Últimas indefectivações

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Afinal, a verdade desportiva... é relativa!

"Não percebo o barulho que os adeptos do Porto fizeram com o golo do Boavista quando há quatro anos defendiam o contrário.

É preciso ter lata
Pois ainda assim, e repetindo um lamento que só visa tentar ocultar os erros cometidos ao longo dos últimos anos, vieram queixar-se da arbitragem, por - imagine-se - o golo do Boavista ter sido irregular.
De facto, o golo do Boavista - que tantas vezes tem sido prejudicado pelas arbitragens (para já não falar do que alguns queixinhas, de hoje, lhe fizeram no passado) - é precedido de um evidente fora de jogo.
Tão evidente porque, apesar de ser de um só jogador, e de ser de meio metro, é obtido numa bola parada e, assim, de fácil leitura para o árbitro assistente.
Independentemente disso, confessamos a surpresa perante a ofensa destas virgens...
As mesmas que no passado defenderam a legalidade da jogada de um golo do Porto (ou, no limite, uma dificuldade enorme de leitura do lance pelo árbitro assistente) que lhes deu um campeonato (como eles gostam de ganhar).
Não temos memória curta!
Porque todos - nós e eles - nos lembrarmos do golo que o Benfica sofreu, no Estádio da Luz, frente ao Porto, na época 2011/12.
Sim, esse mesmo, o golo do Maicon!
Em claro, diria escandaloso, fora de jogo!!!
Do tamanho... da Torre dos Clérigos, antevendo um roubo de... Catedral.
A verdade é que foi um golo que fez muita diferença!
Um golo, irregular, que implicou que o Benfica não fosse campeão.
Não percebo, por isso, o enorme barulho que os adeptos do Porto fizeram na sexta feira, quando, há quatro anos, defenderam o inverso, perante as mesmas evidências.
De facto, a «verdade desportiva» - esse conceito vago e quase indeterminado - é relativa e só existe para determinados clubes...
É preciso ter lata!

Saber liderar
A jogada em fora de jogo que originou o suprarreferido golo de Maicon foi tão escandalosa que Pedro Proença, árbitro desse clássico, admitiu posteriormente - ainda que dois anos após esse episódio - numa entrevista que concedeu, o erro crasso e fatal ao validá-lo.
Pedro Proença sabia - como afirmou - que esse golo poderia ter marcado (como marcou) o título nacional.
Não obstante a sinalização desse fora de jogo não ter sido originariamente sua, mas antes do seu auxiliar, assumiu o erro da equipa de arbitragem que chefiou.
Aliás, o próprio árbitro-assistente desse jogo, que o auxiliou, também assumiu tratar-se de um... «erro de avaliação»... provocado por um «momento de desconcentração».
Erros e desconcentrações que nos custaram títulos e campeonatos (em benefício dos mesmos).
Neste caso, na época 2011/12, custou-nos um campeonato nacional (e deu mais um aos outros).
Reconheço que essas confissões - sobretudo a de Pedro Proença enquanto responsável máximo - foram uma grande atitude, não obstante a surpresa subjacente.
Por mais escandaloso que o fora de jogo fosse...
Porque, noutros tempos, a vitória conseguida nesses exactos termos seria um não assunto.
Também por isso, a confissão de Pedro Proença foi uma atitude de líder.
Porque um grande líder assume os seus erros, as suas decisões, as suas escolhas...um dos princípios fundamentais de qualquer liderança.
Só os líderes sem carácter se refugiam nos mitos.
Pois, independentemente das muitas dúvidas que me levanta com possível grande treinador (pese embora o esforço do seu empresário) e nunca me poder esquecer que foi ele o porta voz do «somos Porto» (esta memória...), Nuno Espírito Santo tem demonstrado que sabe isso!
Quanto confrontado com a tese de José Mourinho - a propósito da necessidade de existência de paciência antes do Porto voltar a ganhar - Nuno Espírito Santo foi perentório!
Para ele, a paciência não existe no futebol.
Porque sabe também ser sua a responsabilidade de disfarçar, ou atenuar, a má gestão até então feita de uma equipa que tarda em ganhar!
Se, por um lado, Nuno Espírito Santo me deixa algumas dúvidas, como treinador, esperando, por isso, que continue durante muitos anos no Porto, por outro lado, não consigo deixar de gostar de alguém que dá a cara por aquilo em que acredita.
O problema, para Nuno, é que atrás dele não me parece existir outra coisa que não a versão futebolística do Titanic.
Um barco grande em que o comandante continua a achar que os velhos métodos impedirão o naufrágio... onde não faltam, sequer, os solos de violino de uma orquestra que já não existe, aqui substituídos por solilóquios em jantares de Casas onde os presentes batem palmas aos disparates que só servem para disfarçar a falência de um modelo do tempo dos quinhentinhos.
Um conselho?
Talvez pirar-se,... antes que acabe como acabaram os últimos 4...

Somos o que fazemos repetidamente
Por isso, apesar de haver quem peça para escrever e publicar um artigo de opinião, cujo objectivo ainda hoje se desconhece, continuemos a não dar palco a quem - seguindo os velhos manuais da guerra e da política - tenta arranjar um inimigo externo para desviar as atenções dos resultados do último ano.
Desportivos e financeiros!
No Benfica, temos assuntos que cheguem par falarmos de nós... o Tricampeonato... as 15 vitórias fora de casa consecutivas,... os 277 dias sem derrotas,... a existência de lucros por parte da SAD,... os êxitos da formação...
Mas que estranhamos, lá isso estranhamos... não haver - no artigo e causa - qualquer referência ou explicação sobre os avultados prejuízos do último ano,... nenhuma palavra perante a possibilidade de não conseguirem cumprir as regras e critérios do fair play financeiro, impostas pela UEFA,... nem uma linha sobre os previsíveis resultados das acções judiciais em consequência do não cumprimento de determinadas obrigações,... uma nota sobre o provisionamento (ou não) da dívida,... uma linha sobre o perdão (da parte) da dívida bancária,... ou sobre os juros bem mais baixos que os outros clubes,... ou ainda sobre qual o proveito real (encaixe efectivo) do clube com a venda de jogadores.
Entre estes ou tantos outros temas... nada!
Mas sobre o Benfica sabem eles escrever.
Porque o Benfica... pode não lhes preencher o coração, mas dá-lhes a volta à cabeça!

Os golos dos outros
Na terça-feira, em Alvalade, bateram palmas ao golo que determinou a derrota do Porto, em Leicester.
Os Dragões Marcoenses que se preparem, pois vão ter que ouvir uma nova intervenção - vocês sabem de quem - sobre os contratos de trabalho dos sócios do Sporting que ousaram ficar felizes com a vitória dos campeões ingleses.
E, no dia seguinte, um jornal independente fará primeira página com os contratos da polémica...
Ou talvez não,... porque, de tanto festejarem, no ano passado, os golos de Slimani, na esperança de que o Benfica não fosse campeão, talvez nem tenham reparado que, desta vez, os golos do argelino não lhes alimenta a inveja.
Porque, quando a lucidez começa a faltar e o sistema continuara a não responder, nem o apoio dos últimos fiéis nem os fretes do que deveria ser uma comunicação independente os salvará...
Sem medo deles e dos outros (mesmo com um lei aprovada só contra mim)!!!
Percebido???"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Vitória muito ingrata...!!!

Varese 70 - 72 Benfica
(145 - 144)
23-20, 16-19, 14-15, 17-18

Ser eliminado da Champions por 1 ponto, contra uma equipa teoricamente muito superior... não é fácil de 'encaixar'!!! Ainda por cima com o Raivio a pisar milimetricamente a linha de 3 pontos no último lançamento... que poderia ter dado, pelo menos, o prolongamento!!!!

Tal como no jogo de Terça, voltámos a estar mal nos últimos minutos, com várias perdas de bola, perfeitamente evitáveis... algo que nem o lançamento do Raivio conseguiu remediar!!!

A boa notícia da noite, é que temos mesmo melhor equipa do que ano passado... Arrisco mesmo: comparando com as recentes participações europeias, esta foi mesmo a eliminatória onde o Benfica se apresentou melhor... tendo em consideração inclusive a grande valia do adversário!
Espero que a atitude seja para manter quando os adversários serem de menor qualidade...

Como prémio de 'consolação' vamos jogar a FIBA Europe Cup... mas mais uma vez, o sorteio não foi muito agradável... vamos ter alguns adversários, 'parecidos' com o Varese (orçamentos ligeiramente mais baixos, mas...)!
Vamos para o Grupo A com:
Bruxelas Basketball (Bel)
Alba Fehevar (Hun)
Elan Chalon (Fra)

1.ª Dezembro

A melhor notícia no sorteio da Taça de Portugal, foi a deslocação curta: Sintra. Após os jogos das Selecções, uma viagem longa é sempre complicado... Ainda por cima a data do jogo deve ser antecipada, para Sexta-feira, já que a seguir temos jogo em Kiev!!!
Falta saber se o jogo será mesmo no campo do 1.º Dezembro (sintético), ou se vai ser noutro recinto (Estoril, por exemplo...). Esta questão do sintético é importante, até porque muito provavelmente este jogo será aproveitado pelo Rui Vitória, para fazer regressar alguns dos lesionados... e jogar num sintético, é sempre perigoso, nas questões musculares!!!!

Aqui fica a lista dos jogos:

Gafanha - FC Porto
AD Oliveirense – SC Braga
Sertanense – Tondela
Real - Arouca
Nazaré - Feirense
Académica - Belenenses
1.º Dezembro – SL Benfica
Trofense - Vitória
Santa Clara - Rio Ave
Santa Iria - Vitória
SC Naval - Marítimo
U. Leiria – Boavista
Estarreja - Nacional
Aves - P. Ferreira
Caldas - Estoril
Vizela - Moreirense
União - Chaves
Famalicão - Sporting
Mortágua - Cova Piedade
SC Covilhã - Freamunde
Penafiel - Amarante
Praiense - Farense
Gil Vicente - Casa Pia
Mineiro Aljustrelense - Limianos
Cinfães - Benf. Castelo Branco
Torreense - Ac. Viseu
Oriental - Barreirense
Varzim - Rec. Águeda
Merelinense - Leixões
Sanjoanense - Lusitano VRSA
Vitória Sernache - Vilafranquense
Fátima - Olhanense

A tramóia europeia

"Decorre a 1.ª fase da Champions e as equipas portuguesas lutam por um bom lugar e por vitórias que permitam manter um dos melhores rankings, apesar de se aproximar a vergonhosa tramóia - orquestrada pelos tubarões e consentida pela UEFA - de as 4 ligas (Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália) passarem a ter os 4 primeiros classificados apurados por via administrativa. Assim, mais de cavará a cisão entre a Champions de 1.ª classe e a Champions dos leftovers.
Talvez o mais elucidativo exemplo de nefastas consequências mesmo já do actual modelo seja o campeonato holandês. Os Países Baixos deram, durante décadas, provas insofismáveis de que como uma liga menor pode gerar grandes equipas e campeões (Ajax, Feyenoord, PS Eindhoven), desde que estejam garantidas as mínimas condições de igualdade de oportunidade. Não me refiro ao diferencial de poderio monetário dos clubes, que isso é um dado adquirido. Mas acentuar a divergência em tudo o resto será o caminho certo para uma competição com (poucos) protagonistas e (muitos) figurantes. A escola holandesa esfumou-se e a própria selecção disso se ressentiu. Em diferentes gradações, poderíamos também falar da Escócia, da Bélgica, de países eslavos e da Suécia.
Perante esta macrocefalia dos 4 magníficos (falta a França, mas o seu campeonato é um sonolento torneio), Portugal vê, à sua frente, semáforos de um amarelo intermitente, correndo o risco de passar a quase vermelho. Tal qual como na questão da zona euro da UE, também as federações dos países médios deveriam acentuar não só o seu protesto, como lutar contra esta alteração descarada dos pesos na Champions."

Bagão Félix, in A Bola

PS: Existem razões para as federações 'médias' e 'pequenas' estarem preocupadas, mas por acaso nesta medida específica, o 'impacto' será reduzido.
Não tenho números oficiais, nas as 'eliminações' de equipas dos Big4, nas pré-eliminatórias são raras (o caso do Roma este ano com os Corruptos, é uma excepção...)... Para as equipas portuguesas, o grande receio antes dos Sorteios das pré-eliminatórias era encontrar uma destas equipas!!!
Assim, iremos sempre jogar com Clubes de federações do nosso 'nível'... Creio que as nossas possibilidades de apuramento, irão aumentar...

Screw you, Sam!

"Partiste-me o coração
Não interessa se Allardyce foi demitido por decreto da FA, se se demitiu por decreto da sua própria consciência ou se alguma das partes pediu à outra que a desobrigasse do compromisso, como agora se tornou moda dizer. Interessam três coisas: uma concreta, uma abstracta e uma estética (e, portanto, filosófica). A concreta: é um corrupto. A abstracta: leva-nos a perguntar quantos outros o serão, se se pode afinal sê-lo tão fácil e descontraidamente. A estética: de um homem com o seu carisma, torna-se particularmente duro receber a notícia de um ato de corrupção. Creio que é isso que me choca tanto no caso: gosto de loucos como ele e parto do princípio de que loucos como ele só podem dar-se ao luxo de serem loucos como ele porque são moralmente inatacáveis. Que se possa ser assim louco (noutro tempo eu diria "deliciosamente louco") e corrupto ao mesmo tempo é sinal de que algo está mesmo muito podre no futebol. Ou então de que a loucura é simplesmente o melhor disfarce para a corrupção. Mas essa é uma possibilidade que alguém como eu, apaixonado por personagens, não está preparado para aceitar.

A Luta Impossível
Zizou é intocável
Sim, talvez se possa interpretar os últimos atos de Ronaldo como o início de uma ruptura com Zidane. Mas nesse caso, devo dizer, Ronaldo vai perder. E tem mesmo de perder. Zidane é um deus do Olimpo. Como ele também já é, sim. Mas quebrou uma barreira que nem ele nem mais ninguém - nem sequer Beckenbauer - quebrou: também triunfou, em absoluto, como treinador."

A menosprezada arte do vilipêndio

"Por onde andam os oradores de bancada, os gentis trituradores de árbitros e adversários, os relampejantes trovadores do impropério cuidado nas tardes de domingo?
Gente honrada, capaz de atingir a audição da vítima escolhida, sim senhor, mas sem desonrar os códigos mais nobres da honra. Gente criativa, no fundo, gente da estirpe do senhor Leite, meu saudoso catequista.
Falo nisto depois de nas últimas semanas me ter chocado com a boçalidade reinante no lançamento do insulto. Tudo primário, previsível, sem uma marca pessoal registada, sem a capacidade de abrir um sorriso na cadeira ao lado.
Onde anda o adepto que perturba o árbitro com sentido de humor e o adversário com ironia fina?
Nas idas tardes de domingo, toda a bancada onde eu me sentava parava para escutar o senhor Leite. Catequista nas manhãs de missa, fiel cruzado na evangelização da criançada, cabelo aprumado e camisa abotoada até trilhar o pescoço. Servil e cavalheiro, um homem manso e adorador do Senhor. 
À tarde, meus amigos, o senhor Leite transfigurava-se.
Assim que as chuteiras pretas pisavam o pelado e as camisolas verdes começavam a correr, o ar de funcionário público servil e beato tornava-se sanguíneo mas, ao mesmo tempo, incapaz de um palavrão ou de uma ordinarice.
O árbitro aproximava-se da grade e o senhor Leite, empoleirado, gritava «Oh excelso juiz, que a tua visão não me atraiçoe!» ou, a minha favorita, «Que o Senhor tenha piedade de ti, pois esta bancada não terá!».
Enfim, coisas inofensivas e que dispunham bem. Mas onde anda esta abertura de alma, esta espiritualidade? Será que o futebol é para ser levado tão a sério e de forma tão odiosa?
Responsáveis somos todos. O Governo, a sociedade deseducada, os pais sem paciência, os dirigentes incendiários e os comentadores irresponsáveis.
Perdeu-se (para sempre?) a maravilhosa arte do vilipêndio leve, apenas trocista, sem ponta de rudeza ou má educação.

Rafael Assis: um resistente da chuteira preta
Um dos objectivos deste espaço é apresentar - de duas em duas semanas - um futebolista profissional que resista ao avanço do mau gosto na escolha das chuteiras. Alguém que renegue o colorido bacoco e mantenha o preto como cor principal nas suas botas de futebol.
Um simpático leitor chamou-me a atenção para Rafael Assis, médio defensivo do Desp. Chaves. Nas primeiras jornadas da Liga, como atesta a foto, usou calçado apropriado para entrar neste chuteiras pretas. Infelizmente, contra o Benfica, desonrou as escolhas anteriores e calçou um par de coisas levemente vermelhas.
Assis, volta ao preto, rapaz."

Benfiquismo (CCXXXIV)

Outro postal Imortal...