Últimas indefectivações

sexta-feira, 30 de março de 2018

Onde lhes dói

"Como diria Sérgio Godinho, amanhã é o primeiro dia do resto do campeonato.
Agora é sempre em frente, semana a semana, sem pausas estapafúrdias para jogos amigáveis das selecções. Um mês e meio, sete jornadas, sete jogos para vencer e para nos levar ao sonhado 'Penta'. Em condições normais, após quatro títulos consecutivos, a relevância do quinto seria relativa - até porque, em desporto, ninguém pode ganhar sempre.
Os ataques que nos têm movido, as constantes provocações de que temos sido alvo, e o mal que nos têm tentado fazer ao longo da temporada, alteraram, porém, essas circunstâncias, e, pelos piores motivos, transformaram este num dos mais importantes campeonatos dos últimos anos.
Tal como diz o nosso Presidente, os sucessos do Benfica não são contra ninguém. Mas também é verdade que onde melhor sabemos responder àqueles que nos querem mal é dentro do campo, com golos, com vitórias e com títulos. É precisamente essa a resposta que mais lhes dói, e também a que mais temem. Há que dá-la nos relvados, e demonstrar a toda a gente que não nos conseguem abater com facilidade. Se pensarem desunir-nos, irão verificar que o tiro lhes saiu pela culatra. Estamos unidos, fortes e decididos a triunfar uma vez mais. Decididos  levar o nosso querido clube a mais um título nacional.
Vamos ganhar ao V. Guimarães, e depois ao V. Setúbal, ao FC Porto, ao Estoril, ao Tondela, ao Sporting e ao Moreirense. É tudo o que precisamos.
Não é pouco. Não é fácil. Mas com a força da nossa união a empurrar a equipa, iremos certamente consegui-lo.
O 'Penta' está lá ao fundo, a chamar por nós. Avancemos!"

Luís Fialho, in O Benfica

O Fausto

"A inauguração oficial das novas instalações da Casa do Benfica na Ilha Terceira, com a presença do presidente Luís Filipe Vieira e dos vice-presidentes Domingos Almeida Lima e José Eduardo Moniz, e do nosso Eliseu, foi uma das maiores vitórias dos últimos meses. Conheço bem o projecto liderado por Fausto Costa desde Junho de 1994. O Fausto é o mais antigo presidente das Casas do Benfica e é um benfiquista extraordinário. Com ele aprendi que não há distâncias quando se vive o SL Benfica. Perdi a conta às vezes em que o Fausto mobilizou os benfiquistas da Terceira para as deslocações ao Estádio da Luz. Tal como perdi a conta às vezes em que as nossas equipas das modalidades se deslocam aos Açores e o Fausto trata de tudo. E como todos os grandes homens, revelou-me o segredo do sucesso - o trabalho de equipa. O seu 'dream-team' impressiona pela quantidade de sócios - 800. Na Direcção, o Fausto lidera uma equipa de 14 notáveis - Manuel Rocha (vice-presidente financeiro e Comercial), José Nunes (vice-presidente administrativo), Ricardo Aguiar (vice-presidente património e cultural) e os vogais Adília Rosa, Filipe Pereira, Hélder Rosa, Maria Isabel Costa, Maria Nunes, Mário Prudêncio, Sérgio Nunes e os suplentes Adelino Borges, Bruno Correia e João Costa. Destaque para Bárbara Freitas, consultora jurídica. Cesário Pereira lidera a Assembleia Geral, onde figuram Tiago Lopes, Artur Estrela e José Pereira. O Conselho Fiscal é presidido por Paulo Rocha e integrado por Francisco Borba, José Manuel Paim e Pedro Correia. Ou seja, 23 notáveis benfiquistas que venceram porque nunca desistiram!"

Pedro Guerra, in O Benfica

I.R.S. Três letras que podem mudar o mundo

"Os portugueses sabem bem o que significam estas três letras, e os benfiquistas, cidadãos responsáveis e solidários, habituados a encontrar força na adversidade, sabem mesmo como agarrar nestas letras e melhorar o mundo pela inovação e responsabilidade social. É isso que o Benfica faz através da Fundação! De facto, a Fundação Benfica está em todo o país: nas nossas cidades, mas também nos campos, no litoral e no interior, de norte a sul, a Fundação tem uma acção vasta, abrangente e diária na sociedade portuguesa. Com os seus projectos melhora a vida de mais de 35 000 pessoas a cada ano que passa e estende a sua acção para além-fronteiras, em nova países, sobretudo no mundo em que se fala português e onde o Benfica é tão querido.
Das crianças aos idosos, dos deficientes aos menos favorecidos, os projectos da Fundação Benfica combatem a pobreza, o abandono escolar e a intolerância, promovem o fair play, a educação para valores, o diálogo intercultural e o envelhecimento activo entre tantos outros desafios centrais da sociedade portuguesa.
Fazemo-lo ao pé de si mais fazemo-lo sobretudo consigo e com a generosidade dos benfiquistas que todos os anos doam à Fundação 0,5% do seu IRS.
Por isso nunca é demais relembrar que vem aí a declaração do IRS e que a consignação fiscal é a oportunidade de cada um de nós contribuir para a obra social do Sport Lisboa e Benfica.
Apoie a Fundação Benfica e transforme a sigla IRS em 'Inovação e Responsabilidade Social'."

Jorge Miranda, in O Benfica

O Estádio é, de novo, só dos Benfiquistas!

"Pelo que tenho ouvido de muitos Sócios e de tantos outros adeptos e simpatizantes do Benfica, ao discursar na cidade da Praia da Vitória, na linda ilha açoriano da Terceira no passado fim de semana, o presidente Luís Filipe Vieira terá, porventura, feito uma das suas mais impressivas declarações dos últimos tempos: '-... o Benfica irá libertar todas as garantias (financeiras) que existiam dentro dessa instituição (bancária), inclusive o Estádio da Luz, que passará a ser do Grupo Benfica, sem nenhuma hipoteca'. Escassos quinze anos depois daquela (mesma) quarta semana do mês de Março de 2003, em que nos reuníamos para o derradeiro jogo da Velha Catedral (vencendo por 1-0 o Santa Clara, dos Açores), os Benfiquistas veem, já muito perto, o feliz dia em que agora voltará a ser plenamente seu o novo Estádio. Na nossa história, o antigo Estádio do Sport Lisboa e Benfica constituiu, primeiro, um remoto desígnio demoradamente sonhado; e, depois, o objectivo longamente executado e construído em família, à medida do poderoso desenvolvimento sustentado de que o Clube se foi alimentando progressivamente, com crescentes ambições sempre tomadas realidade. O novo Estádio representaria, logo após a viragem do século, toda uma outra saga, cumprida de um só fôlego, desenhado e logo consubstanciado por dois homens obstinados e incomuns - Mário Dias, o sábio construtor, incansável, e Luís Filipe Vieira, o corajoso empreendedor, arguto e visionário. Se, evidentemente, o Benfica é hoje muito mais do que o seu estádio, visto que começa no coração e se mantém no espírito de cada um de nós - milhões de mulheres e homens geograficamente tão dispersos em toda a parte e por todo o mundo, mas em conjunção indestrutível, a corporizar uma mesma ideia-forte - este conceito do que é, para nós e para Portugal, o Estádio da Luz, o Estádio do Benfica, representa fisicamente muito mais do que qualquer outro equipamento ou instalação patrimonial e constitui o símbolo maior da própria indestrutível união e do amor-próprio dos Benfiquistas. Assim, ao confirmar-nos que, por fim, o nosso Estádio volta a ser, de novo, a nossa Casa comum, só dos Benfiquistas, agora sem intermediários, nem parceiros, sem riscos e sem dúvidas nem dívidas, o presidente Vieira cumpre, mais uma vez, muito, muitíssimo, do que é o próprio Benfiquismo!"

José Nuno Martins, in O Benfica

Em plena Páscoa, tal como Pilatos...

"O fim de semana pascal de 2018 marca o arranque da fase decisiva da Liga portuguesa de futebol. A partir de agora são sete jornadas non stop, onde se jogarão as ambições desportivas e financeiras de clubes cada vez mais dependentes do curto prazo. Daí a escalada verbal a que se tem assistido, com epicentro, pela virulência o destempero, no presidente do Sporting, que não raras vezes até está certo no que diz mas vê a razão que pode assistir-lhe diluída num discurso fundamentalista, ofensivo, incendiário e perigoso.
Perante este cenário, mais próprio de países onde o futebol não é, como deveria ser, apenas a coisa mais importante das coisas menos importantes, torna-se evidente que viver a festa da ida ao estádio passa a ser utopia. Aquilo a que se assiste é um confronto tribal impróprio de uma sociedade que se diz, noutras áreas, civilizada e moderna. E é aqui chegados que nos perguntamos qual tem sido, neste particular, o papel do Estado, que deve proteger os cidadãos? Para não ser mais contundente, talvez uma imagem que se aproxime ao que a tutela do desporto no Governo tem feito é a do papel... vegetal. O ministro raramente fala sobre estes assuntos e o secretário de Estado vai alinhavando, aqui e ali, um conjunto de banalidades que, pela época que atravessamos, nos faz recordar a frase atribuída a Pôncio Pilatos: «Lavo daí as minhas mãos».
Sem nada a esperar do bom senso de alguns dirigentes e ainda menos da coragem política do Governo, resta fazer votos para que os adeptos adoptem a frase de Pinheiro de Azevedo, «O povo é sereno». O pior é se um dia destes não é «Só fumaça»."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Em vez de passar as culpas para o Governo, não seria mais útil, a Comunicação Social recordar as suas responsabilidades no Estado de Direito?!!!
Será que o Trump Americano, só por ter sido eleito, deixou de ser alvo de crítica agressiva, por parte da Comunicação Social 'civilizada'?!!!
Uma das jornalistas da CNN, Cristiane Amanpour, num separador que está sempre a passar na CNN, tem uma frase que encaixa totalmente no Tugão: «... eu não sou neutra, sou 'verdadeira'»! Enquanto, continuarem a fazer tudo para não serem identificados como 'Benfiquistas', evitando assim 'nomear' os verdadeiros culpados deste lamaçal, não vamos a lado nenhum...!!!

Até quando?

"Há muitos anos que uns quantos, poucos, têm chamado a atenção para a estrutura desequilibrada da maior competição desportiva nacional e consequências daí resultantes. Na verdade, a principal Liga de futebol sofre de um desequilíbrio tão a acentuado do ponto de vista económico-financeiro que torna impossível um equilíbrio desportivo real. Continuamos a não querer perceber que sem o aumento de receitas das equipas médias e pequenas não se consegue promover o desenvolvimento da competição. Em Portugal, as receitas dos direitos televisivos entre clubes grandes e médios é 15 vezes menor para os médios. Para os mais pequenos a diferença é ainda maior. Na Europa desenvolvida ninguém tem este desequilíbrio, no máximo 4,7 (Chipre) e no mínimo 1,2 (Áustria). Mantendo-nos orgulhosamente sós e sem centralizarmos os direitos televisivos.
Relacionando este quadro de receitas televisivas, as mais importantes para a maioria dos clubes, com as receitas proporcionadas com transferências de jogadores e as provenientes directamente dos adeptos, ainda mais aumenta o fosso entre os concorrentes. Se pelo lado dos maiores é possível resolver algumas situações pela perspectiva da despesa, isso torna-se impossível no caso dos mais pequenos. Estes só o conseguem pelo lado da receita. Receitá que está limitada por não existir uma negociação colectiva num negócio que se devia gerir como cartel e nunca como monopólio. Sem um entendimento nesta matéria, não é possível melhorar a qualidade da competição e do jogo; não temos condições estruturais para que isso aconteça. Há equipas que jogam a sua sobrevivência nesta altura da época, e que fazem dessa luta a sobrevivência do próprio clube. Estamos num círculo vicioso, tanto mais grave quando mais grave se torna o clima de violência verbal existente. Sem aumento de receitas para os que têm menos nunca se conseguirá melhorar a nossa Liga. A causa não é única, mas é a decisiva!"

José Couceiro, in A Bola

PS: Concordo com o diagnóstico, discordo da solução!
Bastava o Benfica ir jogar para uma SuperLiga Europeia, e o equilíbrio financeiro na Liga portuguesa seria muito maior...!!!

O botão da autodestruição

"George Best foi um dos melhores jogadores de futebol de sempre, Norte-irlandês de nascimento, era tão fanático pelo futebol que nem a chuva impiedosa de Belfast o impediam de passar dias inteiros na rua com os amigos e, não satisfeito, a dormir com a bola. Com 15 anos, foi descoberto por um olheiro do Manchester United e não demorou muito a chegar à primeira equipa - dois anos depois, já lá estava. Tudo nele era atracção. Desde a fisionomia até aos cabelos compridos, passando pela forma enleada como passava pelos adversários, deixando-os desesperados pela impotência de o travar. Na loucura dos anos 60, foi considerado o quinto Beatle. Esteve nove anos na primeira equipa dos red devils, ganhou campeonatos de Inglaterra e uma Taça dos Campeões Europeus, em 1968, frente ao Benfica.
Nove anos podem ser muito ou pouco tempo, dependendo sempre da perspectiva. Mas foi ao suficiente para se criar uma lenda imortal. Depois de Manchester, foi sempre a descer, mas ainda com tempo para ganhar fama nos Estados Unidos. No entanto, o talento não foi o suficiente para lhe alimentar o ego e também o regou com muito álcool, imenso álcool. Pouco antes de morrer, deu uma entrevista deliciosa a Rogério Azevedo, em A Bola. «Em 1969 deixei as mulheres e o álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida», disse. Pouco depois, em Novembro de 2005, aos 59 anos, não resistiu a uma falência orgânica múltipla consequência de anos de alcoolismo.
Num excelente documentário produzido pela ESPN, reproduzido pela A Bola TV, um jornalista descreveu-o de forma singular: «Best nasceu com os botões de talento e o da autodestruição. Decidiu passar mais tempo com o da autodestruição ligado». Quando esta frase surgiu no ecrã, fiz uma analogia quase directa com o futebol nacional. Talento temos a rodos. Quando é que deixam de premir o botão da autodestruição?"

Hugo Forte, in A Bola

Da ilusão à desilusão. (...) está com um aperto no peito e a culpa é do futebol português

"Fico com um aperto no peito de cada vez que me pedem para fazer um balanço sobre o estado actual do futebol português. É estranho mas é verdade.
Fico com uma espécie de nó na garganta que deixa uma sensação feia, de desconforto e angústia. Penso que é por estar ligado a este jogo há quase vinte e oito anos e por gostar tanto dele.
Lembro-me que, em miúdo, arrancava folhas do caderno, enrolava-as com fita cola e do nada, criava um cautchú de fazer inveja a qualquer menino da minha idade. Depois, bem... depois tudo servia para saciar a taradice: fazia pontaria para a porta da casa de banho, para o espaço entre dois vasos ou para os pés da cama. As balizas de improviso ampliavam o imaginário e transportavam-me para estádios de verdade, repletos de adeptos rendidos ao meu talento de "pequeno prodígio". Quando ia para a cama, levava esse lirismo para os meus sonhos. Via-me a ser um génio da bola, um craque de nomeada. Adormecia assim. Com um sorriso deslumbrado que os inocentes alimentam quando estão distantes do mundo real.
Aos domingos, punha o rádio colado ao ouvido e devorava os relatos como uma criança devora gelados num dia de verão. E à noite, não me deitava sem ver o "Domingo Desportivo", mesmo que a cassete com os dois minutos do jogo de Chaves chegasse a horas proibitivas...
Eram tempos diferentes sim, mas aquela doce ignorância fazia-me sentir genuinamente feliz.
Sou do tempo do Bento, do Damas e do Zé Beto. Do Futre a rebentar, do Manuel Fernandes a facturar e do Rui Águas a rivalizar. Sou do tempo em que o futebol não se via na televisão, não se jogava nos bastidores nem se dissecava nas redes sociais.
Sei que os tempos mudaram e as coisas evoluíram. Naturalmente. Felizmente.
Mas também faço parte dessa mudança, desse crescimento e sei que a principal evolução deve estar nos comportamentos, nas palavras e nas atitudes. Se o homem não muda para melhor, tudo o que cresce em torno de si deixa de ser uma ferramenta importante e passa a ser uma arma mortífera.
E no que diz respeito ao futebol, é aí que moramos neste momento. Naquela zona limite, em que os nossos recursos são desaproveitados e usados de forma errada. Perigosamente errada.
Não sei se sou só eu, mas nunca vos apetece perguntar se não estará tudo doido?
É inacreditável o que se tem visto, nos últimos anos. Inacreditável. Acho que ainda não parámos a sério para refletir bem sobre a gravidade do que está a acontecer. Não parámos para olhar para o buraco que estamos a cavar bem por baixo dos nossos próprios pés.
Não vejam neste desabafo ataques dirigidos a alvos específicos ou crítica encapotada a alguém em particular. Acreditem, não é. Não foi e nunca será.
Não estou contra ninguém, estou a favor do futebol. Do nosso futebol.
E estou desiludido por constatar, dia após dia, que o clima é de guerrilha crescente, de ataques permanentes, de culto do ódio.
Será que alguém com dois dedos de testa e razoável inteligência emocional se revê no futebol das bocas, insultos e bacoradas?
Será que alguém equilibrado e mentalmente estável gosta de assistir a tanto bombardeamento diário, quando há tanta coisa boa para falar e discutir? Para alcançar e conquistar?
Já não estão fartos? Já não estão cansados de tanta lama, de tanta degradação e lodaçal? Já não chega?
Os últimos anos, que eram os do Euro e das vitórias memoráveis, dos Figos e dos Rui Costas, dos Baías e dos Ronaldos, dos Mourinhos e dos Quaresmas, são afinal os anos dos apitos e das frutas, dos vouchers e dos mails, das PJ's e dos DIAPS, dos Twitters e dos comunicados, das queixinhas e dos recursos.
Os últimos anos são o das suspeições e das insinuações, das claques e das mortes, das detenções e dos julgamentos mediáticos. O das corrupções e das perseguições. Da malandrice, da ofensa e da ameaça.
Parece que estamos em pleno outono e que o céu está sempre tapado por uma nuvem negra que teima em não sair dali.
Por baixo dela, andamos todos nós. Hipócritas mascarados de íntegros.
O adepto que reclama é o mesmo que consome avidamente os formatos televisivos que tanto critica. O adepto que critica é o mesmo que comenta e partilha mensagens de ódio mas que ignora as outras, positivas, construtivas. Pedagógicas.
O adepto que se escandaliza é o mesmo que tantas vezes insulta, que manda pedras e faz esperas à porta dos estádios ou dos centros de treino.
O dirigente que critica é tantas vezes o mesmo que dá o pior exemplo. É o arruaceiro disfarçado de cordeiro. O dirigente que pede justiça é tantas vezes o mesmo que a contorna, que a ilude, que a atropela.
O dirigente que manda a primeira pedra é tantas vezes o mesmo que mora debaixo do telhado mais frágil.
As estruturas que apelam sistematicamente ao fairplay são tantas vezes as mesmas que tinham obrigação de actuar e que nada fazem. As mesmas que foram mandatadas para intervir e nao intervêem.
O jornalista que se escandaliza é tantas vezes o mesmo que dá voz ao escândalo. O mesmo que critica a falta de ética é tantas vezes o mesmo que se esquece dela naquilo que divulga.
Neste mar de peixe podre, todos são responsáveis. O futebol português está ferido de morte e a culpa é nossa. Só nossa.
Estamos embrulhados numa teia de maldade gigantesca, numa teia de estupidez e ganancia, numa teia de querer ganhar a todo o custo.
Está na hora de... parar. De parar de vez.
Fazemos parte do problema. Está na hora de fazermos parte da solução.
O jogo que todos gostamos tem que regressar para as mãos e pés dos seus verdadeiros actores. Tem que regressar aos relvados, aos jogadores e treinadores.
O futebol tem que voltar a ser o jogo que imaginávamos em crianças e que alimentava o nosso imaginário de infância... senão mais vale mudarmos de actividade."

Há monstros e monstros bons

"Há sempre gente indesejável a atravessar-se nos textos quando se pretende escrever sobre futebol  

Desafiado a caracterizar-se, o benfiquista Fejsa considerou que os adjectivos "monstro", "inteligente" e "muro" lhe assentavam bem. É verdade! Convidado a falar de futebol, o primeiro-ministro António Costa reafirmou que o adora "dentro das quatro linhas" mas detesta tudo o que se passa fora delas. Apesar de tudo, mostrou-se aliviado porque na Grécia um dirigente entrou em campo de pistola e cá "ainda não chegamos a esse ponto". É a verdade preocupante! Mas preocupante a sério, como se percebe pelos insultos de Bruno de Carvalho a António Salvador depois de uma azeda troca de argumentos sobre dinheiros que vão para além da transferência de Battaglia.
Estará fora de questão que António Salvador e Bruno de Carvalho puxem de pistola um para o outro depois de amanhã, quando Braga-Sporting pelejarem pelo terceiro lugar, mas arrastar o nível das discussões até ultrapassar os limites da sanidade e atingir a baixaria pode ter consequências graves. A irracionalidade das turbas em fúria é difícil de controlar. Um penálti bem ou mal assinalado, um golo anulado ou até fora de jogo tirado de esguelha passa de decisão errada a potencial foco de conflito. 
Os monstros que interessam ao futebol não são esses. São os do início do texto, os futebolistas de excepção, os portadores de capacidades incomuns, como o multicampeão Fejsa, ou o miúdo Dalot que tem tudo para ser um fenómeno, ou os manos Horta ou o imponente Rui Patrício. Só queria escrever sobre esses, mas há sempre gente indesejável a atravessar-se nos textos que só pretendiam ser de futebol!"

Super Flash: Krovi

Benfiquismo (DCCXCII)

Capitães

Aquecimento... Futebóis!!!