"Diz-se por aí que vencemos a Supertaça. O troféu merece ser erguido com toda a pompa e circunstância. Especialmente nestes dias em que os nossos adversários e os nossos inimigos disfarçados nos apontavam (ou desejavam, no último caso) uma época desastrosa.
Este ano a Supertaça tem, por isso, um sabor especial: não apenas porque deveria calar os pessimistas de sempre em relação à época 2014/15, mas também porque era o único troféu português que faltava a Jorge Jesus.
A consistência, o trabalho, a persistência e a responsabilidade venceram definitivamente sobre o derrotismo, a verborreia futebolística fácil e os prognósticos dos vários doutores do Futebol que povoam os jornais e as televisões. Não devemos embandeirar em arco. Devemos concentrar-nos na época que se aproxima, conscientes das dificuldades impostas por uma política de gestão séria num contexto financeiro extremamente difícil, mas empenhados no sacrifício máximo em prol deste clube-nação que é o Benfica. É isso que temos inelutavelmente que fazer, ignorando o ruidoso espalhafato dos nossos adversários, campeões da pré-época, dos bruxos do desporto ou das previsões dos analistas. O Benfica tem de ser campeão dentro das quatro linhas do campo e não no seio das quatro linhas dos jornais.
Aqui damos alegremente o lugar aos nossos adversários principais, que certamente já negoceiam entre si os despojos desta época. Recordo aos supramencionados doutores um dado facilmente verificável: em mais de 65% dos casos que, no contexto do futebol europeu, uma equipa tinha vencido as três competições principais da época passada, venceu o Campeonato da nova época. Sei que é apenas estatística. Alguns dirão fogaça. No entanto, atendendo ao espectáculo em Aveiro, recomendo que meditem nestes números. Porque podem bem estar a caminho de se concretizar de novo. Parabéns Glorioso!"
André Ventura, in O Benfica