Últimas indefectivações

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

É bom estar no topo do futebol europeu

"No lançamento do Benfica-FC Porto fiquei logo preocupado com o teor das notícias que antecediam o jogo. Era o FC Porto que estava em crise e se apresentava na Luz muito fraco. Era o Benfica mais concretizador dos últimos 40 anos numa série de 11 vitórias. Percebi logo que não íamos ter coisa boa. Mesmo que se tenha que dizer que houve injustiça no resultado, não podemos esquecer os méritos de José Peseiro sempre que mexeu na equipa, e ao conseguir manter vivo um FC Porto quase moribundo. Peseiro é um bom treinador, e respeitar os méritos dos adversários também é fundamental para ter sucesso.
Há uma máxima do basquetebol que se aplica ao futebol: «Os grandes ataques ganham jogos, as grandes defesas ganham campeonatos.» De qualquer forma, uma realidade temos como certa: é bem melhor perder em casa com o FC Porto, e sair com três pontos de vantagem no campeonato, do que ganhar o jogo e sair com três pontos de atraso.
O Benfica que jogou contra o Zenit voltou a estar equilibrado e competente, embora reconheça ser muito difícil passar a eliminatória em São Petersburgo. Mas é bom estar no topo do futebol europeu a jogar a Liga dos Campeões, onde só estão os melhores. O nosso organismo de benfiquistas não está muito habituado a não torcer pela equipa de Javi García, Witsel, Garay, é até estranho ver o Jardel sozinho a segurar os três juntos para Jonas (o tal que não marca em grandes jogos) facturar mais uma vez. Dizer mal de Jonas não é uma opinião, é apenas uma prova de imbecilidade.
Amanhã será muito dura a prova de Paços de Ferreira, mas vencer na Mata Real é um passo obrigatório na luta pelo tricampeonato."

Sílvio Cervan, in A Bola

Champions League - Receitas

"O fosso criado entre os clubes da Europa rica e os clubes da Europa pobre. Quando as partes contratantes celebraram o Tratado da CEE em 1957, a ideia era existir um tratamento igualitário em termos de direitos, liberdades e garantias e também obviamente, em termos de obrigações.
No entanto, passados que são 59 anos, nada disto é a realidade.
A ambicionada livre circulação de capitais, é uma miragem! A ambicionada livre circulação de pessoas, é uma realidade, mas mais aplicável nos tempos de férias, do que propriamente na mudança efectiva de país de trabalho, com direito, aos mesmos direitos dos nacionais desse país.
A livre circulação de mercadorias é também uma realidade, mas somente porque as mesmas circulam dentro dos camiões e dos barcos. Basta ver as diferenças nas taxas do IVA, para se perceber como a coisa funciona em termos de Mercado.
Por isso, tudo isto é uma figura de estilo, em que os grandes dominam e os pequenos amoucham! Basta também comparar, os preços dos combustíveis actualmente em Espanha e Portugal, para se perceber como a realidade é uma "treta".
(...), a evolução das receitas de 2014/2015 a 2015/2016, comparando o aumento das mesmas com os valores recebidos pelo Barcelona e Juventus referentes à época de 2014/2015.
Cada ano que passa a "parada" aumenta exponencialmente. Não estamos a falar de um crescimento aritmético, mas de um crescimento geométrico, como aquele que Malthus predizia relativamente à população mundial.
(...), a evolução do valor total possível de receitas para quem for finalista.
É claro que toda esta alavancagem, acaba por trazer empresas e mais empresas, mas apenas aquelas que são as mais ricas.
A Alpari tem um "partners-ship" com o Zenit de São Petersburgo.
A Alpari é, uma grande empresa da área financeira, do que se denomina por Forex. O Forex é um mercado de câmbios, onde já muitos "experts" ganharam dinheiro e onde muitos "curiosos" perderam dinheiro.
Também faz publicidade nas camisolas do West Ham de Inglaterra.
Em 2013, foi noticiado que o jogador norueguês Erik Hagen, defesa do Zenit, pagava um valor aos árbitros para se arranjarem resultados. A aposta era vantajosa, pois o valor que era recebido pelos jogadores era superior aquele que pagavam aos árbitros.
A NCA, entidade competente para estas investigações, prendeu seis homens em Dezembro de 2013, que após serem libertados foram novamente detidos em Abril de 2014.
O que aconteceu depois, em termos concretos não se conhece em detalhe. Falou-se muito sobre investigações e mais investigações, mas ficou sem se saber se era verdade, ou apenas mais uma mentira. Seja como for, as contas de certos clubes não são muito transparentes, nem sequer tem divulgação pública, como em Portugal.
Diz-se tão mal de Portugal, mas a verdade é que em Portugal, sabe-se o que é verdade e também o que é mentira sabe-se como verdade.
Entretanto os milhões da Champions League abanam que nem árvores sob a pressão do vento."

Pragal Colaço, in O Benfica

Nada muda

"O avançado falha um golo cantado com a baliza aberta. O médio aparece em frente ao guarda-redes adversário e atira por cima. O defesa contrário, apavorado, corta com o pé que tem mais à mão e não faz autogolo por acaso. Umas atrás das outras, as oportunidades surgiram, criadas por uma equipa que não deixou de acreditar. Mas nada. Não houve forma de entrar mais do que apenas o primeiro golo da noite. E o SL Benfica acabou por não ganhar.
Ficámos furiosos com o desaire? Claro que sim, principalmente por ser contra quem foi: um rival directo, na mó de baixo e sem grandes esperanças no futuro. Mas aconteceu e não há mais nada que possamos fazer. Andávamos mal-habituados. Nos últimos jogos, as vitórias tinham sido robustas e às vezes bastavam quatro ou cinco oportunidades para marcar três ou quatro golos. Isso não aconteceu na sexta-feira passada e ressentimo-nos. Faltou eficácia.
E isso é caso para andar a chorar? Tenho a certeza que não. Já nos deram como "mortos e enterrados", fora das contas do título, perdidos e sem rumo - enganaram-se de todas as vezes e esta não será excepção. O Bicampeão está vivo e recomenda-se. Está na luta e continua a depender apenas de si para terminar a época como aquilo que é desde a sua fundação: o maior de Portugal. Deixem falar os sapos inchados que nunca chegarão a príncipes. Deixem vangloriar-se os primários que amam odiar os outros. No fim, ganha quem mais merece. Rumo ao Tri!"

Ricardo Santos, in O Benfica

Maus resultados

"O fim-de-semana passado ficou marcado por duas derrotas marcadas pela desinspiração "encarnada" na finalização. Apesar de se tratar de Futebol e Basquetebol, em que não há qualquer semelhança, é possível resumir ambos os desaires a essa vertente fundamental. No caso do Futebol, a nossa equipa criou oportunidades de golo mais que suficientes para no mínimo, vencer a partida. O desperdício foi de tal forma gritante que não me recordo de um clássico em que tenhamos usufruído de tantas chances. Os erros defensivos e, desta vez, o insucesso das alterações empreendidas por Rui Vitória, diluir-se-iam num resultado favorável aos nossos interesses se a avalanche ofensiva conseguida tivesse produzido frutos. No Basquetebol. em que as acções e consequências são mais evidentes, o desacerto no lançamento exterior permitiu ao adversário fechar-se e, assim, dificultar as manobras ofensivas da nossa equipa. Grosso modo, a explicação da derrota passa por este item estatístico. 
Consequências? No Futebol, a conquista do Tricampeonato está, agora, mais complicada. No entanto, conseguindo nós manter o nível exibicional, é expectável que as vitórias nos continuem a sorrir, mantendo em aberto as nossas possibilidades na prova assim consigamos obter um bom resultado em Alvalade. No Basquetebol, foi quebrada a série de onze troféus consecutivos que se constituiu recorde nacional. Mantemos o favoritismo para a Taça de Portugal e o Campeonato Nacional e, sabendo-se que, no Benfica, perder é sempre péssimo, deseja-se que a derrota tenha o condão de nos alertar que só ao nosso melhor nível poderemos renovar os principais títulos da modalidade."

João Tomaz, in O Benfica

Sem explicação

"Quando uma determinada equipa ganha um jogo de Futebol, comentadores e analistas de pronto vêem o copo meio cheio, evidenciando virtudes, e procurando encontrar nelas a razão da vitória. Quando essa mesma equipa perde, lá têm de olhar para o copo meio vazio, e procurar defeitos a partir dos quais explicar a derrota. É essa a forma de fazer corresponder - muitas vezes com artifício - cada resultado, às vicissitudes técnicas, tácticas e físicas que envolvem as partidas. De colorir uma retórica que vai muito para além da única evidência que o Futebol regista: o número de bolas que entra nas balizas. Toda essa verborreia omite, porém, um dado essencial: estamos, antes de mais, perante um jogo, cujos resultados incorporam uma larga componente aleatória.
É verdade que as equipas jogam bem ou mal, que passam por momentos de forma melhores ou piores, que têm pontos fortes e pontos fracos. As que jogam melhor e são mais fortes, ganham mais vezes. O que não é justo é cantar loas a quem alcança uma dúzia de vitórias consecutivas, e depois, ao primeiro revés, colocar tudo em causa, como se, por magia, de um dia para outro, os atributos se transformassem em inépcias.
Um bom exemplo disto foi o Clássico da passada semana, no qual o Benfica construiu oito (!!) ocasiões clamorosas de golo, sendo todavia derrotado por um adversário tão insípido quanto afortunado - que teve no seu guarda-redes o homem do jogo.
Mais prosa, menos prosa, mais teoria, menos teoria, o Futebol é mesmo assim. Nem sempre é justo, nem sempre se explica. É esse um dos seus encantos. É também por isso que nos apaixona."

Luís Fialho, in O Benfica

Mais tempo para evoluir

"É indesmentível que a entrada de Renato Sanches no onze principal do Benfica revolucionou o futebol da equipa, soltando as amarras e o vazio de ideias que o miolo do terreno encarnado vinha a denunciar na fase inicial da temporada. Um miúdo de 18 anos foi a solução encontrada por Rui Vitória, já depois de ter tirado Nélson Semedo e Gonçalo Guedes da cartola. E o jovem tem impressionado pela forma como preenche o meio-campo e exibe maturidade.
É uma das revelações do campeonato e trouxe outra dinâmica ao futebol dos encarnados, pela forma aguerrida com que pressiona e recupera bolas, mas também pela facilidade que mostra no transporte, visão de jogo, qualidade de passe e o remate fácil, que já lhe valeu 2 golos de belo efeito. Rapidamente se habituou ao futebol dos 'graúdos' e as suas qualidades indiciam que podemos estar na presença de um futuro grande jogador. No entanto, há que o deixar desenvolver e deixá-lo ultrapassar as naturais etapas de crescimento, que passam muito por ter mais jogos nas pernas, vitais para a sua afirmação. Os rótulos precoces de prodígio, comparações com grandes estrelas mundiais e os acenos de transferências não contribuem e criam um peso adicional nas costas do jogador sem haver necessidade.
O tempo será o melhor conselheiro. Habituado a jogar numa liga portuguesa, em que o Benfica defronta uma maioria de adversários com blocos defensivos muito baixos, serão as partidas de maior exigência e dificuldade que nos darão uma maior certeza sobre o potencial de evolução do jogador. Sem o brilhantismo de outras partidas, as exibições com FC Porto e Zenit foram positivas e confirmam que à medida que for acumulando jogos de elevado nível, poderá completar a sua aprendizagem.
A robustez física e bom toque de bola de Renato Sanches permitem-lhe combinar técnica e agressividade, sentindo-se confortável nos momentos defensivo e ofensivo. Tem por isso capacidade e atributos para desempenhar várias funções no corredor central, característica que tranquiliza qualquer treinador.
O jogador dá também nas vistas pela elevada confiança dentro de campo. É importante que não deixe que a fama e o estrelato o desconcentrem e que continue a saber lidar com a pressão e responsabilidade de jogar num grande do futebol português. Nesse aspecto, o papel do treinador e dos companheiros, assim como dos dirigentes, é essencial, no sentido de proteger o jogador e orientá-lo para o seu crescimento.
Com pouco mais de 20 jogos pela equipa principal do Benfica. sucedem-se as notícias que dão como certa a sua saída no final da temporada. Seria importante que estes talentos projectados pelos clubes nacionais. aos quais se podem juntar nomes como Rúben Neves ou Gelson Martins, entre outros, pudessem permanecer mais tempo nas equipas que os projectaram. Seria benéfico para os clubes, que manteriam jogadores de qualidade da sua formação, e para os jogadores, que poderiam assim crescer num quadro mais benéfico para a evolução das suas carreiras. Por vezes, uma saída precoce não é a melhor solução para se conseguir uma carreira consolidada.
Nota - Com a Rússia cada vez mais próxima de Portugal no ranking da UEFA, os pontos conquistados pelas equipas nacionais nas competições europeias são preciosos no sentido de continuarmos a ter 3 vagas (duas directas e uma indirecta) na Liga dos Campeões. O duelo entre Benfica e Zenit ganha assim um interesse adicional e na Liga Europa há que tentar somar vitórias na próxima semana."

António Oliveira, in Record

O incómodo de Jorge Jesus

"Confirmaram-se as dificuldades antevistas para Sporting e FC Porto perante a qualidade reconhecida de Bayer Leverkusen e Borussia Dortmund, emergindo o SC Braga como salvador da Pátria nesta primeira mão dos dezasseis-avos de final da Liga Europa. Embora só o peru morra de véspera, parecem difíceis os apuramentos de leões e dragões para a fase seguinte da competição, enquanto que os minhotos deverão continuar a solidificar o prestígio na UEFA.
Mas houve diferenças de abordagem, aos jogos contra os germânicos, de Jesus e Peseiro que importa salientar. O treinador do FC Porto viu-se obrigado a minimizar danos com as limitações em que vivia e apresentou a equipa possível. Já o técnico leonino preferiu colocar todos os ovos no cesto do campeonato nacional, aceitando correr o risco de não enfrentar a dor de cabeça que é o Bayer munido de todas as aspirinas da sua farmácia.
Da noite de ontem resultou ainda visível o incómodo de Jorge Jesus perante a forma como os adeptos do Sporting reagiram a alguns jogadores, nomeadamente a Teo Gutiérrez. Pela primeira vez nesta temporada, o treinador dos leões deixou um aviso solene, lembrando que só será possível chegar aos títulos se houver uma comunhão perfeita entre equipa e público. E foi mais longe, deixando no ar a ideia de que não estaria disponível para projetos que não assentassem sobre essas premissas.
PS - Até ao dia 5 de Março, data do Sporting-Benfica, é provável que a temperatura fora das quatro linhas vá aumentando. E, nesse contexto, o atraso na decisão do processo a Slimani é um atentado ao futebol. Imperdoável."

José Manuel Delgado, in A Bola

Benfiquismo (XIX)

Alemanha/Portugal... amigos para sempre: Gerd Muller e Eusébio!
Dois dos maiores goleadores de todos os tempos... Botas de Ouro: 1972 e 1973

Redirectas XXXIV - No Onze da Champions

Estava eu ontem a falar de dois senhores jogadores do nosso Benfica. E eis que aí estão eles no onze da champions. Parece que existe mais gente com olhos. Começo a acreditar que sim. Cada vez mais fico à espera do anúncio da renovação do Renato Sanches. Aumento de ordenado e correspondente aumento da cláusula para um valor acima dos 150 milhões de euros. 150 milhões e um para mim já está bom. Vamos a isso senhor presidente?