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terça-feira, 5 de maio de 2015

O rapaz que usava um nome pesado demais

"Em três épocas no Benfica não cumpriu o destino marcado pelo pai: arriscou-se a ser campeão mas nunca o foi. Mário Wilson (filho) tinha pés de veludo e um jeito discreto no Futebol e na vida.

nomes que pesam - e muito. No Benfica são vários e um deles é o de Mário Wilson.
O Mário Wilson original nunca jogou pelo Benfica: ou melhor, jogar jogou e ainda joga, mas noutras funções.
Esse é Mário Wilson, vindo do Desportivo de Lourenço Marques em 1949 para jogar no Sporting e substituir Fernando Peyroteo. Depois foi para Coimbra e deixou de ser avançado-centro para ser defesa-central. Envelheceu de idade e sabedoria. Tornou-se no «Velho Capitão».
Quando chegou à Luz pela primeira vez, disse: «Qualquer um no Benfica arrisca-se a ser campeão».
Arriscou-se e foi campeão. Muito menos vezes do que merecia, mas também nunca ficou muito tempo. Foi e veio. Mas o seu estilo não partirá nunca. Nem o nome. Esse nome que pesa.
Em 1977, outro Mário Wilson chegou ao Benfica - Mário Valdez Wilson. O Mário Wilson filho. O pai tinha partido para o Porto, para o Boavista, regressaria em 1979.
E encontrar-se-iam os dois na Luz: pai e filho. O primeiro, inesquecível: o segundo esquecido.

Mário Wilson filho veio do Atlético mas, tal como o pai, já tinha vestido a camisola da Académica. Nesse Atlético, que desceria para a II Divisão, jogou com Paris e Norton de Matos, que viriam a ser internacionais, e Baltazar e Coelho e Cardoso e com o meu bom amigo Franque, pois claro!
Tinha pés de veludo. E merecia elogios da crítica, mesmo da mais exigente.

Neves de Sousa, por exemplo, impôs-lhe um ferrete logo no dia da sua estreia 'encarnada', no Estádio da Luz, frente ao Belenenses - vitória 2-0: «De qualquer modo, Wilson não é labutador para a frontaria de combate: num Benfica que tem constante sinal de broca perfurante, terá de refugiar-se no castelo central para ser convenientemente aproveitado em todo o potencial já que é dos poucos desta área que mete a bola a 30 metros, calibrada suavemente(...)».


12 minutos: um golo!
Wilson filho era assim: suave. Como foi suave a sua passagem pelo Benfica.

E foram três épocas por inteiro - hoje, quantos se podem gabar de passar por inteiro três épocas no Benfica?
Mas havia aquela coisa do nome: Mário Wilson. Esperava-se muito de Mário Wilson!
Além disso, já havia no Benfica um par de pés de veludo da mais imponente qualidade: Shéu. E outro par de pés de seda fragueira: Vítor Martins.
E era preciso jogar com pés de veludo e pés de ferro, tantas vezes ao mesmo tempo.
Nesse época o Benfica perde o Campeonato para o FC Porto (embora com os mesmos pontos e sem derrotas). Na época seguinte perde por um ponto para o mesmo FC Porto. John Mortimore é treinador em ambas.
Em 1977/78, Mário Wilson faz 12 jogos divididos entre o Campeonato, a Taça de Portugal e a Taça dos Campeões.
Nesta última é chamado para os dois terríveis confrontos com o fantástico Liverpool de Bob Paisley. Na Luz, perdeu-se na tempestade substituindo Shéu: lembro-me do jogo e da chuva, estive lá, ainda houve a alegria do golo inicial de Nené, mas depois havia Ray Kennedy e Emilyn Hughes e Jimmy Case. E Kenny Dalglish, como é evidente! Equipa maravilhosa, essa! 1-2.
Em Liverpool foi pior: 1-4. Mário Wilson esteve em campo apenas na segunda parte, no lugar de Alberto. Não voltaria a jogar na prova gloriosa dos campeões, mas ainda me lembro de o ver em campo contra o Borússia de Moenchengladbach, para a Taça UEFA.
Mas volta atrás: ao dia 1 de Dezembro de 1977.
O Benfica foi ao Lavradio eliminar a CUF da Taça de Portugal. Uma CUF destruída pelos ventos do 25 de Abril, perdidos que estavam os privilégios dos Melos. 8-0 - golos para toda a gente: Vítor Baptista, Toni, Nené, Bastos Lopes, Pietra e mais Pietra, outra vez Nené e... Mário Wilson.
Só 12 minutos em campo, entrando para o lugar de Toni.
12 minutos e um golo: o único oficial pelo Benfica!
«Parecia um gato à beira do aquário: com o estilo repousado da CUF, até o pai podia ter feito uma perninha...».
O pai regressou à Luz na época 1979/80. Arriscou-se a ser campeão, mas não foi: ficou em terceiro. Arriscou-se a ganhar a Taça de Portugal e ganhou-a: 1-0 ao FC Porto na final.
Quanto ao filho, desapareceu...
Se alguém esperava que o facto de ter o pai no cargo de treinador o iria beneficiar, enganou-se redondamente. O «Velho Capitão» nunca contou com o filho para essa época. A dupla do meio-campo tinha Shéu como inamovível. Depois Pietra, Fonseca, Carlos Manuel, Toni cada vez menos e nunca Mário Valdez Wilson.
Nunca? Não, nunca digas nunca...
Aos 63 minutos do jogo da 19.ª jornada entre Benfica e Beira-Mar, no Estádio da Luz, no dia 23 de Fevereiro de 1980, Mário Wilson filho entra em campo. Sai Toni. Ele ainda não o sabe, mas serão os seus últimos minutos com a camisola da 'águia' vestida.
O Benfica ganha por 5-0. Mário Wilson pouco é tido ou achado nesta vitória tranquila. Cumpre o seu papel de rapaz de pés aveludados e nome pesado demais, discreto como sempre esteve, no futebol e na vida.
Voltará a jogar na Académica, clube no qual se destacou, e depois no Farense.
Em três épocas no Benfica não cumpriu o destino marcado pelo pai: arriscou-se a ser campeão mas nunca foi.
De vez em quando é preciso dizer nunca...
Lembro-me dele. O tempo não apaga todas as memórias... Mesmo as de veludo."

Afonso de Melo, in O Benfica

Diário de bordo da viagem a Cádiz, 1963

"A viagem começa hoje. E é de viagens únicas que se faz a história do Benfica, que se desloca a Cádiz para disputar o Troféu Ramón de Carranza.
Cruz, Rita, Ângelo, José Augusto, Raul Machado, Cavém, Coluna, Humberto Fernandes
Santana, Iaúca, Torres, Eusébio, Serafim, Simões

Hoje é dia 29 de Agosto de 1963, são 6h30 de manhã e os bicampeões europeus encontram-se a tomar o pequeno-almoço no restaurante do Hotel Flórida, antes da partida para Cádiz. A boa disposição vivida é notável na comitiva benfiquista, destacando-se Cruz e Ângelo nas gargalhadas. Fora do torneio fica Costa Pereira, a recuperar de uma intervenção cirúrgica. A saída de Lisboa está programada para as 7 horas da manhã.
Em Aracena, território espanhol, pelas 13 horas, o Sport Lisboa e Benfica faz a sua pausa para o almoço. A meio da tarde, com o calor a fazer-se sentir, a comitiva faz uma paragem de desentorpecimento pela bela cidade de Sevilha, onde os jogadores não passaram despercebidos, havendo sempre espaço para alguns autógrafos. Às 20h30, os atletas chegam ao Hotel Atlântico, onde ficam hospedados, juntamente com a equipa da Fiorentina.
No dia 30 de Agosto, pela manhã, a equipa passeia pela cidade. A recepção foi calorosa e a cidade, para surpresa de todos, está vestida de vermelho e branco. São também muitas as vozes que se levantaram para apoiar a equipa portuguesa. O dia termina com uma festa junto da piscina municipal. E é com agrado que os jogadores e restante comitiva ouvem alguns cantares típicos da Andaluzia.
Hoje é dia 31 de Agosto, e está tudo a postos para o grande jogo, com cerca de 30 mil espectadores para assistir à desforra de Berna de 1961. O comércio da cidade fecha as portas para receber os jogos, com uma receita prevista de 11 milhões de pesetas (5400 contos) para o embate da meia-final entre Benfica e Barcelona. Cádiz, a cidade irrequieta, viria a ser palco de um novo capítulo da história do Benfica.
Nesse dia, a história escreveu-se com a conquista do Troféu Ramón de Carranza. Hoje, a história continua, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Diogo Santos, in O Benfica

Bloqueio psicológico

"Com o aproximar da recta da meta, é natural que qualidade técnica, consistência defensiva e criatividade ofensiva continuem a contar, mas o que faz mesmo a diferença é a capacidade psicológica. Saber lidar com a tremideira que vem com o momento em que o título se começa a vislumbrar de forma nítida no horizonte é, agora, decisivo.
Em Barcelos, para além de uma exibição vistosa, com o futebol massacrante a que o Benfica nos habituou nos jogos em casa, viu-se uma equipa desbloqueada psicologicamente, a transbordar confiança. A atitude intimida os adversários mas serve também para enviar sinais para o competidor directo.
A sensação com que se fica é que, depois de ultrapassado o teste decisivo do confronto directo com o Porto, a equipa libertou-se de um peso psicológico que, por vezes, e na ausência do colinho oferecido pelos adeptos no Estádio da Luz, parecia retirar confiança e tolhia os movimentos atacantes dos comandados por Jorge Jesus.
E, como se verá no final da temporada, num campeonato disputado até ao fim, a dimensão psicológica acabará por se revelar decisiva. E, até ver, também aí o Benfica, leva vantagem. Nos momentos decisivos, o Benfica falhou em Paços de Ferreira, quando devia ter acabado com o campeonato, mas o Porto falhou na Madeira contra o Nacional, quando podia ter aproveitado o deslize do Benfica em Vila do Conde, e revelou-se incapaz de ultrapassar a teia táctica montada por Jesus na Luz - o que aliás explica o descontrolo emocional que Lopetegui tem revelado desde então.
Nas próximas três jornadas, ao Benfica cabe, por isso, continuar a gerir a vantagem pontual, mas, claro está, fá-lo-á alavancado por uma vantagem psicológica que dá um suplemento de confiança e coloca o 'caneco' a uma distância cada vez mais curta."

Os treinadores e a estabilidade

"José Mourinho atribuiu o mérito da liderança do Benfica, no campeonato português, a Luís Filipe Vieira. A justificação é simples, como todas as justificações esclarecedoras: Vieira é o responsável pela estabilidade da equipa técnica do Benfica que, por sua vez, com essa estabilidade e competência conseguiu o milagre da multiplicação dos pontos e estar, neste momento, em excelente posição para a conquista de um título que estaria pré-anunciado para o FC Porto.
É, aliás, por essa mesma razão que Mourinho entende que o FC Porto faria bem manter Lopetegui.
Para aquele que é consensualmente um dos três melhores treinadores do mundo, a estabilidade de uma equipa técnica pode não ser, em si mesma, um bem absoluto, mas é absolutamente necessária para que um treinador consiga desenvolver o seu trabalho e consiga obter os melhores resultados.
Não deixa de ser, no entanto, curioso que Mourinho não seja, por si próprio, um exemplo de estabilidade. Ele sempre anunciou a sua vontade de enfrentar novos desafios. Por isso foi campeão em Portugal, em Espanha, em Itália e em Inglaterra.
Há, a meu ver, uma razão pessoal para que isso também tenha sucedido: Mourinho não quer estar sujeito à ideia de que é o clube que lhe faz, abnegadamente, a cama dos títulos. É humanamente compreensível, sobretudo num homem talentoso e ambicioso.
No caso de Jesus, pode ser diferente. Trata-se, claramente, de um treinador que não só se adaptou como adoptou o clube. Quando a Lopetegui, não se sabe. Começou agora a sua aventura em clubes. O FC Porto, para ele, ainda é uma necessidade óbvia."

Vítor Serpa, in A Bola

Dos treinadores

"No futebol, há a ideia (do Valdano) de que o treinador é um pobre coitado que em cada jogo que entra tem de pôr o seu cargo (ou melhor: a sua cabeça) nas mãos dos jogadores (ou melhor: nos seus pés) - mas em José Mourinho não. Ande ele por onde andar, de um súbito instante para o outro se percebe que ele não está condenado a viver na dependência (às vezes ingrata, às vezes perversa) desse karma - são os jogadores que vivem dependentes de si (da sua argúcia, do seu destino) para ganhar o que com outro treinador qualquer talvez nunca ganhassem na vida.
Domingo à tarde, fiquei com essa ideia ainda mais inabalável ao ver o Chelsea sair campeão de Stamford Bridge. (E com uma outra ideia ainda mais inabalável fiquei a de que as vitórias do «futebol chato de Mourinho» só chateiam os chatos que se chateiam por José Mourinho ser mais muito esperto do que eles - os adversários dele, todos juntos).
Que no futebol há campeonatos que são ganhos pelos treinadores também vi, sábado à tarde, ao ver o Benfica sair campeão de Barcelos (não, eu não acredito em milagres). E sim, quem ganhou (já) este campeonato não foi o Benfica (nem sequer o «colinho»...) - foi o Jorge Jesus, sobretudo por ter sido o que foi: um alquimista capaz de transformar cassiterites em ouro, compensando, assim, o que em situação normal lhe teria deixado o sonho num destroço: o FC Porto ter um plantel muito melhor, muito mais rico (ou seja: foi esperto como Mourinho é.)
PS: Pois, também há campeonatos que são os treinadores que os perdem - e não digo o nome do último exemplo para não me enganar (acrescentando-lhe um F - e arriscando, também eu, um puñetazo). Mas, sim: digo que me espantou que aquele FC Porto que jogava como uma fera feliz, levava os seus desejos de superioridade para além do limite de todas as forças, não se detinha perante nada, não tinha medo de nada - e por isso é que ganhava como ganhava, fosse quem fosse o treinador - se tenha perdido em combate como se perder..."

António Simões, in A Bola

PS: Ainda ontem falava dos Mitos. Aqui está um exemplo, de como se constrói o Mito dos invenciveis, que antigamente lutavam com todas as suas forças, e que assim ganhavam quase sempre... Até parece que a Fruta, as Agências de Viagem, os Calheiros, os Guimaros... os Donatos, os carecas, os Pintos... até parece que nada disto, 'aconteceu', de facto!!!

Flopetegui

"Sim, eu sei pronunciar e escrever do treinador do FC Porto, mas assenta-lhe muito melhor assim: Flopetegui. É isso que ele é, um flop. Chegou a Portugal como uma lufada de ar fresco e, afinal, é apenas uma brisa bafienta à semelhança de outros Bobis e Tarecos que rastejaram pelo Futebol português nas últimas três décadas.
Em termos técnicos, é um nulo: perdeu em casa com o líder do Campeonato e, na segunda volta, fez um remate à baliza do SL Benfica quando precisava de ganhar por três a zero para sonhar com o título. Já para não falar na eliminação da Taça de Portugal (em casa) com o Sporting CP, uma humilhação pouco habitual. Na Europa, ficou invicto contra 'super-potências' como o Bate Borisov, Basileia ou Atlético de Bilbau e ao primeiro obstáculo sério mostrou de que fibra é feito. A sua equipa marcou três golos ridículos ao Bayern (três falhas de 'Apanhados' da defesa alemã) e andou uma semana a inchar o balão com toques de superioridade. Em Munique levou um correctivo que tão depressa não irá esquecer, mas - ainda não contente - apontou as baterias para o SL Benfica. Disse o espanhol (ou será basco?) que iriam mostrar o que valiam no Estádio da Luz. E mostrou, mas foi preciso esperar pelo final do encontro. No momento em que, à semelhança do que se passa nos mais importantes campeonatos de todo o mundo, os treinadores se devem cumprimentar, Flopetegui dirigiu-se a Jorge Jesus para o insultar e provocar. É disso que ele é feito, veste com todo o mérito a camisola da equipa que dirige. Desejo-lhe muitos anos de azia à frente dessa agremiação, sempre ao lado do presidente que tanto venera e a gastar milhões atrás de milhões para ficar em segundo."

Ricardo Santos, in O Benfica

Todos os nomes

"Chame-se Lotopegui, Lobategui ou Lopatego, o basco que treina o FC Porto tem o condão de não agradar a ninguém - consenso que, diga-se, não é fácil de estabelecer num Futebol português extremamente polarizado e polemizado.
Não agrada aos desportistas em geral, pois trouxe com ele uma postura de antipatia e petulância que o povo português bem dispensava. Não agrada aos adversários, pois a sua retórica provocadora tem sido uma constante. Não agrada aos jornalistas, com os quais é altivo e mal-educado. Não agrada aos árbitros, dos quais se queixa jornada após jornada, sem razões objectivas para tal. Não agradará, sequer, aos adeptos do seu clube, pois com o plantel mais caro da história do país arrisca-se a não vencer um único troféu, tendo sido eliminado da Taça de Portugal, em casa, pelo Sporting; da Taça da Liga pelo Marítimo; humilhado na Liga dos Campeões pelo Bayern de Munique; estando agora dependente de terceiros, a quatro jornadas do fim, na única competição que lhe resta.
Discurso oficial à parte, quem o contratou ter-se-á também já arrependido. Se outros não acertam no seu nome, ele raramente acerta nos nomes dos jogadores que coloca a jogar, e raramente acerta no que diz. Há pessoas assim.
Enquanto Benfiquista, desejo vê-lo no clube rival por mais alguns anos (com ele no banco, não há Jacksons, Danilos, Casemiros, ou Oliveres que lhe valham).
Enquanto português, parece-me que temos por cá dezenas de treinadores mais competentes e sabedores do que ele.
Resta saber se este aparente erro de casting significa, ou não, o canto do cisne de tão incensada 'estrutura' portista.!"

Luís Fialho, in O Benfica

No bom caminho

"Sem euforias, estamos definitivamente no bom caminho!
Jesus já tinha dado a indicação de que o pagamento teria agora de ter alguma ascendência sobre a nota artística a que este plantel habituou os Benfiquistas... e assim foi! Num jogo muito controlado, extremamente táctico, ninguém quis arriscar em demasia. Ambos se controlaram e se anularam.
Claro que poderemos ver a partida em múltiplas perspectivas, mas há uma que deve permanecer e que nos deve questionar: quem tinha de arriscar? Quem, pelo atraso pontual em que se encontrava - e encontra! - teria necessariamente de apostar excessivamente na vitória, arriscando flexibilizar o meio-campo e as linhas defensivas? Quem estava perante a última oportunidade de ficar a depender exclusivamente de si próprio? Naturalmente, o FC Porto! Ora, o que vimos não foi nada disto... nem do que seria expectável numa equipa naquelas circunstâncias! Parecia que Lopetegui queria desesperadamente um empate e que o seu verdadeiro objectivo era controlar o jogo. Qualquer dos cenários, ainda que ocorresse, não favorecia os portistas, como sabemos. Nesse prisma, esteve muito bem Jorge Jesus, que driblou o adversário com a mesma estratégia e o comprou com a mesma moeda, provocando por isso um jogo extremamente cauteloso e equilibrado, com poucas notas espectaculares. Ficou ainda, para memória dos mais atentos, a triste figura de Julien Lopetegui que, a pretexto de uma birra de criança sobre o seu próprio nome, optou por ensombrar o evento, pensando que poderia ocultar o fracasso táctico. Mas Jesus desvalorizou o acontecimento... sabendo bem que quem está no bom caminho somos nós. A caminho do sonho de sermos Bicampeões."

André Ventura, in O Benfica