"Depois da queda na Liga Europa, a confirmação da queda interna. De sete pontos de vantagem, o Benfica é hoje segundo classificado em Portugal.
Primeira parte:
- Bruno Lage apostou num corredor central com um Samaris e Weigl, para permitir que os laterais se projectassem em profundidade e garantir pelos traços individuais do grego maior reactividade no equilíbrio defensivo, e com isso apostar ofensivamente num corredor central altamente denso, com Taarabt, Pizzi, Rafa e Vinicius, que procuravam combinações interiores para furar última linha adversária;
- A rota de ataque do Benfica passava pela orientação de muitos passes verticais, dentro do bloco do Moreirense que permitissem combinar logo ai, ou que abrissem para corredor lateral e voltassem dentro. A circulação encarnada encontrou caminhos de forma rápida ao longo do primeiro período, e o Benfica não chegou ao golo, porque a falta de eficácia na hora de atirar à baliza, alicerçada na grande exibição de Pasinato complicou em demasia um jogo que não se previa tão difícil;
- A equipa do Moreirense, vinha com a clara intenção de jogar no contra ataque e explorar o espaço nas costas do Benfica e no corredor lateral, utilizando Fábio Abreu como referencia tanto para lançar na profundidade, como para jogar em apoio e dar sequência ao lance. Bloco baixo que foi atrasando a progressão do Benfica em organização ofensiva – Aglomerou muitas pernas, fechou espaços interiores e estava preparado para controlar espaços aéreos em caso de possíveis cruzamentos;
Segunda parte
- Uma entrada forte e determinada do Benfica podia ter resultado em dois golos. Contudo, a grande penalidade falhada e o golo invalidado, reforçaram a confiança do Moreirense, retiraram confiança aos encarnados e tal acabou por servir de mote para que o Benfica perdesse discernimento, e nunca mais tivesse tido critério no seu jogo – Perdeu intensidade cerebral para ganhar intensidade de deslocamento;
- As saídas de Weigl, e posteriormente de Taarabt, tiraram qualidade, criatividade, e até capacidade na transição defensiva ao Benfica. Na melhor exibição do Alemão ao serviço do Benfica, fica difícil perceber como sai num momento que o Benfica acentuava o seu domínio e não permitia saídas para contra ataque. Depois das saídas de elementos preponderantes na equipa, a equipa de Moreira de Cónegos, podia ter fechado o jogo, mas Pedro Nuno desperdiçou uma oportunidade flagrante, num momento de desespero do Benfica…
- Depois dos 60 minutos, Benfica insistiu desmesuradamente no jogo exterior, muitas vezes terminada com cruzamentos, ao invés do tradicional retorno ao espaço interno. Cruzamentos a saírem em demasia de posicionamentos demasiados atrasados, tornando fácil para a linha bastante numerosa do Moreirense – De frente para a bola – anular tais intentos.
Destaques
- Moreirense: Pasinato – defendeu quase tudo o que podia. Destaque ainda para Fábio Abreu, e Alex Soares. Fábio pelo golo, e pela capacidade de nos 90 minutos estar ligado ao jogo, e a quase todos os momentos ofensivos do Moreirense, mesmo que como apoio nas saídas rápidas, e Alex Soares, pelo numero de interceptações, e primeiros passes para saída que foi permitindo gerar um desconforto enorme à equipa de Lage – Trouxe as dúvidas na cabeça de quem por pressionado não as pode ter.
- Benfica: Taarabt, depois da sua saída, Benfica deixou de conseguir criar em qualidade, e ainda se sujeitou a um desequilibro que podia ter sido fatal – O marroquino define variabilidade das rotas ofensivas e sem ele, tudo se torna menos ligado e mais previsível. Destaque ainda para Weigl pela capacidade que teve em ligar jogo por dentro, de forma rápida, sobretudo ao longo da primeira parte, e pela capacidade em abafar oposição no seu espaço, de forma muito rápida sempre que a equipa perdia bola."
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