"O futebol português padece de vários problemas graves e vai tardando uma solução que coloque nos trilhos do seu potencial. A ausência de centralização da venda dos direitos televisivos limita o crescimento global da competição profissional; o comportamento das franjas de adeptos mais radicais tarda em encontrar, por parte do Governo, que tem por obrigação zelar pela segurança de pessoas e bens, uma resposta à altura; os dirigentes continuam a tratar os adversários como inimigos, quando de viam, isso sim, promover a indústria que é casa comum; e a arbitragem carece de encontrar uma fórmula diferente de recrutamento, que traga para o futebol mais qualificação e melhor compreensão do jogo. Todas estas insuficiências impedem que Portugal, campeão da Europa de futebol e futsal, campeão do mundo de futebol de praia e farol para todo o planeta no que toca à formação, possa ter ainda, especialmente no que aos clubes diz respeito, uma presença mais relevante no contexto internacional.
Comparado, com as carências acima descritas, o facto do treinador adjunto do SC Braga, Micael Sequeira, ter ficado em segundo lugar no prémio da Liga dos Clubes (!) para treinador do mês de Janeiro pode parecer irrelevante, mas traduz a aceitação de uma situação que não pode ser tolerada. Deverá ser encontrado, com frontalidade, um meio-termo que acolha, dentro da legalidade, treinadores como Rúben Amorim ou Silas, que se viram impedidos, em tempo útil, de aceder à progressão na carreira, que desejavam. Porque este regime de faz de conta não prestigia o futebol português..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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