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terça-feira, 26 de julho de 2011

Sejam decentes: -devolvam as taças!

"O Benfica vai disputar o acesso ao «play-off» da Liga dos Campeões com um clube envolvido no escândalo de resultados viciados. Nada de novo. Há trinta anos que o Benfica disputa o Campeonato português com um clube envolvido em escândalos de resultados viciados. Na Turquia, as principais equipas da I Divisão estão envolvidos em escândalos de resultados viciados. Em Portugal só uma equipa da I Divisão está envolvida em escândalos de resultados viciados.

Na Turquia, os dirigentes de uma das principais equipas da I Divisão, chocados com o facto de se verem envolvidos em escândalos de resultados viciados, resolveram devolver à federação a Taça da Turquia conquistada sob suspeitas. Eu diria: um gesto decente. Em Portugal são poucos os dirigentes de clubes capazes de gestos decentes. Mesmo muito poucos. Se fossem decentes, os dirigentes do único clube português da I Divisão envolvido em escândalos de resultados viciados devolveriam a Taça do Campeonato ganho à custa dos favores do árbitro Carlos Calheiros que passou férias no Brasil à conta do único clube português que oferece viagens a árbitros. Se tivessem um pingo de decência, os dirigentes do único clube português da I Divisão envolvido em escândalos de resultados viciados devolveriam as taças dos Campeonatos ganhos à custa das arbitragens vergonhosas de Rosa Santos, Martins dos Santos, Soares Dias (pai), Donato Ramos e Raúl Ribeiro que chegou a vislumbrar um «penalty« sobre Futre, em Coimbra, aí a uns bons cinco metros fora da grande-área. Mas isso era de fossem decentes, coisa que não são, pelos vistos.

Se fossem decentes, os dirigentes do único clube português da I Divisão envolvido em escândalos de resultados viciados devolveriam as Supertaças ganhas graças às arbitragens de José Pratas e Pedro Proença, por exemplo, e as taças correspondentes aos Campeonatos ganhos graças às obras de arte de Soares Dias (filho), Pedro Proença (outra vez), Olegário Benquerença, Elmano Santos, Vasco Santos, Hugo Miguel e outros senhores que estão sempre prontos a agradar àquele que os quer ver de cócoras. E, já agora, devolveriam a taça da Liga Europa que meteu uma mariscada valente oferecida a um árbitro sabujo e o mais que se está para saber...

Pois... Mas há gente que nem por dinheiro é capaz de um gesto decente..."


Afonso de Melo, in O Benfica

Objectivamente (o 'Corno'!)

"Quando no final da época passada Pinto da Costa, numa onda de euforia desmedida, bem ao seu jeito, gabava o extraordinário trabalho de André Villas Boas, nunca pensou que o mesmo, sentado na cadeira do sonho, o «encornasse» de forma tão violenta e dolorosa!

Esta expressão tauromáquica, bem portuguesa, tem o significado que se ajusta mais à situação vivida pelo presidente do FCP pela forma como gosta de ridicularizar os seus adversários e rivais não olhando a meios para ferir aqueles que não comungam as suas ideias. Por isso a violência da «colhida» foi aplaudida de pé pela multidão com direito a cinco voltas ao redondel, duas orelhas e rabo! Conseguiu, essa incomparável figura, proporcionar aos seus muitos «amigos do peito» momentos de imenso prazer ao vê-lo traído por quem lhe tinha jurado paixão eterna!

Surpreendido terá ficado depois AVB. É que para comprovar a sua bestial «dor de corno» veio adornar o assunto com insultos ao bom do André, apelidando-se do invejoso, incompetente e medroso, deixando no ar a ideia de que muito se terá falado ao longo da época de Mourinho e das suas façanhas ao serviço do FCP... utilizando o seu nome para incentivar a vingança, etc. Agora, o que ele nunca pensou era que este romance tão lânguido, tão exultante e de paixão arrebatadora terminasse tão depressa assim!

Quem semeia ventos... colhe tempestades!

Ao longo de tantos anos de experiências várias, a vida já devia ter ensinado ao Guru do futebol português, como um dia António Oliveira lhe chamou, que estas paixões estão na razão directa das libras, dos euros ou dos dólares! Depende do freguês!"


João Diogo, in O Benfica

Os intocáveis

"Há jogadores cuja cotação de mercado se torna de tal modo elevada, que acaba por suplantar o peso desportivo que têm nas respectivas equipas. Esses são os jogadores vendáveis, devendo ser negociados, preferencialmente, no momento em que essa cotação atinge o pico máximo. Por muito que gostássemos de Di Maria, David Luíz ou Fábio Coentrão, e por maior que fosse a sua importância no conjunto 'encarnado', verbas de 30 milhões de euros não são de recusar. As suas saídas foram, pois, excelentes negócios, e devemos aceitá-las como fruto das vicissitudes do Futebol moderno.

Já aqueles cujo cotação é - por via da idade, ou por qualquer outro motivo - inferior ao peso que têm na equipa, não se podem deixar partir em circunstância alguma. Luisão e Maxi Pereira correspondem a este segundo paradigma, pelo que as suas eventuais vendas, ponderando equilibradamente aspectos desportivos e financeiros, traduzir-se-iam sempre num péssimo negócio para o Benfica.

Não se trata de sentimentalismos, nem de gratidões ou ingratidões. Trata-se de perceber que há um fio condutor nas equipas, e que esse fio tem um valor que o mercado não reconhece. Trata-se de entender que, embora não havendo insubstituíveis, há elementos cuja importância torna, num dado momento, indispensáveis a uma ideia colectiva.

Luisão é a trave mestra da nossa equipa, e o seu jogador mais importante, dentro e fora do campo. Falamos de alguém que, com a sua integração no Clube, o Benfica dificilmente iria conseguir substituir por menos do que os 20 milhões da sua cláusula de rescisão. O mesmo é válido para Maxi Pereira, um dos jogadores mais competitivos que vimos actuar na Luz nos últimos anos. Um e outro têm características morfológicas, e, sobretudo, psicológicas, muito pouco comuns. São eles os alicerces do futebol do Benfica, fazendo todo o sentido vê-los de 'águia ao peito' até ao fim. E se tiverem de sair um dia, que seja quando, em final de carreira, a sua ausência já não se fizer notar."



Luís Fialho, in O Benfica

Todos por um

"Artur é um excelente guarda-redes e já o havia provado na época anterior, sereno e concentrado. Nolito faz crer que daqui a um ano clubes multi-milionários entrem na corrida pelo seu passe. Matic em poucos jogos provou que os olheiros do Chelsea fizeram bem em aconselhar a sua contratação. Witsel é menos espectacular mas creio que não tardará a deixar a sua marca no SLB. Enzo Pérez e Bruno César apresentam qualidades que Jorge Jesus saberá eficazmente desenvolver... posso continuar por aí fora mas, na verdade, quem me traz aqui são as certezas, os 'craques' que transitaram de 2010/2011.

1. Gaitán. Poucos duvidam de uma época triunfal do extremo argentino. parece ser a solução para diversos tipos de problemas que o ataque seja forçado a enfrentar. É um «abre-latas» com lugar no onze oficial argentino.

2. Jara. Independentemente das escolhas do treinador, tem condições para ser titular e marcar muitos golos. Móvel, criativo, exímio a criar espaços e a colocar-se livre em zona de finalização. É um goleador, muito diferente de Cardozo, mas um grande jogador.

3. Javi Garcia. Até a central mostra que está ao nível dos melhores. Capitanear uma equipa de futebol no caso de Javi é uma inevitabilidade, não um prémio mas o resultado da selecção natural de talentos. Pode ser capitão, pode ser o patrão da equipa.

4. Saviola. Esta coluna de opinião é escrita imediatamente após a conquista de mais um torneio do Guadiana, domingo à noite. Admito que possa parecer prematuro mas digo que Saviola está embalado para repetir o melhor que fez com a camisola do SLB. Em forma, o atacante torna-nos novamente temíveis junto às balizas adversárias.

Agora que a Benfica TV pede aos telespectadores que entrem num novo ciclo de conteúdos futebolísticos, eu peço a todos quantos sentem o «Benfica Sempre» que nos unamos no apoio a esta equipa. Todos por Um."


Ricardo Palacin, in O Benfica

Estabilidade

"Vi pela TV o Benfica ganhar o Torneio do Guadiana e gostei, claro, porque gosto sempre de ver o Benfica ganhar. E também porque o Benfica ganhou batendo um adversário a sério, empatando com outro - o resultado suficiente para vencer o Torneio - e ganhando a si próprio. Isto é, ganhando o jogo por uma equipa que tem que ser, sempre, algo mais que um conjunto de jogadores. Em pouco mais de três semanas após o regresso ao trabalho, com ausências de vulto e muitas presenças novas no plantel, o Benfica já mostrou algum fio de jogo na manobra atacante e na finalização, integrando jogadores novos e valores da casa.

E daqui faço votos sinceros para que a equipa de Futebol Profissional do Benfica alcance uma condição essencial para futuros triunfos e para uma época digna dos pergaminhos do Clube. Essa condição é a estabilidade. Estabilidade no conjunto do plantel, sem perturbações nem mudanças convulsivas e traumáticas, estabilidade em cada um dos sectores da equipa, com atletas que confiem uns nos outros, dentro e fora do campo, que respeitem a autoridade natural quando ela existia e que, acima de tudo, dêem tudo em cada situação pelo Clube que os contrata, os acolhe e os rodeia do carinho de uma massa associativa como não há outra.

Escrevo, pensando como qualquer simples adepto, que é o que sou. Não tenho informação privilegiada que me permita distinguir notícias de boatos. E assim devo confessar que há notícias - ou serão boatos? - que me inquietam, porque penso que a concretizarem-se não contribuem para a estabilidade, nem sequer para a qualidade da equipa, e não as vejo desmentidas como boatos, nem tão pouco justificadas com razões ponderosas que o comum dos adeptos desconhece e não entende."


João Paulo Guerra, in O Benfica

Missão impossível

"Os italianos são masoquistas, gostam de se autoflagelar. Pergunto-me é se essa expiação lhes serve de arrependimento e emenda, o que duvido. O escândalo Calcioscommesse (um esquema de combinação de resultados para vencer fortunas nas apostas on-line) tem preenchido a agenda mediática desde o dia em que eclodiu, há pouco mais de um mês. Não digo que se exagere, mas preferia menos conversa e mais acção. Se é que, aqui chegados, ainda se vai a tempo de salvar alguma coisa deste futebol de nababos, a nadar em milhões. Quando o desvario começa na própria cúpula da FIFA e na corrupção que por lá reina, tenho sérias dúvidas de que alguma vez essa missão seja possível. Os negócios que giram à volta do futebol pervertem-no.

A Itália, embora seja reincidente neste tipo de batotas, tem esse mérito de as denunciar, de as condenar e de pedir penas severas para os prevaricadores. A Turquia está a ser varrida por um vendaval de detenções que atinge dezenas de dirigentes de clubes como o Besiktas, Fenerbahçe, Trabzonspor (que amanhã joga na Luz)... todos envolvidos em subornos e manipulação de resultados; na Bulgária as equipas, incluindo o Levski e o CSKA de Sofia, estão nas mãos da máfia russa para lavar dinheiro sujo e aqueles que tresmalharem e não respeitarem o código da omertá são raptados e/ou mortos (os três últimos presidentes do Lokomotiv Plovid foram assassinados!); na Grécia, Alemanha, Inglaterra e Espanha Não faltam casos de corrupção e viciação de resultados mas aqui, ao contrário de Itália, preferem escondê-los para não estragar a imagem.

O estádio Dr. Magalhães Pessoa, propriedade da Câmara de Leiria, está à venda e o UD Leiria vai jogar na Marinha Grande. Desacertos nas contrapartidas a pagar conduziram a este triste e estranho divórcio. Já agora, gostaria de saber quanto pagam, se é que pagam, a Académica, o Beira-Mar e o Braga aos respectivos municípios."


Manuel Martins de Sá, in A Bola

E veio a miséria

"Zhang Shangwu foi um ginasta da equipa nacional chinesa, vencedor de medalhas de ouro na Universíada de 2001 e grande esperança para os Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas. Todavia, enquanto treinava para esta participação, teve uma grave lesão no tendão de aquiles que o afastou da equipa e determinou o fim da sua carreira de atleta de alta competição. A indemnização de cerca de 4000 euros, não compensou a falta de formação escolar devida ao facto de ter colmaçado a treinar-se intensamente aos cinco anos de idade. O caminho para o desemprego e miséria, que o levou a empenhar as suas duas medalhas de ouro por cerca de 10 euros, foi rápido. O roubo foi, porventura, a solução de desespero e os 4 anos de prisão a consequência. Uma vez em liberdade, sem ter outro ofício, restou-lhe, aos 28 anos, mendigar nas ruas fazendo acrobacias para sobreviver e ajudar o avô. Foi reconhecido e iniciou-se um processo de reabilitação. Está a viver num hotel pago por um compatriota milionário e recebeu ofertas de emprego. Tornando-se lamentável figura mediática, denunciou outras situações de ex-atletas caídos no abandono e miséria. Logo a notícia correu nas agências internacionais fazendo notar o modo como são tratados os desportistas na China. Santa hipocrisia! Como se isto fosse exclusivo daquele país... O mesmo sucede nas democracias ocidentais tão cientes dos direitos humanos. Nesta coluna já chamámos a atenção para situações muito tristes vividas por antigos ídolos do desporto português. É verdade que o respeito pela condição humana evoluiu no Ocidente de forma significativa e haverá mais cuidado com a dignidade dos cidadãos. Mas isso só nos carrega de maior responsabilidade, sendo perigoso projectarmos estes casos como se fossem característicos de outras culturas. Quando as coisas materiais se sobrepõem ao ser humano, é este que sai desprezado. E, como podemos constatar na crise actual, cada um de nós é uma vítima em potência. Mesmo os que se julgavam a salvo... No desporto, como na economia, a degradação decorre de esquecermos o Homem como finalidade da produção social."




Sidónio Serpa, in A Bola

Parabéns BTV!

"Foi com enorme satisfação e orgulho que tomei conhecimento de que a Benfica TV tinha ganho o direito de transmissão de 180 jogos internacionais onde pontificam algumas das melhores equipas mundiais. Entre jogos de preparação, passando por torneios de prestigio e jogos de selecções, estou certo que vai ser um fartote de bom futebol na nossa TV. É bom futebol na nossa TV. É bom relembrar que a BTV, ao diversificar a sua oferta de produtos premium, está a consolidar o seu público fiel e, ao mesmo tempo, a atingir um outro público, que gosta de ver bom futebol e que não se liga à nossa antena. Com estas transmissões ganhamos dimensão internacional e shares de audiência, factores importantes para continuar a atrair mais investimentos e novas formas de captar receitas. A nossa TV passa a ser um importante player no mercado. Não só porque, desde logo, representa uma das maiores marcas portuguesas, mas porque o seu potencial de crescimento começa a ser apetecível no mercado das operadoras que pretendem transmitir o canal. A ZON deve estar a fazer contas à vida e a carpir mágoas por não poder contar com a BTV. E a MEO esfrega as mãos de contente. Sabe da importância estratégica que se reveste a opção tomada e percebe que o crescimento registado no último ano se deve ao facto de ter a BTV como um produto que pode ser consumido em canal aberto. As contas são fáceis de fazer e o próximo passo acontecerá em breve. A renovação com a SPORT TV ou a venda dos direitos a um terceiro operador. Luís Filipe Vieira já deu mostras que é um verdadeiro mestre da negociação e só podemos esperar um final feliz, ou seja, a marca Benfica sairá muito mais valorizada. De parabéns está o director da nossa estação, Ricardo Palacin, que desde o início se bateu por este tipo de conteúdos. Neste momento, só pode ser um homem feliz e realizado pois tem a responsabilidade acrescida de conduzir este importante veículo de comunicação do Clube e que é cada vez mais apetecido."


Luís Lemos, in O Benfica


PS: Transcrevo esta crónica no intervalo do Bayern - Milan, que por acaso está a ser um excelente jogo... Não fui um activista anti-acordo ortográfico, mas fico feliz que na Benfica TV ainda se escreva 'DireCto' nas transmissões ao vivo!!!