unanimidade de todos os partidos políticos com representação parlamentar, o que só por si constitui sublime expressão da força do seu nome e do respeito que a sua memória merece.
Ontem, foi-lhe prestada a homenagem devida. Uma cerimónia de indescritível beleza e de infinito significado, que teve o dom, ainda que por instantes, de unir os portugueses, os que amam o futebol e os que o detestam. Porque Eusébio é muito mais: é Portugal.
Comoveu-se com as palavras de António Simões, o seu 'irmão branco', arrepiou-se ao ouvir o Hino pela voz de Dulce Pontes e cantou com o amigo Rui Veloso a música 'Africa'. Foi uma grande festa que o mundo testemunhou e aplaudiu.
Eusébio é um símbolo nacional, como sublinhou o Presidente da República. De dimensão universal!"
Fernando Guerra, in A Bola
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