Últimas indefectivações

terça-feira, 26 de novembro de 2024

E Não É Que O Velho Com Reumático Abriu Outra Vez O Livro?


"Benfica 7 - 0 Estrela da Amadora

Há muito tempo - há tempo de mais, desde 2017 - que não vencemos a Taça de Portugal. Na época passada foram as arbitragens dos dois jogos com o Sporting que nos afastaram da final. Em 2022-23 foi a roubalheira do senhor Tiago "Moedas" Martins no jogo dos quartos-de-final, em Braga, a mandar-nos borda fora da prova. A ver vamos o que nos toca este ano.
Regresso do Benfica depois de mais uma indesejada paragem para as seleções. Pensa-se que Bruno Lage vai apostar em jogadores que têm sido menos utilizados. Será que já joga o Ricardo Rocha?

03' Quantos não viram o Di María a abrir o marcador? Isto hoje foi rápido.
05' Bem, olhem lá, o velho com reumático está a abrir o livro. Mas que golo, que pontapé de biciclete!!!
10' Olhó Samuel Soares também quer aproveitar para se mostrar. Que bela defesa! Isto começou acelerado.
18' 1-2-3, Di María outra vez! Mais um golão. Este foi de pé direito. Hat trick em 18 minutos. Que bem que lhe faz não andar com viagens intercontinentais por causa da seleção argentina.
20' A defender é clara uma linha a cinco. Carreras faz de terceiro central e Beste fecha a lateral. Uma espécie de treino para quarta feira?
29' Carreras tomou o gosto aos golos, não fosse a grande defesa do guarda-redes e estava lá mais um.
36' o Arthur Cabral se quer sair da cepa torta não pode falhar golos cantados.
40' Rollheiser a fazer de Kökcü não está a sair-se nada mal, pois não?
44' continua a espalhar-se Di Magia pelo relvado da Catedral: com ou sem golos, são jogadas atrás de jogadas.
51' Mais uma defesa do Samuel Soares a dizer ao tribunal que podemos contar com ele. E hoje já tinhamos visto uma exibição brutal do André Gomes em Portimão pela equipa B.
55' o Arthur Cabral faz tudo, tudo, tudo, isola-se... e atira ao lado! Não é a noite dele, está visto. E já vai outra oportunidade falhada. Está 3-0, recebe palmas, se estivesse empatado era insultado de "picanha"...
59' Uauuuu! Que jogada coletiva! Akturkoglu para 4-0, este não perdoa. Assistência de quem? Isso pergunta-se? Di María!!!
65' A Catedral rendida a Di María, vai agora descansar, que bem merece e tem que estar fresco na quarta feira.
66' Não há dúvida: a noite não é para o Arthur Cabral. Tantas bolas de golo desperdiçadas.
70' Segunda parte de ritmo mais baixo, mas continuamos a falhar oportunidades. 56.094 nas bancadas para ver um jogo de Taça tarde e más horas? Ninguém se compara ao maior de Portugal.
80' Mas que abertura do pé esquerdo do Kökcü para Amdouni fazer o 5-0. Está consumada a mais do que justa "manita"!
86' Marcou o mais difícil: que golo do Arthur Cabral! E eu a engolir tudo o que escrevi, ahahah. Melhor assim!
90' E toma lá mais um do Arthur Cabral para aprenderes! E vão sete!!! E o árbitro acabou com isto antes que viessem dizer que devíamos ter tirado o pé do acelerador."

Di María não é igual aos outros


"Há muitos argumentos para quem gosta de embirrar com o craque do Benfica, o que não quer dizer que estejam certos. Deixem lá Di María em paz, que acredito que ele nos irá sempre recompensar...

Ángel Di María já tem 36 anos e não gosta muito de defender. Quando está em campo, parece que obriga os colegas a jogar para ele e por ele. É uma estrela, pois claro, e já se sabe como elas muitas vezes se impõem, com todos os problemas que isso traz. Depois de uma carreira que o fez passar por alguns dos maiores clubes - Real Madrid e Man. United, claro, mas também PSG e Juventus - e após ter vencido um Mundial, traçou o plano de voltar onde foi feliz: Benfica e, ao que tudo indica, um dia Rosario Central. Uma espécie de pré-reforma, com condições financeiras ainda assim menos vantajosas do que uma qualquer aventura pelas Arábias (e, por isso, muito respeito), mas também a certeza de que iria ser sempre muito acarinhado - algo que até na Argentina lhe chegou a faltar.
Roger Schmidt cometeu muitas vezes o erro de não o deixar de fora ou não o substituir, mesmo quando estava notoriamente cansado e pouco tinha para dar. Di María pode ter um estatuto diferente dos outros à partida, mas em campo deviam ser todos iguais! A Luz não lhe perdoou isso. E o que dizer dos talentos que podem ter sido desperdiçados por causa dele? David Neres, por exemplo, teve de sair para o Nápoles para jogar mais. Um jogador daqueles... que pena! Schjelderup também tem imenso potencial, se o Benfica não viver só para Di María e souber olhar à volta, claro... Eternizar o argentino no plantel e no onze titular é não dar oportunidade aos outros e um clube formador e vendedor não se pode dar ao luxo de renovar contratos com um senhor desta idade e não pensar no futuro.
Os adeptos/clientes têm sempre razão... mas estes são alguns dos argumentos que fui ouvindo de benfiquistas no último ano. É impossível um adepto do Benfica não gostar de Di María, mas tornou-se palpável esta mania de reduzir o argentino a um elemento qualquer da equipa, com qualidades e defeitos mais reais do que o seu futebol.
Meus caros, aproveito este momento para vos voltar a dizer que estavam errados. Di María é Di María, campeão do Mundo, craque de muitas formas e feitios e merecedor de um pedestal na Luz que bem pode obrigar os outros a correr um bocadinho mais por causa dele, mas que vai sempre estar lá para tornar o jogo melhor. Aproveitemos enquanto cá está, as queixas que fiquem para os adversários que o veem jogar assim e não sabem o que fazer para o travar... e deixem-se de contas em relação à idade e à recuperação física, porque isto é Desporto, mas também é Magia."

O curioso caso de Arthur Cabral


"Cabral exaspera o adepto mas recebe (e dá) recompensa. Será que o adepto aguenta?

Não sei se aquele anúncio do adepto no café, com transístor na mão, a falar mal de um avançado e depois a mudar os discurso quando marca um golo foi a pensar em Arthur Cabral, mas parece assentar-lhe. Sábado, seguramente muitos adeptos do Benfica pensaram ‘como é que este avançado falha tantos golos e joga no Benfica?’ por entre a estonteante exibição de Di María, que marcou três em 18 minutos.
É preciso ser muito forte mentalmente para ver o jogo a acontecer, as oportunidades a gorarem-se, e ainda ver Akturcoglu entrar ao intervalo e marcar, o mesmo com Amdouni, que festejou 20 minutos depois de ter entrado.
Mas Cabral não desistiu e Lage não desistiu dele. «Fiquei muito feliz pelo que aconteceu ao Arthur, manifestação de apoio dos adeptos fundamental, o plantel festejou os dois golos do Arthur, em campo e no banco», disse o treinador, depois de ele próprio ter pedido apoio às bancadas e Cabral ter marcado aos 86 e 90.
Quem está com ele todos os dias é que sabe. O senhor do transístor só vê uma parte do trabalho. «Tem feito um trabalho muito bom, na sombra», justificou Lage. «Ele é muito forte na área, se forem ver lances deste jogo, faz uma tabela com o Di María no quarto golo, o posicionamento no segundo foi muito bom», disse ainda Lage, que também já teve de justificar continuada aposta em Pavlidis, com o grego em seca de golos em relação à pré-época.
Mas Cabral, que na eliminatória passada não conseguiu marcar ao Pevidém, também deixou uma mensagem ao adepto: «Estou muito feliz por ter voltado a marcar, e logo dois. Sei que podiam ter sido mais (...) feliz por sentir apoio dos adeptos, mesmo depois de falhar aqueles golos. Quero agradecer muito ao míster por me ter dado minutos e aos meus colegas, que me foram levantar e que me disseram que o golo ia chegar e no final chegou», comentou.
O brasileiro bisou pela primeira vez pelo Benfica e já não marcava dois golos num jogo desde fevereiro do ano passado. Mas quem saiu mais forte? O jogador ou o adepto? É pegar no transístor e esperar pelo próximo jogo."

FC Porto, da AG ao Moreirense


"Num clube com a exigência do FC Porto, não será de estranhar que, bem manipulada, a emoção se sobreponha à razão, o que pode criar cenários fraturantes…

O FC Porto está transformado num caso de estudo. Já se percebeu, quer pelas eleições, quer pela mais recente Assembleia Geral (AG), que 80 por cento dos sócios estão com Villas-Boas e 20 por cento, que preferiam a continuação do modelo anterior, estão contra. Também já se percebeu que, derrotadas esmagadoramente nas urnas, as franjas mais radicais deste grupo minoritário, quiçá quem sentiu profundamente no bolso as mudanças introduzidas, vão promover uma guerrilha interna, que não mata mas mói, que terá sempre por base os insucessos desportivos e o descontentamento deles decorrente que, bem potenciados, podem abalar a nação portista. Porém, quantos, dos 80 por cento acima referidos, terão vacilado nas convicções, depois da eliminação do FC Porto da Taça de Portugal, em Moreira de Cónegos? E quantos, dos 20 por cento, terão visto no espalhanço portista, uma luz ao fundo de um túnel que desejam que desemboque num «ó tempo volta pra trás»?
André Villas-Boas deve ter consciência de que, ao mexer no vespeiro dos poderes instalados, arranjou inimigos para a vida (os adversários, adaptando Winston Churchill, estão nos outros clubes), preparados para uma luta autofágica e para uma estratégia de terra queimada. Ao dia de hoje, o alvo dessa ‘quinta coluna’, que já se deve ter esquecido do Krasnodar, é cada vez mais Vítor Bruno, treinador escolhido por André Villas-Boas para substituir Sérgio Conceição (entretanto criticado pelo antigo presidente, não lhe tendo valido, sequer, o apoio público que lhe manifestou na véspera das eleições), independentemente do FC Porto, à 12.ª jornada, contra os mesmos adversários (substituindo o Vizela pelo Santa Clara e o Portimonense pelo AVS) ter agora mais quatro pontos. Todavia, quando atacam Vítor Bruno, quem querem atingir é Villas-Boas, o que se mete pelos olhos dentro de quem tiver dois dedos de testa. Nesse sentido, se o presidente portista for arrastado pela maré da solução mais recorrente, estará a ficar mais perto do alvo que, desde que esmagou nas eleições, os irredutíveis do passado querem pôr-lhe nas costas. Mal de finanças, a ter de recorrer a empréstimos massivos, e com o fair-play da UEFA a rondar-lhe a porta, qualquer portista lúcido deverá perceber que a equipa de Villas-Boas está a percorrer o caminho das pedras, e dar-lhe-á tempo para sanear o que outros inquinaram. Porém, num clube com a exigência do FC Porto, que se habituou a ganhar muitas vezes, não será de estranhar que a emoção se sobreponha à razão, o que pode criar cenários fraturantes, onde alguns podem ganhar (nem que seja apenas pela derrota dos outros), mas o clube perde de certeza absoluta…"

O "Away" em Casa


"O Benfica é do Mundo, isso está mais do que sabido.
Sabemos também que o que não falta é a nossa gente espalhada por todos os cantos deste planeta.
Em 2019, tive a oportunidade de me tornar parte dessa enorme família de "Benfiquistas pelo Mundo" e fiz-me de malas e bagagens para Amesterdão.
Quando escolhemos emigrar em busca de uma vida melhor, sabemos que podemos contar com muitas saudades — e escrevo "saudades" com S maiúsculo, de tão fortes, da família, dos amigos, da comida e do sol que risonho nos vem beijar neste nosso cantinho da Europa.
O que não estava preparado era para a falta que me ia fazer aqueles domingos de 14 em 14 dias a visitar a nossa Catedral.
Desde 1997, ano em que pela primeira vez tive o prazer de visitar o nosso Estádio da Luz e fazer-me realmente Benfiquista de coração, até então era o tal jogo de criança em que dizia que era do Benfica porque o meu pai me dizia que era do Benfica. Mas, a partir do momento em que fiquei a conhecer o 3º Anel, posso dizer que ali sim foi o momento em que se fez Luz na minha vida, perdoem-me o trocadilho. Desde esse momento, ir ver o Glorioso não se questionava, simplesmente ia-se, porque tinha que lá estar e viver o Benfica.
"Fast forward" 22 anos para a frente e lá fui eu, pela primeira vez, para longe. Entre a altura de me mudar e a próxima vez que tive oportunidade de ver o Benfica ao vivo novamente, passaram-se 2 anos e meio.
Via e sofria de longe, como milhares de nós, que durante aqueles 90 minutos em que jogava o nosso Benfica, era como estar de volta a Portugal e reconectar com a nossa casa, da maneira que fosse possível. Era ver o Benfica na Associação Portuguesa, era a viagem à loja "Tuga" buscar um bacalhau e acompanhar com um bom vinho, ou a videochamada com a família aos domingos de manhã. E assim vamos mantendo a nossa portugalidade lá fora.
Mas nunca é a mesma coisa.
Fora programas como o "Benfica Independente" e similares, que me permitiam manter a chama acesa e vibrar com o Benfica, vivê-lo como e quando possível.
Por entre pandemias e tempo afastado de Portugal, o Benfica chegou a perder alguma importância; o mau momento do clube também não ajudava.
Mas quis o destino que o Benfica viesse até mim.
Em março de 2022, pude ir ao meu segundo "Away" de sempre, e logo sem ter que sair de casa. Na verdade, no primeiro também não tive que sair de "casa", numa deslocação contra o Real Massamá, onde vivi toda a minha vida e, inclusivamente, poderia ter brilhado nas camadas jovens. Confiem!
Pude comprovar por mim mesmo uma coisa que nunca realmente tinha vivido: o Benfica é mesmo muito grande. E aquela tarde de benfiquistas em plena Dam Square, o convívio e o amor ao clube que se vive nestes dias de jogo, na procissão até ao estádio, eram dois mundos que não coincidiam para mim. A vida tratou de os juntar e de tornar o meu amor pelo Benfica ainda mais forte. Como se isso fosse possível.
A verdade é que foram dos dias mais felizes da minha vida, tornados épicos por aquele golo do Darwin que me fez ficar sem voz e o sorriso de orelha a orelha a explicar, no dia seguinte, aos holandeses do trabalho o porquê.
Entre amigos que vieram me visitar e todas as emoções que vivi, esse momento continua a ser um dos pontos altos da minha vida de Benfiquista.
Queria partilhar aqui esta minha história de amor por este clube tão grande e tão lindo, e a alguém que esteja de fora, vivendo o Benfica, que saiba que, sem eles, não seríamos o que somos. E o que somos é Enormes.
Agora estou de volta, e sábado há jogo. E cada vez que entro por aquelas portas, é com um sentimento de gratidão renovado pelo que o Benfica nos deu, dá e vai dar.
Ganhar ao Estrela. Viva o Benfica!"

Eu sonho. Tu sonhas. Todos sonhamos – até quem vem do bairro como Neemias


"Chamados um a um, os jogadores dos Boston Celtics dirigiram-se ao centro do campo. Os anéis dos campeões estavam expostos numa espécie de montra de ourivesaria que ficou órfã de riqueza quando lhe foi usurpado o último exemplar. Neemias Queta foi dos primeiros a proceder ao levantamento da jóia personalizada. Enroscou-a no dedo da mão esquerda e saboreou o comprovativo material de quem contribuiu para o 18.º título da história da equipa. O perfeito encaixe do cachucho consagra uma história de Cinderela com a nuance de que o eleito não calça um sapato de cristal. A prova do seu heroísmo é antes feita à medida de uma mão lustrosa, que sustenta a ostentação dos quilates.
Acompanhar a história de Neemias Queta com a palavra “sorte” é subtrair-lhe uma camada de resiliência. Não o fazer é ignorar que na infância não dormia com perspetivas grandiosas ao lado da mesa de cabeceira. Culpa do sítio onde estava a cama.
Quando entrou na NBA, em 2021, sendo o primeiro português a fazê-lo, as únicas coisas que Neemias bordou no fato foram as iniciais dos nomes dos familiares mais próximos e o “2835”, código postal onde o carteiro deixa a correspondência enviada para o Vale da Amoreira. Por ter crescido num bairro social, Neemias não usufruiu do privilégio de ter desde o berço expectativas que o colocassem no topo do mundo. Há sítios onde a ambição está proibida de entrar e os problemas têm livre-trânsito.
O Vale da Amoreira não foi o destino final de Neemias Queta. À certidão de nascimento ninguém anexou uma sentença que o condenasse a ser um eterno prisioneiro dos limites impostos pelos outros. Neemias levou o bairro ao mundo e fez o mundo olhar para o bairro. Felizmente, quem recruta protagonistas para histórias inesperadas tem um olho em todas as esquinas, até naquelas que a sociedade pretende usar como arrecadação das suas imperfeições. O gigante Neemias parece ter crescido com as queixas que preferiu engolir em vez de expressar. Do Vale da Amoreira até ao pavilhão do Barreirense, o primeiro clube que representou, muitas vezes percorria cerca de 12 quilómetros a pé para treinar com todo o prejuízo que a caminhada tem para um jovem no prelúdio do desempenho de atividade física intensa. Queiramos então comparar a vantagem que tinham os colegas cujos pais os deixavam à porta do pavilhão. Neemias começou todo este jogo a perder e claro que isso não é justo.
Portugal tem um jogador na NBA graças à empatia de quem deu a Neemias, mais do que a mão, a oportunidades de se desenvolver. O seu sucesso é o que acontece quando não olhamos com preconceito para os bairros e tentamos diminuir as desigualdades sentidas por quem vive neles. Os moradores destes locais não são restos, são talento para o qual ainda não olhámos com atenção.
Por isso, é recomendável que levantemos o tapume para vermos o que há lá. A surpresa pode não ser assim tão má e talvez se descubra que é aos encobertos que estão reservadas proezas que muitos pensam exclusivamente destinadas aos “““cidadãos de bem”””. Depois, quando os Neemias deste mundo – os do basquetebol, os da arte, os da advocacia, os da ciência, os da medicina – singrarem, aplaudiremos como se os logros deles fossem nossos, quase sem nos apercebermos que lhes passámos rasteiras e dificultámos o caminho.
Este verão, Neemias Queta organizou o primeiro campo de treinos com o seu nome em Portugal. Quando a Tribuna Expresso foi a Carcavelos fazer uma reportagem sobre o assunto, encontrou Paulo Maldine, um jovem que frequentou a iniciativa. Quando nos disse que vinha do Vale da Amoreira, foi inevitável compará-lo com Neemias. Paulo foi meigo nas expressões que usou na conversa. Disse que praticava basquetebol “pelo coração” e porque “via muitas coisas maravilhosas” no jogo. Era dos catraios mais calados entre aqueles que tiraram uma semana de verão para estarem perto de Neemias. As estrelas nos olhos diziam um pouco mais sobre as aspirações que tinha. Visto de baixo para cima, pareciam sonhos a brilhar. Paulo, tal como Neemias naquela idade, era lingrinhas, mas com braços e pernas infindáveis. A altura era já superior à média de um homem adulto. Isto para dizer: os próximos a vingar estão já aí, não os percamos de vista.
Allen Halloween foi um dos muitos rappers que pintaram a perspetiva do interior dos bairros bem antes da reputação dos mesmos ser um tópico em voga. “Putos dum bairro onde ninguém quer viver // Jovens que abandonam a escola muito cedo // Não é fácil ser doutor quando os pais assinam com o dedo”, cantou a sua rouquidão em “Várias Vidas”. Tratemos de nos importar com o futuro dos nossos hipotéticos heróis.

P.S. – Na noite em que ocorreu a cerimónia de entrega dos anéis aos campeões da NBA, os Boston Celtics de Neemias Queta venceram os New York Knicks (132-109) no TD Garden. Seguiram-se deslocações a Washington e Detroit onde derrotaram os Wizards (102-122) e os Pistons (118-124). Na semana inaugural da temporada, o poste português participou em dois jogos."

A Fórmula 1 em Las Vegas é a loucura total


"O impacto económico do Grande Prémio de Las Vegas deste ano aproximou-se dos 1,5 mil milhões de dólares, de acordo com um relatório publicado pela empresa Applied Analysis, em que o impacto económico direto ascendeu a 329 milhões de dólares a que se somam cerca de 587 milhões de dólares de impacto económico na economia local.
O desenvolvimento das infra-estruturas relacionadas com a corrida, incluindo a construção das boxes propositadamente para a prova, originou cerca de 2.200 postos de trabalho, com os salários dos trabalhadores locais a atingirem os 52 milhões de dólares.
A Fórmula Um atingiu novos patamares nos últimos anos, modernizou-se, chegou a novos públicos e atingiu receitas recorde, mas a prova de Las Vegas tem vindo a assumir-se como a prova mais espetacular dentro do campeonato do mundo. Para além da competição, o fim-de-semana tem vindo a ser recheado com inúmeros momentos musicais onde atuam alguns dos melhores músicos e bandas da atualidade.
À volta da prova, as centenas de milhares de adeptos são desafiados com inúmeras experiências ao longo do fim-de-semana para que tenham a máxima diversão possível. A Fan Zone de Las Vegas é um verdadeiro centro comercial de entretenimento pelos dias da mítica prova norte-americana.
Olhando para alguns exemplos, os adeptos podem passar por experiências como: a F1 Sim Corrida (onde põem as suas habilidades de corrida ao correr contra outros concorrentes no jogo oficial da Fórmula 1 no verdadeiro circuito do Grande Prémio) ou o Pit Stop F1 Challenge (onde os adeptos reúnem a sua equipa de paragem nas boxes e desafiam-se contra outros para trocar as rodas de um carro de Fórmula 1 verdadeiro.
É ainda possível tirar uma selfie com um piloto de F1 em realidade aumentada ou tirar uma selfie com o troféu que todos os pilotos lutarão arduamente para ganhar no final da temporada. Há ainda a possibilidade de, através do Blast Lane, sentir-se como um carro de F1 a ser testado na fábrica com a versão divertida de estar num túnel de vento ou criar o seu próprio design do capacete de corrida e pintura do seu carro preferido.
A prova de fórmula um em Las Vegas, mais do ser apenas mais etapa do Campeonato Mundial, é uma verdadeira festa que atrai todo o tipo de públicos e é capaz de gerar várias centenas de milhões de dólares de impacto económico.
A indústria do desporto deve estar cada vez mais aberta a alargar a sua atividade e atratividade para além da mera competição explorando e maximizando receitas com toda a componente de entretenimento e diversão dos seus adeptos."

Zero: Afunda - S05E19 - Com Brito Reis : um mês depois da troca KAT/Randle, quem ganhou?