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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Analise: Museu Cosme Damião



Agora que as competições internas estão em banho-maria, é tempo de cumprir uma promessa, e passar a escrito as minhas sensações, na minha primeira visita ao Museu Cosme Damião.
Como não quero fazer suspense, começo por dizer que a avaliação é muitíssimo positiva. A visita foi feita nas horas que antecederam o jogo da Champions com o Anderlecht, e por isso foi um pouca apressada, 90 minutos (!!!) não foram suficientes, vou ter que regressar, várias vezes...
E tal como muitos outros, penso que esta obra, é mais um motivo de orgulho, que todos os Benfiquistas devem sentir, inequivocamente.

Dito isto, e como foi afirmado pelos responsáveis do Museu, esta não é uma obra acabada. É uma obra viva. Que ao longo do tempo deverá vai ser melhorada, tenha a certeza disso... Tendo em consideração este ponto, deixo aqui as minhas criticas construtivas:
--- Taças - Alguns têm-se referido à ausência de Taças. A percentagem de Taças em exposição é de facto reduzida, mas muito sinceramente é algo que não me incomoda. O Museu, não é um armazém. Apesar disso, poderia haver mais uma 'Torre' (área 3: Orgulho Ecléctico) ou uma grande vitrina (por exemplo no Piso 2), com Taças variadas de menor importância, só para dar a ideia de quantidade... mas repito, não considero esta critica essencial.
--- Fotos - Costuma dizer-se que uma foto vale mil imagens, e no arquivo de fotos do Benfica existem centenas, senão mesmo milhares de grandes fotos... Nos últimos tempos, tanto no Estádio, como nos Pavilhões, e no Seixal, nos corredores, nas escadarias, em qualquer parede, têm-se (bem) usado fotos para colorir o ambiente. Fotos de jogadores, e da festa dos adeptos na bancada.
A cor de fundo no Museu é o preto, compreendo que houve cuidado em não transformar as paredes do Museu num folclore colorido, mas entre as diversas áreas que dividem o Museu tematicamente, algumas das fotos mais míticas, principalmente as mais antigas (a preto e branco) podem ser utilizadas. Espero que não pensem que os ecrãs são substitutos das fotos!!!
A única foto no Museu que se enquadra neste 'estilo', é a que se encontra no Piso 2, junto da área do Penalty (que eu marquei, bem no ângulo direito!!! E repeti...), onde eu e os meus amigos passamos alguns minutos a tentar identificar todos os jogadores...!!! Mais fotos daquela qualidade, deviam e devem ser utilizadas...

Compreendo que não se queira pactuar ou glorificar comportamentos desviantes, mas algumas das fotos mais bonitas, sobre os ambientes no Inferno da Luz, não deviam ser escondidas. Algumas das coreografias feitas pelos adeptos (pelas claques) nas entradas das equipas em campo, devem ser recordadas, inclusive - porque não -, no 'Elevador' (área 13 - Viagem ao coração Benfiquista), desde que seja evitado mostrar simbologia que não esteja ligada ao Benfica (como aconteceu com os Lagartos!!!).

--- Ecrãs... - Existe uma grande quantidade de ecrãs tácteis, em todas as áreas do Museu, com muita informação. Nas minhas próximas visitas, vou ter que 'navegar' pela informação disponível, desta vez tive pouco tempo. Se este tipo de tecnologia é acessível para as gerações mais novas, existem pessoas que pela idade, ou por teimosia, não gostam de tecnologia, por isso, para complementar a visita, acho que em cada área, além dos ecrãs actualmente disponíveis, deveria existir um ecrã maior (principal) que tivesse em 'loop' os vídeos (ou a funcionar como moldura digital) temáticos. As pessoas são por natureza comodistas, e assim a informação era 'escarrapachada'... sendo que nos vídeos deveria haver disponível um sistema de auscultadores para se poder ouvir a narração das imagens...
Sendo que na zona central, a Chama que atravessa o Piso 0 e o Piso 1, podia ser usada para mostrar as grandes imagens da nossa História.
Uma nota também sobre a ausência de audio-guias, tanto no 'Elevador' como no Voo da águia, podia existir um sistema de traduções automáticas. Os visitantes estrangeiros, devem ser um dos públicos alvo que o Museu deve atrair.
--- O Voo da Águia - As minhas expectativas para o filme eram elevadas, e admito, fiquei um pouco desiludido. As recriações históricas estão bem feitas... mas a parte do filme, sobre as actuais infra-estruturas, é completamente desajustado ao local. Mais parece um qualquer anúncio televisivo. Naquele espaço, deverá-se contar a História do Benfica, uma referência à construção do actual Estádio da Luz é justa, mas isso não deve ocupar quase metade do filme. Aquilo que eu esperava, era uma reconstituição da História do Benfica pré-TV !!! Os primeiros jogos, os primeiros grandes triunfos, as atribulações com as constantes mudanças de Campo, incluindo a expropriação das Amoreiras, a épica construção do antigo Estádio da Luz, as grandes vitórias desportivas, principalmente as Europeias (Futebol e modalidades),e até as exóticas digressões que o Benfica efectuou pelo Mundo fora... e claro os grandes golos, nas grandes vitórias: como o do Carlos Manuel no antro da Corrupção na Final da Taça, como o do Simão em Liverpool, o do Luisão aos Lagartos, etc., etc,...
--- Inesquecíveis - A área 24 chama-se: Inesquecíveis. Estão ali os grandes atletas do Benfica (Futebol). Não discuto - para já - a escolha dos jogadores, o 'nosso' Alberto Miguéns, trabalhou nesta área, e eu confio no seu julgamento. A minha critica está na maneira como esta área está apresentada. O mecanismo estilo 'tômbola' até é engraçado, mas pessoalmente acho que este tema merecia maior dignidade.
O Eusébio é o Eusébio, todas as homenagens que são feitas ao King pelos Benfiquistas são poucas, mas o Eusébio não foi o nosso único grande jogador. Este assunto é delicado, mas deve ser discutido. A área 24 (O 'Pantera Negra' e outras Lendas) funciona como uma continuação da área anterior, e a distinção que é feita entre o King e os outros, na minha opinião é injusta. A área principal no Museu devia ser dedicada aos nossos ídolos, de todas as gerações... O Eusébio merece uma área só dele? Sim. Mas o Coluna, o Vítor Silva, o Rogério Pipi, o Humberto Coelho, o Chalana... entre tantos outros, merecem um espaço onde a sua importância seja verdadeiramente reconhecida, com a máxima exposição dentro do Museu. O actual 'cantinho', com 4 'tômbolas' (creio que são 4!!!) é muito pouco.
Dou um exemplo, na área 28 (Homens do Leme), temos umas placas em circulo, com todos os Presidentes do Benfica, pois bem, pessoalmente acho que a área 23 (Inesquecíveis) devia ter a mesma (ou mais) dignidade, e relevo, na disposição do Museu, do que a área 28 - dos Presidentes!!!
Inclusivamente a maneira como na área 2 (Ídolos de Sempre), os nossos melhores atletas das modalidades são apresentados, acaba por ser mais 'relevante' do que os nossos ídolos do Futebol!!! Bastava repetir a 'estrutura' para eu ficar semi-contente... Como existe muitos vídeos da maior parte dos jogadores de futebol, até seria 'fácil' acrescentar a cada 'coluna' um mini-documentário por jogador...
E depois temos a questão da escolha desses jogadores referência. Em toda a história deste blog, o 2.º post com mais visualizações, faz amanhã 2 anos (!!!), chama-se: 'Hall of Fame - Galeria dos nossos Campeões'!!! Pessoalmente julgo que o Benfica devia institucionalizar um sistema tipo Hall of Fame. Todo o ritual devia ser criado: a nomeação, a votação, a eleição, a cerimónia de 'entrada', todo o processo...!!! Sendo que os escolhidos democraticamente pelos Sócios, ficariam para sempre, dignamente representados no nosso Museu. Na net existem 'processos' similares: o Vedeta ou Marreta, e a secção Imortais no Forum do Ser Benfiquista... Defendo que a introdução desta 'modalidade' no Benfica seria um enorme sucesso, já que todos nós somos 'treinadores de bancada' todos nós temos uma opinião, e na maior parte das vezes não estamos de acordo (!!!), seria sucesso (e polémica nas escolhas) garantido.
E depois com uma placa, ou com um busto (o meu Hall of Fame favorito são os bustos da NFL), esta área seria a mais importante do Museu para os visitantes. Aposto com quem quiser que os Benfiquistas, iriam mais passar tempo nesta área, do que admirando as Taças!!!

Calcanhar de Jesus

"É notório que o Benfica perdeu a alegria de jogar. Antes era uma equipa que fazia constantes cavalgadas, marcava um golo e ia à procura do 2.°, do 3.°, do 4.°... Mas os comentadores começaram a dizer que a equipa devia ser mais calculista e Jesus terá ido um pouco na conversa.
Além disso, nesta época, julgo que Jesus se desorientou com tantas opções. Veio uma mão-cheia de sérvios que ele quis pôr a jogar e, como não saiu ninguém, Jesus lançou-os à pressão. E os sérvios, em vez de servirem para melhorar o rendimento da equipa, funcionaram como grãos de areia numa máquina que carburava bem.
Mas o problema principal é outro - e está nos corredores laterais. A dinâmica do futebol de Jesus assentava nas combinações constantes entre os defesas e os extremos do mesmo lado. O Benfica já teve grandes pares nas alas, como Fábio Coentrão/Di Maria ou Maxi Pereira (em melhor forma)/Salvio, mas agora não tem. A verdade nua e crua é que, apesar de tantas compras, o Benfica não conseguiu resolver o problema dos corredores, que ainda por cima se agravou muito com a lesão de Salvio. A equipa não tem laterais nem extremos para jogar como Jesus quer. Vejam-se os defesas: Maxi está exausto, André Almeida e Siqueira são bons a defender mas fracos a atacar, Cortez é mau a defender, Sílvio lesionou-se cedo; quanto aos extremos, Salvio está no estaleiro, Ola John é para esquecer, Sulejmani não parece grande coisa, Urreta não se impôs, Gaitán não é um extremo típico, Enzo Pérez rende pouco junto à linha, Markovic na ala é um zero, Nolito saiu...
No fraquíssimo rendimento dos corredores laterais está o grande calcanhar deste Benfica. Por aí é que a equipa canalizava o seu jogo, abria as defesas adversárias e criava oportunidades que depois Cardozo, sobretudo, concretizava. Ainda hoje, sempre que as alas funcionam - vejam-se as jogadas dos dois golos no Estoril -, o Benfica parece outro. O conjunto só se reencontrará se, à direita e à esquerda, surgirem pares de jogadores que combinem bem e sejam capazes de arrastar a equipa para a frente. Doutro modo, continuaremos a assistir ao mesmo futebol triste e pastoso."

Bem-vinda interrupção

"Bem-vindas as três semanas de pausa no Campeonato. Sobretudo para o meu clube.
Ao fim de oito jornadas, vemos um Benfica regularmente medíocre, um Porto mediocremente irregular e um Sporting que, embora com melhoria substancial, alterna a mediocridade e a excelência a espaços.
O Benfica jogou mal contra o Estoril. É certo que venceu num campo difícil e, se não recuperou pontos em relação aos rivais, ultrapassou na jornada o maior obstáculo de entre os três.
Mas é legítimo reconhecer que muito terá que melhorar para aspirar ao título. Não sei as razões (se é que as há), mas a equipa continua, anémica. Passou das cavalgadas da época passada para a sonolência intermitente. Isto com os mesmíssimos jogadores mais uma legião de sérvios que sabem jogar à bola. O que se passa afinal? Que terapia é necessária?
O jogo no Estoril foi desesperante. Custou-me ver a equipa a ganhar e a jogar contra dez num ritmo entre a letargia e o medo. Sofrer 9 cantos contra, salvo erro, um. Nos últimos 3 jogos (Belenenses, PSG, Estoril) dos 5 golos sofridos pelo Benfica, 4 resultaram de cantos! Há jogadores que até parece que desaprenderam o que bem souberam evidenciar na passada época. Cansaço de quê? Entrementes, discute-se se Rui Costa ou outros dirigentes devem ir para o banco, como se aí estivesse o elixir para jogar bem. Um clube com a dimensão do Benfica não pode, com as competições em andamento, entreter-se com estas (des)organizaões. Para que servem afinal as pré-épocas?
Falar de evidências não é dizer mal. É simplesmente exigir mais e melhor. É o que os benfiquistas querem de um plantel de excelência e principiscamente pago."

Bagão Félix, in A Bola

Moralizar...

Sp. Horta 22 - 36 Benfica

Jogo que era para ser disputado no Faial, mas que acabou por ser jogado na Luz. Tal como se previa, vitória fácil, que deu para dar minutos aos mais jovens...
Na próxima jornada, recebemos o ABC terminando assim, nesta primeira metade da 1.ª volta, os encontros com as equipas mais competitivas do Campeonato, os Bracarenses perderam somente por um golo na sua recente deslocação ao antro Corrupto, reforçaram-se, não será um jogo fácil, mas temos que ganhar.