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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Lixívia 19

Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 44 (-5) = 49
Corruptos.. 49 (+21) = 28
Sporting... 39 (+14) = 25

Semana relativamente calma, mas mesmo após a roubalheira da Taça da Liga, e as declarações públicas, as tendências arbitrais mantiveram-se! Especialmente, o Benfica a ser roubado; e os Corruptos a serem levados ao colo!!!

Na Luz, ninguém teve coragem de marcar um penalty claro a favor do Benfica, nem Rui Costa, nem o VAR Bruno Esteves! A bola ressalta no corpo e depois vai ao braço, mas o braço está claramente numa posição onde aumenta a área do corpo (estilo guarda-redes de andebol), tal como o penalty do ano passado na Luz, do Coentrão, onde a bola raspa-lhe as fuças, e depois bate no braço esticado...
Se fosse necessário prova, aqui ficou demonstrado que as palavras do nosso Presidente não pressionaram ninguém, pois continua tudo na mesma...
Mas o mais indício que está tudo na mesma, nem foi este lance!!! Foram os quase das 10 lances, junto da área do Boavista, onde ficaram por assinalar faltas a favor do Benfica!!! Nas faixas laterais, na faixa central... valeu tudo! Nada foi marcado...
Ao contrário, qualquer contacto era falta... Por exemplo, o lance do golo do Boavista (de Canto) começa com uma falta muito 'duvidosa' a meio-campo do Gabriel...
No Estádio todos perceberam, que o Benfica não iria ter um único livre nos últimos 20 metros... e que o Boavista só iria chegar perto da nossa área, através de bolas paradas!!!
É inacreditável, quando nos finais da época, se fazem as estatísticas dos Livres perigosos (quase sempre em zona central), e o Benfica em 34 jogos, tem anualmente, uma média, entre 10 a 12!!! Isto com especialistas como o Grimaldo em campo...!!!

Em Setúbal, o único caso grave foi a expulsão do caceteiro Lagarto!!! Sim o Mendy fez falta, e devia ter visto o Amarelo (para mim, não foi uma cotovelada intencional...), mas o Ristovski aparentemente respondeu com ofensas ao árbitro, que reagiu de imediato.
Nestas expulsões por palavras, sem ouvir, nunca saberemos se houve justiça... O único problema que eu tenho com estas decisões, são as outras milhares de vezes que os jogadores ofendem os árbitros, e nada lhes acontece!!! Então no Tugão, jogadores dos Corruptos e jogadores Lagartos, é um fartar de palavreado em todos os jogos!!!
Uma nota, para os Não Amarelos para o Bruno Fernandes, parece que estava à bica...!!!

A jornada terminou, com mais uma roubalheira no Dragay:
- o primeiro golo, nasce numa perda de bola, absurda do Belém... Mais um daqueles golos, que em Portugal, só os Corruptos marcam... E depois não querem que existam dúvidas sobre a honorabilidade dos jogadores!!! 
- no 2.º golo dos Corruptos, falta óbvia do Herrrera, que faz um bloqueio descarado, agarrando o adversário, permitindo assim ao colega, tempo e espaço para centrar a bola à vontade para a área... Se o Godinho, não viu.. o VAR tinha a obrigação de ver!!! Mas estamos a falar do Luís Ferreira!!!
- no início do 2.º tempo, penalty claríssimo do Pepe, sobre o Eduardo! Grande sprint, o jogador do Belém inteligentemente, 'mete' o corpo entre a bola e o Pepe, e este não consegue 'travar' a tempo, empurrando o adversário. Mais uma decisão inexplicável, tanto pelo Godinho, como pelo Luís Ferreira...!!!

Anexo(I):
Benfica
1.ª-Guimarães(c), V(3-2), Pinheiro(Sousa), Nada a assinalar
2.ª-Boavista(f), V(0-2), Mota(Malheiro), Nada a assinalar
3.ª-Sporting(c), E(1-1), Godinho(Sousa), Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
4.ª-Nacional(f), V(0-4), Veríssimo(Xistra), Prejudicados, Beneficiados, (0-7), Sem influência no resultado
5.ª-Aves(c), V(2-0), Rui Costa(Paixão), Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
6.ª-Chaves(f), E(2-2), Capela(Esteves), Prejudicados, (1-3), (-2 pontos)
7.ª-Corruptos(c), V(1-0), Veríssimo(Sousa), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Belenenses(f), D(2-0), Soares Dias (V. Ferreira), Prejudicados, (1-0), Impossível contabilizar
9.ª-Moreirense(c), D(1-3), Almeida(Esteves), Prejudicados, (3-3), (-1 ponto)
10.ª-Tondela(f), V(1-3), Pinheiro(Nobre), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
11.ª-Feirense(c), V(4-0), Rui Costa(Mota), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
12.ª-Setúbal(f), V(0-1), Xistra(Sousa), Prejudicados, (0-2), Sem influência no resultado
13.ª-Marítimo(f), V(0-1), Pinheiro(Nobre), Prejudicados, Sem influência no resultado
14.ª-Braga(c), V(6-2), Soares Dias(Esteves), Prejudicados, (7-2), Sem influência no resultado
15.ª-Portimonense(f), D(2-0), Mota(Nobre), Prejudicados, Sem influência no resultado
16.ª-Rio Ave(c), V(4-2), Godinho(Sousa), Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
17.ª-Santa Clara(f), V(0-2), Capela(Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (0-3), Sem influência no resultado
18.ª-Guimarães(f), V(0-1), Martins(Vasco Santos), Prejudicados, Sem influência no resultado
19.ª-Boavista(c), V(5-1), Rui Costa(Esteves), Prejudicados, (6-1), Sem influência no resultado

Corruptos
1.ª-Chaves(c), V(5-0), Almeida(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Belenenses(f), V(2-3), Xistra(Capela), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(c), D(2-3), Veríssimo(Paixão), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Moreirense(c), V(3-0), Malheiro(L. Ferreira), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Setúbal(f), V(0-2), Manuel Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
6.ª-Tondela(c), V(1-0), Godinho(Malheiro), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Benfica(f), D(1-0), Veríssimo(Sousa), Beneficiados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Feirense(c), V(2-0), Rui Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
9.ª-Marítimo(f), V(0-2), Xistra(Sousa), Beneficiados, Sem influência no resultado
10.ª-Braga(c), V(1-0), Soares Dias(L. Ferreira), Beneficiados, (+2 pontos)
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Hugo Miguel(Veríssimo), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
12.ª-Portimonense(c), V(4-1), Mota(Pinheiro), Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
13.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Godinho(Esteves), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
14.ª-Rio Ave(c), V(2-1), Martins(Malheiro), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
15.ª-Aves(f), V(0-1), Pinheiro(Soares), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
16.ª-Nacional(c), V(3-1), Rui Costa(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
17.ª-Sporting(f), E(0-0), Miguel(Martins), Prejudicados, Impossível contabilizar
18.ª-Chaves(f), V(1-4), Almeida(Godinho), Nada a assinalar
19.ª-Belenenses(c), V(3-0), Godinho(L. Ferreira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar

Sporting
1.ª-Moreirense(f), V(1-3), Martins(Miguel), Nada assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(2-1), Manuel Oliveira(L. Ferreira), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Benfica(f), E(1-1), Godinho(Sousa), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
4.ª-Feirense(c), V(1-0), Rui Oliveira(Esteves), Beneficiados, (1-1), (+ 2 pontos)
5.ª-Braga(f), D(1-0), Soares Dias(Veríssimo), Beneficiados, Sem influência no resultado
6.ª-Marítimo(c), V(2-0), Almeida(Sousa), Beneficiados, (1-0), Impossível contabilizar
7.ª-Portimonense(f), D(4-2), Miguel(L. Ferreira), Nada a assinalar
8.ª-Boavista(c), V(3-0), Xistra(L. Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
9.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Mota(V. Ferreira), Beneficiados, (1-0), (+3 pontos)
10.ª-Chaves(c), V(2-1), Martins(M. Oliveira), Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
11.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Xistra(Malheiro), Beneficiados, Prejudicados, (2-3), Impossível contabilizar
12.ª-Aves(c), V(4-1), V. Ferreira(L. Ferreira), Beneficiados, (4-3), Impossível contabilizar
13.ª-Nacional(c), V(5-2), Veríssimo(Miguel), Beneficiados, Prejudicados, (3-2), Impossível contabilizar
14.ª-Guimarães(f), D(1-0), Godinho(Sousa), Nada a assinalar
15.ª-Belenenses(c), V(2-1), Capela(Esteves), Beneficiados, Impossível contabilizar
16.ª-Tondela(f), D(2-1), Almeida(Malheiro), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
17.ª-Corruptos(c), E(0-0), Miguel(Martins), Beneficiados, Impossível de contabilizar
18.ª-Moreirense(c), V(2-1), Rui Costa(Capela), Beneficiados, (1-2), (+3 pontos)
19.ª-Setúbal(f), E(1-1), Malheiro(V. Santos), Nada a assinalar

Anexo(II):
Benfica:
Sousa: 0 + 5 = 5
Rui Costa: 3 + 1 = 4
Esteves: 0 + 4 = 4
Pinheiro: 3 + 0 = 3
Mota: 2 + 1 = 3
Nobre: 0 + 3 = 3
Godinho: 2 + 0 = 2
Soares Dias: 2 + 0 = 2
Capela: 2 + 0 = 2
Xistra: 1 + 1 = 2
Veríssimo: 1 + 0 = 1
Veríssimo: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
Martins: 1 + 0 = 1
Malheiro: 0 + 1 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1
V. Ferreira: 0 + 1 = 1
V. Santos: 0 + 1 = 1

Corruptos:
Godinho: 3 + 1 = 4
V. Santos: 0 + 4 = 4
Veríssimo: 2 + 1 = 3
Malheiro: 1 + 2 = 3
L. Ferreira: 0 + 3 = 3
Xistra: 2 + 0 = 2
Miguel: 2 + 0 = 2
Almeida: 2 + 0 = 2
Capela: 1 + 1 = 2
Martins: 1 + 1 = 2
Sousa: 0 + 2 = 2
Esteves: 0 + 2 = 2
M. Oliveira: 1 + 0 = 1
Rui Oliveira: 1 + 0 = 1
Mota: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 1
Rui Costa: 1 + 0 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1
Pinheiro: 0 + 1 = 1

Sporting:
Miguel: 2 + 2 = 4
L. Ferreira: 0 + 4 = 4
Sousa0 + 4 = 4
Martins: 2 + 1 = 3
Malheiro: 1 + 2 = 3
Xistra: 2 + 0 = 2
Godinho: 2 + 0 = 2
Almeida: 2 + 0 = 2
V. Ferreira: 1 + 1 = 2
Veríssimo: 1 + 1 = 2
M. Oliveira: 1 + 1 = 2
Rui Oliveira: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 1
Mota: 1 + 0 = 1
Pinheiro: 1 + 0 = 1
Rui Costa: 1 + 0 = 1
Esteves: 0 + 1 = 1
Capela: 0 + 1 = 1
V. Santos: 0 + 1 = 1
Épocas anteriores:

O novo dirigismo de Frederico Varandas mais não é do que o velho anti-benfiquismo

"Depois de uma vitória na Taça da Liga e do bicampeonato de Inverno, Frederico Varandas terá percebido que a época do Sporting galopava para o triste final do costume. Nisso, revelou inteligência. Como em tantos outros momentos na história do seu clube, só lhe restava uma hipótese para mobilizar as hostes: apelar ao anti-benfiquismo

Todos sabemos que o futebol português está em pior estado que o nariz do Petrovic. Foi por isso que reagi com muito agrado quando soube que Frederico Varandas se tinha pronunciado sobre aquele que é hoje o seu principal paciente: não, não é o Sporting. É o futebol português. Já muitos tentaram antes dele e não é fácil. Para começar, requer formação e compromisso. A maioria esquiva-se ao juramento de Hipócrates e jura pela sua hipocrisia. Mas não Frederico Varandas, médico de formação, pensei eu.
Se quisermos prolongar um pouco mais esta analogia, e queremos, devemos dizer que, antes de qualquer cura, precisamos de um diagnóstico rigoroso. Mas como lá chegar? Recuo por isso à minha própria formação médica. Dr. House sempre pediu muitos exames e auscultações, mas acima de tudo era uma certa capacidade de distanciamento e sede de compreensão que lhe permitia interpretar os sintomas e ligá-los de forma a chegar às metástases ou, se tivéssemos sorte, um quadro mais benigno. Frederico Varandas mediu a temperatura ao futebol português, viu que fervia, e sem mais demoras prescreveu a terapêutica: um comunicado.
São palavras muito duras as que o presidente do Sporting Clube de Portugal dedica ao dirigismo desportivo. “Vergonha”, “caudilhismo”, “vassalagem”, “condutas promiscuas”, “decadência moral". Mas bom, chega de falar de Pinto da Costa. Ao longo de 4379 caracteres, Frederico Varandas procura antes destruir o dirigismo do Sport Lisboa e Benfica sob o pretexto de ter dois jogos contra eles nos próximos dias.
O tom do texto é quase tão previsível quanto um empate do Sporting numa noite de inverno em Setúbal. Lemos e reconhecemos tudo. Frederico Varandas ordena vocábulos estrategicamente. Quando chegamos a meio, já percebemos que o Sporting é a verdadeira vítima disto tudo e nada mais interessa na vida a não ser o Benfica. Neste último ponto, como sempre, concordamos.
Contexto: depois de uma vitória na Taça da Liga e do bicampeonato de Inverno, Frederico Varandas terá percebido que a época do Sporting galopava para o triste final do costume. Nisso, revelou inteligência. Como em tantos outros momentos na história do seu clube, só lhe restava uma hipótese para mobilizar as hostes: apelar ao anti-benfiquismo. Confirma aliás uma das características deste presidente, injustamente criticado pelos sportinguistas por não dar a devida atenção às modalidades amadoras. Nada mais errado, amigos sportinguistas. Mais uma vez, o Sporting prepara-se para vencer o Nacional do Anti-benfiquismo, ultrapassando na última chicane equipa de terrorismo digital do Futebol Clube do Porto. Aqui está uma derrota de que o Porto não se esconderá. Quando o Sporting ataca o Benfica, o Porto ganha. Quando o Porto ganha ao Benfica, o Sporting cresce e torna-se mais forte. Venha de lá essa guarda de honra.
Repito: o futebol português está num estado lastimável. O Benfica é parte desse problema. Eu revejo-me, em abstracto, em partes do que o presidente do Sporting escreve hoje no jornal oficial do clube. Mas é notável, e revelador, que Frederico Varandas finta meia dúzia de adversários vestidos de encarnado e ignora por completo quaisquer outros actores desta fantochada. Se não acreditam, atentem nesta beleza: "Há um desgaste, uma decadência moral, mas uma decadência e um desnorte também a vários níveis que vaticina o fim de um ciclo no dirigismo. Como em todas as instituições centenárias, há sempre referências, existirá consciência e, mais cedo ou mais tarde, acreditamos que haja um esforço e capacidade de regeneração."
Frederico Varandas diz tudo isto sem se rir, como se tivesse acabado de chegar ao futebol português e tudo estivesse a correr lindamente antes de Luís Filipe Vieira ou Paulo Gonçalves, ou como se outras figuras poluentes não tivessem emergido ou continuassem a perdurar no futebol português. É preciso ser muito cego, ou desonesto. Seria um pouco como censurar Ricardo Salgado e elogiar José Oliveira e Costa. Ambos geriram de forma ruinosa os seus bancos, no entanto, o primeiro ainda se presume inocente, enquanto que o segundo já foi condenado por um tribunal.
São apenas detalhes que em nada impedem Frederico Varandas de prosseguir com a sua lição de moral ao futebol português. Em vez de um incendiário, betinhos que cantam à volta da fogueira. Em vez da verdade desportiva, uma espécie de mentira cuidadosamente passada pelo corretor ortográfico. Em suma, Frederico Varandas critica tudo no Benfica, criticando-se até a si próprio. Uma pessoa mais desconfiada poderia considerar isto mais uma forma de condicionamento em vésperas de derby, mas não, jamais Frederico Varandas cometeria o erro que aponta aos outros.
Não. Isso seria trágico. Significaria, afinal, que, o novo dirigismo de Frederico Varandas mais não era do que o velho anti-benfiquismo."

Cadomblé do Vata (O ermita do esférico!!!)

"Bruno Lage insiste que os jornalistas da CMTV devem falar de futebol. Como Benfiquista vejo-me obrigado a pedir desculpa pelo comportamento repetido do nosso treinador. Ele é novo no ramo, não entende que o canal do Correio da Manhã está no futebol como um cilindro compactador está numa plantação de agriões. Pedir a quem o questiona, que apresente algo de sua autoria e que seja acerca do desporto Rei, é um daqueles desejos que envergonha a sociedade Gloriosa e deixa cair sobre a sua pessoa a mácula da falta de educação e da arrogância. Tivesse ele preparado melhor a equipa para o duelo da Taça da Liga e ontem teria respondido ao sr. Duarte com um digno e socialmente aceite arremesso de medalha contra a cremalheira bocal dele.
Estupidamente, para o actual técnico do SL Benfica, o futebol é uma montanha russa de processos colectivos, esquemas tácticos, opções técnicas e emoções passionais. Inteligentemente, para os "jornalistas" da CMTV a modalidade é uma árida planície de polémicas. No fundo entre ambos não há problemas de educação ou falta de respeito. É tudo diferenças conceptuais em relação à mesma actividade desportiva. Talvez por ter um ordenado baixo, como muito perspicazmente alguém já fez notar numa conferência de imprensa, Bruno não se dá ao trabalho de averiguar sobre a verdadeira essência do pontapé na bola. Qual eremita do esférico, mantém-se fechado no campo de treinos a preparar a equipa e não distribui algaraviada pelas primeiras páginas jornalísticas.
Lage precisa urgentemente de refrear os ímpetos contra a mui respeitada estação televisiva. Talvez seja hora de enterrar auricular de guerra, tentar entrar em directo num daqueles programas, que muito valorizam o futebol e pedir desculpa. Caso não o tenha, basta pedir o número de telefone ao director de comunicação do Glorioso e perguntar como se faz, a alguém com vasta experiência no acto. Fruto da sua inexperiência, Bruno começa a cair no erro da coerência de pensamento, exigindo respeito por tal. Não entendeu ainda que tudo se processa ao contrário... só no fundo do copo da total contradição do discurso, encontrará a adoração da estação da Cofina S. A.."

Falam, falam, falam... mais não sabem nada !!!!



"Ana Gomes, uma heroína da diplomacia portuguesa. Uma referência de esperança na regeneração da democracia partidária. Um capital de credibilidade numa voz que se escutava. Parem tudo. O tempo não volta para trás. Demasiado tempo em exclusivo na actividade política. Ou pouco tempo na actividade profissional. Uma das duas ou um pouco de ambas resultam num comentário ignorante e obscuro nas suas motivações acerca dos crimes que envolvem o futebol português.
Alguém que explique à Dra Ana Gomes que um hacker selectivo nos alvos e com intenções egoístas não é um whistleblower, é um potencial criminoso.
Alguém que explique à senhora eurodeputada que o seu desconhecimento difundido publicamente pode servir os intentos de uma estratégia de encobrimento de uma associação criminosa.
Alguém que lhe explique que existe um inquérito com arguidos constituídos para apurar a responsabilidade criminal da divulgação de correspondência privada do Benfica.
Alguém lhe explique que o hacker é suspeito do crime de subtracção destes dados.
Alguém que lhe explique que ter sede em malta é tão suspeito como viver muitos níveis acima dos rendimentos declarados.
Alguém que lhe diga que subtrair dinheiro de contas bancárias e preparar extorsão por divulgação de informações é tão ou mais grave que fuga ao fisco.
Alguém lhe diga que passamos bem sem a sua pré-campanha eleitoral e que o processo e-toupeira é uma peça de artesanato suíço quando comparado com a trapalhada que são estas declarações e as relações que estabeleceu.
O meu voto não vai para mentes confusas."

Ganhar ou perder é...

"Acabo de fazer uma peça para o Jornal das 8 da TVI sobre violência no Valência-Getafe dos quartos de final da Taça do Rei. Cenas lamentáveis no final de uma eliminatória épica, que sorriu à equipa de Gonçalo Guedes (o português assistiu ao triste espectáculo da bancada por se encontrar lesionado). 
Na primeira mão, em Madrid, a vitória tinha sorrido ao Getafe por 1-0. Já depois dessa partida, os comentários trocados entre elementos das duas equipas deixavam antever que a segunda mão seria tudo menos pacífica. O Valência acabou por dar a volta à eliminatória, mesmo depois do Getafe ter entrado no Mestalla com um golo nos primeiros minutos. Rodrigo, ex-jogador do Benfica, foi determinante. Marcou três, dois deles já nos descontos virando a eliminatória para 3-2.
O que se passou a partir daí foi lamentável. E ninguém, ao que parece, ficará impune perante os olhos da justiça desportiva espanhola. Esperemos para ver. Porque o que se passou ali é demasiado grave, para se passar uma borracha por cima.
Por cá há também quem não saiba perder, se bem que depois de ouvir Sérgio Conceição, possa de alguma forma compreender aquilo que se passou na final da Taça da Liga.
Dois episódios marcaram os momentos finais da competição. O primeiro não passou ao lado das câmaras: Diamantino Figueiredo, treinador de guarda-redes portista, tentou de medalha na mão atingir alguém na bancada. Alguém que quase de certeza não lhe deu as boas noites.
Da boca do próprio não ouvimos nenhuma explicação para o sucedido, mas depois de ouvirmos Sérgio Conceição somos capazes de estar em parte de acordo com o treinador portista. Obrigar os jogadores derrotados a subir a uma tribuna para receber as medalhas, a ouvir os mais variados insultos ali mesmo junto ao ouvido, é talvez desnecessário.
Haverá outras soluções.
Deixar o relvado em direcção aos balneários sem honrar o vencedor, no entanto, é uma tremenda falta de desportivismo.
Quando era miúdo e quando nos chateávamos à séria, tudo ficava resolvido com apenas uma frase: ganhar ou perder, é desporto. E lá íamos, aborrecidos com a vida, mas pensando sempre no dia seguinte, porque a desforra estava ali à porta e era para ser dada dentro de campo (fosse na relva esburacada, no pelado ou mesmo no alcatrão).
É verdade que por vezes nos excedíamos nos comentários, até nas atitudes, mas até a nós a experiência de vida nos foi trazendo alguma tranquilidade. E ainda éramos tão miúdos."

Era ele e a sua sombra...

"Africville: eis um nome de fazer bimbalhar os sinos do campanário da nossa imaginação. Fica no Canadá, na Nova Escócia, e como é de supor não ganhou o nome por teimosia de um dos seus fundadores e sim por via de uma forte migração de negros escravos fugidos à revolução Americana. Na sua maioria naturais da África Ocidental ou das Caraíbas.
No dia 29 de julho de 1870, Africville oferecia ao mundo um dos seus maiores cidadãos. E ao mesmo tempo um dos menores. Ao fim ao cabo, George Dixon por mais que tentasse crescer nunca ultrapassou o metro e sessenta e um. Quase que se podia dizer que a sua altura por extenso e posta na vertical era maior do que ele. Além disso corria o risco de ser ignorado pela Lei da Gravidade: pesava 39 quilos.
Dixon podia ser baixinho mas era lixado para a porrada. Por tudo e por nada perdia as estribeiras e atirava-se aos fagotes de quem lhe abalara a tramontana. Aos 17 anos deu a Tommy Spider Kelly, um peso-pluma nova-iorquino, uma lição que este nunca mais haveria de esquecer. Não foi na rua. Foi num ringue. Africville orgulhou-se até à protérvia. O Chocolatinho, como lhe chamavam, tornava-se campeão do mundo, mas não só: o primeiro campeão do mundo negro de toda a história do boxe. Mesmo que o título de Bantamweight exigisse que os boxeurs pesassem entre 53 e 54 quilos. No ano seguinte foi atrás do título de pesos-leve e ao fim de 22 rounds esticou na arena o pobre Call McCarty de forma impiedosa. Vá lá saber-se o que lhe passou em seguida pela cabeça: fundou um grupo de ‘vaudeville’, o George Dixon Specialty and Co., uma pandilha meio heterogénea que metia comediantes, dançarinos, animais treinados, circos de horror e um bando de anões praticamente da mesma altura do que o próprio Dixon. E fez-se à estrada. A apresentação em Terre Aute, Indiana, na Naylor Opera House, rebentou o teatro pelas costuras. Havia gente pendurada nos lustres e uma multidão à porta esgatanhando-se por um mísero bilhete. O pequenino Dixon estava em grande. Afinal era a atracção principal. Mexia os pés com rapidez e imitava uns ‘uppercuts’ assassinos. As mulheres rasgavam as cordas vocais com gritos histéricos.
Bellevue não é, decididamente, um local aprazível. Fica ali para os lados de Hoboken, onde nasceu o supimpa Francis Albert. Talvez não tenha, no lago, corpos de gente no desemprego, como cantava o Reininho, mas tem uma unidade especializada em alcoolemia fundada em 1892, precisamente o ano em que Dixon deixou de participar em combates de pesos-pluma. Nesse tempo já se tornara um dândi vaidoso com tiques de marialva. Bebia como uma esponja e gastou os mais de 250 mil dólares que ganhara ao longo da carreira com uma ferocidade própria de quem começara a odiar a sua vida. 
Tornou-se grotesco de feio. Gordo, disforme, parecia um anão de Velázquez cuja tinta tivesse desbotado. Ainda se sujeitou a combates de quinta categoria, na tentativa de alimentar o vício, mas era apenas motivo de chacota. Como sempre fizera, combatia a sua sombra.
Sam Austin, um daqueles jornalistas ‘larger-than-life’, editor do primeiro grande tabloide dos Estados Unidos, o Police Gazzette, escreveu sobre Dixon: «The fact cannot be disputed that the greatest fistic fighter, big or little, that the world has ever known is George Dixon». Hmmmm... Poucos foram os que deixaram de lhe apontar o exagero literário. Melhor do que Muhammad Ali e Joe Louis? Do que Sugar Ray Robinson e Jack Johnson? Melhor do que Sugar Ray Leonard ou do que Marvelous Marvin Hagler, o Homem dos Queixos de Ferro??? Ora, ora... E Austin, contumaz, perseverante: «Dixon was the fighter without flaw». Boxeur sem falhas. «Ele bateu dezenas de adversários brancos no tempo em que se matavam homens só por serem negros. O primeiro campeão em vários pesos diferentes e o primeiro boxeador a perder e a reconquistar o título mundial».
Quando estes elogios foram publicados, o Chocolatinho estava demasiado confuso para saber o que se escrevia sobre si. Aliás, deixara de mesmo de ser quem fora. Fechara-se no fundo das garrafas e não conseguia de lá sair. Caíra no clássico dilema: não podia ver um copo cheio mas também não suportava vê-lo vazio.
Não conseguira aguentar o peso da derrota pelo título de leves frente a Abe Atell em Outubro de 1901. Perdeu doze dos seus derradeiros dezasseis combates. O anão que ficara conhecido por treinar com a sua sombra na parede, tentando ser mais rápido do que ela como Lucky Luke, mergulhara definitivamente no mar encapelado do whisky de má qualidade. «Little Chocolate and his shadow boxing». Desvaneceu-se dois dias depois de ter dado entrada em Bellevue. Alguém deve ter deixado uma janela aberta e ele aproveitou para voar... sombriamente..."

FC Porto vs Nadal

"O FC Porto perdeu contra o Sporting, nas grandes penalidades. Não estou de acordo que não haja prolongamento, permitiria uma nova chance em 30 minutos a uma equipa redimir-se, de algo que não tenha corrido bem. Os penáltis é uma lotaria.
O Sporting venceu com alguma dose de felicidade, esteve imenso tempo a perder, o FC Porto parecia que tinha o jogo controlado, mas deixou-se empatar, mesmo no final.
Contudo o seu comportamento no final do jogo com a entrega das medalhas foi insolente e displicente. Sou apologista que a cerimónia protocolar no final não deve ser tão morosa, até, pelo respeito de quem perde, quer é recolher aos balneários.
Os jogadores e staff não ficaram até ao fim da cerimónia e o treinador-adjunto teve uma atitude desconcertante. Atacar adepto com medalha dá uma má imagem do futebol e da postura de uma equipa.
É importante no futebol ser admirado na derrota pelo respeito por quem vence e aceitar o resultado, por muito que custe e seja difícil de engolir. O desporto também deve ser um veículo de bons exemplos e de educação.
O FC Porto não é uma instituição qualquer e deve honrar os seus pergaminhos, rivalidade sim, inimizade não. O confronto no desporto é entre adversários, não entre inimigos. O mau perder não é bonito.
Se tivessem ouvido o discurso de Rafa Nadal na final do Open da Austrália, perante Novak Djokovic talvez aprendessem algo. Rafa Nadal perdeu e foi esmagado, o que não é habitual, mas soube estar e, mostrou que é um campeão mesmo na derrota: um campeão como atleta, mas também um campeão como homem e ser humano.
Com a sua atitude Rafa Nadal só se engrandece, ao contrário, do Porto que não soube perder. Foi frustrante a sua derrota pois teve o pássaro na mão, mas deixou-o fugir, mas há que ter fibra e acatar o resultado. O Sporting venceu e há que respeitá-lo.
O FC Porto não perdeu pelo VAR, pelo árbitro, pelo calendário ou algo anómalo ao próprio jogo! Perdeu porque do outro lado, estava uma equipa organizada, que sempre acreditou chamada Sporting com um guarda-redes - Renan - ,que no jogo num lance infeliz comprometeu, mas nos penáltis foi um gigante.
Eu sei que o FC Porto não é habitual perder, mas tem que entender que nem sempre se pode ganhar, a si se deve assacar a culpa da derrota, vários jogadores falharam penáltis, antes houve um penálti desnecessário que ditou o empate.
O meu filho que é portista foi ver o jogo e disse-me que no final felizmente não houve desacatos, pois, separaram as claques. Ao menos isso."

Quem 'matou' a mudança? Suspeito n.º 13

"O dia tinha começado bem cedo: com os adeptos dos dois Clubes de maior rivalidade, F.C. Galácticos e Dallas F.C., a deslocarem-se para o estádio nacional, onde acabou de se disputar a Final da Taça; com as televisões de mais de 100 países a acompanharem o último treino, todo o estágio e deslocações das duas equipas; com entrevistas a antigos jogadores; com os comentadores a fazerem as suas projecções sobre o que poderia ser o jogo.
O Detective Colombo estava no camarote Presidencial, a convite do Presidente do F.C. Galácticos, o Sr. Mark Angie, onde todos os olhos estavam virados para a televisão, para ver e ouvir as entrevistas rápidas. O Treinador Brad Wooden apareceu no ecrã, com cara de poucos amigos e começou a abordar a derrota da sua equipa – “a nossa equipa entrou no jogo algo precipitada, mas assim que se reposicionou, por volta dos 10 minutos, esteve por cima no jogo, criou mais situações de golo, encostou o adversário às cordas e foi sempre superior em posse de bola, remates, cantos, …” – faz uma pequena pausa, enquanto coloca a mão esquerda sobre o queixo e continuou – “mas, infelizmente, o árbitro não nos deixou ganhar, ao marcar um penalti inexistente” – e retira-se.
“Detective Colombo” – chamou o Presidente Angie e continuou – “tem disponibilidade de me acompanhar, para trocar umas impressões consigo?”. “Claro, Presidente Angie” – respondeu o Detective Colombo.
Depois de ultrapassados todos aqueles momentos iniciais e já na sala das refeições do Hotel, em que a Equipa estava alojada, o Presidente Angie e o Detective Colombo estavam sentados, numa das dezenas de mesas redondas, naquela sala com um pé direito equivalente a pelo menos três andares, envidraçada de alto a baixo e com uma vista fantástica para o jardim e para a piscina.
Todo o mundo estava a abordar o jogo, se tinha sido ou não penalti, (…), enquanto naquela enorme sala, estavam apenas duas pessoas que começavam uma conversa de enorme impacto. O Presidente Angie começou por dizer – “Detective Colombo quer como jogador, quer como dirigente e agora também como presidente, algumas vezes acusei o árbitro de nos ter retirado a hipótese de ganhar e hoje, ao ver a entrevista rápida no nosso Treinador, vi-o a fazer o mesmo, questionei-me sobre o real efeito deste tipo de intervenções e agora pergunto-lhe a si, se culpar os árbitros é a melhor forma de conseguirmos os resultados que desejamos?”.
“Qual é o resultado desejado? Que resultado é que o presidente queria alcançar e agora o Treinador desejava alcançar?” – perguntou o Detective Colombo. “As vezes que utilizei esta estratégia, fi-lo porque alguém tinha feito algo de errado, que nos prejudicou, queria que essa pessoa melhorasse e não voltasse a repetir esse erro. Julgo que o nosso Treinador desejava o mesmo, teve a percepção que o árbitro de hoje nos prejudicou e quer que esse tipo de erros não volte a acontecer” – respondeu o Presidente Angie.
“Compreendo, os jogadores, os treinadores e os dirigentes dedicam muitas horas a planear, prepararem-se, treinarem para obterem os melhores resultados e quando têm a percepção que há uma pessoa que erra, sentem que todo esse trabalho foi atacado, tem que ser defendido e não pode voltar a ser desrespeitado” – começou por dizer o Detective Colombo e continuou - “convido-o a colocar-se no lugar no árbitro de hoje e a ver o treinador a acusá-lo de ter feito algo de errado que prejudicou o jogo. Como se sentia?” – começou a explorar o Detective Colombo. “Provavelmente iria sentir-me chateado, zangado, irritado e furioso” – respondeu o Presidente Angie, enquanto o Detective Colombo colocava uma nova pergunta – “como é que reagiria numa situação como esta?”. “Muito possivelmente iria contra-atacar o acusador, embora perceba que outras pessoas pudessem ignorar a situação” – devolveu o Presidente Angie. “Recordo que o resultado desejado era que a outra pessoa corrigisse o erro. Neste contexto, de ser atacado, sentir-se irritado e com vontade de contra-atacar, o Presidente ia concentrar a sua energia a melhorar alguma coisa, a corrigir e evitar o erro?” – perguntou o Detective Colombo. Enquanto o Presidente Angie olhava para o chão e abanava com a cabeça, da direita para a esquerda, e respondeu – “não, pelo contrário, iria criar novos problemas”
“Ok, queremos que os outros mudem, culpámo-los e eles não mudam, como queríamos, mas porque razão as pessoas culpam os outros?” – perguntou o Presidente Angie, enquanto fez uma nova pergunta – “Porque razão os Pais culpam os Filhos, os Treinadores culpam os Árbitros, os Professores culpam os Alunos ou Pais ou os Gestores culpam os Colaboradores ou as circunstâncias, quando querem que estes mudem, se culpar não os leva a mudar ou se mudam é temporariamente?” 
“Essa é uma excelente pergunta e tem pelo menos duas ideias a explorar” – respondeu o Detective Colombo, enquanto o Presidente Angie se desencostava da cadeira, como que aproximando-se do Detective, para ouvir melhor algo de muito importante, enquanto o Detective continuava – “por um lado, ao culparmos os outros ou as circunstâncias, responsabilizamos os outros ou circunstâncias, ao mesmo tempo que nos desresponsabilizamos, isto é, não reconhecemos o que é que fizemos de errado e com isso, comprometemos qualquer hipótese de melhorarmos. Por outro lado, os Pais, os Professores, os Treinadores e os Gestores utilizam a culpa para corrigir os erros dos Filhos, Alunos, Jogadores, Árbitros e Colaboradores, porque todos implicitamente sabem que a culpa está para a mudança como a vara está para o saltador à vara: do mesmo modo que sem a vara um saltador não consegue ultrapassar a fasquia, também as pessoas sem a culpa não conseguem mudar”.
“Detective Colombo percebo perfeitamente a primeira parte, que ao culpar os outros podemos estar a camuflar os nossos erros e a comprometer a nossa mudança, mas estou um pouco confuso com a segunda parte” – comentou o Presidente Angie.
“Presidente, quem foi o maior saltador à vara de todos os tempos?” – Perguntou o Detective Colombo. “Foi o Sergei Bubka” – respondeu o Presidente Angie. “Pois bem, o Sergei Bubka chegou a saltar mais de 6 metros. Alguma vez poderia saltar os 6 metros sem a vara?” – perguntou o Detective Colombo, enquanto observou o Presidente a abanar a cabeça como que a dizer não e continuou – “pois bem, do mesmo modo que o Sergei Bubka não teria saltado mais de 6 metros de altura sem a ajuda da vara, também as pessoas não mudam sem a ajuda da culpa, pois sem ela não conseguem saltar a fasquia da mudança.”
“Como assim? Como é que a culpa alavanca a mudança das pessoas e como culpar a compromete?” – perguntou o Presidente Angie.
“Há uma diferença entre culpar e culpa” – começou por dizer o Detective Colombo e continuou – “culpar é atribuir aos outros ou atribuir a si a culpa, enquanto a culpa é um estado, um facto, uma circunstância que resulta de termos feito algo de errado do ponto de vista moral ou legal. Por outro lado, a consequência natural de culpar os outros é envergonhá-los, ataca-los, o que provoca defesa em vez de mudança, enquanto a consequência natural de fazer algo de errado (culpa) é sentirmos vergonha, que infelizmente está conotada negativamente, quando apenas nos tenta entregar uma mensagem e nos oferece a energia para tornar essa mensagem em realidade” – explicou o Detective Colombo.
“Que mensagem é essa? Para que é que essa energia é disponibilizada?” – indagou o Presidente Angie, que por esta altura, não estava só com o tronco para a frente, para ouvir melhor, encontrava-se completamente focado, como uma pessoa que persegue um tesouro, acaba de o encontrar e só lhe falta abri o baú. “A mensagem é: emenda, corrige, melhora, evita os erros; e a energia é oferecida para Mudar” – respondeu o Detective Colombo.
“Ok, já percebi” – começou por dizer o Presidente Angie – “quando vemos que alguém fez alguma coisa de errado, como por exemplo marcar um penalti inexistente, culpamos essa pessoa para ver se ela muda, mas culpar os outros e envergonhá-los vai activar a irritação, a vontade das pessoas se defenderem, uns fazem-no ignorando e outros contra-atacando e essas pessoas não mudam, ao mesmo tempo que camuflamos os nossos erros e comprometemos a nossa mudança. Ou seja, não conseguimos o resultado que desejávamos. Se dirigentes, treinadores, professores, gestores e pais querem que exista mudança, necessitam de começar por mudar o objectivo de - mudar os outros - para - os outros quererem mudar. Para as outras pessoas quererem mudar, estes necessitam de ter a consciência de que fizeram algo de errado, de aceder ao sentimento (vergonha) associado a fazer-se algo de errado (culpa), de conhecer a mensagem desse sentimento e utilizarem essa energia para mudar”. “Excelente resumo Presidente Angie” – respondeu o Detective Colombo.
O Presidente Angie fez uma pequena pausa e continuou – “como as pessoas não conhecem a mensagem da vergonha, a vergonha torna-se desconfortável e as pessoas evitam a todo o custo aceder a este tipo de sentimentos; como não conhecemos o papel da culpa ou nos confundimos com o que fazemos, repelimos a culpa; como aceder à culpa exige reconhecer que fizemos algo de errado; e como fazer algo de errado requer a consciência da diferença entre o que está correto e errado, a Culpa Morre Solteira e comprometem-se as possibilidades de mudança. Se queremos mudar, necessitamos de deixar de camuflar, culpando os outros, o que é que podíamos ter feito melhor, e se queremos que as outras pessoas mudem, necessitamos de substituir este objectivo por - elas quererem mudar – e de as deixar de culpar e envergonhar. Detective Colombo, mas por onde começar?”
“Presidente, recorda-se de ter referido que a culpa resulta de termos feito algo de errado do ponto de vista moral ou legal?” – perguntou o Detective. “Sim, perfeitamente” – devolveu o Presidente Angie. “Então, podemos começar por educar as pessoas sobre os valores e princípios morais e sobre as leis para mais pessoas distinguirem o certo do errado e depois juntar a isto literacia das emoções” – continuou o Detective Colombo. “Ou seja, se no meu Clube, se nas Famílias, se nas Escolas, se nas Universidades, se nas Empresas, se nas (…) houverem programas de ética, direito e inteligência emocional é mais provável que a mudança aconteça” – rematou o Presidente Angie."

Da violência

"O mês de Janeiro apresentou-nos o facto de uma jovem árbitra ter sido agredida à cabeçada e com cuspidelas por um treinador num encontro de infantis em futsal entre o CPCD e o Povoense. Apresentou-nos também as agressões entre adeptos, alguns deles pais, durante um jogo de iniciados, entre Real Sport Clube e o Despertar de Beja, disputado em Massamá. E mostrou-nos ainda a agressão do treinador do Anadia ao treinador do Loures no final do encontro de futebol entre estas duas equipas e referente à série C do Campeonato de Portugal.
Em comum aos dois primeiros acontecimentos a ocorrência dos mesmos em jogos de escalões de formação… Comum ao primeiro e ao último o facto de serem considerados comportamentos de violência no desporto, enquanto o segundo tem de ser tipificado como violência associada ao desporto.
Ao longo da filogénese da espécie humana verificamos a presença constante de duas características: a competição e a violência. Constatamo-las da caça ao desporto moderno, do circo romano ao desporto olímpico.
Inicialmente tudo por causa de uma questão de sobrevivência, posteriormente numa codificação que pretende substituir a guerra. Mas se nos primórdios o homem reagia a uma ameaça súbita com a fuga ou com o ataque, actualmente os métodos refinaram-se. As garras transformaram-se em unhas e os crimes de sangue foram substituídos pelos crimes de colarinho branco. E isto porque o homem foi criando regras e regulamentos para viver em sociedade e porque foi criando códigos para a justiça ser igualmente aplicada, tendo os indivíduos de respeitar as leis por medo de sanções ou de serem reprovados moralmente pelos seus pares e por se sentirem culpados à posteriori da sua desobediência a esses códigos.
A predisposição genética para o comportamento violento, os valores morais do indivíduo e a sua aprendizagem social determinam a maior ou menor propensão para o ocorrer da violência, despoletada pela situação. São as características desta situação, que depende da actividade em que se insere, do grupo de intervenientes e do espaço em que ocorre, que são muitas vezes preponderantes para determinar a ocorrência de um comportamento de violência. Verifica-se esta premissa nos três casos acima apresentados.
Mas parece que a serotonina e a dopamina desempenham também um papel importante na ocorrência destes comportamentos. Não podemos então olhar só para o social, temos de olhar também para o biológico. Se o papel desempenhado pelo indivíduo no momento é determinante, tal como o seu status, não é menos importante a sua herança genética e os processos químicos que se desenvolvem no seu organismo.
O primata civilizado é então vítima (produto) de transmissões ao longo de um processo evolutivo tal como de circunstâncias do momento. E se, através da razão, não salva as suas circunstâncias, não se salva a si mesmo (como nos disse Ortega y Gasset).
Em “O Desporto debaixo de fogo – entre valores e perversidades” (2018, Lisboa, Prime Books) dediquei um capítulo à violência durante a prática desportiva, no treino e na competição, onde podemos constatar que a violência no desporto não é mais do que o reflexo da violência na própria sociedade e onde também podemos verificar que a violência no desporto se pode reflectir na violência na própria sociedade. Segundo vários especialistas de Ciências do Desporto são aí dissecadas as causas dos comportamentos de violência no desporto e apresentados inúmeros exemplos que mostram diferentes tipologias dos mesmos.
Para Laure e Falcoz (2004, “Sociologie”, Paris, Ellipses), a violência é facilmente olhada como um factor que contribui para se superar, para chegar mais alto e para se transcender, e “longe de ser um benefício para o desenvolvimento do indivíduo, ou de restabelecer a sua integridade física ou moral, esta forma de «violência» ser-lhe-á ao contrário benéfica”. Atletas, competidores ou desportistas desejosos de alcançar a vitória mesmo que não seja a qualquer preço estão submetidos à condição de poderem recorrer a comportamentos de violência porque o desporto não existe sem a vitória e sem a derrota. Mais o estão quando a pretendem alcançar sem olhar a meios. Treinadores bem formados e interessados em formar seres humanos estão sujeitos ao mesmo. Treinadores interessados só em ganhar, aniquilar e destruir de certeza que recorrerão à violência…
Gustavo Pires e António Cunha (2017, “Agôn Homo Sportivus – Estratégias &a Estratagemas”, Porto, Afrontamento) dizem-nos que a ética da competição desportiva vive na necessidade de gerir um paradoxo de extraordinária complexidade: “se, por um lado, a agressividade competitiva não pode disparar para níveis incontroláveis, sob pena de o desporto deixar de ser uma actividade positiva do ponto de vista educativo, económico, político e social, por outro lado, qualquer tentativa para erradicar a agressividade subjacente ao jogo competitivo poderá deturpar a essência da pratica desportiva enquanto espaço de confronto sem o qual o desporto deixa de usufruir das condições da sua existência.”
É esta ética da competição desportiva que terá de dar prioridade à razão sobre o sentimento, que terá de dar primazia à reflexão sobre a emoção. Só ela separa o homem do animal. E o homem terá de dar prioridade a esta ética no e do desporto.
Será possível um desporto sem violência? A resposta é declaradamente Não!
O criador da sociobiologia, Eduard O. Wilson (2017, “Homo Creator”, Lisboa, Clube do Autor), diz-nos que “somos governados por emoções inscritas no nosso ADN por acontecimentos pré-históricos pouco conhecidos e apenas parcialmente compreendidos”. Daí os comportamentos de violência reactiva… E continua afirmando que “entretanto, profundamente confusos, fomos catapultados para uma época técnico-científica que pode, com o tempo, adequar-se bem a dar instruções a robôs, mas não aos valores e sentimentos antigos que nos mantêm indelevelmente humanos”. Por isso mesmo neste desporto pós-moderno, essencialmente técnico-científico a todos os níveis, extremamente mercantilizado, se recorre a comportamentos de violência instrumental…
Poderia haver um desporto sem violência? Claro que poderia, poderia mas não seria a mesma coisa!"

As verdadeiras preocupações

"A entrevista a Domingos Soares de Oliveira, hoje publicada no jornal ‘A Bola’ e emitida n’A Bola TV, merece ser vista como um guia de referência onde constam aquelas que são – ou deveriam ser – as verdadeiras preocupações do futebol nacional.
O administrador executivo da Benfica, SAD e CEO do Grupo Benfica analisou e explicou, em detalhe, as principais conclusões que saíram da última reunião da ECA (Associação Europeia de Clubes), ontem reunida em Lisboa, e na qual participou como membro do Conselho de Administração. A calendarização das competições, os direitos de transmissão e as relações entre clubes são três dos temas que geram actualmente maior preocupação e que pedem respostas mais urgentes.
Para que os dois primeiros dossiês (calendarização e direitos de transmissão) possam ser conduzidos no interesse do bem comum, é fundamental que, no que diz respeito ao terceiro ponto (relações), os maiores clubes saibam exercer as altas responsabilidades que lhes pertence no futebol nacional. E isso passa muito pela capacidade, como diz Domingos Soares de Oliveira, de se adoptar “um discurso diferente”.
O administrador do Benfica defende uma ideia que sintetiza de forma perfeita aquela que deveria ser uma preocupação geral: “No final do dia, o que queremos é proteger os jogadores, o nosso principal activo.” É a pensar exactamente nessa prioridade – sem a qual nada se faz – que Domingos Soares de Oliveira também ‘convoca’ para a reflexão os presidentes da Liga e da FPF, bem como o Sindicato dos Jogadores. Esta causa é todos!
Que todos saibamos, pois, estar à altura das exigências. Há momentos em que é preciso deixar de lado o acessório e discutir o essencial. Sob pena de se estar – aqui sim – a pôr em causa a galinha dos ovos de ouro.
O Benfica tem dado suficientes provas da sua preocupação com os interesses da indústria. Seja na procura de consensos que entende fundamentais para o bem do futebol português, seja na sua própria gestão desportiva e financeira, com resultados que estão bem à vista."

Benfiquismo (MLXXXI)

Lá para dentro...!!!

Lanças... as (in)coerências do lamaçal !!!

Vitória na Madeira...

Marítimo 1 - 5 Benfica

Se alguém tinha dúvidas, hoje ficou esclarecido: contra uma equipa da I Divisão, uma equipa que em casa, empatou 1-1 com o Sporting, o Benfica goleou... É verdade, sofremos o 1.º golo da época!!! Num livre a poucos minutos do final da partida, mas a qualidade está lá...

Estamos na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, onde vamos ter um Braga - Sporting, provavelmente as únicas equipas que nos podem bater!!! O Benfica vai defrontar o Ribeirão, na Tapadinha,, uma equipa da II Divisão...

Cabazada...

Arsenal Devesa 18 - 38 Benfica
(8-18)

Vitória com muita juventude, dando descanso a alguns dos jogadores mais utilizados...

Agradável...

Benfica B 3- 1 Arouca


Jogo interessante, aberto, com muitas oportunidades, para os dois lados... Defensivamente, podíamos ter feito melhor, mas notava-se que podíamos marcar a qualquer momento!!! O Renato queixou-se, com razão, que em vantagem deveríamos ter tido uma melhor gestão da bola, talvez a ausência do Dantas explique alguma coisa...
O Arouca tem uma equipa experiente, estão a lutar pela manutenção, mas parece-me terem equipa para mais... Hoje criaram perigo especialmente nos Cantos, mas têm qualidade.
Já o defendo a algum tempo, o Jota e o Willock, têm actualmente, lugar no plantel principal!

Depois de alguns maus resultados, com a troca de treinadores, a equipa está a regressar à boa forma.

A surpresa acabou por ser a titularidade do Corchia, Excelente atitude do Francês, é sinal que quer recuperar o tempo perdido... O Gonçalo Ramos também se estreou a titular...
Esta semana, jogámos em '3 campos': em Inglaterra com o Bayern B, ontem os sub-23 e hoje os B's, vencemos os 3 jogos... e ainda tivemos alguns jogadores a treinarem na equipa principal, que hoje jogaram!!! Temos de facto, muitas opções...
E hoje no banco dos B's tivemos o Tomás Tavares e o Kevin Csoboth, dois jogadores com muito futuro, ainda Juniores!!!

Derrota na Rússia...

Belgorad 3 - 0 Benfica
25-22, 25-20, 29-27


Resultado esperado, com o Benfica a dar luta, a um adversário no 'papel' superior... e com alguma fortuna até podia ter caído um Set para o nosso lado!
Na 2.ª mão na Luz, não será fácil surpreender os campeões europeus de 2014, mas vamos tentar seguramente...

Agora, é recuperar e preparar o derby de Segunda, na Luz, com os Lagartos! Decisivo, para definir a classificação na fase regular...

Taça Varíssima

"Escreveu-se direito por linhas tortas, quanto às expectativas portistas. Quem com VAR mata (ou vence), com VAR morre (ou perde)

1. Uma semana efervescente por causa da até há pouco tempo desconsiderada Taça da Liga, agora com um naming comercial, uma final four e uma fan zone. Tudo muito fino, tudo muito british! Depois de sete vitórias encarnadas, os seus históricos rivais olharam para a - por eles apelidada desprezivelmente de 'Taça Lucílio Baptista' e outros epítetos - com ganas de a ganhar. Na esteira de alcunhas dadas ao troféu, há quem lhe chame agora em versão mais hodierna, 'Taça Varíssima', ou mais acidamente, 'Taça Ali Babá'. O Sporting já conseguiu o troféu por duas vezes, em quatro finais e semifinais onde não venceu nenhum jogo nos 90 minutos. Já o Porto, ainda não é desta que pode aspirar a fazer o pleno, como só o Benfica conseguiu. Talvez por isso o seu treinador, pregador de sermões de moralismo e transparência q.b. quando ganha e tão apreciados pelo mundo desportivamente correcto, tenha achado exemplar nem ter esperado pela entrega do troféu ao SCP. Bem prega Frei Tomás: faz o que ele diz, e não o que ele faz.
Aliás, escreveu-se direito por linhas tortas, quanto às expectativas portistas. Por um lado, porque só chegou a esta fase final por um contorcionismo regulamentar de uma lesão no jogo na fasede grupos com o Belenenses, imediatamente avocado pelo diplomata presidente da Liga. Por outro lado, porque bem se pode afirmar que quem com VAR mata (ou vence), com VAR morre (ou perde).
Já quase tudo se disse nesta fábula do VAR da Liga. Dos seus protagonistas aos seus dirigentes. Do protocolo infalível ao porto-ao-colo insinuado. Da intervenção protocolar só com a certeza absoluta (já de si um eufemismo) à intervenção com incerteza por demais. Dos seus extremosos defensores (até ver ou até ao virar da esquina) aos seus contestatários (até ver ou até ao virar da esquina). Das auto-dispensas de se ir ver o monitor ao seu recurso ajuizado pelo decisor soberano. Da geometria das linhas que não há às linhas de uns jeitosos que as moldam a seu bel-prazer. Do vídeo do árbitro que interfere ao árbitro do vídeo que deturpa.
Provavelmente o grande rei das assistências (do VAR, entenda-se) é o agora exausto Fábio Veríssimo, que bem merece descanso e oportunidade de aprofundar a sua formação. A sua coerência, seja como árbitro, seja como VAR é cristalina. Alguns exemplos comparativos: no Benfica - Porto de há dias, achou dispensável falar com Xistra depois dos dois golos do Porto, precedidos de falta. Mas, não se coibiu de lhe pedir para analisar um inventado e fantasmagórico braço de Seferovic no golo do Benfica, que só ele, com a ajuda de imagens repetidas, descortinou, com assegurada infalibilidade, a fazer fé no que nos têm dito e redito sobre a lógica do tal protocolo: a de o VAR só interferir no caso de plena certeza de que decisão foi claramente errada. Lembram-se de Veríssimo no Porto 2 - Vitória de Guimarães 3, onde confirmou um golo tão claramente ilegal de um fora de jogo portista que até fez dó e não viu um penálti do tamanho dos Clérigos a favor do Vitória? Ou dois penáltis cristalinos a favor dos azuis do Restelo por marcar no ano passado no Dragão quando havia 0-0?
Já quanto ao decretado fora de jogo que motivou a anulação do 2-2, estamos perante um momento hilariante. O árbitro assistente que estava bem distante da linha, que depois terá invocado para o offside, não assinalou nada até a bola ter entrada na baliza. O árbitro Xistra falou com o VAR Veríssimo, numa, por certo, amena cavaqueira. Provavelmente este último a dizer que não tinha trazido de casa régua e transferidor e que, como tal, não poderia dispor da linha que, inexplicavelmente, não lhe é fornecida pela logística que continua no tempo da pré-história informática. Mas eis que Veríssimo rodou 180 graus: antes não terá tido a certeza de infracções de Óliver e Marega (este então parecia um couraçado a derrubar uma lancha) e, por isso, não houve anulação de golos. Depois, estaria 100% seguro (ele e também Xistra) da anulação do golo benfiquista e, como tal, o protocolo obrigaria à decisão tomada. Até arrisco dizer que Rafa deveria ter sido admoestado pela direcção do Benfica por não ter cortado as unhas do pé que estariam... fora de jogo. Uma coerência da mais despudora incoerência! Uma roubalheira em estado puro, parafraseando outros estados puros de que sempre fala o comentador Lobo sobre certas e determinadas equipas.

2. Decorrida já uma época e meia de VAR, bom seria que os clubes e a Liga os analisassem, tirando ilações dos erros, procurando introduzir alterações às regras e à composição dos seus quadros. Duvido que tal se venha a fazer, tal a crispação e a opinião errática de todos e cada um em função de cada momento. É bom não esquecer que o VAR veio criar tão elevadas expectativas que não podem agora correr o risco de ser goradas.
Importa analisar alguns pontos com benefício futuro para o futebol e competições. Primeiro, não faz sentido que um VAR hoje faça dupla com um certo árbitro e amanhã seja exactamente ao contrário, numa lógica involutiva do tipo pescadinha de rabo na boca. Segundo, não é profiláctico que o conjunto dos VAR e dos árbitros de campo seja o mesmo ou quase o mesmo. É que, independentemente do valor e seriedade de cada um, eles estão em regime concorrencial, para as classificações, para a carreira internacional, para a escolha nos jogos. Ali não é apenas cooperação de que se trata, por mais bondosa que seja a nossa análise. É que um erro de um por causa de outro pode custar caro mais a um do que a outro. Terceiro, não sabemos que tipo de avaliação e seriação há no trabalho dos VAR. Mandaria a transparência sempre tão invocada e sempre tão relegada, que se tornassem públicos os critérios, as classificações e os agentes avaliadores. Quarto, nem faz sentido um VAR com estatuto inferior ao que um árbitro de campo (logo aquele com um compreensível e defensivo capitis diminutio), nem um VAR também árbitro com um trajecto superior ao do árbitro também VAR (logo, este em situação também defensiva e, às vezes, subalterna). Mais tarde ou mais cedo, tem de haver um corpo de VAR distinto dos árbitros de campo.
É evidente que nenhum sistema consegue imunizar todos os erros possíveis. O erro faz e fará sempre parte da natureza humana e bom será que não se queira almejar, no futebol, a fantasia de um desporto isento de erros. Aliás, uma das suas paradoxais, mais indissociáveis características, continua a ser a impossibilidade de erradicar o erro. A maior parte dos golos e resultados resultam, directa ou indirectamente, de erros ou omissões dos jogadores e dos treinadores e, também, da arbitragem. Para esta, o objectivo deve passar pela minimização das más decisões, recorrendo a novas práticas e tecnologias que, todavia, não causem danos na fluidez do jogo jogado, assegurando a transparência e escrutínio público dos seus agentes, de eventuais conflitos de interesse, de incompatibilidades, e garantindo a avaliação pública das arbitragens, relatórios e respectivas avaliações. Não se tratando de ciência exacta e não se podendo declarar morte ao erro, que ao menos haja insuspeição quanto à sua natureza extra-jogos.

Contraluz
- Conversas:
Bernardo Silva. Grande jogador e grande benfiquista, mostrou, nas redes sociais, a sua indignação (ocular e não só) quando foi invalidado o que seria o 2-2 do Benfica - FC Porto. De imediato, o guardião dos bons costumes e melhores práticas ético-futebolísticas, F. Marques ripostou, censurando-o. Depois, Bernardo replicou e Marques triplicou. Felizmente, o ex-jogador do SLB deu por findo tal 'diálogo', deixando o portista sem matéria de entretenimento. 'Oh Bernardo, não dê troco a tão lídimos representantes da coerência'.
- Lastimável:
Na BTV e na meia-final da Taça da Liga, houve relato radiofónico na... televisão, prática tonta iniciada na CMTV e seguida por outros canais. Desta vez houve disparate do relatador ao insultar a equipa contrária, chamando-lhe, uma 'corja' e outras ordinarices, embora pedindo desculpas a seguir. O desmemoriado talibã comunicacional do Porto insurgiu-se qual virgem ofendida, nem se lembrando de ter também e antes chamado o Benfica o mesmo nome no canal Porto. A autoridade moral só pode radicar na exemplaridade, é bom não o esquecermos. Para todos e sem excepção.
- Conflito:
Pedro Henriques, ex-árbitro de futebol e actual comentador das arbitragens e dissecador das dúvidas do 'Juízo Final' da SportTV, acumula esta função com uma avença no Sporting. O actual presidente leonino mostrou-se desconhecedor (!) de tal situação e, ao que li, deu por funda a sua colaboração. Depois querem que acreditemos na pureza angélica e tecnocrática de certas pessoas face a lances eivados de dúvidas e facilmente manipuláveis...Ai! Se fosse com o Benfica, o que já tinham dito o presidente do SCP e o pronto-socorro do FCP!"

Bagão Félix, in A Bola

A cultura da confrontação

"Fábio Veríssimo até seria merecedor de alguma condescendência, não se desse o caso de se ter distraído em regra com prejuízo para o Benfica

A polémica que envolveu a fase final da Taça da Liga foi apenas mais uma, não tenhamos ilusões quanto a isso. Vai ser preciso esperar por outra geração para avaliar os resultados dos esforços que estão a ser desenvolvidos no sentido de fazer do futebol aquilo que deve ser sempre: um espaço de convivência, uma festa!
Notam-se progressos sensíveis, apesar de tudo, de que estes três jogos foram exemplo. Cada vez mais estão identificados os promotores da discórdia e cada vez mais se conhece quem a espalha e quem dela se aproveita.
É importante que a Federação, superiormente presidida por Fernando Gomes, não esmoreça na sua cruzada, mas é pena que tenha de viver numa situação de confrangedor desapego por parte de actores que deveriam assumir papel crucial neste processo de mudança, em função das posições que ocupam. Não só não colaboram, como emitem até sibilinos sinais que apontam em sentido contrário; ou seja, deixar como está.
No inadequado estádio de Braga assistiu-se a três bons jogos, como períodos de excelente qualidade exibicional e competitiva. Houve espectáculo, empenho ilimitado de todos os artistas e, para que nenhum condimento faltasse, foi preciso recorrer ao frenesim dos penáltis para decidir o vencedor da prova.
Sobre o relvado foi tudo bom, ou quase tudo. Mais uma vez falharam as arbitragens e falharam de uma forma escandalosa: nem sequer permitiram, como é vulgar e costume, a utilização de desculpas esfarrapadas de tanto uso como errar é humano, ter de decidir no instante, ter más condições de preparação, etc.
No tempo presente, os árbitros já não podem queixar-se, sobretudo os internacionais, mas a verdade é que, como o erro não abranda, a primeira conclusão a extrair é a de que os dirigentes de sector andaram anos a iludir a opinião pública ao esgrimirem uma defesa que a realidade tem contrariado. Se as condições que lhes são proporcionadas melhoraram significativamente, por que motivo as interferências negativas nos filmes dos jogos e nos seus epílogos não abrandam? A questão é pertinente, e atribui-se esse desconchavo à falta de jeito ou à incompetência por parte dos homens do apito é o reparo mais suave que se lhes podem endereçar. Contudo, mais grave será se persistir o perigo de ainda haver por ali gente que se mantém fiel às piores práticas de um passado não muito distante.

É normal o adepto comum não dominar os contornos do VAR em toda a sua extensão. Estranhamente anormal, porém, é os árbitros não se entenderem, sendo certo que já tiveram tempo suficiente para esclarecerem dúvidas e agilizarem procedimentos.
Houve polémica, porque em dois jogos em dias seguidos e em situações praticamente idênticas foram tomadas decisões contraditórias. Exaltou-se o treinador do Braga (com a razão dele e que devemos compreender), o qual já se sentira lesado no jogo da Liga, na época transacta, em Alvalade.
Se neste Braga - Sporting, segundo os especialistas, o protocolo foi cumprido ao ser descortinada uma irregularidade no lance entre Dyego Sousa e Acuña, explique-se, então, a adopção de critério diferente no jogo da véspera em que a entrada de Óliver Torres sobre Gabriel, considerada à margem da lei pelos mesmos especialistas, não mereceu o mesmo cuidado na observação e análise por parte de quem estava comodamente instalado em Caxias, livre de pressão e com suporte tecnológico.
Igualmente negligente, foi o facto de o videoárbitro, numa situação regular, ter sujeitado o árbitro de campo ao desconforto de parar o jogo para rectificar uma informação enganosa. Terá sido um mau ida para Fábio Veríssimo, acontece a todos. Até merecedor de alguma condescendência não se desse o caso de, no mesmo jogo, como os factos demonstraram, se ter distraído em regra com prejuízo para o Benfica.
Carlos Xistra foi quem pagou a factura pela negligência do companheiro, o qual, entretanto, pediu para ir a banhos, como recomenda a prudência nestas circunstâncias.

A segunda fonte de polémica teve a ver com as atitudes excessivas do treinador portista, talvez atraiçoado pela sua bipolaridade comportamental: cordato, interessante e até inovador no discurso em cenários favoráveis, mas intolerante e agressivo quando o vento não sopra de feição.
Revela-se defensor de uma cultura de confrontação que em Portugal pode dar vitórias e títulos, mas não se recomenda. Rivalidade é outra coisa.
Em matéria de desanuviamento no futebol luso, Sérgio Conceição parece não trazer nada de novo, apesar de eu próprio ter acreditado que pudesse trazer.
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Fernando Guerra, in A Bola