Últimas indefectivações

sexta-feira, 11 de abril de 2025

One Shot - Tiago Gouveia...

O Benfica Somos Nós - S04E40 - Tirsense...

Falar Benfica #202

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Eleições na liga: os candidatos e os desafios

PortuguesesSoccer: Match Day 29, Pote Returns, Benfica Go Top, Anselmi on Hot Seat

Vaz: Sport Lisboa e Benfica | Bakero

Zero: Saudade - Saudade - S03E31 - «All aboard!»: os nove passageiros de viagem única na I Liga

BolaTV: Entrevista - Reinaldo Teixeira...

BolaTV: Reportagem - Centenário de Kobayashi

O FC Porto e o logro do ADN


"A crise em que o FC Porto está mergulhado é de muito difícil resolução. E um dos obstáculos mais complicados resulta da crença ilusória numa ideia feita: a de que no Dragão, como antes nas Antas, se ganhava porque se lutava mais que os outros, com mais raça, mais alma, o tal ADN de que muito se fala. Só que não. Não negando, porque ninguém pode negar, que há essa identidade guerreira entre os portistas, o FC Porto ganhou mais que os outros porque ao longo dos anos, por razões diversas - e umas quantas controversas -, foi conseguindo construir equipas melhores que as dos rivais de Lisboa. Como tal, produziu vitórias que garantiam a (re)construção de novas melhores equipas. Ora, o ciclo virtuoso que permitiu dominar em Portugal e brilhar na Europa com assinalável mérito surge agora como irrepetível, por fragilidades próprias mas também porque o Benfica voltou a ser competitivo há década e meia e o Sporting saiu da letargia no último lustro.
Coloquemos a história recente em fatias de décadas e olhemos os títulos de campeão, que ilustram o que digo: se entre 1994/95 e 2003/04 os dragões somaram sete títulos (sem que o Benfica conseguisse nenhum) e entre 2004/05 e 2013/14 acumularam mais sete (desta vez foi o Sporting a viver uma década de seca), de 2014/15 a 2023/24 só três campeonatos ficaram na Invicta, contra cinco do Benfica e dois do Sporting. Moral da história: a perda da hegemonia portista não começou com Villas-Boas nem manifestou os primeiros sintomas na época atual. Ocorreu, aliás, em plena presidência de Pinto da Costa e numa década em que teve durante sete anos o mesmo técnico, Sérgio Conceição, a quem quase unanimemente se reconhece o contributo para que não tenha sido uma sequência mais frustrante.
Não invalida isto que a época em curso esteja muito abaixo do mínimo exigível, desde logo porque, como é hoje evidente, o plantel é manifestamente insuficiente para a ambição do clube e claramente inferior ao dos rivais. E vale a pena recordar que na época anterior, que já esteve longe de ser um sucesso - o último FC Porto de Conceição só garantiu o terceiro lugar no derradeiro jogo em Braga e acabou a 18 pontos do Sporting - ainda havia no plantel gente como Taremi, Evanilson, Francisco Conceição, Galeno e Pepe, mais um Nico González a todo o tempo. Agora é o que se vê. O lote permite, apenas, um onze razoável, as alternativas não passam de sofríveis, e até os melhores jogadores parecem piores do que são. Para complicar, a atuação no mercado de janeiro é incompreensível, porque às saídas de Nico e Galeno corresponderam as entradas de dois jovens sem utilidade imediata, agravando decisivamente a fragilidade do grupo.
Acresce a isto a troca aparentemente falhada de um treinador que a casa conhecia bem, por outro que toda a gente conhecia mal. Vítor Bruno podia não entusiasmar, mas deixou o clube com uma Supertaça ganha e ambições possíveis em todas as frentes. Martín Anselmi, a despeito de uma comunicação interessante, não consegue dar solidez à equipa (defensivamente está mesmo muito frágil e o problema não é só individual) e insiste numa roupagem tática que deixa desconfortáveis os jogadores. Em resumo, as individualidades estão longe de outros tempos e a qualidade tática não ilude o problema, antes pelo contrário.
André Villas-Boas e Jorge Costa são inexperientes nas funções, mas têm uma história no jogo que os devia remeter para esta evidência: só a qualidade pode inverter o plano inclinado em que o clube desportivamente se encontra. Se o FC Porto não mostrar mais competência do que agora exibe, desde logo no desempenho de treinador e jogadores, não é na luta nem no esforço que vai encontrar a fórmula do sucesso. Aliás, no recente clássico com o Benfica, os jogadores portistas entraram determinados e, apesar do golo madrugador, repartiram o jogo na primeira parte graças à capacidade para pressionar e recuperar a bola. O problema é que a qualidade do Benfica – individual e coletiva – é hoje bem maior e fatalmente veio ao de cima. Castigar os jogadores com um estágio forçado após um jogo daqueles não é apenas um erro de momento, é a manifestação de uma perceção errada e que pode condicionar o futuro, além do presente.
O futebol português mudou muito nas últimas décadas, com acréscimo de importância para o estudo do jogo, a tática e o treino, além de que o ADN da raça não é, obviamente, exclusivo de nenhum emblema. A atitude, a alma ou a entrega são ótimas para acrescentar à qualidade, à competência, ao talento. Sem estes últimos são uma ilusão, um logro.

P.S.: Morreu o Senhor Aurélio Pereira, pioneiro do scouting, mestre da avaliação de talento, descobridor de Futre, Figo, Nani e Cristiano. As tantas homenagens, de tão diversas origens, são reflexos do muito que nos deixa um homem raro, com níveis de competência e humildade singulares. Era do melhor que o nosso futebol tinha. E tem. E terá, que exemplos destes não morrem nunca."

O que os olhos não veem o treinador não sente


"Eu tenho os meus favoritos. Roger Schmidt tinha os seus favoritos. Bruno Lage tem os seus favoritos. Muito honestamente, todos temos os nossos favoritos.
No futebol, assim como na vida, nem sempre jogam os melhores ou aqueles que mais merecem. São escolhas. Ora corra bem, ora corre mal. Faz parte. É preciso lidar com os altos e baixos e, consequentemente, as críticas.
Schjelderup e Prestianni claramente têm qualidade e talento de sobra. São diferenciados. Lage logicamente sabe disso. Entretanto, tem preferido Di María, Akturkoglu, Bruma e Amdouni. Arrisca ser campeão assim, aliás.
As poucas oportunidades entregues aos dois jovens promissores acabam por passar, no fim, a imagem de que o treinador do Benfica quer esconder o máximo possível o óbvio e, com isso, não ser 'obrigado' a verdadeiramente apostar neles.
Como confia (ou acredita) mais nos outros, e seguramente tem seus (!) bons motivos para defender isso, prefere tentar «tapar o sol com a peneira'. Não é algo isolado, sem dúvida. Exemplos por aí não faltam, dentro e fora do futebol.
No mundo perfeito, talvez no mundo encantado das mil maravilhas, os melhores e os merecedores seriam os primeiros. Seria lindo, não? Porém, como estamos no mundo real, há quem tenha que trabalhar o dobro ou o triplo, e com o sério risco de nunca ter o devido reconhecimento.
Não é uma simples questão de concordar ou discordar. É a dura realidade, especialmente quando o que importa, neste caso, é o 'atingir o objetivo', não o 'como atingir o objetivo'."

O vazio que o FC Porto deixa


"Sem VAR o golo de Pavlidis no Dragão aos 42 segundos teria sido anulado. As conversas seriam hoje, seguramente, outras. Como aconteceu, vá lá, durante 42 anos

A vitória do Benfica sobre o FC Porto no Dragão por 4-1 foi mais que a afirmação da candidatura dos encarnados ao título, reforçada, no dia seguinte, com o empate entre Sporting e SC Braga. Se a analisarmos numa perspectiva mais abrangente é ainda mais representativa do momento do FC Porto e do que significa (e pode significar) para o futebol português.
Com seis jogos até ao fim, a corrida pela conquista do campeonato é, agora ainda mais evidente, a dois, entre Benfica e Sporting, com seis jogos até ao fim. Ficou também mais claro, que o FC Porto, a 12 pontos de distância do primeiro lugar, poderá ter de contentar-se com o terceiro, no qual acabou a época anterior, com menos 18 pontos que o Sporting.
Os últimos meses e anos do FC Porto, que durante muito tempo foi a força dominadora do futebol português, por diversas razões, deixaram a nu fragilidades que mais depressa se identificavam em Benfica ou Sporting. A política desportiva discutível, mesmo sob o condicionalismo de um colete de forças financeiro que clube e SAD foram obrigados a vestir por políticas desastrosas, algumas destapadas por auditoria, ajuda a explicar o atual momento. Mas é apenas um dos motivos.
O FC Porto tentou recriar as condições de antigos clássicos, recorrendo a expedientes conhecidos, mas, sabemos bem, a cópia nunca é tão boa como o original. De comunicados que se dispõem à classificação de incendiários ao anúncio do presidente de que o clássico era o jogo da época, como se uma vitória a pudesse salvar, da tentativa cómica de Martín Anselmi atirar toda a pressão para o Benfica, como se fosse melhor nada ter a perder que ter a perder a liderança, à música em elevados decibéis que foi oferecida aos adeptos dos encarnados que ficaram no Dragão, no fim do jogo este novo FC Porto ainda está preso a um passado que em muitas circunstâncias despreza e do qual ainda não se consegue libertar.
Já aqui escrevi que Villas-Boas fez caminho e cortou, com coragem, com práticas que chegaram a tribunal. Nunca seria fácil para o presidente do FC Porto. Desde logo porque as viúvas do antigo regime, populistas de trazer por casa, algumas agora sem muito que fazer, só estavam à espera que o fracasso batesse à porta, para se sentirem reforçadas nas convicções e terem o prazer de likes e retweets que as redes sociais oferecem.
O FC Porto, para todos os efeitos, já deixou um vazio na liderança do futebol português. Desconhece-se, por enquanto, se será grande ou pequeno, curto ou prolongado, e quem o ocupará, afinal no futebol tudo muda depressa, mesmo que, nos nossos dias, a incerteza possa consumir os adeptos e sócios do FC Porto na medida exata em que o entusiasmo alimenta os adeptos e sócios de Benfica e Sporting.
O que é certo e disso temos variados exemplos é que o medo que muito tempo demora a construir-se depressa desaparece. Sobretudo — apesar de nem sempre ser tão óbvio — numa sociedade cada vez mais exigente, informada e que tudo e nada escrutina.
Também é certo que sem VAR o golo de Pavlidis no Dragão teria sido anulado. E as conversas seriam hoje, seguramente, outras. Como aconteceu, vá lá, durante 42 anos."

O maior defeito de Villas-Boas (que muito prejudica o FC Porto)


"Bem no alerta no diferendo Proença-Gomes, o presidente portista deixou-se ultrapassar por hábitos antigos que já não fazem sentido no presente nem ajudam a resolvê-lo

André Villas-Boas é apenas mais um dos muitos portugueses ligados ao futebol que ficam algures presos entre o passado e o futuro, num presente que muitas vezes não é terra de ninguém.
O presidente do FC Porto, rosto de uma revolução sem precedentes no clube, desde a forma de estar à gestão do dia do dia, pareceu o mais lúcido na análise ao espalhafato criado pelas comadres Pedro Proença e Fernando Gomes, por culpa de um lugar na UEFA, num sempre valioso apelo à união por um bem maior, porém depois foi incapaz de perceber que não pode liderar como antigamente, com castigos a jogadores por derrotas em clássicos ou até lançamento de suspeições sem maior conhecimento de causa. Os castigos até podem fazer correr mais, todavia, não farão correr melhor e, mais importante, jogar melhor. Ter essa consciência é fundamental. E o que dizer do resto?
As dificuldades do FC Porto, com a crise a acentuar-se logo depois das duas goleadas sofridas com o Benfica, não podem ser surpresa para ninguém. Se o são para o líder portista, que até tem um conhecimento mais profundo do que é ser treinador e do real valor dos jogadores, algo está a correr mal. Se não o são, há um problema de comunicação, de controlo das expetativas. Aconteceu com Vítor Bruno, houve maior contenção com Anselmi, porém Villas-Boas não pode assumir antes do clássico que se trata do jogo da época. Saiu-lhe o tiro pela culatra. E ainda pode vir a ser perseguido pela do eventual merecimento de uma Liga Conferência. Bastava aplicar a lógica: num plantel em sangria contínua há anos a distância cresceu. Não há alma e mística que lhes valha.
O Benfica goleou e passou a líder, porque o Sporting se deixou empatar pelo SC Braga já perto do fim – e o discurso de Rui Borges passou a ser ansioso e desfasado, revelando impreparação, o que não será apenas culpa própria. As águias saem do Dragão reforçadas, atravessam o seu melhor momento, no entanto, se a exibição azul e branco foi confrangedora, também houve alturas em que os velhos problemas do passado encarnado estavam lá. Um pouco mais diluídos, talvez. Lage também já terá atravessado a sua própria curva descendente.

P.S. Já se fala que a Liga das Nações pode ser o ponto final para Roberto Martínez à frente de Portugal e que Pedro Proença quer iniciar novo ciclo, a pensar no Mundial, com José Mourinho no banco. Já ouvi ideias mais inteligentes e modernas, garanto."

Rui Borges está a acusar a pressão


"As declarações do treinador do Sporting sobre Harder após o 1-1 com o SC Braga foram completamente despropositadas.

Grande vitória do Benfica sobre o FC Porto em pleno Estádio do Dragão. Dificilmente a jornada 28 poderia ter sido mais positiva para as águias, que subiram à liderança da Liga, ultrapassando o Sporting.
Na cimeira dos quatro primeiros classificados, supremacia inequívoca dos encarnados, que são agora, também suportado nos números, os principais candidatos à conquista do título.
O Benfica não ocupava o primeiro lugar de forma isolada desde a 15.ª jornada e agora à entrada da reta final e depois da vitória esmagadora sobre um anárquico FC Porto ganha, obviamente, mais confiança.
Já há algum tempo que era a melhor equipa. Reforçou-se muito bem na reabertura do mercado e ganhou claro ascendente desde janeiro. Diria mesmo que com a exceção de Rui Silva, os encarnados foram mesmo os únicos que se reforçaram! O que, naturalmente, pode fazer toda a diferença nas contas finais.
Já o Sporting escorregou na receção ao SC Braga. Mais do que a perda de dois pontos, o que lhe custou o primeiro lugar, o que mais retive do embate de Alvalade foi o pós-jogo, pois fiquei com a convicção que Rui Borges está a acusar a pressão.
As declarações na sala de imprensa sobre Harder foram completamente despropositadas, de tal forma que o próprio treinador foi o primeiro a retratar-se perante o dinamarquês, que, como ficámos a saber na noite de segunda-feira, só pode ser… ponta de lança.
Tal como Rui Borges, também olho para Harder unicamente como ponta de lança, mas nada impede o treinador de utilizá-lo como tal, mesmo que ao lado de Gyokeres, que todos sabemos que é o melhor do campeonato.
«Se fosse mauzinho, podia voltar atrás… Nos últimos jogos que Harder entrou deu pouco ou nada à equipa. Não segurou bolas, foi muito trapalhão, quis entrar muitas vezes no um contra um…», disse Rui Borges quando confrontado com o facto de ter lançado o dinamarquês que nesse mesmo dia comemorou 20 anos apenas nos minutos finais.
O treinador nunca poderia ter dito o que disse, até porque acabara de lançar Harder no jogo com a esperança de que ajudasse a devolver a vantagem à equipa. Acredito que não quis ser mauzinho e atribuo-lhe as palavras ao descontrolo emocional.
Rui Borges pareceu-me muito desconfortável, algo até percetível na linguagem corporal, e até se esqueceu que esta não é a primeira vez que o Sporting dele não está no primeiro lugar! O treinador assumiu o comando dos leões a 26 de dezembro, com a equipa na segunda posição, com 37 pontos, os mesmos do FC Porto, e a um do líder Benfica. Três dias depois venceu o dérbi, em Alvalade, e, então, sim, subiu ao topo.
Rui Borges ainda dá os primeiros passos num clube grande, pelo que até considero naturais algumas gafes. Só que à primeira oportunidade, que é já esta sexta-feira, tem de pedir desculpas públicas, na defesa de um grupo, que, convenhamos, lhe tem dado inúmeras provas de confiança. Apesar de todas as limitações do grupo, potenciadas pelas inúmeras lesões, a era Rui Borges no campeonato salda-se por oito vitórias e cinco empates em 13 jornadas. 29 pontos que só não são positivos porque o Benfica somou… 30."

O segundo erro de Rui Borges


"Primeiro St. Juste, agora Harder... O treinador do Sporting, quando pressionado, por vezes diz o que não deve. Fez bem em pedir desculpa ao dinamarquês. Neste fase vai precisar que todos posssam dar a vida por ele e ele pelos jogadores. Porque onde vai um....

A principal missão de um formador não é ensinar. Ensinar é apenas transmitir uma série de informações. Fica por fazer tudo o resto: garantir que a informação é corretamente processada e utilizada. Ensinar é colocar gasolina no veículo, não significa que o condutor saiba conduzir ou tome a direção certa no seu percurso. Conhecimento não é sabedoria. Brincando um pouco, conhecimento é saber que um tomate é fruta. Sabedoria é não o usar numa salada de frutas.
A principal missão do formador não é disciplinar. Disciplinar é apenas impor uma série de hábitos e traçar limites, que podem ser os mais corretos mas que de nada valem sem a compreensão e a adesão voluntária e comprometida do formando.
A principal função do formador é inspirar. É despertar a paixão nos formandos para que eles, e apenas por eles, queiram aprender, melhorar, descobrir, fazer caminhos que nem o formador pensou para eles. No respeito pela individualidade, pela velocidade de crescimento, pelas capacidades, pelos interesses e paixões dos formandos, sabendo que num grupo nem todas as estratégias resultam de igual modo com todos, nem todos os caminhos são os mesmos, que a distância não se mede em quilómetros ou objetivos que alguém traçou. Inspirar.
Aurélio Pereira era um desses formadores. Que inspirou muitos jovens jogadores. O maior caça talentos da história do futebol português, o melhor ourives que o futebol conheceu. E nem sequer é uma conclusão minha e subjetiva. Basta ler e ouvir tudo o que muitos dos maiores talentos da história do futebol português dizem sobre Aurélio Pereira. E no topo dos elogios, nunca está a forma como ensinou, a forma como disciplinou. O que está no topo dos elogios é a forma como inspirou. Como fez acreditar. Como despertou a vontade de serem melhores.
Felizmente, Aurélio Pereira recebeu em vida muitas das devidas homenagens. A maior das quais, a gratidão dos hoje homens cuja vida, em jovens, ele impactou. E são as vidas que se inspiram o melhor tributo a quem assume a missão de formar.
Rui Borges tem de aprender muito com Aurélio Pereira. É a segunda vez em poucos meses que melindra um jogador em público. Primeiro St. Juste, agora Harder. As críticas, em público, podem ser devastadoras para um elo de confiança que se exige entre um jogador e treinador. Mais do que nunca, Rui Borges vai precisar que os jogadores possam dar a vida por ele. E os jogadores têm de acreditar que têm um treinador que dará vida por eles. Foi aqui que esteve o pilar do sucesso de Rúben Amorim.
Rui Borges esteve bem em explicar-se e pedir desculpa a Harder, mesmo que tenha havido exagero na interpretação do que disse. Mas é ao grupo todo que deve explicar-se. Mal do Sporting, como de qualquer grupo, se as críticas a um jogador afetarem apenas o visado. O Sporting só pode ser campeão se todos os jogadores tiverem sentido precipitadas as declarações de Rui Borges sobre Harder.
Não hesito um segundo em dizer que acredito ser Rui Borges uma pessoa justa, bem formada, leal e humana. Mas nem sempre falar o que se pensa ou sente, mesmo que justo, é sensato. Muito menos eficaz. Onde vai um vão todos, lembram? Todos, todos, todos."

O grande problema de Portugal é a falta de capacidade altruísta


"Ricardo Araújo Pereira afirmou em tempo que se sentia um sortudo, dado que os políticos e líderes portugueses lhe proporcionavam diariamente situações caricatas para o seu papel de criar momentos de boa disposição e comédia para os portugueses, evitando assim o desgaste da procura. Senti o mesmo entre as duas semanas que separam estes artigos, ao tentar estruturar um texto com exemplos do que não podemos continuar a fazer ou para onde nos devemos dirigir.
Escrevi há 15 dias que não precisávamos apenas de uma excelente estratégia (sempre muito importante), mas também do compromisso real de todos em cumpri-la depois de aceite. Existe outra hipótese: diminuir o número de pessoas que participam na definição da estratégia (desde que sejam competentes e incluam as várias áreas necessárias) e garantir que existam consequências reais para quem não a cumpre. Sei que estou a falar do meu país, mas já andamos a gastar mal há tanto tempo que, de outra forma, tudo continuará a ser a mesma rábula. E, a partir do momento em que o dinheiro — na minha opinião — é mal investido, a razão de ser pouco ou insuficiente deixa de ser o tema. Seria e será um problema quando a quantia existente for bem aplicada e controlada, sem desvios, defendendo os interesses do país e não os de quem a distribui.
Numa versão muito resumida e fruto da experiência e da sorte de ter estado ligado ao desporto sob vários ângulos, acredito que colocar todos a respeitar e a remar na mesma direção é bem mais difícil do que encontrar uma boa estratégia. Por várias razões. Como em todas as áreas, há boas práticas, haverá a necessidade de adaptação, haverá a necessidade de ter coragem para cortar os maus hábitos, mas repito aqui: o grande problema do nosso Portugal, em quase todas as áreas, não é o conhecimento ou o talento, é mesmo a falta de capacidade altruísta para gerir em prol de um bem maior do que a agenda individual, e depois garantir que existam consequências práticas (o reconhecimento e a responsabilização).
Como muitos treinadores dizem, e bem: todos têm de saber qual o seu papel neste processo, perceber a importância do mesmo, aceitar que há papéis que supostamente brilham mais do que outros, mas que, sem os que brilham menos, pouco ou nada é robusto. No final, a maior força disto tudo é o todo. E agradar a todos não deve ser um objetivo, mesmo que fosse possível."

Saiam da frente!!!

Dona Maria

Vantagem nas meias-finais


"O Benfica ganhou por 0-5 na visita ao Tirsense da 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Este e outros temas hoje na BNews.

1. Boa exibição coletiva e individual
O treinador do Benfica, Bruno Lage, mostrou-se "muito satisfeito com a exibição coletiva e individual" e acrescenta: "Temos de nos manter neste registo de que a todo momento temos de dar boas respostas, fazer boas exibições e vencer os jogos. É estarmos focados naquilo que temos de fazer e continuar motivados, continuar sérios, respeitar sempre o adversário, pensar sempre em como vencer o jogo seguinte."

2. Focados
Na opinião de Tiago Gouveia: "Foi um jogo em que sabíamos que só dependíamos de nós para tornar a tarefa mais fácil. Ainda falta mais um jogo."
João Rego realça: "Fizemos um bom jogo, acabámos por tornar o jogo fácil, concretizando as nossas oportunidades e já estamos a pensar no próximo."

3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os cinco golos do Benfica marcados ao Tirsense.

4. Comunicado oficial
Leia o comunicado oficial do Sport Lisboa e Benfica sobre o castigo aplicado pela UEFA devido a "incidentes ocorridos no último jogo Barcelona-Benfica".

5. Na final
O Benfica está na final dos play-offs do Campeonato Nacional de voleibol. Com os 3-0 ontem conseguidos ante o Leixões, os encarnados chegaram à 3.ª vitória, ganhando a eliminatória.
Marcel Matz já antevê os embates derradeiros: "Estou feliz com o resultado que conseguimos nas meias-finais, pela forma como estamos a trabalhar nesta temporada, e agora vamos para uma final dura frente ao Sporting."

6. Outros resultados
Em basquetebol, o Benfica ganhou ao Póvoa por 106-85 e obteve a qualificação direta para as meias-finais da Taça Hugo dos Santos. Os Sub-23 de futebol venceram, por 2-3, no reduto do Estrela da Amadora.

7. Jogo do dia
As equipas femininas de voleibol de Benfica e FC Porto encontram-se nesta noite na Luz (20h30) no jogo 3 das mais-finais dos play-offs do Campeonato Nacional. Um triunfo benfiquista dá acesso à final.
Rui Moreira apela ao apoio dos Benfiquistas: "Espero que venham em força para nos ajudar a vencer mais um jogo e a passar à final do Campeonato, porque, realmente, com casa cheia e com os Benfiquistas a empurrar-nos, principalmente nos momentos difíceis, é completamente diferente, e esperamos sentir esse apoio e esse calor."

8. Balanço positivo
Rafael Mimoso, nadador do Benfica, fala sobre a boa prestação benfiquista no Open de Portugal.

9. Convocatória
Cinco atletas do Benfica integram a mais recente convocatória da Seleção Nacional Sub-16 de futebol.

10. Título em análise
O Benfica venceu a 1.ª edição do Campeonato Nacional Sub-15 feminino de futsal."

História Agora


BolaTV: Lado B #33 - Do encontro entre os presidentes dos três grandes até ao clássico

Zero: Afunda - S05E53 - Luka emocionado e Denver chocado

Miudagem contra a nostalgia


"Há muito que não se via um duelo entre Tirsense e o Benfica, mas depois de uma 1.ª parte mais morna, as apostas em João Rego, Schjelderup ou Prestianni, que estavam bem longe de nascer na última vez que a equipa de Santo Tirso esteve na 1.ª divisão, trouxeram golos e qualidade. A vitória por 5-0 sentencia estas meias-finais da Taça de Portugal e Lage já pode começar a pensar no Jamor

Qualquer dia, o futebol nem a nostalgia nos irá permitir. Para a geração desta que vos escreve, o Tirsense foi uma espécie de primeiro contacto com a surpresa, com a possibilidade de todos, quase todos, poderem sonhar quando o assunto é uma bola e onze de cada lado. Também nos terá dado os primeiros alertas de que o futebol pode ser cruel, volúvel. O Tirsense, naquele equipamento negro de ponta a outra, tanto viveu no nosso imaginário, no processo de criação de memórias dos que começaram a ver futebol na primeira metade dos anos 90, como foi perdendo a sua matéria de sonho, tombando para patamares inferiores, deixando de fazer parte das reminiscências.
Essas memórias levam-nos para o Abel Alves de Figueiredo, negro como os equipamentos do Tirsense, difícil, duro, nas suas bancadas à inglesa, tão perto dos protagonistas, que hoje já não tem lugar na, digamos, “modernidade”. De tal forma que o regresso do Tirsense aos holofotes das transmissões televisivas, dos 90 minutos frente aos grandes, fez-se não nesse estádio das nossas meninices, mas sim em Barcelos, a 35 quilómetros de Santo Tirso, no Municipal de Barcelos, onde joga o Gil Vicente que outrora jogou no Adelino Ribeiro Novo, outro desses estádios tão anos 90 que são capazes de berrar uma canção de Ace of Base do início ao fim.
Não tivemos, portanto, direito à nostalgia de um jogo no Abel Alves de Figueiredo, onde vimos Paredão, Marcelo ou Giovanella naquela época 1994/95, em que o Tirsense acariciou a Europa. Honra seja feita ao estádio do Gil Vicente, que talvez seja o mais anos 90 dos novos estádios do país, por isso nem tudo se perdeu.
E a nostalgia também não surgiu em campo, os bravos tirsenses chegaram às meias-finais da Taça de Portugal, foram a primeira equipa da 4.ª divisão a fazê-lo, mas como assustar o Benfica em 2025, mesmo um Benfica muito pouco inspirado, com várias alterações e a pensar no campeonato que anda aí a jogar-se nos pormenores? O ano de 1995 está longe, e no futebol, então, cada vez mais longe.
Não será comum numas meias-finais da Taça de Portugal, em pleno decisivo mês de abril, mas o Benfica deu-se ao luxo de rodar. João Rego e Bajrami foram titulares, Leandro Santos foi o lateral direito e Belotti foi o avançado-centro. Schjelderup teve os minutos a titular que lhe têm faltado e todos foram aproveitando, mesmo que o primeiro lance de perigo até tenha sido do Tirsense - aos 5’, Jorge Silva apareceu junto à baliza, mas não terá acreditado em oferta tão grande e rematou frouxo.
A defender com uma linha de cinco e contando com alguma desconexão e moleza do adversário, o Tirsense foi fechando caminhos para a baliza, até ao auto-golo de João Pedro aos 16’, um infortúnio que a equipa do Campeonato de Portugal até então não merecia. Aos 26’, o espaço apareceu pela esquerda, de onde Schjelderup cruzou para a finalização algo artística de João Rego, a estrear-se a marcar pelo Benfica.
Acabava aí qualquer veleidade, um sonho de tombas gigantes. Uma jogada de João Martins, a cruzar para Alex Reis, foi um fogacho interessante, mas não mais que isso, um fogacho e a posse cerimonial que o Benfica ofertou ao Tirsense no início da 2.ª parte seria apenas uma esperança boba antes do beijo da morte, quando Lage exigiu aos seus jogadores que subissem linhas e lançou Tiago Gouveia, Arthur Cabral e Gianluca Prestianni em campo. Na primeira vez que tocou na bola, o jovem argentino, que não jogava na primeira equipa desde setembro, armou um remate em arco para o 3-0 e quatro minutos Arthur Cabral respondeu de primeira a um cruzamento de Gouveia vindo da direita.
Prestianni voltou a brilhar aos 84’, dançando o tango entre os jogadores do Tirsense à entrada da área para depois oferecer o quinto golo do jogo a Schjelderup. Se Lage queria miudagem a mostrar-se, teve-a em barda na 2.ª parte, depois de uns primeiros 45 minutos mais murchos. Não há nostalgia possível para quem ainda nem duas décadas viveu.
Não seria de esperar que o Benfica saísse de Barcelos sem a eliminatória resolvida e o jogo da 2.ª mão servirá, apenas, para que o Tirsense volte a pisar o relvado de uma equipa da 1.ª divisão, de um Estádio da Luz que não existia nesses anos 90 de nostalgia. Nem isso servirá de matéria para os advogados de defesa das meias-finais da Taça de Portugal a duas mãos, coisa que cada vez faz menos sentido, uma modernice que faz ter saudades do passado."

Alô Jamor, Aí Vamos Nós!


"Tirsense 0 - 5 Benfica

Sou do tempo do Tirsense jogar na primeira divisão. Agora milita no quarto escalão. Não é de esperar grande oposição. Boa oportunidade para vermos alguns dos jogadores menos utilizados, nomeadamente jovens da formação como Samuel Soares, Leandro Santos, Bajrami e João Rego. Prestianni parece que não conta para Lage...

E VAMOS AO JOGO!
10 Tirsense a bater-se bem. Vai ser assim enquanto fisicamente aguentarem. Vão cedendo cantos, mas parece terem bom jogo aéreo lá trás.
16 primeiro golo em Barcelos, um autogolo cedido por um defesa do Tirsense após centro forte e tenso de Dahl. Vai ser um bom treino de conjunto.
20 gosto de jogadores que dão tudo em todos os lances, com intensionalidade, com fome de bola. É por isso que gosto do Belotti, é quem mais trabalho está a dar aos defesas do Tirsense.
25 dois-zero por João Rego, boa combinação ofensiva, bela assistência do Schjelderup.
35 a notar-se a facilidade do Samuel Soares a jogar longo com os pés. (Com o Farense e no Dragão o Trubin também fez boas reposições longas com os pés.)
40 Schjelderup tem-se mostrado em vários lances. Dahl também com bons apontamentos. Amdouni, desaparecido em combate depois de um pontapé de biciclete no início do jogo, não há meio de se impor, de aparecer em grande, e não é por falta de oportunidades, não dá para mais?
45 boa atitude da equipa, falta criatividade (pois é, o Kokcu também tem direito a descansar...), compreende-se alguma dificuldade em ligar lances com tanta gente a jogar junta pela primeira vez e com eles todos metidos, qual autocarro, lá trás. 46 voltam os mesmos. E Prestianni?
49 outro apontamento relativo ao Samu: vai lá cima e agarra as bolas nos cruzamentos, não as soca por tudo e por nada.
52 arbitragem bem à portuguesa: apita tudo e mais alguma coisa. A nova geração a seguir os maus exemplos das anteriores. Não há meio da nossa arbitragem evoluir. Homens, ponham os olhos lá fora - é assim tão difícil?
60 não entrámos bem na segunda parte. Caiu muito a qualidade do nosso futebol.
65 sejas bem regressado à primeira equipa, Tiago Gouveia. Olhó Prestianni também vai entrar! 68 três-zero: PRES-TI-ANNI! Primeira ação muito boa a desmarcar o Tiago Gouveia, segunda ação um belo golo! Não precisou de muito tempo para brilhar.
72 mais um centro impecável do Tiago Gouveia, que também entrou bem, toma lá Arthur para faturares o quatro-zero.
75 Wynder e Nuno Félix, mais Benfica Campus para o jogo. E vamos tendo uma mini Catedral no Cidade de Barcelos - grandes adeptos.
81 o árbitro apita tudo, mas esta possível falta sobre o Belotti na área, enfim... talvez não seja nada. E agora marcam uma de gargalhada ao Tiago Gouveia na linha lateral.
84 Prestianni para Schjelderup: toma lá e marca, amigo! Cinco-zero. Era de esperar que o jogo se tornasse mais fácil com o decorrer do tempo e assim está a acontecer.
90+2 o Jamor já está (já estava...) e bons apontamentos para o futuro de vários jovens jogadores é o que levamos de Barcelos para a Luz."

Tirsense-Benfica, 0-5 Pérola preciosa argentina saiu do cofre para brilhar: as notas dos jogadores do Benfica


"Prestianni esteve 25 minutos para mostrar que deveria lá estar muito mais tempo. Schjelderup quis aproveitar a oportunidade e aproveitou-a (de que maneira). Encarnados ganharam um lateral-direito com Tiago Gouveia

O melhor em campo: Prestianni (nota 8)
Não jogava pela equipa principal desde setembro e, depois do que fez com o Tirsense, em apenas em 25 minutos, só reforçou a ideia de que o Benfica teve muito tempo uma pérola argentina guardada no cofre, escondida de todos. Entrou e mexeu num jogo que estava aborrecido. Aos 67', entre três adversários, lançou Tiago Gouveia para uma autoestrada de perigo. Aos 68' recebeu de Schjelderup na área e rematou, carregado de classe, em arco e com força, para o terceiro golo. Aos 72' voltou a encontrar Tiago Gouveia, que cruzou para o golo de Arthur Cabral. Conduziu ainda mais dois ataques antes de roubar a bola a André Fontes, escapar ao corte de Jorge Silva e entregar a Schjelderup para o último golo. Ficou mais que provado que só precisa de jogar mais.

Samuel Soares (6) — Sem muito que fazer, fez o que tinha de ser feito, com segurança. Agarrou quatro cruzamentos, outras bolas que lhe chegaram sem força e mostrou qualidade com os pés.

Leandro Santos (6) — Mais ativo o ofensivo na primeira parte, ensaiou um remate forte com pé esquerdo à entrada da área, depois de uma diagonal, que o guarda-redes segurou.

António Silva (7) — Usou a braçadeira e foi o líder da defesa. Foi por ele que todos alinharam. Jogo confortável que lhe permitiu usar o recurso do passe longo, sem oposição, quatro vezes com sucesso e uma com insucesso. Noite serena e muito competente.

Bajrami (6) — Primeira vez titular na equipa principal, o canhoto albanês controlou movimentos de quem lhe caiu na zona. Com a bola no pé jogou simples. Apenas um erro: mau passe que permitiu ao Tirsense chegar (sem perigo) à baliza de Samuel Soares.

Dahl (7) — Jogou sempre para a frente por não precisar de se preocupar muito em defender. Combinou bem com Schjelderup, de quem recebeu um passe na área para cruzar e João Pedro desviar e marcar na própria baliza. Manteve sempre uma via aberta para o ataque.

Florentino (6) — De um passe para Belotti (que não tocou na bola) que acabou em Schjelderup nasceu o segundo golo, assinado por João Rego. Ganhou influência a partir dos 25 minutos, alargou a área de ação, cortou linhas de passe e recuperou bolas. Abrandou no segundo tempo, passou mais ao modo de controlo.

Leandro Barreiro (6) — Sempre muito intenso, ajudou na pressão no meio-campo, impedindo o Tirsense de se libertar para o ataque. Aos 35' bom passe para deixar Belotti em boa posição. Faltou-lhe arriscar mais com a bola.

João Rego (7) — Servido por Schjelderup, apareceu na pequena área com velocidade para finalizar como um avançado. Nem tudo lhe saiu bem, mas depois do golo até parece que lhe saiu um peso das costas, jogou mais soltinho e confiante, num toque de calcanhar lançou Dahl para entrada na área. Bom passe aos 51' deixou Amdouni em boa posição.

Amdouni (5) — Aos 2' tentou remate de bicicleta, aos 35' rematou forte com o pé esquerdo para defesa de Tiago Gonçalves, aos 51' não deu o melhor seguimento a bom passe de Rego. Jogou no apoio a Belotti, sem significativa influência positiva.

Schjelderup (8) — Carregadinho de vontade de mostrar serviço, atrevido e veloz, do improviso dos lances individuais e da geometria das combinações com os companheiros nasceram os melhores lances. Encontrou Dahl no primeiro golo, assistiu João Rego no segundo e Prestianni no terceiro, marcou o quarto num remate forte e ainda esteve perto de fazer mais golos. Sempre a prego a fundo.

Belotti (6) — Muito castigado pelos defesas adversários, mas sem virar a cara à luta, com inteligência abriu caminho — deu o corpo a Gonçalo Cardoso, impedindo o corte do passe de Florentino —ao segundo golo. Sofreu três faltas e também sofreu por ter pouco jogo.

Tiago Gouveia (7) — Aí está o novo defesa-direito, regressado à equipa principal, mais de sete meses depois. Superofensivo, combinou muito bem com Prestianni e ofereceu, num centro perfeito, o quarto golo a Arthur Cabral.

Arthur Cabral (7) — Teve uma oportunidade para marcar e... marcou — disparo de primeira na área após centro de Tiago Gouveia. No lance do 5-0 arrastou dois defesas, permitindo o disparo sem oposição de Schjelderup.

Nuno Félix (5) — Jogou ao lado de Leandro Barreiro e apenas um bom apontamento, a controlar a bola e a entregá-la com segurança, apesar da pressão adversária à entrada da área.

Joshua Wynder (5) — Estreia na equipa principal do central norte-americano de 19 anos, que, sem trabalho perto da área, ainda foi cortar uma bola ao meio-campo cortar uma bola e à área adversária num canto."

Tirsense-Benfica, 0-5 Águia foi de passeio a Barcelos, comeu cinco jesuítas e comprou bilhete para o Jamor


"Desfecho sem surpresa na noite que marcou a história do Tirsense e mostrou muitas caras novas no Benfica. A final da Taça é uma certeza para os encarnados e pode haver dérbi...

A história do jogo era previsível. É certo que entre os desportos coletivos só o futebol permite, de quando em vez, um verdadeiro agigantamento de Davides contra Golias, mas é isso — de quando em vez. E era muito complicado prever esse cenário para este Tirsense-Benfica.
Ora, se a história era previsível, ficou praticamente desvendada logo aos 16 minutos, com a infelicidade do autogolo de João Pedro. A partir daí seria questão de saber que volume atingiria a vitória encarnada. Foi aos cinco golos sem resposta, pelo que meio Estádio Nacional fica desde já reservado para 25 de maio. Os stakeholders do futebol (com exceção, eventualmente, das forças de segurança) estarão desde já a esfregar as mãos de contentes com a perspetiva de um dérbi na final da Taça, mas a outra meia-final pia mais fino. É certo que o Sporting já leva vantagem para a visita ao Rio Ave e quer muito reservar a outra metade do Jamor, mas é sempre possível colocar a hipótese de uma reviravolta, ao contrário do que sucede com esta parte da meia-final.
Para a história desta noite de quarta-feira, além dos golos, ficam a festa nas bancadas, a romaria de adeptos jesuítas entre Santo Tirso e casa emprestada de Barcelos e o tremendo feito do Tirsense, primeira equipa do quarto escalão do futebol nacional a atingir esta fase da Taça de Portugal. Com um adicional: enquanto teve pernas e pulmão, a equipa da casa já perdia, é certo, mas só depois do estoiro físico a goleada começou a desenhar-se.
O Benfica entrou cheio de caras novas no onze e por isso, naturalmente, não se lhe viram grandes rotinas e entrosamento. Os novos, porém, vinham sedentos de mostrar serviço e o líder da Primeira Liga impôs ritmo forte, sob a batuta, na esquerda, de Dahl e Schjelderup, dois dos sobreviventes das habituais escolhas de Bruno Lage. Logo após o quarto de hora, com alguma naturalidade (e azar supremo do capitão tirsense), o médio norueguês serviu o lateral sueco na área, este cruzou e João Pedro enganou o guarda-redes Tiago Gonçalves com a tentativa de corte. Dez minutos mais tarde Schjelderup rompeu a linha defensiva de cinco dos donos da casa e serviu João Rego para a estreia do médio a marcar pela equipa principal do Benfica.
Na segunda parte o Tirsense deixou os três centrais e passou a alinhar em 4x2x3x1, o que lhe permitiu pressionar um pouco mais à frente e dar a ideia de que poderia regressar ao jogo com um golo. Nunca se sabe, lá está: é futebol e existem bolas paradas, contra-ataques... Mas o fôlego, já o escrevemos, só durou 15/20 minutos.
Aos 65 minutos Bruno Lage refrescou e sacudiu a equipa com as entradas de Prestianni, Arthur Cabral e Tiago Gouveia (regresso ao cabo de sete meses de lesão, depois de já ter atuado pela equipa B). O prodígio argentino não demorou mais de dois minutos a mostrar a sua classe e marcou o golo mais bonito da noite.
O Benfica jogava então, na prática, em 4x2x4, sendo que os extremos confluíam amiúde para o meio (o que já sucedia desde a primeira parte) e davam espaço aos laterais para se projetarem junto à linha. Cinco minutos depois do 3-0 Tiago Gouveia, que entrou para lateral-direito, rompeu por ali fora e serviu Arthur Cabral para o regresso aos golos. E assim se completou, em sete minutos, o pleno de influência dos três jogadores recém-entrados. Mas ainda havia mais Prestianni: aos 84 minutos fez gato-sapato da estafada defesa jesuíta e ofereceu o 5-0 a Schjelderup, numa espécie de justiça poética para os dois melhores jogadores da noite."

Terceiro Anel: Tirsense...

Visão: Tirsense...

BI: Tirsense...

5 minutos: Tirsense...