"Com o aproximar da recta da meta, é natural que qualidade técnica, consistência defensiva e criatividade ofensiva continuem a contar, mas o que faz mesmo a diferença é a capacidade psicológica. Saber lidar com a tremideira que vem com o momento em que o título se começa a vislumbrar de forma nítida no horizonte é, agora, decisivo.
Em Barcelos, para além de uma exibição vistosa, com o futebol massacrante a que o Benfica nos habituou nos jogos em casa, viu-se uma equipa desbloqueada psicologicamente, a transbordar confiança. A atitude intimida os adversários mas serve também para enviar sinais para o competidor directo.
A sensação com que se fica é que, depois de ultrapassado o teste decisivo do confronto directo com o Porto, a equipa libertou-se de um peso psicológico que, por vezes, e na ausência do colinho oferecido pelos adeptos no Estádio da Luz, parecia retirar confiança e tolhia os movimentos atacantes dos comandados por Jorge Jesus.
E, como se verá no final da temporada, num campeonato disputado até ao fim, a dimensão psicológica acabará por se revelar decisiva. E, até ver, também aí o Benfica, leva vantagem. Nos momentos decisivos, o Benfica falhou em Paços de Ferreira, quando devia ter acabado com o campeonato, mas o Porto falhou na Madeira contra o Nacional, quando podia ter aproveitado o deslize do Benfica em Vila do Conde, e revelou-se incapaz de ultrapassar a teia táctica montada por Jesus na Luz - o que aliás explica o descontrolo emocional que Lopetegui tem revelado desde então.
Nas próximas três jornadas, ao Benfica cabe, por isso, continuar a gerir a vantagem pontual, mas, claro está, fá-lo-á alavancado por uma vantagem psicológica que dá um suplemento de confiança e coloca o 'caneco' a uma distância cada vez mais curta."
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