Últimas indefectivações

Falar Benfica - Conversas #14
Uma Champions socialista e com assinatura
Os erros de arbitragem não nascem todos iguais
O Benfica tem medo de ser feliz
De Rúben Neves a Bernardo Silva, passando por... Matheus Nunes
João Félix...
5 minutos: Diário...
Terceiro Anel: Diário...
Zero: Tema do Dia - Lesão de Neymar: Ainda tem condições para continuar?
Fim de semana preenchido

domingo, 9 de março de 2025

Vermelhão: Temporal tranquilo...

Benfica 3 - 0 Nacional
Amdouni(5'), Kokçu(23'), Pavlidis(92')


Jogo complicado de gerir, no meio duma eliminatória com o Barcelona, com pouquíssimo tempo de recuperação, ainda por cima no meio dum temporal, com a terreno mais pesado. A partida até foi 'tranquila', começou bem, com um Benfica eficaz, marcando nas primeiras oportunidades, mas depois voltámos ao regime do desperdício...

O momento do jogo, acabou por ser a defesa da grande penalidade do Samu, mesmo antes do intervalo! Com um 2-1, o jogo teria sido outro. Foi visível que o Benfica tinha vários jogadores fisicamente limitados: os que estão cansados com a sucessão de minutos; e aqueles que têm jogado menos, estão sem ritmo para durar os 90 minutos!!!

Mesmo assim, além do penalty, as grandes oportunidades foram todas do Benfica, apesar da boa réplica do Nacional. O Samu mostrou-se seguro (a excepção foi aquele Canto...), nos remates de longe, mas fomos nós que construímos as oportunidades... Com as substituições, voltámos a ter capacidade de pressionar, e voltámos a controlar o jogo com a bola...

O Amdouni fez uma excelente 1.ª parte, mas para mim o Aursnes foi o MVP, com o Samu a ser decisivo! Outro excelente jogo do Otamendi... Mais uma boa entrada no jogo do Renato: os minutos que jogou nestes dois jogos, foram de facto prometedores! O melhor jogo do Leandro na equipa principal do Benfica: mais confiante nos duelos defensivos... Bruma muito trapalhão.... Boa entrada do Barreiro...

O Baixinho é um nojento Lagarto anti-benfiquista primário! Não sei se no penalty sobre o Belotti, tentou alterar a decisão do Narciso, ou se queria o Vermelho para o jogador do Nacional, suspeito que tenha sido a 1.ª hipotese! Agora, o penalty contra o Benfica é escandaloso: o António não faz qualquer falta, repito nenhuma! Depois nos descontos, com o jogo fechado, lá resolveu dar mais um penalty para as estatísticas do Benfica!


O adiamento do jogo da La Liga do Barcelona, hoje, independentemente das razões, no aspecto técnico, foi péssimo para o Benfica! Era completamente diferente jogar com um adversário desgastado! O Tino hoje já esteve no banco, suspeito que vai ser titular em Barcelona, e precisamos mesmo de Centro-campistas: o Kokçu rebentou antes do intervalo; o Aursnes foi obrigado a fazer 90 minutos... E até o Dahl me pareceu cansado! 


As minhas expectativas estão baixas, não é impossível, mas será muito complicado. Teremos que fazer um jogo perfeito, defensivamente, e eficaz no ataque... Mas indecentemente do resultado na Terça, a equipa tem que estar motivada para no Domingo jogar no quintal de Vila do Conde... Esse será a nossa Final da Champions!!!

Final, amanhã...

Ala N'Alvares 0 - 3 Benfica
18-25, 20-25, 12-25


Estamos na Final da Taça de Portugal, contra um Leixões que ainda recentemente nos obrigou a uma negra, com a Final a ser disputada em Matosinhos!

Empate Europeu...

Telecable 1 - 1 Benfica

Empate em Gijon, na casa das favoritas espanholas, que tinham ganho na Luz.
Numa jornada para cumprir calendário, com as duas equipas já apuradas.

Juniores - 6.ª jornada - Fase Final


Corruptos 2 - 3 Benfica
Umeh, Afonso, Pastel


Remontada espectacular, com os putos a não desistirem, e a vencerem justamente, mantendo o Benfica na corrida pelo título...

Iniciados - 6.ª jornada - Fase Final


Alverca 1 - 1 Benfica
Gomes


Sofremos o golo no primeiro minuto, chegámos ao empate no início do 2.º tempo, mas já não conseguimos dar a volta, contra um adversário que está bem classificado!

Terceiro Anel: Diário...

Alteração de Estatutos a votos


"Decorre a votação sobre a proposta final de alteração dos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica e há várias partidas a disputar, entre as quais se destaca a receção ao Nacional, na Luz às 18h00, a contar para o Campeonato Nacional de futebol.

1. Renovação dos Estatutos
Os sócios do Sport Lisboa e Benfica votam neste sábado, 8 de março, a proposta final de alteração dos Estatutos do Clube, na Assembleia Geral Extraordinária que se realiza no Pavilhão n.º 1. Com início às 9h30, a sessão encerra às 22h30 (fecho da fila para votação). A entrada para o pavilhão é na porta 5 do mesmo.
Acompanhe em direto no Site Oficial.

2. Ganhar
O treinador do Benfica, Bruno Lage, salienta: "O nosso foco total tem de ser nesse jogo. Todos os jogos e competições são importantes. Dependemos de nós no Campeonato, por isso este jogo é muito importante, e temos de escolher o melhor onze."

3. Distinção
Pavlidis foi eleito Melhor Jogador da Liga Betclic 2024/25 no mês de fevereiro, numa votação promovida pelo Sindicato dos Jogadores.

4. Chamada internacional
Trubin integra a mais recente convocatória da seleção nacional da Ucrânia.

5. Vitória larga
Em basquetebol, o Benfica ganhou por 100-65 frente ao Esgueira.

6. Outros jogos do dia
Em voleibol, o Benfica tem desafio em Matosinhos com o Ala Nun'Álvares a contar para as meias-finais da Taça de Portugal (18h00).
No futebol de formação, os Juniores visitam o FC Porto e os Iniciados deslocam-se a Alverca (ambas as partidas às 15h00).
As equipas femininas de hóquei em patins e basquetebol atuam, respetivamente, nos redutos de Telecable HC (18h15 de Portugal continental) e Esgueira (21h30). A de polo aquático tem embate em Algés com o Fluvial Portuense relativo à 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal (16h30).

7. Seleções jovens
O Benfica é o clube mais representado na convocatória da Seleção Nacional Sub-17.

8. Dia Internacional da Mulher
A outra faceta de Marlene Sousa, capitã da equipa feminina de hóquei em patins do Benfica.

9. Protagonista
Fifó, futsalista do Benfica, é a entrevistada da semana. Uma entrevista que pode ser vista na íntegra na BTV e lida na edição desta semana do jornal O Benfica.

10. Bons desempenhos
Salomé Afonso (prata nos 1500 metros) e Isaac Nader (bronze nos 1500 metros) medalhados no Campeonato da Europa de atletismo em pista curta. Gerson Baldé foi 4.º classificado no salto em comprimento.

11. Seleção Nacional de andebol
São três os andebolistas do Benfica na última convocatória.

12. Parceria técnica
O Sport Lisboa e Benfica e o FocuSport FC assinaram uma parceria técnica, válida por cinco anos, que visa o desenvolvimento de mais de 100 jovens jogadores do Burquina Fasso com a metodologia da Formação do Clube.

13. Efeméride de Chalana
Ontem passaram 49 anos da estreia de Chalana na primeira equipa do Benfica.

14. Iniciativa do Museu
O Museu Benfica – Cosme Damião assinalou o Carnaval com a realização da atividade de programação Craques do Disfarce.

15. Casa Benfica Figueira da Foz
Representantes desta embaixada do benfiquismo estiveram na Luz no desafio com o Barcelona."

Comunicado


"O Sport Lisboa e Benfica desmente categoricamente informações veiculadas hoje pelo Correio da Manhã e reitera total lisura da sua estrutura profissional e dos seus órgãos sociais em todo o processo de discussão, elaboração e aprovação dos Estatutos.
Todo o trajeto vivenciado até aqui foi o mais democrático, participado e transparente da história do Clube, cabendo agora aos sócios, soberanos desde o primeiro minuto, a decisão final."

O estatuto de Lage


"Para lá dos ajustes à equipa, o treinador do Benfica tem procurado evoluir também do ponto de vista comunicacional, e mostrou-o no lançamento de um dia importante para o clube

Já por aqui elogiei os reajustes que Bruno Lage perspicazmente aplicou à equipa do Benfica, por forma a contrariar uma certa estagnação na dinâmica de jogo, ultrapassada a fase de estabilização que abraçou com sucesso, quando foi chamado de volta à Luz para substituir Roger Schmidt.
A derrota caseira com o Barcelona, na primeira mão dos oitavos de final da UEFA Champions League, pouco ou nada belisca esse reconhecimento. O Benfica deixou uma boa imagem frente à poderosa equipa catalã, embora tenha desaproveitado a vantagem numérica de que dispôs durante grande parte do encontro da Luz, permitindo que o adversário levasse para casa a vantagem na eliminatória.
Ainda que seja justo realçar que as circunstâncias do jogo deixaram o Benfica desconfortável, a partir do momento em que ficou com um jogador a mais, será pouco fundamentada a ligação que se possa estabelecer a dificuldades evidenciadas em compromissos anteriores, até pelo adversário e pela competição em causa. Basta recordar que foram vários os jogos em que a equipa encarnada ficou notoriamente condicionada por adversários que aplicavam pressão alta, e o desafio, desta vez, foi bem antagónico, sendo que o Barcelona contou com um guarda-redes muito inspirado.
Vale sempre a pena lembrar que basta um dia mau para que o destino seja bem distinto - e não apenas no futebol -, mas Lage continua a merecer crédito pela melhoria que tem apresentado. Tanto a nível coletivo, como numa perspetiva mais individualizada, evidente até na forma como comunica. A conferência de imprensa de ontem é bom exemplo disso, pela forma como o treinador do Benfica antecipou logo que António Silva seria «um dos melhores» a lançar frente ao Nacional, ou até como foi buscar os golos que o pai marca no sofá para desvalorizar o erro que o jovem central cometeu na noite europeia.
Lage tem evoluído também do ponto de vista comunicacional, e mostrou-o no lançamento de um dia que será de importância acrescida para o Benfica. Desde logo pelo jogo da equipa de futebol, mais ainda pela Assembleia Geral agendada para votar a proposta de alteração dos estatutos do clube.
O processo foi atribulado, dificilmente seria imaculado, mas foi dada a palavra aos associados, que hoje vão a votos. Seja qual for o resultado, Rui Costa merece o elogio por ter cumprido a promessa eleitoral."

Liverpool FC e a 'Slot Machine'


"Quando Jürgen Klopp anunciou que deixaria o comando do Liverpool no final da temporada 2023-24, o universo dos Reds foi sacudido por uma onda de incerteza e desconfiança. O alemão, que transformou o clube e o conduziu a títulos memoráveis, era mais do que um treinador: era o rosto de uma revolução, o arquiteto de um estilo de jogo eletrizante e vencedor. Quem poderia assumir essa herança sem que a equipa sofresse um retrocesso? O escolhido foi Arne Slot.

Poucas transições de treinador geraram tanta expectativa como a que o Liverpool viveu com a saída de Jürgen Klopp e a chegada de Arne Slot, um neerlandês meticuloso, disciplinado, amante do futebol ofensivo e que vinha de um percurso brilhante no Feyenoord, cuja escolha gerou tanto entusiasmo quanto apreensão. Mais do que uma questão de tática ou filosofia de jogo, tratava-se de perceber se o novo treinador conseguiria tirar o melhor rendimento dos jogadores e manter o Liverpool no topo.
Se no início da temporada o Liverpool era visto como um outsider na corrida pelo título, agora é considerado o principal favorito - lidera isolado a Premier League com 13 pontos de avanço para o Arsenal e 19 para o terceiro classificado, o Nottingham do português Nuno Espírito Santo.
A consistência exibicional e a solidez da equipa dissipam qualquer dúvida sobre a força do seu jogo. Mais do que um efeito de novo treinador, esta forma traduz um trabalho de liderança eficaz, onde Slot soube rapidamente adaptar-se à realidade do clube e potenciar o talento ao seu dispor. 
A revolução tática de Slot foi subtil, mas eficaz. A mudança do habitual 4-3-3 de Klopp para um sistema mais flexível, ora um 4-2-3-1, ora um 4-2-4, trouxe um novo dinamismo à equipa.
A profundidade do plantel é um dos trunfos dos Reds. Contam com seis opções ofensivas de grande qualidade e todas com um valor de mercado acima dos 30 milhões de euros: Luis Díaz, Darwin Núñez, Mohamed Salah, Cody Gakpo, Diogo Jota e Federico Chiesa. Mas se o ataque impressiona, a defesa também merece destaque. O Liverpool é uma das equipas menos batidas da Europa. Virgil van Dijk, aos 33 anos, voltou à sua melhor forma, enquanto Ibrahima Konaté tem evoluído de forma notável. Contudo, a grande surpresa tem sido Ryan Gravenberch, transformado por Slot num médio defensivo de excelência, fundamental na ligação entre setores.
O segredo do sucesso de Slot reside na capacidade de gerir a herança deixada por Klopp sem a descaracterizar. Não tentou apagar o passado recente, mas sim construir sobre ele, introduzindo nuances que tornaram a equipa mais equilibrada e compacta. O Liverpool continua intenso e agressivo, mas agora também revela maior controle e pragmatismo. O seu registo fala por si: 2,40 pontos por jogo contra os 2,07 de Klopp; uma média de 2,36 golos marcados e 0,90 sofridos, em contraste com os 2,22 e 1,12 do alemão. A eficácia desta transformação reflete-se nos resultados. Em 44 jogos, o Liverpool já marcou 102 golos, com Salah a manter a sua impressionante veia goleadora e a demonstrar que continua a ser o farol ofensivo da equipa.
O que realmente diferencia Slot não é apenas a capacidade de organizar a equipa taticamente. O seu maior mérito tem sido, também, a forma como gere o plantel. A rotação eficiente, a frescura física e mental dos jogadores e a confiança depositada em cada elemento do plantel garantem que o Liverpool mantenha um nível altíssimo de desempenho ao longo da temporada. Esta abordagem estratégica permite que os Reds caminhem, tranquilamente, para o título em Inglaterra e dominassem a fase de grupos da Liga dos Campeões. Nos oitavos da principal prova europeia, passaram mal em Paris perante o PSG. A equipa parisiense, com Nuno Mendes, Vitinha e João Neves a titulares, dominou o jogo de forma esmagadora e os números não deixam margem para dúvidas. O Paris Saint-Germain teve mais posse de bola (71% contra 29%), mais remates (27 contra 2), mais tentativas enquadradas (10 contra 1), mais cantos (14 contra 2)... um verdadeiro massacre. No entanto, foi o Liverpool quem sorriu no final, graças a um golo de Elliott aos 87 minutos. Alisson, guarda-redes dos ingleses, terminou o jogo com 10 defesas, enquanto Donnarumma não precisou de fazer uma única intervenção. Mesmo sufocado, o conjunto de Arne Slot soube resistir e acabou por levar a melhor no último suspiro. Os Reds partem assim em vantagem para a segunda mão da eliminatória, desta vez na cidade dos Beatles.
Do Gegenpressing de Klopp à organização tática de Slot, o Liverpool continua a ser uma máquina de vencer. E se há algo que esta temporada tem mostrado, é que a transição entre uma lenda e um novo líder pode, afinal, ser o início de uma nova era de conquistas. A Slot Machine está em pleno funcionamento – e não dá sinais de abrandar. O tempo dirá se esta transição foi perfeita, mas, por agora, a mudança de Klopp para Slot está a revelar-se um jackpot para os Reds."

Pre-bet Show #118 - Champions...

Quezada: Champions...

O respeito não tem passaporte


"A ver se nos entendemos: o respeito por todos os intervenientes no jogo é essencial para o sucesso, é determinante para o reconhecimento, é fulcral para a carreira.
Portugal é dos países europeus com maior escrutínio não oficial da atividade dos árbitros de futebol, vivendo alguns canais 24/7 news da polémica, da capacidade de catalizar audiências pela análise acutilante de especialistas, alguns deles vindos do setor da arbitragem para criticar os seus antigos companheiros de funções, outros, pura e simplesmente, defendendo interesses clubísticos e dando aos seus canais momentos de gáudio e algum gozo.
Abro um parêntesis para uma história que, creio, já vos contei neste espaço semanal: há não muito tempo, quando a ministrar formação no âmbito da comunicação da área desportiva num país africano de língua oficial portuguesa, questionei os formandos com a mais simples das dúvidas: «Quantas são as Leis do Futebol?» Reparem que perguntei quantas, e não quais.
Nenhum formando soube responder. E todos eles têm responsabilidades, pelo menos, semanais, na análise de jogos e, consequentemente, do trabalho de equipas de arbitragem.
Portugal tem feito um imenso esforço na valorização dos seus quadros arbitrais além-fronteiras, e Artur Soares Dias e o seu sucesso, culminando, a época passada, com a presença na fase final do Euro 2024 e na final da Liga Conferência, é apenas o derradeiro exemplo de uma lista que levou Vítor Pereira e Pedro Proença a patamares muito elevados, mas também Joaquim Campos, António Garrido, Carlos Valente, Rosa Santos, Duarte Gomes, entre outros nomes que marcaram épocas e que se notabilizaram com as insígnias da FIFA.
A arbitragem, ao mais elevado nível qualitativo exigido pelas instâncias internacionais, é uma atividade profissional, rigorosa, alvo de preparação e exame recorrente e continuado. João Pinheiro, que subiu ao grupo de Elite da UEFA no dia 1 de janeiro, é o mais recente exemplo, e ainda esta semana dirigiu o Club Brugge-Aston Villa para a UEFA Champions League, tendo sido observado, na Bélgica, pelo próprio Roberto Rosetti, o máximo responsável pela arbitragem da UEFA.
Também António Nobre esteve em ação, e Luís Godinho é, igualmente, um nome a ter em conta para o futuro (muito) próximo da melhor representação lusa nas instâncias internacionais.
Respeitar é essencial. O árbitro é o elemento de equilíbrio no jogo, e as suas alargadas atribuições exigem conhecimento profundo das regras, por parte de todos os intervenientes, e o seu máximo respeito, dentro e fora das quatro linhas, sobretudo por treinadores e dirigentes. Estes são elementos fundamentais, uma vez que as suas ações, comportamentos, reações, gestos, palavras, impulsos, são exemplos para os grupos que gerem, muitas vezes recheados de grande qualidade futebolística em potência, mas ainda com défice de experiência e maturidade e, portanto, profundamente influenciáveis pelos comportamentos que interpretam como modelos dos mais velhos e dos que detêm outras responsabilidades no grupo de trabalho.
Não raras vezes percebemos, da parte de treinadores da elite do futebol europeu e mundial, uma necessidade imensa de saída em defesa do grupo, ou, mais detalhadamente, do comportamento deste ou daquele jogador, justamente porque reconhecem que o espírito de grupo e de corpo, em defesa do coletivo e de um emblema ou camisola, é essencial para a manutenção da sua própria imagem e autoridade perante o grupo, e dos objetivos do coletivo que, como se sabe, ganham nas modalidades coletivas (e muito mais no futebol…), uma dimensão decisiva.
Ora muito do respeito, do equilíbrio e do sucesso das carreiras individuais e dos resultados globais têm exatamente a sua base na forma como cada um interpreta as suas funções, bem delimitadas no papel e na letra dos regulamentos, mas necessariamente flexibilizada (porque cada caso é um caso, cada cabeça é uma solução e, às vezes, pode ser um problema…), na prática, no momento, com toda a adrenalina resultante da vitrina da alta competição.
É aqui que entra o sangue frio, a capacidade de autodistanciamento, a obrigatoriedade de uma visão de helicóptero e de uma ação (ou inação), por parte dos mais experientes. Se é verdade que não creio ser a exuberância e a brusquidão bons atributos para árbitros de elevado quilate, do mesmo modo penso que os gestores do banco (sejam treinadores, integrantes das equipas técnicas, dirigentes ou elementos de apoio) têm um papel essencial na educação, na formação e na moldagem do caráter e da identidade das respetivas equipas.
Questionar de modo recorrente o trabalho de árbitros (José Mourinho motivou, até, o pedido de licença definitiva de um dos melhores juízes da sua geração, o sueca Anders Frisk, e Sérgio Conceição tinha, em Portugal, como norma de defesa o seu coletivo a insurgência sistemática em relação a decisões arbitrais), não me parece a melhor opção. E quando ela surge sob a forma grotesca e perigosa como Paulo Fonseca entendeu interagir com Benoît Millot (árbitro francês de insígnias FIFA), ultrapassamos uma linha vermelha e, obviamente, esse livre arbítrio tem de ser exemplarmente punido.
Aos que defendem uma menor punição, pergunto: se se tratasse de um treinador estrangeiro a trabalhar na liga portuguesa, teriam a mesma opinião?…

Cartão branco
Tem sido extraordinária, a carreira do Vitória SC na Liga Conferência. É essencial sublinhar que os vimaranenses iniciaram a temporada com um treinador, avançaram para uma solução de recurso e estabilizaram com a excelente contratação de Luís Freire. Continuam sem derrotas na sua campanha europeia na mais recente competição europeia da UEFA para clubes, e após o empate no Benito Villamarín, frente ao Betis de Manuel Pellegrini (um dos melhores treinadores da história do futebol sul-americano), todos os sonhos são legítimos. Verdadeiramente conquistadores, esperam-se as próximas cenas de uma história já dourada.

Cartão branco II
A evolução que o andebol português conheceu, nos últimos anos, é digna de filme. Com condições ideais de preparação, com estruturas de topo, com gestores inteligentes, com treinadores carismáticos e com jogadores de eleição, a seleção portuguesa fez o que jamais se pensaria possível, há alguns anos. Mas o Sporting vai pelo mesmo caminho, conseguindo, para já, e pela primeira vez, o acesso direto aos quartos de final da Champions League. Há qualquer coisa bem feita, a mudar mentalidades e a fazer evoluir resultados no andebol, em Portugal. Razão suficiente para um tremendo orgulho dos adeptos da modalidade."

Palmeiras ganha janela de transferências ao 'sprint'


"Os dois primeiros classificados do Brasileirão de 2024, Botafogo e Palmeiras, foram os clubes que mais investiram na janela de verão no Brasil (inverno na Europa), a principal do país porque coincide com o defeso e os desinteressantes estaduais.
Entretanto, o Verdão investiu financeiramente só um pouco mais do que o Fogão mas, feitas as contas, parece desportivamente bem mais reforçado. Além da maior contratação entre clubes brasileiros da história, a chegada de Paulinho, ex-Atlético Mineiro, por 18 milhões de euros, o Palmeiras ainda protagonizou a maior compra já registada ao trazer Vítor Roque, do Betis, ao sprint no último dia, por 25,5 milhões de euros.
Já o Botafogo perdeu Almada, antes de Roque a aquisição mais cara da história, e Luiz Henrique, além de Tiquinho, Eduardo ou Junior Santos, mas trouxe o uruguaio Santiago Rodríguez por 14 milhões de euros, entre outros nomes menos sonantes.
No total, Palmeiras e Botafogo foram responsáveis por mais de cerca de 130 milhões de euros investidos em contratações, ou seja, 46 % do total dos mais ou menos 270 milhões de euros gastos pelos 20 clubes da Série A em 183 reforços. Na anterior recordista, a primeira janela de 2024, investira-se 160 milhões de euros, aproximadamente.
O Atlético, de cofres cheios após a saída de Paulinho, contratou oito jogadores para se juntarem a Hulk, incluindo o citado Junior Santos, ex-Botafogo, que marcou ao Galo na final da última Libertadores, por cerca de sete milhões de euros.
Menção especial para o Santos, claro, que repatriou, sem custos, Neymar e ainda trouxe do Benfica o argentino Rollheiser por 11 milhões, e mais 10 atletas depois de passar um ano na segundona. E menção também para o Flamengo, crónico campeão de mercado dos últimos anos que, desta vez, optou por investir na continuidade do núcleo da equipa e só gastou cinco milhões de euros.
O promovido Ceará foi quem mais comprou em quantidade, 17 jogadores, seguido do Vitória, 16, e do também regressado à elite Sport Recife, 15. Os modestos Juventude e Mirassol, outro ex-Série B, trouxeram 12 e 13 atletas, respetivamente, sem gastar um centavo, assim como o gigantesco São Paulo, em hora de refluxo financeiro.
Os cinco clubes treinados por portugueses estão na metade mais ambiciosa: os citados Palmeiras, de Abel Ferreira, e Botafogo, de Renato Paiva, lideram a lista de investimentos, o Santos, de Pedro Caixinha, foi o quinto que mais gastou, o Cruzeiro, de Leonardo Jardim, o sétimo, e o Sport, de Pepa, o nono."

A liderança feminina no desporto não pode esperar


"Cá estamos novamente! Hoje celebramos o Dia Internacional da Mulher 2025 e é altura de destacar o caminho rumo à igualdade de género no desporto. Sem querer ser chata, vamos ser honestos – o que mudou concretamente no último ano?
Como podemos construir um futuro melhor para jovens mulheres, garantindo-lhes mais oportunidades, atendendo a que o ritmo de mudança é lento e falta muitas vezes vontade política para fazer reformas na governação que impliquem os homens cederem lugar a mulheres com a mesma competência?
O padrão ideal é a igualdade de género nas direções das organizações desportivas mundiais, mas estamos muito longe disso, com muitas organizações a orgulharem-se por terem uma (uma apenas!) mulher nos seus órgãos decisores. Desde 2019, a SIGA realiza estudos anuais independentes sobre a representação feminina nos principais órgãos executivos das 32 federações internacionais reconhecidas pelo Comité Olímpico Internacional (COI) e ainda não alcançámos os 30%. Em 2024, dos 206 Comités Olímpicos Nacionais (CON) membros do COI, só 24 eram presididos por mulheres – apenas 11,65% do total.
Ainda assim, apesar deste cenário, houve progressos relativamente aos anos anteriores. No ano passado, a UEFA alterou os seus estatutos para duplicar o número de mulheres no seu Comité Executivo – de uma para duas. Existem também cada vez mais iniciativas globais como Women in Sport (Reino Unido), Women’s Sports Foundation (EUA) e Play By the Rules (Austrália), destinadas a aumentar a presença feminina nas organizações desportivas e a dar poder às raparigas através do desporto.
Neste contexto, o desporto feminino não está simplesmente 'a viver um momento' – expressão que detesto – mas está a bater recordes históricos, com assistências inéditas em jogos de futebol feminino, enchendo estádios com mais de 80 mil pessoas – como acontece com a equipa feminina do Arsenal – e atraindo mais investidoras, como Michele Kang, Renee Montgomery, e figuras importantes ligadas ao Angel City FC. Os Jogos Olímpicos de Paris'2024 foram os primeiros da história com número igual de atletas femininos e masculinos, e em muitos países as mulheres conquistaram mais medalhas do que os homens, incluindo Estados Unidos, China, Austrália, Países Baixos e Coreia do Sul.
Os patrocínios ao desporto feminino estão também a crescer, embora ainda haja o velho dilema do ovo e da galinha: menos dinheiro investido comparativamente ao masculino devido a audiências menores e contratos mais baixos pelos direitos de transmissão. O desporto feminino não é caridade. Por isso, apesar dos avanços, temos de acelerar ainda mais esta mudança.
E o que podemos fazer individualmente? Há sete anos, o CEO Global da SIGA, Emanuel Macedo de Medeiros, desafiou-me a criar um programa global de mentoria para mulheres com ambição de liderar na indústria do desporto, implementando boas práticas de governação.
Admito que, inicialmente, não fiquei entusiasmada por me tornar o rosto da igualdade de género, pois senti na pele a dificuldade de ser aceite pelas minhas competências enquanto advogada na área do desporto, habituada a ser a única mulher na sala. Porque iria destacar o meu género, quando já tinha enfrentado obstáculos, como aquele sócio de uma reputada firma de advocacia desportiva que me perguntou numa entrevista quais eram as desvantagens de ser mulher? Aparentemente, muitas! Porque iria liderar um grupo de mulheres se, frequentemente, na minha experiência, as próprias mulheres criavam obstáculos, mantendo privilégios por serem das poucas?
Com o nosso programa de mentoria, rapidamente percebi que não estava sozinha. Vi também o poder das histórias pessoais – capazes de educar, inspirar e unir uma nova geração de líderes – sim, líderes, sem distinção de género – revitalizando e inovando o panorama desportivo.
Até hoje, a SIGAWomen já deu mentoria a mais de 300 mulheres pelo mundo, criando um espaço seguro para tratar assuntos difíceis e preparar as participantes com respostas que a sociedade gostaria de ter dado, mas que muitas vezes não tivemos coragem para dizer. No último ano, ligámos 150 mulheres de 32 países e este ano duplicámos para 300 mulheres de mais de 50 países, com planos para chegar às 1000 em 2026. Só este ano, entrevistei mais de 150 mulheres de 45 países para integrar o movimento SIGAWomen, que procura reduzir o fosso de género nas direções das organizações desportivas mundiais.
Aprendi que a igualdade de género varia conforme o continente, mas todas concordamos que é preciso trabalhar mais para apoiar as mulheres que querem liderar, dando-lhes confiança e competências para reconhecerem o seu valor. É isso que me move: construir esta comunidade de mulheres que preferem ajudar-se em vez de competir umas com as outras. Acredito que podemos aumentar o número de líderes femininas se tivermos aliados e patrocinadores e se nos apoiarmos mutuamente, não apenas no Dia Internacional da Mulher, mas todos os dias."