"Antigos jogadores voluntariaram-se para vender vinhetas de propaganda, a favor da construção do Estádio da Luz
Era dia de jogo no Campo do Campo Grande, a 18 de Janeiro de 1953. Entre o público que ia chegando para assistir ao desafio, viam-se ídolos do passado numa grande azáfama e alegria. Aproximado-se deles, rodeados de público benfiquista, percebia-se que os antigos jogadores estavam 'de novo (a) «alinhar» pelo seu Clube, a quem tantas glórias já deram', vendendo vinhetas de propaganda, contribuindo activamente para a construção do Estádio da Luz.
Em Outubro do ano anterior, a Comissão Central tinha anunciado o início de uma nova campanha de angariação de fundos para a construção de novo estádio, pondo à venda vinhetas de propaganda emitidas pelo Benfica. Até ao final do ano tiveram pouca expressão: Tudo mudou quando Francisco Albino, Vítor Silva, Luís Xavier, Pedro Silva, Pedro da Conceição e Domingos Lopes chegaram junto à Comissão Central e disseram '«Também queremos ajudar a construir o campo. Estamos aqui para o que for preciso». Estas frases, repassadas de um benfiquismo imaculado, impregnadas daquele fervor clubista que há anos encheu de alegria e fé os campos desportivos da nossa terra, foram ditas por estes rapazes, alguns com os cabelos brancos a pratearem-lhes já as cabeças'.
Assim, formando equipas com sócios, foram os primeiros a tomar a iniciativa de vender as vinhetas em dia de jogo. E 'foi um regalo assistir ao gosto com que aqueles rapazes trabalhavam para o Benfica. (...) Não houve mãos a medir. A ideia fixa era arranjar dinheiro, porque é preciso construir o Estádio. As «equipas» lutavam ardorosamente'. O público acolheu a ideia com 'a maior simpatia', rodeando os seus antigos ídolos: '- Aquele é o Vítor Silva! Tu já não o viste, mas foi o melhor de todos - dizia um «velho» benfiquista a um rapazinho que se iniciou há pouco nas pugnas desportivas'.
Nem a chuva nem o frio que se fazia sentir naquele dia de inverno 'arrefeceram aquele entusiasmo' e, quando o árbitro deu por terminado o desafio, tinham vendido milhares de vinhetas. Esta iniciativa foi um êxito, levando a Comissão Central a aceitar a colaboração de outros atletas e sócios, e até de artistas, que se voluntariaram para vender vinhetas em dias de jogo ou em eventos.
Pode ficar a conhecer mais sobre as campanhas pró-Estádio da Luz na área 17 - Chão Sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."
Lídia Jorge, in O Benfica
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