Últimas indefectivações

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Redirectas XLIV - Renato Sanches de Norte a Sul


Este é o dia que marca o antes e o depois.
O antes do Renato Sanches benfiquista para o Renato Sanches português.
Eu avisei que não havia a miníma dúvida que nesta selecção era Renato Sanches mais 10.
E é assim que vai ser daqui para a frente.
Mais uma vez reitero a minha tristeza por termos vendido um jogador desta dimensão.
O Benfica merece mais! Mas compreendo as palavras de Luís Filipe Vieira. Um dia o Benfica poderá manter estes jogadores por mais tempo.
Mas eu mantenho que na actual situação o Renato Sanches ficaria pelo menos mais uma época no Glorioso se fosse eu que mandasse!
Hoje estou feliz com a vitória da nossa selecção porque mostrou-se uma equipa. E finalmente se vê o respeito que dão a quem o merece. É para nunca mais saír da equipa.
E é um jogador de tal dimensão que foi marcar o penalti. O segundo! Sem palavras.
E como não podia deixar de ser: 'Homem do jogo' pela segunda vez consecutiva.
E o golo fez dele o jogador mais jovem alguma vez a marcar pela selecção portuguesa num campeonato da Europa ou algo assim.
E o treinador dele que diz que ele é o melhor jogador do Europeu.
É só elogios de todos os que escuto nestes streams manhosos do EUA, UK e afins.
Tudo deliciado com ele.
Balack, Kompani, McManaman
Enfim.
Que pena não termos mais uma época de sonho com ele de manto sagrado vestido.
E não, não vou ver jogos do Bayern.
Eu sou do Glorioso Sport Lisboa e Benfica!
Tudo o resto passa-me ao lado.

Ficarão as saudades e talvez alguns jogos da selecção para disfrutar da excelência do seu futebol.

P.S.

O Fernando Santos diz que o Renato Santos lhe faz lembrar o Coluna no seu início. Eu nunca vi jogar o grande Mário Coluna mas olhava para o Renato Sanches de manto sagrado e vinha-me à mente o Coluna. Por isso escrevi este artigo: http://oindefectivel.blogspot.co.uk/2016/02/redirectas-xxvii-nunca-mais-e-sexta.html.
Foi em Fevereiro. Já aí está feita a comparação entre Renato Sanches e Mário Coluna.
Não tenho grandes dúvidas que Renato Sanches estará entre os melhores do Mundo dentro de alguns anos como um dia esteve Mário Coluna.

Oficial... 2016/17

As semanas-chave do campeonato

"Muito do que aconteceu na última Liga ficou logo escrito na pré-época. Do campeão aos altos e baixos do segundo e terceiro

São os jogadores que ganham e perdem campeonatos. O Benfica campeão disparou quando começou a usar o médio (Renato Sanches) que, claramente, lhe faltava em Agosto. O Sporting descarrilou quando, numa quebra de Slimani, precisou do segundo ponta de lança e ele não esteve lá (e como seria se Mitroglou tivesse seguido para Alvalade?). O FC Porto entrou em coma com o fanico psicológico do avançado Aboubakar, nos últimos meses de 2015, agravado pelo excesso de fé na contratação de um suplente (Pablo Osvaldo) com um histórico duvidoso e, talvez, pela ausência de um médio atacante numa floresta de oitos. Muito do que foi a última época decidiu-se entre Junho e Agosto, em gabinetes e halls de hotéis. Há sempre apostas e uma percentagem de incerteza, que pode ser mínima, dependendo do perfil de quem se contrata. Mitroglou nunca foi um risco; Osvaldo e Teo Gutierrez eram-no, sem dúvida; esperar por Renato Sanches, fosse ou não esse o projecto inicial (não acredito), aproximou o Benfica da catástrofe. As boas decisões tomam-se agora, com alvos já delimitados: montar uma equipa que valha, pelo menos, 80 golos e 85 pontos no campeonato. Ou evitar que ela se desmonte, no caso do Sporting, sabendo que, mediante o sucesso desse objetivo, poderá, ou não, arrancar com um avanço considerável sobre os outros. Estas são as semanas cruciais da Liga. Na última época foram-no."

As surpresas do Campeonato da Europa

"Inevitavelmente, as grandes surpresas, até agora, deste Europeu são as eliminações de Inglaterra e da campeã Espanha, pela Islândia e pela Itália, respectivamente.
A terceira surpresa talvez seja a referência de Lopetegui para suceder a Vicente Del Bosque, como seleccionador espanhol.
Parece que Angel Villar, Presidente da Federação Espanhola, tem Lopetegui em muito boa conta - como todos os benfiquistas, não me esqueço das alegrias que me (nos) deu - pela sua experiência nas selecções, onde, inclusivamente, conquistou o Europeu de sub-21, em 2013.
Mas, relativamente à eliminação, a surpresa não foi tão grande, ainda, que esteja em causa a campeã em título, uma vez que, para além de ter sido uma (possível) final antecipada, a Itália tem uma boa equipa e tem jogado muito bem (embora sem nomes sonantes).
Surpresa foi o resultado do Inglaterra-Islândia.
Não obstante a Inglaterra jogar pouco, a verdade é que tem bons jogadores.
Mas a Islândia surpreendeu (apesar de eu já ter dito que seria uma das grandes surpresas deste europeu). 
Não tendo jogadores de renome, nem vedetas, são eficazes, jogam bem e são extremamente competentes. 
O que prova que também os países (neste caso, as selecções) não se medem aos palmos (a julgar pelos cerca de 330.000 habitantes do país).
Seguem-se, agora, os quartos de final, com um (grande) Itália-Alemanha, um (curioso) França-Islândia, um (confiante) Polónia-Portugal e um (imprevisível) Bélgica-País de Gales.
Se Portugal passar, e, a continuarmos a ter a sorte dos resultados (alheios, inclusive), que venha... o País de Gales (vencedor de uma Bélgica mais do que favorita).

As alterações de Fernando Santos na equipa 
Segue-se, hoje, a Polónia. Que Marselha seja o talismã, ao contrário do que aconteceu em 1984, frente à França.
No meia da habitual intensidade de uma competição deste género, Fernando Santos tem conseguido recuperar bem a equipa.
Não deixa de ser curioso que, até aqui, quase nunca retirou nenhum jogador do onze inicial por opção técnica (sendo Ricardo Carvalho e Vieirinha as excepções).
Teve sempre uma «lesão» ou «condicionamentos físicos», para que os jogadores a sair, durante a semana, tenham razões para não serem efectivos no próximo jogo.
Está a ser inteligente nessa gestão, apesar de tais opções o conduzirem para o que tenho vindo a referir: a equipa que vai acabar o Campeonato da Europa será muito diferente daquela que começou. E Fernando Santos percebeu isso.
Ele, que vai confirmando o princípio defendido por Napoleão Bonaparte, ao afirmar que não precisava de «generais que fossem bons militares», mas de «generais que tivessem muita sorte».
Et voilá!
Porque de falta de sorte é que Portugal não se pode queixar.
A mesma que permitiu que o golo da Islândia, no último minuto do jogo com a Áustria nos tivesse atirado para o terceiro lugar do grupo, que significou ficar no lado certo do quadro deste Euro... até à final... em Marselha!

Clubite na Seleção???
Muito se tem falado das escolhas da equipa titular, havendo quem entenda que o que está em discussão não é tanto a qualidade e o valor dos nossos jogadores, mas a forma clubitizada como os adeptos estão a ver essas opções.
É natural que exista uma certa clubite.
No entanto, não obstante a existência de preferência sobre certos jogadores das nossas equipas, terá de haver uma análise lúcida e objectiva sobre as possibilidades existentes.
Porque, clubite não pode ser confundida com visão.
Ora, um dos casos que mais discussão gera é o de Renato Sanches. Serei, certamente, suspeito, mas a verdade é que Renato Sanches tem todas as condições e características para ser titular, pela dinâmica e pela intensidade - já para não falar na alegria e na vivacidade - que impõe ao jogo.
É só uma questão de ter coragem para... reconhecer que tem de jogar de início.
E não se trata de clubite minha.
Aliás, ao que vejo por aí, clubite foi felicitar, em determinadas páginas da internet, a passagem da selecção aos quartos de final com uma fotografia de alguns dos titulares frente à Croácia... vestidos com o equipamento do Sporting, o respectivo clube - ao contrário do que aconteceu com Benfica, Braga e Porto, que publicaram uma fotografia da selecção... de todos nós.
Ainda assim, e para contrariar essas picardias mesquinhas, sublinhe-se o exemplo de Renato Sanches e de Adrien, que se abraçaram, numa imagem extraordinária (após o golo de Portugal), o que evidencia o grande ambiente que se vive na Selecção.

O Portugal «nojento» visto pelos franceses
O jornal francês 20 minutes escreveu que «este Portugal é nojento, mas está nos quartos de final». Em causa os três empates e a única vitória, no prolongamento, em consequência do também único remate à baliza.
Algo inadmissível para o jornal, já que não se tratava de uma qualquer equipa da terceira divisão francesa. 
Para o 20 minutes, Portugal não mostrou «grande coisa», nem brilhou, nem tão pouco teve garra, provando ser «possível chegar aos quartos de final ao jogar de forma bem nojenta».
Depois disso, contudo, o jornal efectuou um pedido de desculpas, explicando que não tinha sido intenção de «julgar um país ou uma cultura», apenas a equipa, que teve um jogo «redutor e chato» (passando a incluir a selecção portuguesa no lote das candidatas à conquista do Europeu).
De facto, as características apresentadas pela selecção Nacional, no jogo que fez frente à Croácia, quer pelo seu rigor táctico, quer pelo seu posicionamento, sobretudo defensivo, implicam um determinado tipo de jogo, em que dificilmente alguém marcará a Portugal, o que é diferente de dizer que «dificilmente alguém ganhará a Portugal».
Uma coisa é ter fé, outra coisa é achar que alguma equipa muito forte não nos poderá ganhar. Portugal, contra a Croácia, foi pragmático, com um futebol defensivo, pelo que não será difícil aceitar que, para sermos campeões europeus, teremos de fazer mais.
Porque, se analisarmos as estatísticas desse jogo - posse de bola, remates enquadrados, passes, cantos, oportunidades de golo, duelos ganhos, eficácia, etc. - só poderá concluir que será difícil ganharmos a jogar dessa maneira frente a equipas mais fortes.
Por isso, só espero que, quando efectivamente precisar, Portugal melhore a sua atitude.
Ou seja, o melhor Portugal será aquele que, precisando de ganhar, vai ganhar.
E ainda vamos (muito) a tempo...

P.S. começa a época 2016/17
Começa, amanhã, oficialmente, a época 2016/17. O meu desejo, para mais uma temporada, é que tudo termine como no ano passado.
Que os outros, quaisquer que eles sejam, continuem a ser a melhor equipa, com as melhores exibições e com novo recorde de pontos, a lutar pelo título até ao fim... e que o Benfica seja campeão.
Tetra Campeão!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

O que vi até agora

"Chegados aos quartos de final do Euro, é já possível fazer uma análise com 44 partidas realizadas. Não vi os jogos todos e, tirando aqueles em que Portugal interveio, não vi nenhum completo, tal a fartura e sensaboria. Mesmo assim, tenho para mim que:
1. Os favoritos continuam a ser a França (apenas porque anfitrião), a obrigatória Alemanha e a manhosa Itália, que resolverão entre si um dos finalistas. Do outro lado, vão ter pela frente Portugal ou Bélgica;
2. A equipa sensação tem sido a Islândia, um grupo de marciais bravios e gelados, logo seguida por Gales & (Gareth) Bale;
3. As selecções mais decepcionantes foram a Espanha, muito mais débil do que a antes campeã mundial e (bi) europeia e a Inglaterra, pátria do melhor futebol de campeonato, mas incapaz de, há muitos anos, ter uma selecção ao nível da Liga. Ainda a Rússia, que nem sequer estagiou para o Mundial que lá se vai jogar; 
4. Até agora não tem havido nenhum novo jogador - revelação e nota-se o desgaste das principais constelações de craques;
5. Ficou provada a insensatez da regra de poucas equipas serem eliminadas - na fase de grupos. Isso levou a um futebol arrastado, medíocre e de contas e continhas. Lamentável ter havido equipas que tiveram de esperar 2 ou 3 dias para saber se ficavam ou iam para casa;
6. Os melhores (ou mais espectaculares) jogos foram o Hungria-Portugal (até agora com mais golos, 6) e o Inglaterra-Islândia (uma correria do princípio ao fim, longe dos pastosos passa-para-o-lado-devagar-devagarinho).
7. O equipamento mais bonito é o de Gales. Como o Benfica, sem tirar nem pôr, com o mesmíssimo encarnado..."

Bagão Félix, in A Bola

Mais festa e futebol

"Apesar de não ter vencido um único jogo durante os 90 minutos nem ter tido uma óptima actuação, Portugal tem boas chances de vencer a Polônia e de chegar à semifinal e até à final, já que as selecções mais fortes estão do outro lado.
Contra a Croácia, Portugal definiu uma maneira de jogar, certa ou errada, o que não aconteceu nos jogos anteriores, quando ficava indeciso entre pressionar, ter o domínio da bola e do jogo ou recuar e contra-atacar. Contra a Croácia, o time defendeu muito bem, marcando mais atrás, não deu chance ao adversário, porém, também não criou chances de gol, o que só aconteceu na prorrogação. O jovem Renato Sanches, apesar de irregular e errando vários passes, mostrou que tem óptimo e amplo repertório e que já merece ser o titular. Se vencer, Portugal deve enfrentar o bom time da Bélgica, favorito contra País de Gales.
A França joga contra a surpreendente Islândia. Será a Islândia o Leicester - ou mesmo a Grécia, campeã em 2004 - da actual Eurocopa? É pouco provável, apesar das dificuldades da França nas vitórias anteriores. Contra a Irlanda, Griezmann mostrou sua precisão técnica nas finalizações.
O clássico dos quartos-de-final é entre Alemanha e Itália. Pelas vitórias sobre Bélgica e Espanha, não será surpresa uma vitória italiana sobre os campeões mundiais. Não há favorito. A Alemanha, como sempre, tem crescido na competição. Mas prefiro a formação da última Copa do Mundo, com o trio de meio-campistas, formado por Kroos, Khedira e Schweinsteiger.
Após as eliminações da Espanha no Mundial e na Eurocopa, muitos pedem uma total renovação da equipe e do estilo de jogar. Não vejo assim. Todos os armadores, defensores e o goleiro estão em forma e são destaques de grandes times. O problema maior está na qualidade dos atacantes, bons, mas modestos para uma grande selecção. Todos os óptimos atacantes do Barcelona e do Real Madrid são estrangeiros.
As festas na Eurocopa, dentro dos estádios e pelas ruas, estão cada vez mais bonitas, com a diminuição das badernas. Melhorou também a qualidade das partidas. Tudo caminha para um grande fim.

Positivo
Melhorou a qualidade das partidas. A Itália marca muito bem e contra-ataca ainda melhor. A Alemanha cresceu na competição, com seu padrão de eficiência. Será um grande clássico.
Negativo
Espanha foi eliminada. Faltaram atacantes de mais qualidade e um repertório ofensivo mais amplo. O time trocava passes, mas tinha dificuldades de entrar na área."

Benfiquismo (CL)

Mats...

Recordar... 82/83

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Babalu Pimba !!!

"Ex-director de comunicação do Benfica diz que os seus 'tweets' são diferentes dos 'posts' do líder do Sporting
RECORD - Diz que a comunicação só por si não ganha campeonatos, mas pode ajudar a perdê-los. Foi isso que aconteceu ao Sporting?
JOÃO GABRIEL – Não quero entrar por aí, até porque na verdade não houve ‘uma comunicação’, mas ‘muitas comunicações do Sporting’ que em determinados momentos concorreram entre si, e isso é evidente que fragiliza a mensagem e confunde os destinatários. Em determinados momentos, ninguém sabia quem é que comandava a comunicação, se o presidente ou se o treinador. Houve dias em que o presidente falou em três ou quatro momentos sobre temas diferentes, e isso contraria as regras do que deve ser uma boa comunicação.
R - Quer dizer que o presidente do Sporting fala muito?
JG – Não serei eu a avaliar e a dizer isso. A única coisa que posso dizer é que a comunicação se rege por um princípio económico básico, a lei da oferta e da procura. Quanto menor for a oferta e maior a procura, mais valor tem esse produto. Com a palavra é exatamente a mesma coisa. Falar muito não é sinónimo de boa comunicação, pelo contrário.
R - Mas o João Gabriel usou o seu Twitter. Também vulgarizou a sua palavra?
JG – Eu não sou presidente do Benfica, sou responsável pela comunicação do clube. Depois, comparar os meus tweets com os posts do presidente do Sporting é comparar música clássica com música pimba [risos]... Sabe, é muito curioso ver os comentários que recebemos dos nossos adeptos e sócios. Alguns claramente insatisfeitos porque devíamos responder a tudo e de forma mais agressiva, outros indignados porque nem sequer devíamos responder. Às vezes é preciso ir pelo meio e usar o bom senso. Mas tenho a noção de que também não agradei a muitos benfiquistas. É impossível ser consensual quando se desempenham estas funções.
R - Foi também alvo de Octávio Machado durante toda a época. Alguma explicação para isso?
JG - Faz o papel dele, não levo a mal. É um profissional, e respeito isso, mas tem um grande handicap, a falta de coerência. Há uma história que fala por si, e que já disse e desdisse de Pinto da Costa, de Jsé Roquette e até de Bruno de Carvalho. Este histórico diz-nos que tem uma opinião muito volátil. Por outro lado, está ultrapassado. Uma conferência de imprensa a partir dos 10 minutos é tempo morto. A comunicação do Sporting não pode ser assumida por Octávio Machado. Não tem peso.
R - Quem tem peso no Sporting?
JG - Tinha o presidente do Sporting, mas também ele o perdeu com a lipoaspiração... (risos). É evidente que qualquer presidente ou treinador do Sporting tem peso naquilo que diz, e esse peso, que a instituição lhes confere, devia levá-los a ter maior contenção.
R - Mas também não houve contenção da sua parte e as permanentes trocas de palavras com o presidente do Sporting aqueceram a época. Isso é saudável?
JG - De todo. Acho que o futebol vivia muito melhor sem isso. Mas não se pode comparar a quantidade de insinuações e provocações que o presidente do Sporting lançou durante toda a época com aquilo que eu fui dizendo, e muito menos com a reserva e contenção que o Benfica assumiu durante todo o ano. Contra mim falo, mas acho que tem de haver penalizações severas para todos os dirigentes que alimentem a polémica de forma gratuita. Mas a responsabilidade não é só dos dirigentes. Os jornalistas às vezes também têm muita responsabilidade no ambiente de crispação que se cria à volta do futebol.
R - Como assim? Os jornalistas reproduzem declarações...
JG - Mas esse é o ponto. Em cada época de incêndios, o Ministério da Administração Interna faz recomendações às televisões para que não mostrem imagens de incêndios, porque isso estimula os pirómanos. Mas as televisões, com maior ou menor amplitude, continuam a mostrar essas imagens. No capítulo desportivo é igual. Os jornalistas também deviriam ter mais cuidado no destaque que dão às declarações 'pirotécnicas' dos dirigentes, porque isso estimula comportamentos antidesportivos. E, quando acontecem situações graves, ouço sempre dizer que a culpa é dos dirigentes. Mas os jornalistas também amplificam declarações que não deviam ter relevância. Por outro lado, os jornalistas não se podem limitar a ser correias transmissoras, sem espírito crítico.
R -Algum exemplo em particular?
JG - Assim de cabeça... dois ou três. Primeiro, a saúde financeira do Sporting tão apregoada pelo presidente do clube assenta em mais de 100 milhões de VMOC (valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis), ou seja, dívida que foi transformada em capital e que, por essa via, baixa não apenas o passivo como os custos financeiros do Sporting. Isso não é saúde financeira, mas, sim, uma forma artificial de baixar passivo e concorrer em condições desiguais com o Benfica e FC Porto. O Sporting não respira saúde do ponto de vista financeiro, tem é um regime de favor que a banca não facilitou a nenhum outro clube, mas isto os jornalistas não dizem. Outro exemplo? O número de sócios dos três clubes. Outra das ladainhas do presidente do Sporting. Mas porque é que os jornalistas não consultam os relatórios e contas das SAD dos três grandes e compraram o que é que os sócios, a nível de quotização, representam para os três clubes? E veriam a diferença que há entre os três.
R- Mas os jornalistas não podem assumir o papel que deve ser desempenhado por outros...
JG - Admito que, em certas condições, o contraditório a determinados argumentos não compete aos jornalistas, mas em qualquer um dos casos que falei atrás trata-se de factos facilmente verificáveis, e aí acho que os jornalistas têm de ir mais longe. Falaram há pouco da 'violência' na troca de palavras que marcou esta época, mas se a postura do Benfica tivesse sido igual à do Sporting, garanto-lhe que tudo teria sido bem pior. Se a postura do presidente do Benfica tivesse sido similar à de Bruno de Carvalho, esta época teria sido um desastre. Teria sido fácil explorar o caso Cardinal com a mesma intensidade que usaram no caso dos vouchers, teria sido fácil chegar ao mesmo nível panfletário do presidente do Sporting em muitas outras situações, nomeadamente nesta parte final com a vergonha que se passou em relação ao caso Slimani, mas não o fizemos, e creio que a Federação e a Liga devem estar gratas ao Benfica pela postura que o clube assumiu. A questão do Renato Sanches foi uma das coisas mais baixas a que assisti nestes oito anos. Não pode valer tudo.
R - O FC Porto há três anos que não ganha qualquer título. É uma situação conjuntural, ou estrutural?
JG – Acho que não é apenas conjuntural. A liderança de Pinto da Costa está alicerçada no passado, no respeito que os sócios do FC Porto têm pelo que fez durante 30 anos e não pela capacidade que actualmente lhe reconhecem. Será sempre uma liderança frágil.
R - Não acredita que o FC Porto inverta a situação?
JG – Espero que não, mas é evidente que é desejável para o futebol português que todos os títulos nacionais sejam discutidos a três. Mas, quando vejo a subserviência que o FC Porto teve no final da época para com um clube de Lisboa, vejo mais um sinal de como a liderança de Pinto da Costa está fragilizada. A bajulação de um líder do FC Porto ao Sporting seria algo impensável nos bons tempos de Pinto da Costa.
R - Também falhou na comunicação?
JG – A comunicação do FC Porto é a mesma há 30 anos, e o clube ficou refém dessa comunicação que fez do FC Porto um clube do Norte em luta permanente contra Lisboa. As últimas intervenções de Pinto da Costa voltam a apontar para o mesmo chavão da ‘luta contra o centralismo’. Como se tivesse sido Lisboa a contratar Lopetegui e a dar-lhe plenos poderes durante quase três anos."

O empréstimo da sorte

"O Europeu está-nos a correr muito bem. Umas vezes com alguma qualidade, outras com sorte. Juntando as duas, tudo agora parece ao alcance da nossa selecção.
Para pouca fortuna, já tivemos uma dose forte: as meias-finais perdidas para a França em 1984 e 2000, a final na Luz contra a Grécia (ainda que aqui, outras razões se tenham imposto) e, de novo, uma meia-final com a Espanha, desta feita por penalties.
Neste Euro 2016, não nos podemos queixar muito. Calhou-nos uma fase de qualificação onde era quase impossível não passar, o sorteio da fase de grupos não poderia ter sido melhor e até a Islândia marcando no último minuto nos proporcionou não jogar com a Inglaterra, a que se seguiria a França e, depois, a Alemanha, Itália ou (a já eliminada) Espanha.
Contra a Croácia - sem facciosismo - fomos bafejados por alguma fortuna. Foi, aliás, um jogo chato. Mas no minuto 117, logo após a bola ter em batido no poste da nossa baliza, Renato proporciona ao tridente atacante o tão saboroso golo. Isto depois de F. Santos colocar Danilo para aguentarmos o empate e ir para os penalties...
Agora vamos ter pela frente a Polónia, que está perfeitamente ao nosso alcance e, a seguir, certamente a Bélgica. De qualquer modo, teremos que jogar mais do que fizemos nos anteriores jogos. Com a Croácia, jogámos modestamente, as equipas recearam-se em excesso, de tal modo que Rui Patrício não fez uma defesa em 120 minutos e o nosso primeiro remate à baliza foi no tal feliz minuto 117.
Mas atenção, a sorte não dá nada a ninguém. Só empresta. Por isso, joguemos como bem sabemos, sob pena de a termos que devolver com juros."

Bagão Félix, in A Bola

Teorias não ganham jogos

"A Polónia é o adversário que se segue e, sinceramente, estou à espera de um jogo muito parecido ao que foi com a Croácia. Teoricamente podia arriscar que somos os favoritos nesta eliminatória, mas já vimos o que aconteceu a algumas selecções poderosas nesta competição, que eram favoritas e já foram eliminadas. Isso só vem provar que as teorias não ganham jogos. Neste Europeu, as equipas que têm favoritismo têm tido grandes dificuldades frente às selecções teoricamente mais fracas. O exemplo mais claro disso é o feito da Islândia, que afastou a Inglaterra. Os duelos disputam-se sempre dentro das quatro linhas.
A Polónia é uma excelente equipa. Ainda está em prova por mérito próprio. Tem jogadores experientes que podem desequilibrar a qualquer momento. A Selecção Nacional tem de ter a atenção redobrada a essas peças, que podem fazer a diferença. E depois temos de jogar de acordo com os nossos princípios. Temos de ter a consciência que se trata de uma partida a eliminar. De certeza que teremos o apoio de milhões de portugueses. Se calhar os primeiros duelos na fase de grupos não foram os melhores, mas a vitória com a Croácia deu mais confiança.
O golo de Quaresma no prolongamento é um exemplo daquilo que esta Selecção é boa. Rápidas saídas para o contra-ataque, de forma a desmantelar as defesas contrárias. Penso que sentimos mais dificuldades quando as equipas decidem fechar-se e tentam resolver o jogo apenas num detalhe ou num lance de bola parada. Cada um joga com as armas que tem, mas creio que a Polónia quererá discutir o encontro e não adoptar uma postura demasiado defensiva.
Queria que Portugal se assumisse como favorito, até pelo discurso que temos vindo a adoptar. Fernando Santos é uma pessoa muito experiente e sabe que muitas vezes o importante é o resultado final e não uma exibição fantástica. Claro que queremos sempre juntar o útil ao agradável e poder jogar bem e ganhar, mas nem sempre é possível. Por vezes é preciso arregaçar as mangas e lutar com todas as nossas forças.

Positivo
O facto de a Selecção ter mais dias de descanso para o duelo com a Polónia do que teve com a Croácia, dá a importante possibilidade de recuperar quem estava em más condições físicas.
Negativo
Em jeito de brincadeira, o emparelhamento desta fase a eliminar da competição não nos deu a hipótese de termos a nossa 'vingança' frente à França antes de uma hipotética final."

Do pós-caso Gil ao insólito Europeu

"Clubes iniciam preparação para nova temporada, o que, para dirigentes, treinadores e... adeptos, inclui frenesi na formação do próximo plantel. Entretanto, solução pós-caso Gil Vicente mantém-se adiada. Quantos clubes na I e na II Ligas?; não desce um que foi despromovido?; sobe um não promovido?; haverá liguilla? É muitíssimo diferente construir orçamento, logo, plantel, para o primeiro escalão ou fazê-lo para o segundo... Enfim, pormenores de insignificante importância...

Portugal num Europeu muito ampliado para nele entrarem equipas fraquinhas que, num ápice, iam ser devoradas... E toma, Inglaterra borda fora, às mãos da estreante Islândia! Que já aplicara duas derrotas à Holanda (!!), afastando-a da fase final, empatara com Portugal e vencera Áustria. O tal pequeníssimo país do qual Gary Lineker disse ter mais vulcões do que futebolistas profissionais...
Vida difícil para outros gigantes... França precisou de golos ao cair do pano para vencer Roménia e Albânia (estreia), empatou com Suíça e só por 2-1 se impôs à também estreante República da Irlanda (que, no 3.º jogo do grupo, vencera Itália!). Espanha bicampeã caiu ao ter de enfrentar Itália porque, sem prescindir do melhor onze, perdera com Croácia que, de seguida, Portugal mandou para casa... Relembre-se: Rússia e Suécia de Ibrahimovic despediram-se tão-só com um empate; Alemanha ficou-se por 0-0 com Polónia que apenas um golo sofreu em 4 jogos e Portugal irá já ter pela frente.
Nem para Itália, Alemanha, Bélgica - quanto a mim os melhores até agora - está propriamente fácil. E falta um passo para Portugal entrar nas meias-finais..."

Santos Neves, in A Bola

Os portugueses e o Euro 2016 em sete verbos irregulares

"A gramática de uma relação bipolar

Verbo: seleccionar
Eu selecciono
Tu enganas-te
Ele é um nabo
Nós escolhemos
Vós estais a gozar com isto
Eles Pelamordedeus, o Éder!

Verbo: apoiar
Eu apoio
Tu assobias
Ele cala-se
Nós cantamos
Vós rezais
Eles abrunhosam

Verbo: debater
Eu debato
Tu desconversas
Ele é um troll
Nós trocamos ideias
Vós só dizeis asneiras
Eles Renato Sanches vs. Adrien

Verbo: defender
Eu defendo
Tu só defendes
Ele dá porrada
Nós jogamos com linhas compactas
Vós atentais contra a paciência do público
Eles são uma vergonha

Verbo: festejar
Eu festejo
Tu provocas
Ele abusa
Nós celebramos a nossa alegria
Vós tendes a mania
Eles armam-se em parvos

Verbo: ganhar
Eu ganho
Tu empatas
Ele gama
Nós somos os maiores
Vós tendes uma sorte incrível
Eles não metem medo a ninguém!

Verbo: perder
Eu bem dizia
Tu bem dizias
Ele bem dizia
Nós bem dizíamos
Vós bem dizíeis
Eles não jogam nada."

United Colors of Portugal

"De cada vez que Quaresma «parte a louça» em campo, um daqueles horríveis sapos em cerâmica estala na montra de um café ou de uma loja. Cada momento artístico dele é um pontapé (ou cabeçada) no âmago da intolerância.
Nessas alturas, imagino um preconceituoso militante encostado ao balcão do café a interromper um discurso que reza qualquer coisa como «Ciganos? É gente que não gosta de trabalhar» ou «Brasileiros? Era mandar tudo de volta para a terra deles» e vociferar para a televisão «Mete o Quaresma!» ou «Que jogão do Pepe!», antes de sentenciar: «Eu não disse? Golo! Grande Quaresma!» Tal como o imagino nos festejos a partir a figura do batráquio que só está lá para, por via da superstição, excluir uma etnia inteira da clientela. 
O futebol às vezes é mais do que um jogo e esta que, arrisco, é a mais representativa selecção portuguesa da história fará qualquer xenófobo engolir um sapo.
Neste Portugal do Euro 2016, que tem um traço ítalo-grego no seu jogo, há uma nação inteira que pode ver-se ao espelho. Loiros, morenos e mulatos. Veteranos e outros tão novos que podiam ser seus filhos. Todos juntos na mesma equipa.
Portugal é um miúdo da Musgueira a pegar no meio-campo como quem joga no bairro e dois centrais de sangue brasileiro nascidos um de cada lado do Atlântico. É um Carvalho de Amarante e outro com raízes em Angola, onde só crescem embondeiros, e é acrescentar ao contingente das ex-colónias talentos da Guiné e de Cabo Verde.
Portugal cumpre-se ao ver regressados à pátria emigrantes que trocaram França ou Alemanha pelo orgulho supremo de envergar a camisola do país dos seus pais, que tal como tantos milhares podem ter atravessado a fronteira a salto ou talvez viajado horas a fio no Sud Express até desembarcarem na parisiense Gare d’ Austerlitz, como cantava José Cid em «Domingo em Bidonville». Por falar em Cid, Portugal é ter nas fileiras um transmontano que sorri com todos os dentes (mesmo que só veja a baliza do banco de suplentes), mais um minhoto e um algarvio. E até um açoriano mulato (haverá menor minoria?) ou um madeirense que é de todo o mundo.
Na altura em que a xenofobia irrompe pelo discurso de vários líderes políticos da Europa é significativo que neste Euro Portugal uma quase perfeita selecção da sua diversidade, no mesmo solo gaulês que em 1998 viu a primeira selecção multicultural da história levar França ao topo do mundo do futebol.
Quando leio ou ouço teorias sobre «Portugal para os portugueses», sorrio. De puro-sangue lusitano só conheço os cavalos. Para lá do seu rectângulo, esta nação é verdadeiramente grande sobretudo pela miscigenação que inventou há séculos e pela diáspora que cultiva há décadas. Esse legado é a bandeira, sem pagodes, que esta selecção ajuda a empunhar. Essas são as mais autênticas cores de Portugal."


PS: Não esquecer São Tomé...

Ponto de partida...

Benfiquismo (CXLIX)

Esta devia ter sido nossa...

Benfica 1 - 2 Chelsea,
Final da Liga Europa, 2012/13

Ambição...

terça-feira, 28 de junho de 2016

História com muito poucas repetições

"A imagem 'low profile' de Rui Vitória fica ligada à conquista do tricampeonato. Muito poucas foram as vezes que o técnico respondeu ao arquirrival e às provocações que chegavam, com regularidade, de Alvalade. Hoje, é um técnico claramente mais forte e mais seguro, mas nem por isso mais confiante. Isso nunca deixou de o ser. Foi precisamente, a capacidade que teve de nunca perder a fé naquilo em que acredita, de nunca se ter desviado do caminho - o 'tal' que tanta brincadeira gerou - que ajudou o Benfica a chegar ao 'tri'. O mérito pertence-lhe, obviamente! Vitória soube quebrar regras e instituir as suas. Uma delas foi a de manter uma aposta até final, desde que acredite que essa é a melhor solução. Ganhou o respeito dos jogadores. Chega a 2016/17 em estado de glória, mas com responsabilidades acrescidas. É certo que o Benfica é, dos três grandes, aquele que menos pressionado entra em campo. No plano teórico. Foi tricampeão contra a generalidade das apostas, numa época de várias (e importantes) mudanças.
Mas agora, tal como há um ano, são os resultados que vão ditar se o élan à volta da equipa se mantém. E, aqui, a fasquia está bastante mais elevada. Rui Vitória conseguiu, com aquilo que muitos considerariam pouco, no meio de um turbilhão de emoções, com uma pré-época que muitos criticaram, construir uma equipa e com apostas improváveis em jovens do clube. O baixo investimento em reforços, a confirmar-se, não poderá ser uma atenuante. Deixou de o ser. O que os adeptos não lhe pediam a 15 de Junho de 2015 - que fosse campeão - exigem-lhe agora. A estabilidade é maior, a margem de erro - está em sentido inverso. E Vieira quer o 'tetra' da história."

Vanda Cipriano, in Record

Rui Vitória diz que Benfica regressou “com vontade de ganhar mais um título”



O treinador do Benfica garantiu esta terça-feira que a equipa tricampeã nacional de futebol regressou ao trabalho com “ambição” e uma “grande vontade de ganhar mais um título”.
“Queremos aquilo que nos tem norteado desde a época passada: uma ambição tremenda, um trabalho rigoroso e uma vontade grande de ganhar mais um título”, afirmou Rui Vitória, em declarações à BTV.
O técnico ‘encarnado’, que esta terça-feira no regresso ao trabalho contou com a presença de 23 jogadores, prevê dentro do campo “um campeonato bem disputado e competitivo, como tem acontecido nos últimos anos, com três ou quatro candidatos ao título”.
Fora do campo, Rui Vitória prometeu um Benfica “respeitador” em relação aos seus valores e aos adversários.
O técnico admitiu estar a encarar o regresso ao trabalho como uma continuidade da época anterior, na qual o Benfica conquistou o terceiro campeonato consecutivo e venceu a Taça da Liga.
“Parece que isto é uma continuidade do ano anterior, parece que saímos um pouco para descansar e que já cá estamos outra vez”, disse, acrescentando que sente que “os jogadores têm uma vontade muito grande de enfrentar o trabalho”.
Rui Vitória considerou que a pré-época “é sempre um momento importante para definir as bases de trabalho de uma equipa, porque é o momento em que uma equipa está de certa forma mais liberta para se conseguir passar a mensagem aos jogadores”.
O técnico lamentou “não ter todos os jogadores a trabalhar, porque alguns estiveram na Copa América e outros estão no Euro2016”, mas lembrou que isso faz parte desta altura do ano.
Numa análise ao desempenho de Renato Sanches no Euro2016, Rui Vitória considerou que o médio, formado no Benfica e que esta época vai representar o Bayern de Munique, “é um exemplo” a vários níveis.
“O Renato é dos nossos, vai ser um jogador de sucesso, tem tudo o que os grandes jogadores têm. É um exemplo da visão que se teve há um ano e um exemplo de trabalho para todos os jogadores”, disse
O plantel ‘encarnado’ vai treinar no Seixal nas próximas duas semanas, iniciando a 17 de julho um estágio em Burton, Inglaterra.
O primeiro compromisso oficial dos tricampeões nacionais será a Supertaça Cândido de Oliveira, a disputar a 7 de agosto, em Aveiro, frente ao Sporting de Braga.

In observador.pt

Polónia irá dar-nos a iniciativa

"Ao imaginar antecipadamente um Portugal-Croácia, pensaríamos sempre em duas equipas com um futebol ofensivo de qualidade e sem grandes cautelas. O que veio a acontecer no relvado, no entanto, foi precisamente o contrário. Duas selecções a respeitarem-se ao máximo no plano estratégico (também a autointitulada favorita Croácia o fez) e talvez tenhamos assistido, até ao momento, ao jogo do Campeonato da Europa com menos situações de finalização e oportunidades de golo.
A nossa equipa preparou este jogo reconhecendo o bom momento e a grande qualidade individual e colectiva da selecção croata. É diferente. em termos de confiança, passar em primeiro lugar no grupo em que está a Espanha ou fazê-lo com três empates, como nós o conseguimos. Não foi alterado nada aquilo que têm sido os nossos princípios e ideias. O seleccionador fez quatro alterações muito específicas no onze, entre elas a já esperada entrada de Raphael Guerreiro. Apostou nas maiores rotinas defensivas de Cédric (Perisic a isso obrigava), entrou José Fonte para fazer descansar Ricardo Carvalho, havendo aqui maior poderio físico para o duelo com Mandzukic, e ainda se estreou Adrien no onze (só depois do jogo se soube que João Moutinho não estava em condições de actuar), o que nos deu grande capacidade de pressão e condicionou bastante a construção de Modric.
No plano ofensivo não conseguimos ser a selecção que tínhamos sido durante a fase de grupos, a comandar grande parte do jogo e a criar situações de finalização em muito bom número. Mas também não vimos aquela selecção croata que atravessava um momento tão bom a conseguir fazê-lo. E isso aconteceu porque as organizações defensivas respeitaram os planos estratégicos e foram muito rigorosas.
A forma como conseguimos ultrapassar esta Croácia irá dar grande confiança aos nossos jogadores. Estou em crer que na 5.ª feira iremos ver a nossa selecção mais confiante, mais solta e isso ajudará, naturalmente, a que a qualidade do nosso jogo seja melhor, com outra dinâmica ofensiva, que possa permitir aos nossos jogadores mais decisivos e de maior talento aparecerem mais no jogo. Se isso vier a confirmar-se, de certeza que estaremos mais perto de vencer.
Nos quartos-de-final voltaremos a um registo em que por norma não nos sentimos muito confortáveis. A selecção da Polónia a dar-nos a iniciativa, num jogo onde iremos naturalmente ter maior controlo em posse, seremos uma equipa a jogar mais tempo em ataque posicional e onde, à partida, teremos algum favoritismo, apesar de isso, nos quartos-de-final de uma prova como esta, contar muito pouco.
Há algo de que o nosso seleccionador não abdica: grande rigor na preparação estratégica para cada jogo e só ele saberá o que será melhor em cada momento. Sendo assim: irá manter o que foi idealizado para o último jogo ou, pelo contrário, poderemos esperar mais algumas novidades para surpreender o nosso adversário? Daqui por dias teremos a resposta.

Positivo
Percebe-se que o espírito na nossa selecção está forte. Existe um compromisso comum e isso nestas competições tem grande importância. Sinal de confiança para o grupo: dos jogadores de campo, com excepção de Bruno Alves, já todos foram utilizados.

Negativo
A selecção de Espanha vai para casa mais cedo do que o previsto. Reconhecendo que a queda foi frente a uma Itália muito forte e competitiva, não deixa de ser surpreendente a selecção bicampeã europeia cair nos oitavos-de-final e de forma justa."

E quando o lance é cinzento

"Sob o ponto de vista da arbitragem, o último jogo de Portugal com a Croácia teve várias incidências, mas dessas destaco duas em particular, que servirão de mote ao assunto que hoje quero aqui abordar. A primeira refere-se a um pisão de José Fonte na perna de um adversário, quando o jogo já estava interrompido. Ficou a dúvida se esse contacto foi inevitável ou se o português atingiu o adversário de forma deliberada. A segunda refere-se a uma acção de Raphael Guerreiro que, já perto do final da partida, colocou as mãos nas costas de um atacante croata, na área portuguesa. O jogador aguentou o contacto e cruzou, embora em desequilíbrio. A dúvida é saber se esse toque foi suficiente para ser considerado infracção (e aí seria grande penalidade contra Portugal) ou se, por outro lado, podia ter sido considerado como um contacto no limite máximo da legalidade, visto que o adversário prosseguiu a jogada? As respostas a estas perguntas moram na opinião que cada um terá de cada lance, porque são de facto situações de análise muito difícil, susceptíveis de gerarem várias opiniões. São, aliás, a prova provada que a beleza do futebol passa por nem tudo ser expectável ou preto no branco e que o factor surpresa e imprevisibilidade só contribuem para alimentar a paixão que todos sentimos pelo desporto a que chamamos meritoriamente de rei.
É sobretudo devido a essa dificuldade de análise de várias incidências de jogo que muitas das decisões dos árbitros não são baseadas apenas no que vêem, mas sobretudo na sua intuição. E por intuição refiro-me a experiência acumulada, a vivências de jogo, àquilo a que chamamos feeling e que lhes permite lerem qualquer lance com mais maturidade, qualidade e grau de acerto.
Usar os sentidos como ferramenta de apoio à decisão é pois uma das formas mais inteligentes que um árbitro pode ter para avaliar, sobretudo quando o lance é assim: cinzento. Porquê? Porque por vezes ver não chega. É preciso deduzir. Sentir. Cheirar. Perceber através do que se conhece dos jogadores e do jogo. É fundamental saber ler a expressão de inocente ou culpado do eventual infractor, a cara de dor da alegada vítima, a forma como o jogador cai, a maneira como aceita ou contesta a decisão, o tipo de lesão que a jogada originou, a linguagem corporal envolvida, a atitude de cada um perante o árbitro e adversário. Até a forma como o público reage, como fala. Tudo conta, tudo ajuda.
E aí o árbitro mais sensato, mais forte emocionalmente, mais perspicaz e intuitivo, falhará menos. Porque, tal como jogar, arbitrar é uma arte para gente inteligente."

Duarte Gomes, in A Bola

Portugal não é a Grécia

"Cada seleccionador tem as suas manias. Nada a fazer quanto a isso, em razão da autoridade discricionária de um mister, sem paralelo noutra actividade. Põe e dispõe a seu bel-prazer, aceitando mal ou recusando simplesmente dar explicações quando confrontado sobre questões menos simpáticas. Não é nenhum reparo a Fernando Santos, atenção, apenas ligeiro preâmbulo para uma viagem breve ao passado recente da nossa Selecção, retirar do baú o que já foi usado e verificar que os anos passam mas há coisas que não mudam, nem ficam fora de moda.
No Euro-2004, Luiz Felipe Scolari, a partir de certa altura, resolveu preparar terreno à não inclusão de Maniche na convocatória final. Houve reacções, entre elas a minha. Por mais de uma vez me referi ao assunto, em defesa do jogador. Também por essa altura, o mesmo seleccionador alinhou no cerco que asfixiou Vítor Baía. No essencial, arranjou um novo titular (Ricardo) e, para calar as vozes discordantes, descobriu um jovem promissor chamado Bruno Vale, portista, como prova das suas boas intenções, embora depressa se tivesse livrado dele e, por arrasto, de Baía.
No entanto, Scolari viu-se num beco sem saída ao ver a sua teimosia fracassar ante a Grécia na primeira jornada do grupo, mas foi célere na mudança. Mestre em golpes de rins, fez de conta que nada se passara e logo no jogo seguinte recorreu ao meio-campo do FC Porto, campeão nacional e Europa, entrando Deco e saindo Rui Costa, o qual viria pouco depois a renunciar à Selecção, não pela despromoção a suplente, mas pela nebulosidade/pouco respeito que caracterizou o processo.

No Euro-2016, Fernando Santos não foi capaz de eliminar a linha de fronteira entre os meus e os outros, pese a ecumenicidade da sua política ao abrir portas da selecção aos presentes e aos ausentes. Correu bem, no sentido em que recuperou alguma gente que andava perdida e contribuiu para o apuramento de Portugal, mas ao envelhecer os quadros nas convocatórias deu à experiência conservadora primazia em relação à juventude rebelde. Aliás, o próprio Fernando Santos nunca escondeu que seria difícil dar esperança a candidatos a lugares que do seu ponto de vista se encontravam preenchidos. É convicção generalizada, por isso, que Adrien Silva, Renato Sanches e Rafa, por exemplo, só foram escolhidos por força das circunstâncias, leia-se impedimentos de Tiago, Bernardo Silva e Danny. Ao seleccionador assiste o direito de não ter gostado das mudanças que se viu obrigado a fazer, mas a saúde do futebol português ficou muito agradecida: tiraram-lhe anos de cima e deram-lhe genica, alegria e mais força de acreditar. Fernando Santos tem a nossa confiança, apesar de sabermos que a sua visão do futebol jogado é esta que se vê, pensada e cautelosa, sempre em velocidade de segurança e sem ultrapassagens que coloquem em risco a solidez da organização. Tudo bem, desde que utilize os melhores, ou, se preferir, retire os que se encontram condicionados.
A propósito: então, só soube à última hora que Moutinho não estava em condições? Estranho. Pensava eu que ele tinha saído da equipa por claro défice de rendimento na competição, provavelmente consequência de uma época apagada e de um quadro clínico que o tem incomodado nos últimos meses. Além de, mesmo na plenitude de recursos, me parecer desfocado no modelo privilegiado para o Europeu.

Sobre André Gomes, de futebol pastoso, sem alma, nem garra, que qualidades verá nele o seleccionador que mais ninguém consegue descortinar? É bom executante? Claro que sim, mas não chega. Tacticamente será mais evoluído que a concorrência? Talvez, admito tudo, mas, sem mais informações sobre o assunto, considero que a sua titularidade constitui o segundo mistério nesta equipa. O que é bom: existirem apenas duas situações susceptíveis de gerarem controvérsia. Sinal de que devemos aproveitar a favorável conjugação de factores: confiança do seleccionador, enorme vontade de Cristiano Ronaldo e de todos os jogadores, inclusão de pessoal jovem com pressa de mostrar serviço e infindo entusiasmo do povo.
Não sei se vai dar para chegar a Paris, mas sei que não há desculpa para mais equívocos. Devem ser valorizados os que garantem disponibilidade física e mental para jogar nos limites, e julgo que isso não tem acontecido. Sem querer intrometer-me onde não sou chamado, penso que, neste momento, a Selecção precisa mais do músculo de Adrien Silva do que do tricô de João Moutinho. Fernando Santos é quem decide, mas, por favor, não nos ponha a jogar à grega. Já faltou mais, mas se o fizer será o mesmo que manchar a imagem do futebolista português. No resto, proceda como quiser, devendo ter a noção de que a esta hora já estaria fatiado pela lâmina afiada da crítica feroz caso não tivesse sido feliz com a Croácia... 

Nota 1 - Prudência com a Polónia depois de amanhã em Marselha. São fortes como os islandeses, mas jogam mais. Ganhámos em 2002 (Mundial da Coreia), mas desde aí a situação alterou-se: derrota e empate com Scolari (apuramento Euro-2008) e empate com Paulo Bento (particular).

Nota 2 - Messi falhou penalty na final da Copa América e despediu-se da selecção argentina. Imagine-se o massacre que seria se fosse Ronaldo. Vergonhosa a campanha contra o capitão português desde que começou o Europeu, mas a FPF continua muda..."

Fernando Guerra, in A Bola

Os 'encarnados' na «Cidade Verde»

"Saint-Étienne, onde jogou Portugal frente à Islândia, é cidade que o Benfica conhece. Em Novembro de 1967, jogou aqui para a Taça dos Campeões Europeus e perdeu por 0-1. Apurou-se.

Saint-Étienne - Estou de volta a Saint-Étienne, desta vez para o Inglaterra-Eslováquia. Foi nesta cidade do Leste da França, na região de Auverne-Rhône-Alpes, a pouco mais de 50 Km de distância de Lyon e no eixo da rodovia para transportes pesados que leva a Toulouse e, em seguida,a Bayonne e à fronteira basca com Espanha, que Portugal deu o seu pontapé de saída na XV edição do Campeonato da Europa, conhecido anteriormente por Taça da Europa das Nações, sétima presença lusitana numa fase final da competição. Chamam-lhe a «Cidade Verde».
Comecemos por Geoffroy Guichard, fundador das lojas Casino, um dos pólos comerciais de Saint-Étienne e proprietário da propriedade que levava o nome de Estevaliére, precisamente onde se ergueu, a prtir de 1931, o Estádio Geoffrey Guichard, como está bem de ver, local onde actua desde sempre a Association Sportive Saint-Étienne, clube represententativo «du coin lá bas».
Com capacidade para 42.000 espectadores, construído à boa maneira inglesa, com quatro bancadas e aberto nos cantos, veste-se geralmente de verde, a cor dos armazéns Casino, do seu clube e de toda a gente que ao longo de décadas trabalhou para a família Guichard.
No dia 30 de Novembro de 1967, o Benfica defrontou o Saint-Étienne nos oitavos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, 2-0 na primeira «mão», em Lisboa, dava conforto para a viagem de resposta, mas os «stephanois» - nome porque são conhecidos os habitantes locais, em razão de um dos primeiros nome da cidade, Sant Stephan, fundada por refugiados húngaros no ano de 930 - não estiveram pelos ajustes e infernizaram a vida aos 'encarnados'.
O «Caldeirão» encheu. É com orgulho que o estádio de Geoffrey Guichard tem a alcunha de «Chaudron»! Era qui que eu queria chegar.


Golos aos nove minutos!
Logo aos nove minutos, Bereta fez o 1-0 e levou os verdes ao rubro.
Uma falha de Humberto Coelho comprometia José Henrique e o Benfica ficava encostado às cordas. Aí soube seu Mohamad Ali contra Foreman, em Kinchasa, 1974: aguentando golpe atrás de golpe até aos desfalecimento físico e psicológico do adversário.
Mekloufi, Carnus, Bereta, Patrick Revelli e Jacquet eram as grandes figuras do Saint-Étienne. Bereta chegou a ser campeão de França usando a camisola dos fundadores do clube, os empregados da cadeia de armazéns Casino.
«Allez les verts!», gritava-se nas bancadas.
De nada serviu. O Benfica aguenta o resultado até ao fim e sai com a eliminatória resolvida. Os golos de Eusébio e José Augusto, no Estádio da Luz, mantiveram vivo o campeão de Portugal.
Mas, num assomo final de sincero incómodo, Roland Thiéry, comentador televisivo, fechou assim o seu trabalho: «A equipa que ganhou duas vezes a Taça dos Campeões morreu e está bem morta. Nada mais resta do que uma formação envelhecida que se defende praticando anti-jogo».
Bem pôde pregar no deserto. Para os benfiquistas pouco importava. Tinham ultrapassado a eliminatória com mais ou menos facilidade. Continuavam a ser grandes dos grandes na Taça dos Campeões."

Afonso de Melo, in O Benfica

O primeiro passo...

Na 'casa' recentemente remodelada (como se pode ver na foto...), começou, hoje, oficialmente a época 2016/17. A época do 36! A época onde queremos escrever pela primeira vez (!!!) nos livros de história, o Tetra Vermelho!!!

Estive alguns dias afastado do blog (foi o meu defeso!!!), e ao contrário de anos anteriores, os últimos dias de Junho até trouxeram novidades, algumas já confirmadas (Cervi, Kalaika...), outros ainda por confirmar (Celis, Zivkovic, Benitez... Nagy, Pjaca...).

Hoje, os jogadores apresentaram-se. Ainda com muitos ausentes, devido aos compromissos com as Selecções... Sendo assim, as surpresas/destaques, foram os muitos jovens da Formação que vão começar no plantel principal. Sendo provável o regresso de alguns à equipa B, sendo que a maioria deverá acabar emprestada!
Recordo que ainda temos jogadores que podiam/deviam estar 'aqui', mas estão a 'caminho' do Europeu de sub-19 (Joãozinho, Digui, Dias...).

Aliás é no 'capitulo' dos emprestados, que está uma das minhas preocupações! Eu sei que os empréstimos normalmente são decididos mais lá para o fim da janela de transferências, até lá haverá muito bluff entre as partes interessadas, mas o Benfica tem muitos jogadores para colocar... É necessário reduzir a massa salarial, e reduzir os 'emprestados', é essencial para o equilíbrio do nosso plantel...
Hoje, por exemplo 'faltaram' à apresentação: Ola John, Nélson Oliveira, Djuricic, Taarabt, Rojas, Vítor Andrade, Amorim, Hélder Costa, Diego Lopes, Ponk, Scholl, Varela, Frisenbichler, Mukhtar, Haramiz, Murillo, Derley, Romário, Lolo, Fariña, Candeias, Bebé, Nuno Santos, Cardoso, Guzzo, Rebocho...

Os 23 de hoje (a contar com o atraso do Jardel...):
Júlio César, Paulo Lopes, Ederson, André Almeida, Nélson Semedo, Luisão, Jardel, Lisandro, Kalaica, Lystcov, Grimaldo, Marçal, Dawidowicz, Gilson, André Horta, João Teixeira, Pizzi, Salvio, Cervi, Gonçalo Guedes, Rui Fonte, Saponjic e Luka Jovic.

Talisca (30/6), Mitroglou (4/7), Samaris (8/7), Fejsa (4/7), Carcela (8/7), Lindelof (15/7), Jonas (15/7), Jiménez (15/7) e Eliseu (depende...) estão autorizados a apresentarem-se mais tarde. O Carrillo deverá apresentar-se no dia 1 de Julho.

Entre os muitos jovens que hoje se apresentaram, julgo que o Kalaica, o Dawidowicz, o Horta, o Fonte e o Jovic têm possibilidades (uma mistura entre os meus desejos pessoais e a lógica!!!) de ficar no plantel... Lystcov, Marçal, Gilson, Teixeira, Saponjic devem ser emprestados! Salvio, Jardel, Carrillo, Lisandro, Guedes têm mercado, e podem ser vendidos... Sendo que a decisão mais 'complicada', parece-me ser a questão dos Centrais: neste momento temos 5 Centrais no plantel... e em termos de rendimento desportivo dentro do relvado, o 'dispensável' é o Capitão!!! Estes 'problemas' são comuns, em todos os clubes, mas nunca são fáceis de resolver...

Benfiquismo (CXLVIII)

Em digressão pelo Oriente...!!!

"Os Lugares da Memória"

" 'Trophy rooms', 'halls of fame' e o reconhecimento de valor cultural ao património desportivo.

A valorização do património desportivo enquanto património cultural remonta, na maioria dos países, ao final do século XIX. O valor cultural dos testemunhos, materiais e imateriais, da prática desportiva começou por ser reconhecido pelos próprios clubes desportivos. Inicialmente, os clubes utilizavam os objectos mais importantes do seu acervo - os troféus - para ornamentar o gabinete da direcção, onde podiam ser vistos, em exclusivo, pelas figuras de topo do clube - e seus convidados de honra. Gradualmente, os clubes de maior relevância passaram a reunir esses objectos num espaço próprio, geralmente designado trophy room. Considerados autênticos relicários, estes espaços começaram por estar acessíveis apenas a sócios mas, a pouco e pouco foram abrindo as portas a todos os adeptos e turistas interessados. Actualmente, maioria dos clubes mais relevantes do panorama desportivo internacional possui o seu próprio museu, autênticos halls of fame sobre a sua história e as suas vitórias.
No Sport Lisboa e Benfica, o percurso não foi diferente. Depois de anos com as 'taças e objectos de arte (...) expostos no gabinete da Direcção', o Benfica criou a sua primeira Sala das Taças. Em 1927, quando o Clube procurou um novo imóvel para instalar a sua secretaria, fê-lo com o intuito de possuir um espaço onde pudesse expor o seu acervo, que contava já com 65 taças. 'trezes bronzes, quatro «plaquetes», 14 galahrdetes e uma quantidade avultada de medalhas e objectos de arte'. Assim, na secretaria da Rua Capelo (1927-1931), considerada para imprensa 'a melhor e mais completa de todas que existem no nosso país, em clubes desportivos', o Benfica instalou a sua primeira Sala das Taças 'decorada rigorosamente em estilo português, pelo proficiente mestre da scenografia, sr. Luiz Salvador' (pai de Eugénio Salvador). Durante os 86 anos que se seguiram, o Clube organizou outras Salas das Taças e exposições até que, em 2013, inaugurou o Museu Benfica - Cosme Damião.
Até 15 de Outubro, no n.º 9 da Rua Jardim do Regedor, em Lisboa, estará patente ao público a exposição Os Lugares da Memória: Salas de Troféus do Sport Lisboa e Benfica - Do Relicário ao Museu, onde se evoca o percurso das exposições do acervo do Clube, em espaços próprios, ao longo do tempo."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ex-assessor de Sócrates na comunicação do Benfica



Luís Bernardo, ex-consultor do Sporting, sucede a João Gabriel. Luís Bernardo é o novo diretor de comunicação do Benfica, sucedendo no cargo a João Gabriel. Bernardo foi jornalista e antigo assessor de António Guterres e José Sócrates quando este era primeiro-ministro. Luís Bernardo é dono da empresa de comunicação WL Partners, empresa especializada em relações com a comunicação social e gestão de crises, e que ajudou na reestruturação da comunicação do Sporting, tendo sido consultor de Bruno de Carvalho.


In cmjornal.xl.pt



PS: Será que ele esteve "infiltrado" no Sporting ou será que vem para se infiltrar? Também teve relações com o Sócrates... Mau maria...
Luís Bernardo é o novo diretor de comunicação do Benfica, sucedendo no cargo a João Gabriel. Bernardo foi jornalista e antigo assessor de António Guterres e José Sócrates quando este era primeiro-ministro. Luís Bernardo é dono da empresa de comunicação WL Partners, empresa especializada em relações com a comunicação social e gestão de crises, e que ajudou na reestruturação da comunicação do Sporting, tendo sido consultor de Bruno de Carvalho.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/desporto/futebol/detalhe/benfica_tem_um_novo_diretor_de_comunicacao.html
Luís Bernardo, ex-consultor do Sporting, sucede a João Gabriel.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/desporto/futebol/detalhe/benfica_tem_um_novo_diretor_de_comunicacao.html
Luís Bernardo, ex-consultor do Sporting, sucede a João Gabriel.

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Luís Bernardo, ex-consultor do Sporting, sucede a João Gabriel.

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