Últimas indefectivações

segunda-feira, 16 de junho de 2025

31.ª Campeões Nacionais de Basquetebol

Corruptos 71 - 93 Benfica
19-21, 9-28, 23-20, 20-24

Época muito atípica, com várias desilusões, acaba com o TetraCampeonato! Foram de facto muitas lesões... como voltou a ser confirmado hoje, não fizemos um treino, um único treino, com todo o plantel disponível, durante toda a época!!!

Agora, mesmo com vários jogadores longe dos 100% somos melhores! As lesões do Omid e do Queiroz, nesta Final, ajudaram, mas nós jogámos a época quase toda, com o Carcacho e o Rorie ao pé coxinho, o Drechsel está longe do seu melhor... e hoje, foi preciso o velhinho Betinho, acertar no Cesto para o Benfica garantir mais um título máximo nacional...

Vamos ter algumas alterações no plantel na próxima época, o mercado interno é limitado na qualidade, temos que ter cuidado...

22.ª Campeões Nacionais de Juvenis

Benfica 2 - 1 Corruptos


Semi-sofrimento desnecessário, numa partida, com um 1.º tempo equilibrado, com o Benfica por cima; um 2.º tempo, com um Benfica muito superior, mas com demasiados falhanços!!!

Geração muito talentosa, e com um plantel com muita profundidade, com vários Juvenis de 1.º ano a 'reforçarem' a equipa! Hoje, nem foi preciso o Quintas e o Stevan... além da lesão do Furtado bem cedo!!!

TriCampeonato, e triplete da formação, a conseguir pela primeira vez, juntar os três títulos principais: Iniciados, Juvenis e Juniores!!!

Épico!!!

Sporting 4 (3) - (5) 4 Benfica
(Coelho, Afonso, Higor, Jacaré, Nunes)

Sim, foi uma vitória épica nos penalty's, porque o Benfica não tem vitórias 'normais' contra este Sporting, no Tugão, não nos é permitido... Ser melhores não chega, temos que ser muito, mas muito melhores, e ainda temos que ter alguma sorte no jogo, porque a inclinação é tanta, que é impossível discutir as partidas! Hoje, se fosse eu mandar, tinha simplesmente mandado a equipa sair do campo, ainda na 1.ª parte...!!! O melhor jogador dos Lagartos, aquele que marcou vários golos, devia ter sido expulso, pelo menos duas vezes!!! Não teria marcado nenhum hoje, e não jogaria o Jogo 2!!!

Vencemos o 1.º jogo, mas nada está decidido... mas uma vitória na Luz, no Jogo 2, será um passo gigante!

Antevisão...

Trio...

Miami...

Treino...

Zero: Mercado - Alvo milionário do FC Porto

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - FC Porto - Palmeiras: a visão dos dois lados do Atlântico, com ajuda do Ogol.com.br

Análise...


"Analisando a tabela final da classificação dos árbitros desta época, podemos facilmente chegar à seguinte conclusão:
✅ Todos os árbitros que prejudicaram (ou se falou na imprensa que prejudicaram) o Sporting estão abaixo do 10 primeiros.
✅ Todos os árbitros que prejudicaram o SL Benfica (ou de quem se viu queixas dos Benfiquistas) estão acima dos 10 e até mesmo dos 5 melhores.
É mais uma prova de que a Liga, quando se inicia, já está escolhido o vencedor final. É o SISTEMA!!
O Benfica não pode, no futuro, deixar andar.
Tem que fazer barulho logo à primeira jornada."

'Un día a la vez'


"No futebol fazemos a avaliação do desempenho das equipas com base naquilo que vemos dentro dos relvados. Contudo, existe um trabalho invisível e fundamental que faz com que os protagonistas possam ter toda as condições para vencer. O trabalho feito na sombra é cada vez mais importante. Aqueles que têm um projeto desportivo, que conseguem fazer um planeamento da época atempado e organizado ou que têm a capacidade de criar um balneário coeso e unido, estão mais perto de vencer.
Ao longo da época, por diversas vezes, Bruno Lage utilizou a expressão de que na vertente desportiva a tónica era un día a la vez. A lógica do treinador encarnado é que o próximo jogo era sempre o mais importante.
A questão é que olhamos para o Benfica e parece que esta frase se aplica na perfeição à forma como o clube tem vindo a ser gerido. Existem vários exemplos que mostram isto mesmo. Podemos começar pelos custos que têm aumentado de uma forma descontrolada e que obrigaram o Benfica, nos últimos anos, a duplicar a sua exposição à dívida.
Este facto fica perfeitamente demonstrado pela forma como o Benfica tem, nos últimos anos, a necessidade e a pressão de efetuar vendas incríveis atrás de vendas incríveis para tentar equilibrar as contas. Se nos focarmos no projeto desportivo, a evidência de que tudo funciona com um día a la vez é ainda mais visível.
No Benfica não há projeto desportivo. As contratações sucessivas, por valores expressivos, e desenquadradas da realidade portuguesa demonstram isto mesmo. Desde jogadores que não têm as caraterísticas que os treinadores pretendem (Arthur Cabral ou Jurásek, por exemplo), a contratações realizadas no último dia de mercado sem critério e com a pressão de fechar jogadores para compor um plantel com qualidade, mas sem o enquadramento devido.
Outro ponto importante tem a ver com a forma como o Benfica deve enquadrar o seu modelo desportivo. Uma das missões do Benfica será o de reduzir os custos e enquadrá-los dentro da sua realidade, o que por outras palavras significa que o clube tem de conseguir viver dentro das suas possibilidades, porque só assim será sustentável e terá condições para ter sucesso no futuro.
O objetivo do Benfica, como dos outros clubes portugueses, deverá ser o de reduzir a necessidade de vender jogadores atrás de jogadores para estar equilibrado financeiramente e manter a base desportiva que lhe permita ser cada vez mais consistente em termos desportivos. Assim, todos temos a noção que o projeto desportivo dos clubes portugueses tem por base a formação, e uma boa capacidade de scouting que permite a contratação de jovens jogadores para os poderem potenciar em termos desportivos e para poderem gerar igualmente rendimento financeiro, que é essencial para equilibrar as contas.
É aqui que, mais uma vez, o Benfica demonstra que vive um dia à la vez. Se analisarmos as contratações do Benfica e o seu onze titular percebemos que a média de idades de muitos deles é superior a 24/25 anos.
Isto demonstra-nos que a administração do Benfica não se preocupou com o futuro, mas apenas com o presente. As repercussões desta forma de gerir vão-se fazendo sentir e criam cada vez mais pressão financeira, por dois motivos: o primeiro é o que referi anteriormente, os custos continuam a subir de uma forma descontrolada; o segundo motivo é que com as decisões tomadas no passado, o clube não tem muitos jogadores que possam, atualmente, gerar as mais valias que necessita para equilibrar as suas contas.

Proença ao sabor dos resultados
A Seleção Nacional conseguiu vencer com total mérito a Liga das Nações. Mais uma vez ficou comprovado aquilo que tenho referido: temos jogadores para jogar de igual para igual frente a qualquer adversário.
Além da qualidade desportiva dos nossos atletas, estes demonstram ainda uma grande personalidade e fome de vencer com a sua Seleção. A acrescentar a tudo isto, muitos deles têm vencido com os seus clubes as melhores provas europeias o que lhes dá uma confiança e segurança superiores. Tendo em conta este contexto todos percebemos que no comando técnico deveremos ter alguém que não invente muito e os coloque a jogar de uma forma que possa potenciar as suas caraterísticas. Toco no ponto do treinador porque me parece uma peça fundamental.
Antes da Liga das Nações saíram muitas notícias que davam conta de que Roberto Martínez estaria em risco de ser despedido. Estas notícias, alegadamente, vieram de dentro da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Há vários caminhos que levam ao sucesso. O que me parece é que o caminho deverá ser guiado por convicções e por decisões devidamente fundamentadas.
Ora, na primeira oportunidade para demonstrar a sua liderança, Pedro Proença decidiu agarrar-se aos resultados. Pelas notícias e movimentações que existiram antes da Liga das Nações, alguém tem dúvidas que Martínez poderia ser despedido?
Estas movimentações só existiram porque Proença pretendia dar outro rumo técnico à nossa Seleção. Como sabemos, nem tudo está bem quando se ganha e nem tudo está mal quando se perde. A questão está em seguir em frente com as suas ideias ou agarrar-se ao mais fácil que são os resultados ou a opinião do capitão da Seleção.
Na tomada de posse o presidente da FPF referiu que vamos fazer o que ainda não foi feito. Ao seguir o caminho mais fácil após a vitória da Liga das Nações, Pedro Proença deverá ter a noção de que em caso de sucesso no Mundial-2026 o mérito irá recair em quem escolheu Martínez, ou seja em Fernando Gomes.
Em caso de insucesso a responsabilidade será de Pedro Proença porque não teve a coragem de tomar uma decisão de acordo com as suas convicções, preferindo agarrar-se aos resultados, seguir o caminho mais fácil e ficar em cima do muro.

A valorizar: Nuno Mendes
Na última semana escrevi que, para mim, Nuno Mendes é o melhor lateral esquerdo do mundo. As suas prestações na Liga das Nações são o exemplo claro do que referi. Foi muito pelas exibições de Nuno Mendes que conseguimos vencer esta competição."

Gyokeres: saída parece uma inevitabilidade


"Sporting e Arsenal estão condenados a entender-se

Está a compor-se para ser uma das novelas do verão, mas talvez o último capítulo chegue antes de agosto. A saída de Gyokeres do Sporting parece uma inevitabilidade, e parece até inevitável que saia para o Arsenal, dos interessados no sueco o clube com melhores condições financeiras para satisfazer os interesses do Sporting e também aquele que mais agrada ao ponta de lança que nos últimos dois anos tomou de assalto Portugal.
O sueco não é o único nome em cima da mesa dos gunners — que têm há muito Sesko referenciado, mas o esloveno do RB Leipzig estará mais perto do Bayern do que de Londres. O que cria as condições ideais para o Arsenal, órfão de ponta de lança, fazer um esforço pelo homem da máscara. Resta saber até onde está disposto a ir e até onde está o Sporting disposto a baixar.
Há dias escrevi que, a ser verdade o compromisso de deixar Gyokeres sair no verão por 60 milhões de euros mais 10 de bónus, Frederico Varandas estava de mãos atadas. O presidente do Sporting, entretanto, desmentiu a existência desse acordo e garantiu que o valor foi sugerido pelo empresário do sueco, em setembro, mas que a SAD não se comprometeu.
Mas anteontem o empresário do jogador garantiu ter provas escritas de que o Sporting havia prometido a Gyokeres libertá-lo por esse valor neste verão...
A ser verdade que o compromisso não existe, Varandas está... com as mãos atadas à mesma, mas talvez possamos considerar o nó um pouco mais frouxo. No essencial: Gyokeres está doido por embora, exista ou não compromisso escrito está convencido de que essa promessa era válida e o Sporting forçar a permanência tem tudo para dar errado. A saída parece inevitável. O que não quer dizer que os leões não possam jogar as suas armas e tentar subir a fasquia.
O Arsenal, sabe a A BOLA, depois de uma abordagem inicial que colocaria uma transferência em 65 milhões de euros (55 mais 10 de bónus), voltará à carga na próxima semana, podendo chegar aos 70 — presumivelmente os tais 60+10 da polémica.
O Sporting terá posto a fasquia nos 80 milhões, mas realisticamente parte desse valor terá de estar ligado a objetivos desportivos, dos gunners e de Gyokeres.
A distância não é assim tão grande, mas Varandas, com as declarações em Leiria, colocou-se numa posição inflexível; o Arsenal tentará poupar, mas também não tem interesse em prolongar demasiado a novela. Com boa fé e melhor senso, estão condenados a entender-se."

Gyokeres deixou cair a máscara


"O avançado sueco é o ator principal desta novela. Querer fazer do empresário dele o mau da fita era tratar o goleador como se fosse um pau mandado sem capacidade para decidir o futuro.

Viktor Gyokeres foi a estrela que iluminou o Sporting e encandeou os adversários na via láctea do bicampeonato. O avançado sueco chegou, viu e marcou e de quase incógnito no Coventry transformou-se num dos goleadores mais temíveis da Europa. Um trajeto exemplar percorrido a um ritmo vertiginoso. Contudo, desde o ponto final na temporada — assinalado com a conquista da Taça de Portugal e consequente dobradinha (de novo) à custa do Benfica — tanto Gyokeres como o compatriota Hasan Çetinkaya, o empresário, resolveram pisar na bola e arriscam-se a dar valente trambolhão.
Com o mercado só agora a dar os primeiros sinais de vida, numa longa marcha que terminará no último dia de agosto, exigia-se discrição ao ídolo de todos os sportinguistas e ao representante dele. Ao invés, aquilo a que assistimos é a uma crescente pressão, alimentada por informações estrategicamente plantadas no espaço público, ruído em redor de uma (eventual) saída como se o prazo para fechar os plantéis estivesse prestes a esgotar-se sem que Fabrizio Romano proclamasse o definitivo here we go.
É aqui que se pode ter a tentação de apontar apenas o dedo a Hasan Çetinkaya, culpá-lo em exclusivo como se Gyokeres fosse pau mandado sem capacidade para decidir sobre os objetivos do próprio futuro e o melhor caminho para alcançá-los. Ora, o senhor Viktor Einar Gyokeres, 27 anos, é maior e vacinado e não pode ser desresponsabilizado — é ele o ator principal desta novela que ameaça bater recordes de audiência no verão. E se Çetinkaya age como tem agido é porque recebeu carta branca do futebolista que trouxe para Alvalade, em 2023, à data com manobras semelhantes a estas que o Coventry sentiu na pele...
«Há muitas conversas neste momento, a maioria delas falsas. Irei falar no momento certo», escreveu o jogador nas redes sociais, já Frederico Varandas manifestara a posição dos leões: «O Sporting não vai exigir a cláusula de rescisão, mas já me deviam conhecer melhor: ameaças, chantagens e ofensas, comigo não funcionam. Mas posso garantir: Gyokeres não sai por €60 milhões mais €10 milhões. Não sai, nunca o permiti, e com este jogo que o agente está a fazer só piora a situação.»
Admitamos, longe de estar provado, que alguém com poder de decisão na SAD do Sporting prometera tornar exequível a fórmula mágica dos 60+10 — Varandas já negou taxativamente que isso tivesse acontecido, embora reconheça que facilitaria o adeus com desconto que considero generoso, enquanto Gyokeres e o agente não mostraram provas de que essa promessa terá sido feita. Se entretanto as exibissem para todos vermos, sem margem para dúvidas quanto ao teor, então o presidente do Sporting sofreria desautorização e humilhação públicas inauditas.
Qualquer que seja a verdade dos factos, na perspetiva de quem quer dar o salto para paragens mais rentáveis é pouco prudente esticar a corda quando ainda há tanta estrada para andar e dois meses e meio de período de transferências para fazê-lo.
Capaz de ostentar cartão de visita de 54 golos e 13 assistências em 52 jogos disputados em 2024/25, terá Gyokeres receio de que o Arsenal ou outros tubarões da Premier League percam a paciência e desistam num abrir e fechar de olhos do craque? Se o fizerem... talvez se arrependam, mas isso é outra conversa.
Certo é que o caso expõe um problema estrutural no futebol moderno — até onde pode ir a pressão dos empresários e que níveis de resistência devem exibir os clubes? O que seria ideal? Diálogo e clareza. Se há propostas, coloquem-nas em cima da mesa; se não há, respeitem-se os contratos — o de Gyokeres vigora por mais três épocas e inclui cláusula de rescisão de 100 milhões de euros. Sempre que as relações azedam, todos perdem. Quererá Gyo sair do Sporting pela porta da frente ou dos fundos? Na memória dos adeptos, a forma de partir pode determinar o legado que se deixa. Com ou sem máscara..."

CR7 e os Esports: genialidade publicitária, mas e os grassroots?


"Cristiano Ronaldo embaixador da Esports World Cup: Uma parceria histórica
O anúncio desta semana de Cristiano Ronaldo como embaixador global da Esports World Cup representa, sem sombra de dúvida, um momento histórico para os esports mundiais. Quando o maior ícone do desporto contemporâneo se associa à maior competição de esports da atualidade, estamos perante uma validação sem precedentes desta modalidade. E há uma coincidência que nos enche de orgulho: tanto CR7 como a Federação Portuguesa de Desportos Eletrónicos partilham a mesma nacionalidade portuguesa, o que torna esta parceria ainda mais simbólica para o nosso país.
Um golpe publicitário de génio
A estratégia de marketing por detrás desta parceria é, reconheçamos, genial. Associar a imagem de Cristiano Ronaldo - que muitos consideram o melhor jogador de futebol de todos os tempos (entre os quais me incluo) - à Esports World Cup é um movimento que transcende o próprio mundo dos esports. Esta associação coloca definitivamente os esports no mapa mediático global, conferindo-lhes uma legitimidade e visibilidade que nenhuma outra iniciativa conseguiu até hoje alcançar.
A escolha não podia ser mais acertada: CR7 representa valores como a excelência, a dedicação, o trabalho árduo e a superação constante - valores que são intrínsecos aos atletas de esports de alto rendimento. A sua capacidade de reinvenção ao longo da carreira, adaptando-se a diferentes contextos e mantendo-se no topo mundial durante mais de duas décadas, espelha perfeitamente o que se exige dos atletas de esports numa indústria em constante evolução.
A maior iniciativa de credibilização dos Esports
Esta parceria representa, possivelmente, a maior iniciativa de credibilização dos esports alguma vez realizada, até mais do que a criação dos Jogos Olímpicos de Esports. Quando uma figura com a dimensão global de Cristiano Ronaldo empresta o seu nome e imagem aos esports, está a enviar uma mensagem clara ao mundo: os esports são desporto legítimo, com atletas profissionais, competições sérias e um futuro promissor.
O impacto desta associação vai muito além do marketing. Cristiano Ronaldo tem a capacidade única de chegar a públicos que tradicionalmente não seguem esports, criando pontes entre o desporto tradicional e os esports. Esta crossover é fundamental para o crescimento sustentado da modalidade e para a sua aceitação por parte de patrocinadores, media e, crucialmente, governos e instituições desportivas tradicionais.
A questão fundamental: e os grassroots?
Mas nem tudo é perfeito. Embora reconheça e aplauda esta iniciativa espetacular, continuo com dúvidas fundamentais sobre como os atletas e clubes grassroots beneficiam deste ecossistema de elite. A Esports World Cup, tal como outras competições do género, funciona como um circuito de elite comparável à Fórmula 1, ao PGA Tour ou ao ATP - competições que representam o pináculo das suas modalidades.
No entanto, ao contrário do que acontece no desporto tradicional, não existe nos esports um mecanismo de solidariedade que beneficie os clubes e atletas de base. No futebol, por exemplo, graças ao sistema de solidariedade da FIFA, quando um jogador é transferido, uma percentagem do valor reverte para todos os clubes que contribuíram para a sua formação. É esta ligação que permite que clubes pequenos, como o CF Andorinha na Madeira onde Cristiano Ronaldo começou, continuem a beneficiar do sucesso dos seus antigos jogadores.
A história de Cristiano: um exemplo do que deveria existir nos Esports
A própria trajetória de Cristiano Ronaldo ilustra perfeitamente como deveria funcionar um sistema saudável. Desde os primeiros passos no CF Andorinha, passando pelo Nacional da Madeira, Sporting, Manchester United, Real Madrid, Juventus e agora Al-Nassr, cada clube que contribuiu para a sua formação continua a beneficiar financeiramente do seu sucesso. Este modelo garante que o investimento na formação de base seja recompensado e que exista um incentivo real para que clubes pequenos apostem no desenvolvimento de jovens talentos.
Nos esports, esta ligação simplesmente não existe. Um jogador pode começar num clube amador, ser descoberto por uma organização profissional e alcançar o sucesso mundial sem que o clube que o formou veja qualquer retorno do seu investimento. Esta desconexão é prejudicial para todo o ecossistema, pois desincentiva o investimento na base da pirâmide competitiva.
A necessidade de proximidade com os grassroots
É aqui que considero fundamental uma aproximação da Esports World Cup e outras competições de elite aos movimentos grassroots. Estabelecer pontes entre as competições de topo e as comunidades de base não é apenas uma questão de justiça - é uma necessidade estratégica para a sustentabilidade a longo prazo dos esports.
Imaginem o impacto que teria se a Esports World Cup implementasse um programa de desenvolvimento grassroots, onde uma percentagem dos seus prémios fosse canalizada para apoiar clubes amadores, competições regionais ou programas de formação de jovens talentos. Esta iniciativa não só fortaleceria a base da pirâmide como criaria um sistema verdadeiramente meritocrático onde o talento pode emergir de qualquer parte do mundo.
Um apelo ao legislador português
Este momento histórico para os esports mundiais deve servir como um catalisador para Portugal, até porque envolve um símbolo nacional. É urgente que os responsáveis pelo desporto no nosso país comecem já a legislar e a criar as condições necessárias para desenvolver infraestruturas sólidas e regras claras que solidifiquem as comunidades grassroots de esports em Portugal.
Quando existir um ecossistema nacional robusto, com clubes bem estruturados, atletas protegidos e competições organizadas, será muito mais fácil integrar os nossos talentos nos sistemas competitivos de elite como a Esports World Cup. Portugal tem o potencial de se tornar uma referência mundial no desenvolvimento de atletas de esports, mas isso só será possível com o investimento adequado na base da pirâmide.
A parceria entre Cristiano Ronaldo e a Esports World Cup é um marco histórico que devemos celebrar. Agora, cabe-nos a nós garantir que este momentum seja aproveitado para construir um futuro verdadeiramente inclusivo e sustentável para os esports em Portugal e no mundo."