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terça-feira, 5 de maio de 2015

Diário de bordo da viagem a Cádiz, 1963

"A viagem começa hoje. E é de viagens únicas que se faz a história do Benfica, que se desloca a Cádiz para disputar o Troféu Ramón de Carranza.
Cruz, Rita, Ângelo, José Augusto, Raul Machado, Cavém, Coluna, Humberto Fernandes
Santana, Iaúca, Torres, Eusébio, Serafim, Simões

Hoje é dia 29 de Agosto de 1963, são 6h30 de manhã e os bicampeões europeus encontram-se a tomar o pequeno-almoço no restaurante do Hotel Flórida, antes da partida para Cádiz. A boa disposição vivida é notável na comitiva benfiquista, destacando-se Cruz e Ângelo nas gargalhadas. Fora do torneio fica Costa Pereira, a recuperar de uma intervenção cirúrgica. A saída de Lisboa está programada para as 7 horas da manhã.
Em Aracena, território espanhol, pelas 13 horas, o Sport Lisboa e Benfica faz a sua pausa para o almoço. A meio da tarde, com o calor a fazer-se sentir, a comitiva faz uma paragem de desentorpecimento pela bela cidade de Sevilha, onde os jogadores não passaram despercebidos, havendo sempre espaço para alguns autógrafos. Às 20h30, os atletas chegam ao Hotel Atlântico, onde ficam hospedados, juntamente com a equipa da Fiorentina.
No dia 30 de Agosto, pela manhã, a equipa passeia pela cidade. A recepção foi calorosa e a cidade, para surpresa de todos, está vestida de vermelho e branco. São também muitas as vozes que se levantaram para apoiar a equipa portuguesa. O dia termina com uma festa junto da piscina municipal. E é com agrado que os jogadores e restante comitiva ouvem alguns cantares típicos da Andaluzia.
Hoje é dia 31 de Agosto, e está tudo a postos para o grande jogo, com cerca de 30 mil espectadores para assistir à desforra de Berna de 1961. O comércio da cidade fecha as portas para receber os jogos, com uma receita prevista de 11 milhões de pesetas (5400 contos) para o embate da meia-final entre Benfica e Barcelona. Cádiz, a cidade irrequieta, viria a ser palco de um novo capítulo da história do Benfica.
Nesse dia, a história escreveu-se com a conquista do Troféu Ramón de Carranza. Hoje, a história continua, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Diogo Santos, in O Benfica

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