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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Lixívia 15


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 42 (0) = 42
Corruptos. 38 (+8) = 30
Sporting.. 26 (+6) = 20

A desejada limpeza do Tugão continua adiada, e pela entrada em 2020 parece que ainda não será este ano!!! Mesmo sem 'Casos' escandalosos, tivemos mais uma jornada decisiva, com um enorme empurrão aos Corruptos!!!

Em Guimarães, tivemos um jogo fácil de dirigir, com os jogadores a não complicarem muito... mesmo assim a 'pressão' sobre os Amarelos ao Benfica não deixa se ser engraçada!!!
No lance mais discutido, o Rúben não fez falta nenhuma... à bem pouco tempo, um avançado que tentasse fazer um pontapé de baliza, com um defesa por perto, seria imediatamente falta ofensiva, por jogo perigoso... O Rúben não era 'obrigado' a 'afastar-se'...
Durante o jogo houve muitos 'pequenos' erros, destaco uma falta assinalada ao Taarabt, quando o jogador do Guimarães tropeçou na bola... Se fosse ao contrário, nunca o Benfica iria beneficiar duma falta, perto da área do adversário numa situação parecida, nunca...!!!
Já agora, no lance perto do final do jogo, onde o Pizzi permitiu a defesa do Douglas, ninguém discutiu o facto, de após a defesa, com a bola ainda dentro do campo, ter existido um choque entre os dois jogadores! O ano passado em Alvalade, deu penalty contra o Benfica... Em Portimão, também o ano passado, o Jonas foi expulso numa jogada parecida!!! Mas em Guimarães, foi uma jogada normal... um choque inevitável!!! (sim, o Tomás estava fora-de-jogo no início da jogada, mas gostaria de ler as opiniões dos expert's para compará-las com as jogadas do ano passado)!!!


No amigável de Alvalixo, o grande 'Caso' foi mesmo a não expulsão do Alex Telles, o 2.º Amarelo foi perdoado pelo menos 2 vezes!!! Isto por parte do árbitro que por exemplo, o ano passado, expulsou  Gabriel no jogo decisivo do Campeonato, com 2 Amarelos na mesma jogada!!!
Com o Telles expulso aos 30 minutos, é difícil de calcular o impacto no resultado, mas pelo menos a 'assistência' para o 2.º golo dos Corruptos não teria acontecido!!!
Também gostei das conversas com o Bruno Inimputável... o árbitro que farta-se de Amarelar e Expulsar jogadores por palavras, desta vez ficou pela pedagogia!!!
Houve dois lances parecidos nas áreas, um para cada lado: Telles sobre o Bolasie; e Mathieu sobre o Marega. Na minha opinião são dois lances de 50/50!!! Independentemente de perceber se era falta ou não, acabaram por decididos usando o mesmo critério...
Destacar igualmente a forma como depois do 1-2, o árbitro marcou tudo e mais alguma coisa, 'congelando' completamente o jogo...!!!



Anexos (I):
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Prejudicados, (6-0), Sem influência
2.ª-B SAD(f), V(0-2), Veríssimo (Xistra), Prejudicados, (0-4), Sem influência
3.ª-Corruptos(c), D(0-2), Sousa (Almeida), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Braga(f), V(0-4), Almeida (Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (1-4), Sem influência
5.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
6.ª-Moreirense(f), V(1-2), Soares Dias (Mota), Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(1-0), Martins (Esteves), (2-0), Prejudicados, Sem influência
8.ª-Tondela(f), V(0-1), Hugo (Nobre), Nada a assinalar
9.ª-Portimonense(c), V(4-0), Mota (V. Ferreira), Nada a assinalar
10ª-Rio Ave(c), V(2-0), Xistra (Esteves), Prejudicados, Sem influência
11.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Soares Dias (R. Oliveira), Prejudicados, (1-3), Sem influência
12.ª-Marítimo(c), V(4-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
13.ª-Boavista(f), V(1-4), Sousa (Malheiro), Prejudicados, (1-5), Sem influência
14.ª-Famalicão(c), V(4-0), Rui Costa (Narciso), Nada a assinalar
15.ª-Guimarães(f), V(0-1), Almeida (Rui Costa), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Marítimo(f), E(1-1), Martins (Hugo), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
2.ª-Braga(c), V(2-1), Godinho (Nobre), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (V. Santos), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(c), D(2-3), Pinheiro (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, (3-5), Sem influência
5.ª-Boavista(f), E(1-1), Sousa (V. Ferreira), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
6.ª-Famalicão(c), D(1-2), Hugo (Nobre), Nada assinalar
7.ª-Aves(f), V(0-1), Xistra (Nobre), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(c), V(3-1), Soares Dias (Narciso), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Rui Costa (Xistra), Beneficiados, Impossível contabilizar
10.ª-Tondela(f), D(1-0), Veríssimo (Mota), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Nada a assinalar
12.ª-Gil Vicente(f), D(3-1), Hugo (Esteves), Beneficiados, Sem influência
13.ª-Moreirense(c), V(1-0), Soares Dias (V. Santos), Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
14.ª-Santa Clara(f), V(0-4), Mota (Nobre), Beneficiados, (1-4), Sem influência
15.ª-Corruptos(c), D(1-2), Sousa (Xistra), Prejudicados, (1-1), (-1 ponto)

Corruptos
1.ª-Gil Vicente(f), D(2-1), Almeida (Xistra), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(4-0), Mota (V. Santos), Nada a assinalar
3.ª-Benfica(f), V(0-2), Sousa (Almeida), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Xistra (Nobre), Beneficiados, Prejudicados, (4-2), Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(f), V(2-3), Rui Costa (V. Santos), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Santa Clara(c), V(2-0), Godinho (Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
7.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Almeida (Sousa), Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Famalicão(c), V(3-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Almeida), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
10.ª-Aves(c), V(1-0), Malheiro (Rui Costa), Nada a assinalar
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Almeida (V. Santos), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
12.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Martins (Nobre), Nada a assinalar
13.ª-Belenenses(f), E(1-1), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
14.ª-Tondela(c), V(3-0), M. Oliveira (V. Santos), Beneficiados, (3-1), Sem influência
15.ª-Sporting(f), V(1-2), Sousa (Xistra), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
Soares Dias - 2
Veríssimo - 2
Sousa - 2
Almeida - 2
M. Oliveira - 1
Pinheiro - 1
Martins - 1
Hugo - 1
Mota - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1

Sporting
Xistra - 2
Hugo - 2
Soares Dias - 2
Sousa - 2
Martins - 1
Godinho - 1
Pinheiro - 1
Rui Costa - 1
Veríssimo - 1
M. Oliveira -1
Mota - 1

Corruptos
Almeida - 3
Sousa - 3
Mota - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1
Godinho - 1
Verissimo - 1
Malheiro - 1
Martins - 1
Pinheiro - 1
M. Oliveira - 1

VAR's:
Benfica
L. Ferreira - 3
Esteves - 2
Rui Costa - 2
Xistra - 1
Almeida - 1
Mota - 1
Nobre - 1
V. Ferreira - 1
R. Oliveira - 1
Malheiro - 1
Narciso - 1

Sporting
Nobre - 4
Narciso - 2
V. Santos - 2
Xistra - 2
Hugo - 1
V. Ferreira - 1
Mota - 1
L. Ferreira - 1
Esteves - 1

Corruptos
V. Santos - 4
Almeida - 2
Nobre - 2
L. Ferreira - 2
Xistra - 2
V. Santos - 1
Rui Oliveira - 1
Sousa - 1
Rui Costa - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Almeida - 2 + 0 = 2
Rui Costa - 0 + 2 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 1 = 3
Hugo - 1 + 1 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Nobre - 0 + 2 = 2
Sousa - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 3 + 2 = 5
Sousa - 3 + 1 = 4
V. Santos - 0 + 2 = 2
Xistra - 0 + 2 = 2
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
L. Ferreira - 0 + 3 = 3
Almeida - 2 + 1 = 3
Rui Costa - 1 + 2 = 3
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Veríssimo - 2 + 0 = 2
Sousa - 2 + 0 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Xistra - 1 + 1 = 2
Esteves - 0 + 2 = 2
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Hugo - 1 + 0 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1
Narciso - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 2 = 4
Nobre - 0 + 4 = 4
Hugo - 2 + 1 = 3
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Sousa - 2 + 0 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Narciso - 0 + 2 = 2
Martins - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 3 + 2 = 5
Sousa - 3 + 1 = 4
V. Santos - 0 + 4 = 4
Rui Costa - 1 + 2 = 3
Xistra - 1 + 1 = 2
Nobre - 0 + 2 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Mota - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Malheiro - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 1 = 1
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Rui Oliveira - 0 + 1 = 1

Jornadas Anteriores:
Jornada 1
Jornada 2
Jornada 3
Jornada 4
Jornada 5
Jornada 6
Jornada 7
Jornada 8
Jornada 9
Jornada 10
Jornada 11
Jornada 12
Jornada 13
Jornada 14

Épocas anteriores:
2018-2019

De perdão em perdão até à derrota final

"O Sporting perdoou três vezes ao FC Porto. E como quem não marca sofre, os leões viram Soares levar à prática esta 'lei' do futebol

Acabou, na primeira semana de Janeiro, qualquer ilusão que o Sporting pudesse ainda manter quanto a uma eventual entrada na corrida pelo acesso à Liga dos Campeões. Sem surpresa, diga-se, porque a tudo o que de mal aconteceu aos leões até Alcochete (e tanto foi...), juntaram-se erros de casting que redundaram numa equipa que terá o terceiro lugar da Liga como objectivo realista, e mesmo assim ainda terá muito que pelejar, não só com o Famalicão, como ainda com os outros minhotos, SC Braga e Vitória SC, que parecem apostados em fazer a vida negra aos leões, na segunda volta. Hoje o Sporting possui, no plantel, uma super estrela, Bruno Fernandes, e dois jogadores de grande nível, o francês Mathieu, já no crepúsculo da carreira e o argentino Acuña, a quem pode juntar-se, quando está fisicamente bem, o uruguaio Coates. Os restantes elementos, entre jovens turcos, promessas adiadas e antigos craques à procura de regeneração, dificilmente poderão criar condições para o êxito numa prova de regularidade. Aqui e ali, num dia bom, empurrados pela camisola histórica que vestem, podem fazer bonito. Mas só. E a cada ano que passar sem que os leões encontrarem uma solução de fundo, a distância que os separa de Benfica e FC Porto tenderá a aumentar, ao mesmo tempo que clubes como o SC Braga e o Vitória SC estarão cada vez mais aptos nos olhos com eles. Ontem, o Sporting teve o FC Porto encostado às cordas, e na hora de aplicar o directo que concretizasse o KO, não acertou em cheio. Passou, assim, ao lado de um triunfo susceptível de pacificar um clube que corre riscos sérios de balcanização, tantas são as feridas que estão por sarar.
Convenhamos que o problema de fundo do Sporting não é do treinador (antes fosse...), nem do plantel (mesmo com as limitações, evidentes), mas sim de uma coesão que teima em tardar, como se o desígnio proposto pelo Visconde Alvalade não fosse argamassa suficientemente forte.
Nesta época de 2019/2020 cumprir-se-á a décima oitava temporada dos leões sem serem campeões, o mais longo jejum da história.
E o mais grave é que não se vislumbra como possa ser este ciclo invertido. A não ser que passem a dar mais importância ao que os une do que àquilo que os separa.

Ás
Franco Cervi
É verdade que Rafa, presumível dono do lugar, já está a entrar em estado de prontidão, mas Cervi, autor do golo da vitória encarnada em Guimarães, aproveitou as oportunidades que teve para demonstrar, de forma exuberante, que tem lugar, pelo menos, entre dezoito convocados de Bruno Lage para cada jogo...
(...)

Duque
Rui Pedro Soares
À terceira badalada do SC Braga, desceu da tribuna ao banco, como se isso viesse a mudar fosse o que fosse (aliás, o tempo de ser solidário com o treinador já tinha passado, quando se calou ao mesmo tempo que Pedro Ribeiro gritava que tinha sido agredido...). E foi daí que viu a B-SAD, de que é dono, ser humilhada pelos arsenalistas...

Governante já decidiu o que compete ao juiz?
«É evidente que estes actos vão ter consequências. Por vezes passa-se uma ideia de impunidade, mas quero garantir que vão ser punidos?»
João Paulo Rebelo, secretário de estado do desporto
Censuráveis e muito provavelmente passíveis de punição, os actos ocorridos em Guimarães. Mas, para isso, há entidades próprias, alegadamente independentes das instâncias políticas. Como enquadrar, assim, as afirmações do governante que tutela o desporto que, de uma penada, garantiu condenação, mesmo antes dos julgadores, serem chamados? Tonto...

A tradição ainda é o que era em Barcelona
É tradição respeitada na Catalunha, juntar os treinadores de Barcelona e Espanhol, na véspera do dérbi da cidade condal. Pitú Abelardo, treinador dos 'pericos' e ex-jogador 'culé', e Ernesto Valverde, ex-jogador dos 'pericos' e treinador dos 'culés', fizeram a foto da praxe. O jogo acabou empatado a dois...

E já lá vão seis anos
Durante muitos anos, quando me perguntavam se uma determinada matéria seria manchete, a minha resposta foi, invariavelmente, esta: «Sim, a não ser que morra Eusébio, isso muda tudo». E mudou. Há seis anos, quando o Nuno Perestrelo, jornalista a sério, me ligou a dizer que o 'king' tinha partido, o mundo mudou. Porque, o senhor Ferreira, como carinhosamente o Vítor Serpa, o João Bonzinho e eu o tratávamos em 'petit comité', era único e irrepetível, e só por ignorância é possível aligeirar a sua ausência. Há uma mesa sempre vazia na Adega da Tia Matilde. E há um espaço que nunca será preenchido nos corações de quem conheceu, viu e admirou o 'pantera negra', a quem, em boa hora, foi permitido que descansasse, para sempre, no Panteão Nacional. Eusébio, o rei da República..."

José Manuel Delgado, in A Bola

A propósito do Benfica Play


"A reinvenção do jornalismo é o maior desafio do século XXI e seria bom que começasse a ser, também, o maior desafio destes anos vinte

O Benfica apresentou uma nova plataforma digital de vídeo pensada exclusivamente para os seus fãs, onde promete, segundo Domingos Soares Oliveira, oferecer conteúdos exclusivos do clube, aos quais nenhum órgão de comunicação social terá acesso. Dou exemplos: vídeos do interior do balneário, ou de treinos à porta fechada e, por isso, interditos ao mundo exterior. Deixa, entretanto, um sinal de sentida comiseração para com o jornalismo: tudo o que até agora tem sido prática de mostrar à comunicação social, assim continuará, sem quaisquer limitações.
O Benfica junta, assim, uma plataforma digital vídeo a uma plataforma televisiva. Cuida de trabalhar uma comunicação institucional para um público específico, oferecendo-lhe conteúdos novos, aos quais mais ninguém terá acesso. Claro que pode (e deve) sempre existir a legítima suspeita da independência editorial de um projecto de comunicação de uma empresa privada e que terá sempre por objectivo acrescentar valor e informar o que é conveniente. Mas não creio que isso aflija, especialmente, uma maioria de adeptos.
Entretanto, a Federação Portuguesa de Futebol, que viverá uma saúde financeira ainda mais sólida daquela que é anunciada pelo Benfica, arrancou em força e poder de investimento, com o canal 11, um canal televisivo claramente concorrencial de todos os outros canais por cabo, também com óbvio interesse comerciais, a par de uma jura de amor eterno pela evolução e crescimento do futebol português, o qual, aliás, paga o generoso serviço de comunicação e de entretenimento oficial.
Em teoria, outros clubes e federações poderiam seguir estes exemplos e, depois, só faltaria o governo e os partidos de oposição criarem novas plataformas digitais próprias, com conteúdos exclusivos do conselho de ministros e das discussões internas das reuniões de cada partido, algumas das quais, de tão vivas e intensas, garantiriam, certamente, uma audiência interessada e que deixaria às moscas o tédio das burocráticas análises televisivas.
A ideia, dirão muitos, é moderna e irrecusável, do ponto de vista do futuro. Não é verdade. A ideia é velha e apenas a forma de a concretizar é nova, em função das novas tecnologias. Porém, é, agora, mais perigosa do que nunca.
Durante muitos anos, todos os grandes clubes tiveram os seus jornais próprios, onde faziam o que, na verdade, podem fazer em matéria de comunicação e informação: Propaganda. Não é um mal em si, aliás, é e sempre foi legítima a oferta de uma informação institucional que acompanhasse o interesse provado e particular de clubes, de empresas ou de partidos.
Mas há, hoje, um perigo social que antes não existia. Com o crescimento das redes de comunicação privada e o advento das fake news, o cidadão com menos sentido crítico e menos preparado ficou totalmente indefeso, tornando-se, assim, um alvo fácil de uma comunicação manipulada e que dispensa valores éticos e deontológicos essenciais.
E o perigo torna-se trágico, quando num país, pequeno e de cidadãos pouco preparados, como Portugal, os media formais tentam descobrir o milagre da sobrevivência aproximando-se, eles próprios, de tentação do ruído, do vouyeurismo editorial, da informação por confirmar e, last but not least, de um critério caótico pela procura de audiência.
Havemos de voltar ao tema. Não pela perspectiva de condenação das novas tendências da comunicação privada de clubes ou federações desportivas, mas pela necessidade urgente do jornalismo se reinventar. É o maior desafio do século XXI e seria bom que começasse a ser o maior desafio dos anos vinte que, agora, começam.

Dentro da Área
Encontros com Pimenta
Futebol, nunca mais! - proclamou, determinado, António Pimenta Machado, num breve encontro que com ele tivemos no Palácio de Belém, por altura da condecoração do Estado português a Jorge Jesus. Talvez por ter tanta certeza do que disse, Pimenta Machado, que foi durante treze anos um forte e carismático líder do Vitória Sport Club, apareceu com tão boa imagem. Explicou-nos que se cuida em corridas habituais à beira-Tejo e em ficar longe das velhas guerras de um futebol de muitas tentações e poucas virtudes.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

Vinte e Um - Weekly Recap...

Bem-vindos (ou talvez não) aos novos Anos 20

"Há um século a Humanidade ainda recuperava de um conflito mundial traumatizante. Também por isto - ou talvez por isto - foi meio caminho andado para que os conceitos vigentes fossem atirados para o caixote das más recordações. Mudou tudo e, pelos vistos, mudaram quase todos nos "loucos" anos 20. É verdade que acabaram numa Grande Depressão, mas terá valido a pena enquanto durou.
O futebol, como todo o resto da sociedade, não fugiu à alucinante mutação operada. A FIFA, que jogou uma cartada forte nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, sentiu que era chegado o momento de apontar à criação do primeiro Campeonato do Mundo. Foi já em 1930 mas o facto é que, com muito mais avanços do que recuos, o futebol é, cem anos depois, hegemónico em grande parte do planeta. 
Claro que os "Roaring Twenties" trouxeram contribuições bem mais importantes do que este salto imparável do futebol, ao introduzirem o voto para as mulheres, a Art Déco, o acesso da classe média às tecnologias, a afirmação definitiva do cinema, a rádio como meio de comunicação de massas, o jazz como novo farol na música, o salto qualitativo da produção automóvel e por aí fora. A lista é longa e, como se viu, o futebol também lá está.
Abreviando. Vêm aí os novos anos 20. Os de um século XXI provavelmente ainda mais imprevisível do que o anterior. E, uma vez mais como em tudo o resto, o futebol não escapa. As grandes discussões já não se prendem com a forma sobre como chegar às pessoas, mas sim como potenciar o mercado quase infinito que esta indústria gerou. A ver vamos até onde irá a intenção de fazer ainda mais dinheiro em cima do muito que já faz.
E Portugal no meio disto tudo? Nada de especial irá acontecer no que respeita ao quadro de domínio de três grandes clubes, pela simples razão de que Benfica, FC Porto e Sporting são, do ponto de vista da base social de apoio, imbatíveis. São os únicos que podem reclamar milhões de adeptos, ao contrário de todos os restantes. É assim desde sempre, pelo óbvio motivo de que os países não mudam só porque sim.
Precisamente pela realidade sociológica em que vivemos, a responsabilidade dos três grandes é ainda maior. Aliás, será cada vez maior. E chegará o dia em que as circunstâncias vão obrigá-los a rever a estratégia que tem passado pela defesa exclusiva dos seus interesses individuais que, pelos vistos, são tão do agrado dos atores envolvidos, adeptos incluídos.
Talvez um dia percebam que têm de ser eles, em convergência com o ​​​​​​​poder político (ou poderes políticos, se quiserem), a assumir um papel activo na erradicação das "forças" que querem transformar os estádios de futebol em palcos de violência estúpida.
Nesta jornada do campeonato, logo na primeira do ano, regressaram as tochas e as cadeiras pelo ar, chegando-se ao ponto de interromper um jogo por quatro vezes, como se isto fosse admissível. Noutro estádio, embora sem este tipo de consequências, as tochas também por lá passaram. E nem é preciso recuperar o inventário completo de cenas semelhantes, em vários recintos, com vários protagonistas, ao longo do tempo.
Não vale a pena fazer a pergunta do costume pela enésima vez (sim, é essa, como é que este material continua a entrar nos estádios?), nem adianta insistir no porquê da inércia de quem tem instrumentos legais para agir em conformidade. A única coisa que legitimamente nos resta é continuar a exigir que aquela gente não entre nos estádios portugueses.
Embora com a certeza de que tal só será possível com a combinação de dois factores: se as autoridades forem realmente activas - até há uma Autoridade para Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, certo? - e se os clubes aceitarem colaborar na exclusão de quem usa o futebol para fins que vão acabar por destruí-lo. É um combate imprescindível, mas até hoje não se vislumbra nem uma coisa nem outra.
Estes novos anos 20 trazem-nos desafios muito diferentes dos do século passado. Só se espera é que ninguém tenha a péssima ideia de ir ao caixote das más recordações buscar o que para lá se atirou há cem anos."

Boas entradas

"Sem dúvida que se tratou de um fim-de-semana muito auspicioso no que respeita às nossas pretensões desportivas para o novo ano.
Vencemos quase todos os jogos disputados e somos líderes das classificações dos campeonatos de futebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, nos masculinos, e de futebol, futsal e hóquei em patins nos femininos. Lideramos ainda nos Sub-23 e também nas séries em que estamos inseridos nos juniores e nos juvenis de futebol.
Para já, as várias lideranças não passam de um indicador positivo e entusiasmante em cada uma destas modalidades e escalões, mas é inegável que reflectem a competência demonstrada até ao presente de muitas das nossas equipas e a legitimidade de cada uma delas em assumir a sua candidatura a títulos, materializando a ideia, transversal no Clube, de que entramos em todas as competições para ganhar.
Relativamente à nossa equipa de futebol, que somou mais uma vitória num dos campos mais difíceis e frente a um dos adversários mais temidos na Liga NOS, há números impressionantes acerca do percurso realizado no Campeonato Nacional até ao momento.
A vitória em Guimarães tratou-se da 16.ª consecutiva em deslocações a contar para o Campeonato, repetindo a melhor série de sempre (o mesmo será dizer que Bruno Lage é 100% vitorioso em jogos fora no Campeonato – outro dado interessante passa pela conquista de 97 pontos, em 102 possíveis, nas 34 jornadas que Lage liderou a equipa).
Tratou-se do 12.º triunfo consecutivo no Campeonato. Nas 85 edições anteriores, só por duas vezes conseguimos uma sequência de vitórias mais alargada (23 em 1972/73 e 13 em 2015/16). São já 14 vitórias obtidas em 15 jornadas, um desempenho que só encontra paralelo em 1960/61 e 1983/84 e é apenas superado pelo pleno de triunfos conseguido em 1972/73.
Para tal muito tem contribuído a consistência defensiva da nossa equipa, sofrendo apenas cinco golos nas primeiras 15 jornadas, igualando o melhor registo de sempre, à semelhança dos 11 jogos sem qualquer golo concedido, também o melhor desempenho de sempre com 15 jogos disputados, a par de outras quatro temporadas. Sendo que, no capítulo ofensivo, melhor que os 38 golos marcados nesta fase da prova só ocorreu em duas das últimas 29 temporadas.
Foram diversos os capítulos que contribuíram para os números referidos acima e o de Guimarães ficou marcado pela humildade com que a nossa equipa preparou o jogo, pelo espírito de equipa demonstrado em campo e pelo rigor táctico que assegurou a conquista de mais três pontos.
Ao longo desta semana apenas o capítulo Aves interessará. É para conseguir mais uma vitória na próxima sexta-feira, pelas 19h00, que a nossa equipa trabalhará afincadamente nos próximos dias. 
#PeloBenfica"

Cadomblé do Vata (Massacre...!!!)

"O Benfica foi massacrado, atropelado e humilhado em Guimarães. Calma, não sou eu que o digo, apenas plagio o que li ontem. Obviamente, que tendo visto o jogo com estes 2 olhos que a retinite pigmentar há-de cegar, sou levado a concordar com as análises, estando até a preparar uma petição online, que irei pedir ao Frederico Varandas para apresentar ao governo quando lá for ser recebido, para que o Glorioso seja obrigado a devolver os 3 pontos vergonhosamente conquistados na Cidade Berço.
Mais do que a minha análise ou a dos comentadores nacionais, o que corrobora esta visão são os números. Basta ver que as 4 oportunidades de golo vitorianas foram bem mais assombrosas do que as 4 oportunidades de golo caídas do céu aos pés dos atletas encarnados. Os 52% de posse de bola Benfiquista, foram de uma absoluta inutilidade pírrica, quando comparados com os fogosos 48% de avalanche atacante vimaranense. Mesmo os 7 cantos conquistados pelo Sport Lisboa e Benfica em nada se compararam em qualidade, às 6 claríssimas oportunidades do quarto de círculo com que os homens da casa nos esculacharam. Efectivamente, o que nos valeu foi São Vlacho, até porque se não fosse aquele pequeno momento morettiano na segunda parte, tínhamos levado com 3 oportunidades contra as nossas 4, que nem sabíamos de que terra éramos.
Fomos de facto vulgarizados no Estádio D. Afonso Henriques. Porque para o Benfica, vencer já é vulgar. Este ano vamos com 14 vitórias em 15 jogos e nas últimas 34 partidas (equivalente a 1 campeonato inteiro) são 32 jogos ganhos. Levantamos a fasquia tão alta, que 1-0 é massacre adversário. Já ninguém brilha por nos ganhar. As equipas crescem de nível quando incomodam 4 vezes o Vlachodimos e saem prejudicadas pela arbitragem com uma tentativa de pontapé de bicicleta esconso e atrapalhado. Saímos com o rabinho entre as pernas quando não goleamos e do gozo rival não nos livramos.
Valha-nos ao menos que este ano devemos ter colocado a tarefa de formar o plantel, na mesa do homem que na temporada passada olhava para um jogo de 40-0 da nossa equipa feminina e pensava "isto faz aqui falta mais uma jogadora da selecção do Brasil". Quando o campeonato parou para férias, ele olhou para o nosso cadastro e ditou "31 vitórias em 33 jogos? Deixa-me lá ir buscar um internacional alemão ao Borússia de Dortmund senão ainda somos desfeitos no Minho"... para nossa tristeza, Weigl não foi inscrito a tempo."

Sérgio Jesus


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"Sérgio Jesus, gravem e divulguem este nome o mais que puderem. A suposta cartilha do Benfica de que falam de minuto em minuto todos os representantes do Calor da Noite nos programas de TV pura e simplesmente não existe. Caso contrário, já andavam com o nome de Sérgio Jesus na boca, sem misericórdia, e o denunciariam da forma que nós temos feito.
Este Andrade de Amarante faz parte da equipa de Jorge Super Dragão Sousa e não se coíbe de beneficiar o seu clube sem qualquer tipo de pudor. Aqui está ele aos 30 minutos do jogo de ontem a poupar o segundo amarelo ao defesa esquerdo do Calor da Noite. 
Isto depois do que fez na Luz também esta época com cantos transformados em pontapés de baliza, foras não assinalados, faltas por marcar, um festival! E queixávamo-nos nós de Inácio Pereira, outro fiscal de linha Andrade fanático...
Em conjunto com Jorge Sousa, fazem uma dupla imbatível, o que levou o Calor da Noite a um feito histórico de ganhar no mesmo ano em Alvalade e na Luz. Ah ok, o que interessa é dizer que o Nuno Almeida apitou o Benfica em Braga e em Guimarães (irrepreensivelmente, já agora, o que faz dele o melhor e mais honesto árbitro nacional neste momento, de longe!).
Acabem com esta vergonha de uma vez por todas!"

Julian Weigl: uma mudança de estratégia?

"Se há dois anos alguém me dissesse que Julien Weigl chegaria ao SL Benfica, pela “irrisória quantia” (irrisória comparada com o valor do jogador, à data) de 20 milhões de euros, diria que a pessoa estava a ter um surto extremo de positivismo. Quais foram as circunstâncias que proporcionaram a chegada do jogador, nestes termos, a Portugal? O que pode Weigl trazer à equipa? Esta transferência é sinal de uma mudança na política de transferências do clube?
Weigl chegou ao BV Borrussia Dortmund, na época de 2015/2016, proveniente do TSV 1860 Munique. Rapidamente o jovem alemão foi conquistando Thomas Tuchel, à data treinador da equipa amarela e preta. É de notar a forte concorrência que se sentia no meio campo do Dortmund naquela altura: Kevin Kampl, Gonzalo Castro, Kagawa, Sahin, Gundogan ou Mkhitaryan, todos eram opções para Tuchel.
Com a saída de alguns destes atletas, o protagonismo de Weigl foi aumentando, tendo o novo camisola 28 das águias se afirmado como uma das maiores jovens promessas no meio campo, no contexto europeu, atraindo a atenção de tubarões como o PSG ou o Manchester City FC. As suas exibições levaram mesmo o jovem a representar a mannschaft (seleção alemã).
Quando atravessava uma excelente fase da sua ainda curta carreira, Weigl sofreu uma fractura no tornozelo, que o afastou dos relvados durante alguns meses. O alemão recuperou bem da lesão e continuou a ser uma das principais opções agora de Peter Bosz.
No entanto, fruto de uma baixa exibicional, foi perdendo algum do protagonismo que tinha adquirido, tendo mesmo pedido transferência no final da época 2017/18 – transferência essa que não se viria a suceder. Com a chegada de Lucien Favre, em 2018, Weigl foi perdendo progressivamente espaço na equipa alemã. Favre deu mais minutos aos recém-chegados Witsel e Delaney e ao médio alemão Dahoud, no seu duplo-pivot de meio campo.
Weigl não desapareceu totalmente do 11 inicial do treinador suíço, contudo era muitas vezes utilizado a defesa central, uma posição onde o jogador dificilmente pode mostrar toda a sua qualidade. Mesmo quando utilizado no meio campo, Weigl tinha instruções para fechar junto dos defesas centrais, de forma a dar mais consistência defensiva à equipa, como foi possível observar no jogo frente ao FC Barcelona ou ao SC Paderborn, já esta temporada.
A perda de protagonismo e o descontentamento face à posição na qual era utilizado foram, na minha opinião, fatores preponderantes que levaram o jovem alemão a abandonar a Bundesliga.
Julian chega ao Benfica já com nome europeu. A contratação do alemão traz aos encarnados enormes benefícios do ponto de vista desportivo, mas também mediático.
Aquando da sua excelente forma no BVB Dortmund, Weigl foi comparado a Busquets pelo próprio Pep Guardiola. Na Alemanha, era apelidado de passing machine (máquina de passes). A alcunha é inteiramente merecida, pois é no momento de construção que o jogador nascido em Aibling mais brilha.
Com a bola nos pés, Weigl é um jogador diferenciado. Coloca o esférico nos colegas como poucos. Estatisticamente falando, Weigl completa 91% dos passes que tenta por jogo. No parâmetro de passes para o meio campo adversário, a eficácia mantém-se nuns impressionantes 87%. Já no que diz respeito aos passes longos – uma das grandes especialidades do jogador -, a eficácia é de 77%.
Uma eficácia de passe a este níveil só é possível se o jogador tiver um excelente entendimento do jogo e um grande QI futebolístico. Weigl dispõe de ambos. O jogador parece tomar quase sempre a decisão certa, demonstrando ter uma experiência e maturidade anormais para a sua idade. Além da decisão, o médio alemão é exímio na execução. Apesar de não ser um jogador muito dado a desequilíbrios individuais, tem uma excelente capacidade técnica e de definição, sobretudo em espaços curtos. 
Com muita qualidade na construção, é sobretudo no momento defensivo que o ex-camisola 33 do BVB Dortmund mais prospera. Mais uma vez, o bom conhecimento que aparenta ter do jogo facilita o seu posicionamento a fechar espaços. A nível posicional, Weigl é exímio tanto nas transições defensivas como no momento de defesa posicional. Dispõe de uma característica defensiva que muitos médios ou mesmo centrais não têm: a facilidade com que decide se deve optar pelo desarme ou realizar a contenção defensiva. O timing do alemão é quase sempre acertado.
Weigl tem sido, ao longo da sua carreira, um jogador de cariz mais defensivo, um trinco com uma excelente capacidade de construção, na linha de Busquets ou Jorginho. Contudo, já há algum tempo que o sistema de Bruno Lage tem passado pela utilização de dois médios mais equilibrados tanto ofensiva como defensivamente, Gabriel e Taarabt. Será interessante perceber se o treinador português irá alterar as dinâmicas da equipa em função de Weigl ou se será o alemão a adaptar o seu jogo às ideias da equipa.
A opção pode passar pela entrada de Weigl para o lugar de Gabriel, deixando Taarabt como um elo de ligação ao ataque. Na minha opinião, esta seria a melhor opção.
Colocar Weigl ao lado de Gabriel daria uma grande consistência ao meio campo encarnado, o que poderá ser útil em jogos frente a adversários que causem mais dificuldades à equipa das águias. No entanto, frente à maioria das equipas do campeonato, este pode ser um miolo demasiado defensivo. 
Outra opção seria a saída de Chiquinho e a subida de Taarabt no terreno. Esta também não me parece a melhor solução, devido novamente ao elevado cariz defensivo do sector intermédio e à saída do marroquino de uma posição onde tem sido fulcral.
A transferência de Weigl foi um ato de gestão de fantástico por parte da estrutura encarnada. Esta contratação parece finalmente ir ao encontro da ambição europeia da qual tanto o presidente fala. A chegada do alemão mostra também que é possível ao Benfica trazer jogadores de gabarito para Portugal.
Por muito que existam jogadores de qualidade no Seixal, e que a direcção tenha o desejo de apostar na prata da casa, existirá sempre a necessidade de trazer jogadores desta qualidade para o plantel, tanto para servirem de modelo para os mais novos, como para acrescentar qualidade à equipa.
As eleições para a presidência do Benfica em 2020 terão tido também muita importância nesta decisão. Weigl pode funcionar como uma bandeira de Luís Filipe Vieira, naquela que será (hipoteticamente) uma séria aposta na Europa, agradando assim aos adeptos indignados com os desaires europeus.
O que é certo é que Weigl é uma das melhores contratações dos últimos anos em Portugal e irá contribuir muito para o sucesso pretendido pela equipa encarnada. A chegada de jogadores deste calibre (Weigl, Edwards ou Casillas por exemplo) permitirá um aumento tanto na qualidade de jogo como na visibilidade da liga. A nossa liga necessita tanto destes incrementos…"

Normalidade...


Um problema chamado Zé António

"O problema do Sporting tem um nome: chama-se Zé António. Não vale a pena correrem para o Google à procura da personagem. Não é o nome de baptismo do treinador dos leões nem de qualquer outro membro da equipa técnica. Não é alcunha do presidente Varandas. Nas claques haverá mais do que um Zé António, mas nenhum deles é o Zé António a que me refiro. O Zé António de que vos falo é meu amigo de infância e, até ontem, eu pensava que ele era um sósia do abnegado Yannick Bolasie. Agora não tenho dúvidas: Bolasie não existe. O homem a quem todos chamam Bolasie é mesmo o Zé António do meu bairro, rapaz simpático mas sem o mínimo talento para o futebol.
Ontem, no jogo contra o FC Porto, Zé António correu que se fartou mas quase sempre mal. Ninguém o poderá acusar de falta de empenho e generosidade. Nem os ciclotímicos adeptos das claques serão capazes de lhe regatear aplausos na hora da saída porque ele é dos poucos que nunca vira a cara à luta. Quem conhece o Zé António como eu conheço sabe que ele é assim. Dá tudo o que tem. Portanto, o problema é menos o Zé António do que quem o foi desencantar. Na última vez que o encontrei, ele trabalhava numa empresa de pequenas reparações. Estava numa bomba de gasolina, de jerricã na mão e pediu-me boleia até ao carro, encostado na berma de uma estrada secundária por falta de combustível. Falámos um pouco sobre a vida dele. Quando dissemos adeus, mal poderia eu imaginar que, meses depois, Zé António seria titular nesta equipa do Sporting, disfarçado sob a identidade do tal Bolasie. Explica muita coisa.
Não explica tudo, é verdade. A derrota de ontem, a primeira contra o FC Porto em casa nos últimos onze anos, não se deveu ao meu amigo Zé António, embora os jornais sejam unânimes em considerarem que ele podia ter feito mais. O problema foi a bola. No final do jogo, Silas afirmou que a sua equipa não podia sofrer um golo como o primeiro, ainda por cima aos cinco minutos. Estará certamente a pensar na movimentação de Marega e no passe que o isolou e não no gesto técnico da finalização. Já revi o golo umas dez vezes e estou convencido que o mesmo se deve em partes iguais à inteligência e às deficiências técnicas do avançado maliano. A movimentação é perfeita, mas o gesto técnico, meus amigos, é de Zé António. Acontece que há momentos em que a bola é mais inteligente que o jogador. Marega tentou dominá-la e ela, cansada de maus tratos, seguiu o seu próprio caminho, enganando os defesas, o guarda-redes e o próprio avançado portista. Foi um auto-golo, na plena acepção do termo, um golo marcado pela bola.
Já o Sporting foi traído pela inteligência e pela técnica de Luciano Vietto. Primeiro acertou no poste e, depois, tentou desviar tanto a bola do guarda-redes que esta seguiu para fora, escassos centímetros ao lado da baliza. A bola, confiada na qualidade de Vietto, entregou-se à vontade do avançado, naquele abandono feliz, quase sorridente, próprio da bola quando é bem tratada. Resumindo: Vietto foi Vietto, Marega foi Zé António e o verdadeiro Zé António não chegou a ter oportunidade de ser Zé António. Eis o problema do Sporting que, com mais sorte e menos inteligência, até podia ter empatado o jogo.
No sábado descobri que, graças às novas tecnologias, é possível ver um jogo pela televisão ouvindo apenas o som ambiente do estádio e silenciando de uma só vez narradores e comentadores especializados. Eu há muito que sonhava com essa possibilidade, mas não acreditava que os operadores televisivos concedessem ao espectador o poder de emudecer os seus assalariados. Num segundo, a higiene sonora tornou aquilo que acontecia em campo mais claro, mais fluido. De repente, o jogo pareceu mais jogo e menos transmissão televisiva. Sem o incómodo zumbido de anotações periféricas sobre a naturalidade de um jogador, o número de assistências que já fez e curiosidades sobre a sua história familiar, o jogo ganhou um esplendor visual inédito.
Não estou a dizer que comentadores e jornalistas são incompetentes, mas que a própria natureza da sua arte funciona como uma espécie de nevoeiro verbal contínuo, numa litania cerrada de dados, apreciações redundantes e tentativas de humor, onde se destaca o repórter no relvado, que fala como se estivesse numa frente de guerra e os seus colegas num longínquo e protegido estúdio a milhares de quilómetros de distância. Da bancada de imprensa solicitam-lhe intervenções que permitam esclarecer se a bola bateu no defesa antes de sair pela linha de fundo ou confirmar qual o jogador que se lançou em furiosos exercícios de aquecimento. Inebriado pelo odor da relva húmida e pela proximidade fraternal com os bancos de suplentes, o repórter de colete aventura-se pela linha lateral e, após uma rápida e minuciosa investigação, declara triunfante: “Adérito, peço desculpa, mas o jogador em exercícios de aquecimento não é Yannick Bolasie. É, sem margem para dúvidas, o Zé António.”"

(...) já pediu ajuda à Polícia Judiciária para localizar os melhores adjectivos que permitam caracterizar a exibição de Taarabt

"Vlachodimos
Muito bem. Fez tudo para segurar a nossa vantagem. Até cadeiras em pleno voo teria agarrado se estas dessem pontos ao adversário. Se eu fosse mais optimista diria para mudarem aquele letreiro. Talvez daqui a uns meses se diga que aqui nasceu um bicampeão.

Tomás Tavares
Quem diria que a evolução de um jovem lateral-direito catapultado para a condição de titular poderia ser o grande thriller psicológico do futebol nacional? Ninguém, mas sentimo-nos todos um pouco mais vivos por causa dele.

Rúben Dias
Fez o que tinha de ser feito, levando um terço do país ao desespero quando decidiu disputar um lance com Davidson. Enquanto milhares de pessoas choravam perante uma alegada falta de Rúben Dias, milhões exultavam com o movimento tosco do avançado brasileiro. Foi bonita a festa.

Ferro
O jovem Edwards ainda tentou ludibriar o nosso central, mas começou transferido por 20 milhões para o Arsenal e acabou emprestado ao Rotherham com opção de compra. É a vida.

Grimaldo
O nosso melhor atacante. Parem de dizer que precisamos de extremos e não sei quê. Os reforços estão no Seixal.

Gabriel
O gordo lá vai cumprindo o seu papel com aquele misto de abnegação e descontentamento. Ora faz um desarme bem conseguido, ora faz um passe mais arriscado como quem diz que esta posição não é a dele. Aguenta Gabi, que a posição seguinte pode muito bem ser no banco.

Taarabt
pedi ajuda à Polícia Judiciária para localizar os adjectivos que permitam caracterizar devidamente a exibição do Taarabt. Enquanto escrevia, o Julian Weigl fez gosto a 20 posts do Adel no Instagram. 

Pizzi
O senhor da Sport TV disse que Pizzi não tinha marcado no sábado, como se o tivesse apanhado em falso. Seria toda uma crise para escalpelizar nos programas de comentário desportivo, não tivesse o nosso menino feito mais uma assistência para inflamação de muitos.

Cervi
Se eu disser “cabrão do anão que cada vez gosto mais dele” ofendo alguém? Pois que seja. 

Chiquinho
Alguns líricos dirão que apareceu menos do que é habitual, mas por vezes o mundo é dos pragmáticos que vão lá uma vez e trazem os três pontos.

Vinícius
Sem stress. Compensas contra o Aves e em Alvalade. 

Seferovic
Até as tochas tiveram mais bola.

Samaris
Entrou mesmo a tempo de levar o clássico amarelo, uma admoestação que indica ao adepto que o Benfica está prestes a vencer mais um jogo.

Gedson
Felicidades, miúdo. Provavelmente vamos arrepender-nos de ter permitido a tua saída tão cedo, mas a coisa não está fácil.  "

Benfiquismo (MCDIV)

Grandes...

Liderança isolada...

Benfica 6 - 3 Sporting

Vitória clara, da melhor equipa... Num jogo sem apitos 'estranhos', e com o Benfica a 'acertar' as bolas paradas (3/4): vitória e liderança...
A equipa está mais 'organizada', o colectivo está mais forte, mas só a presença do Lamas dá uma consistência defensiva enorme... com o Pedrão a 'aproveitar' para brilhar!!!

Só não ganhámos 2 jogos, ambos, roubos gigantescos... Ainda é cedo, mas creio que este ano, vamos na pior da hipóteses lutar até ao fim, vai ser complicado afastar o Benfica do título prematuramente!!!

PS: Mais um espectáculo dos porcos da TVI... desta vez saíram com azia!!!

Vitória em Braga...

Braga 2 - 5 Benfica

Entrada forte, com um 0-2... mas depois não tiramos o pé do acelerador. Antes do intervalo podiamos ter marcado mais alguns, mas o Braga também criou perigo...
O fundamental, foi não ter entrada no jogo dos apitadeiros, que voltaram a querer equilibrar aquilo que era desequilibrado!!!
No 2.º tempo, sofremos o 1-2, mas rapidamente reagimos e colocámos o jogo a uma distância confortável...
O regresso do Roncaglio e do Fernandinho 'ajudou', provavelmente, à melhor exibição no pós-desilusão Europeia!

Vitória no Oeste...!!!

A-dos-Francos 0 - 14 Benfica


Muita juventude, algumas ausências, mas mesmo assim mais um cabaz!!!

PS: Durante a semana o Benfica anunciou a saída da Geyse! Não sei o que se passou, a Geyse era a nossa principal desequilibradora, nos jogos mais difíceis foi sempre decisiva... fisicamente é claramente superior a quase todas as adversárias, e mesmo decidindo mal muitas vezes, vai fazer falta!!! Repito, não sei o que se passou, mas depois da Tayla, agora temos a saída da Geyse, duas Internacionais Brasileiras, que estiveram no Mundial...

Vitória sobre o líder...

Farense 0 - 3 Benfica B


Excelente vitória... o Renato afirmou que a equipa estava a melhorar, e de facto nas jornadas anteriores, foram visíveis as melhorias, infelizmente com resultados semi-negativos, mas desta vez, não desperdiçamos em demasia... e somamos os necessários três pontos!
Uma nota para o Daniel dos Anjos que depois de muito tempo de fora por lesão, regressou, ainda melhor!!! Muitas vezes os jogadores jovens quando ficam de fora muito tempo, nunca voltam a atingir os níveis esperados, mas o Daniel está de facto a jogar bem...

Receita antiga...

"Jogo grande e a mesma receita: Jorge Super Dragão Sousa e Sérgio Andrade Até ao Tutano Jesus. E já perderam a vergonha toda. É todo um controlo de jogo inaceitável para um árbitro e um auxiliar. São faltas por marcar, amarelos por dar, foras não assinalados. Enfim, já vimos o mesmo no Estádio da Luz desta dupla. O fanático de Amarante (Sérgio Jesus) então...conseguiu não marcar uma gravata de Alex Teles que lhe daria o segundo amarelo poucos minutos depois de ter visto o primeiro. Alex Teles que viria a bater o canto do 1-2. Já nem falamos do penalti óbvio do mesmo Alex Teles que se alheia completamente da bola para se atirar contra Bolasie. Pelo meio, o mesmo Alex Teles pontapeia Bolasie numa saída para o ataque. Neste momento, Alex Teles deve estar ainda a fazer faltas no relvado de Alvalade e Jorge Super Dragão Sousa a deixar passar.
Mas felizmente há Bordel Unânime do jornal o Jogo amanhã que não se vai esquecer disso.
Destes é que eles querem e gostam: os Jorge Super Dragão Sousas e os Artur Super Dragão. É vitória garantida.
A vergonha disto tudo vai ser terem o desplante de nomear o Artur Super Dragão para o Calor da Noite - Benfica.
Temos de ser muito fortes para ultrapassar tudo isto."

O património popular do futebol

"A honestidade intelectual exige-nos que reafirmemos que Cristiano Ronaldo é, hoje em dia, a referência de Portugal

1. O Benfica entrou, no novo ano, com o pé direito. Em Guimarães, numa ambiente fantástico (e, muitas vezes, escaldante), Bruno Lage montou uma equipa capaz de vencer um excelente conjunto liderado por Ivo Vieira. Num dos jogos mais bem disputados até ao momento na presente época desportiva, o Vitória vez com que o Benfica tivesse que jogar com o coração e com a cabeça para trazer da cidade-berço os três pontos que lhe permitem manter a liderança isolada (com mais sete pontos do que o Futebol Clube do Porto até, pelo menos, logo à noite) da Liga. Foi, pois, o início de ano que todos os benfiquistas ansiavam.

2. Ontem recomeçou, assim, a nossa Liga depois de uma pausa longa. Agora, nestes dois meses, muito se vai decidir. Confrontos entre os grandes, a disputa final da Taça da Liga, os quartos de final da Taça de Portugal e os jogos, em Fevereiro, da Liga Europa. Aqui, para alegria da SIC, nesta disputa de audiências que tão acesa está nas antevésperas de alterações significantes na titularidade da TVI. E a BTV aumenta a sua oferta com um produto de proximidade que decerto vai atrair muitos e muitas benfiquistas. Há o play nos relvados e há o play nos ecrãs. Ou seja, o pleno do futebol de hoje. A que se juntam as linhas ao dispor do VAR que já chegam aos calcanhares e aos doze milímetros! Coisas destes tempos!

3. O ano de 2020 arranca com um Sporting - Porto. Diria que é um jogo determinante para a equipa de Jorge Silas e muito importante para a equipa de Sérgio Conceição. O Sporting de Bruno Fernandes sabe que não pode perder mais pontos. O Futebol Clube do Porto de Danilo sabe que se tem de aproximar do Benfica. Um e outro quererão os três pontos. Um e outro sabem que os próximos tempos, internos e externos, são decisivos para o futuro próximo de ambas as sociedades desportivas. E cada ponto conquistado vale muito. Na classificação e nas contas. Onde entram a tesouraria e também os projectos desportivos a curto e médio prazo. Tendo em conta os desafios internos e as apostas externas. Onde os novos modelos competitivos europeus e mundiais não pode ser ignorados. E, aqui, FPF e Benfica, através de Tiago Craveiro e Domingos Soares de Oliveira, estão na dianteira. Como se diria em linguagem comum, conseguem ver largo! E com o Tiago Craveiro a assumir, uma vez mais, um papel determinante na UEFA e na nova estrutura empresarial que vai acompanhar o novo modelo competitivo.

4. E tendo em conta este desafio externo e, também, as apostas internas, que o Benfica, com o entusiasmo dos seus apaixonados e fiéis adeptos, concretizou a aposta no alemão Julian Weigl. O Benfica sabe que a Europa é o seu espaço vital. Não ignorando que a nossa Liga é essencial para aquela afirmação. O Benfica sabe que tem de estar aliado às mudanças que vão ocorrer no mundo do futebol. E será fora da competição interna que tal irá acontecer. Mas a nossa Liga, e a sua conquista, tem de ser um desígnio permanente. Sistemático e repetido. Até para condicionar em definitivo adversários que se tornaram, por razões umas conhecidas e outras a conhecer, inimigos! E a disputa entre amigo e inimigo é uma das essências da afirmação de poder. Como a história, sempre necessária, nos ensina!

5. O futebol inglês domina o Mundo. Prende as atenções dos países mais populosos, como a China, a Índia, a Indonésia, a Nigéria, o Paquistão ou a Malásia. Os seus jogos são vistos por centenas de milhões de homens e de mulheres. As camisolas dos jogadores vendem-se nos mercados principais de cidades que agregam mais de cinco milhões de pessoas. Ontem, neste jornal, Jorge Valdano proporcionou-nos um naco delicioso de futebol escrito com mestria e em que nos deu conta da Liga inglesa e o seu papel determinante na defesa e na promoção do património popular do futebol. E em outra reflexão, em outro jornal desportivo - não português -, outro sociólogo do futebol contemporâneo, Santiago Segurola, alimentava-nos a alma com a análise do Liverpool de hoje - arrasador! - e do papel de Jurgen Klopp nesse domínio. Mas, e para além do futebol, e se registamos aplaudimos o papel de Jorge Jesus na descoberta pelo Brasil da competência e da excelência do Portugal de hoje, a honestidade intelectual exige-nos, por a vivermos e sentirmos, que reafirmemos que Cristiano Ronaldo é, hoje e dia, para centenas de milhões de homens e mulheres, a referência de Portugal. E sei bem que, há vinte anos, nos mesmos locais de hoje, pouca gente ouvira falar de Portugal. Porventura, ao lado de Espanha! E hoje mencionamos o nome de Portugal e logo escutamos Cristiano Ronaldo. E até um taxista numa impressionante metrópole acrescentou: «Sou católico e ele é um Deus!» E, assim, e com a anunciada e desejada recandidatura de Fernando Gomes, arrancou 2020. Agora, teremos futebol a valer quase todos os dias. Com a sua paixão e, por vezes, com certa razão. Mas com a consciência que importa, também entre nós, criar uma mentalidade positiva que preserve o património popular do futebol. Que é a sua essência e a razão da sua existência!"

Fernando Seara, in A Bola