"Quando é que isto vai acabar? É a pergunta de milhões, para a qual não há respostas precisas. Há vontade, e essas confluem naturalmente no mesmo sentido: o mais rapidamente possível.
Para mim, o momento preciso será aquele em que me voltar a sentar nas bancadas da Luz. É aí que, por fim, me sentirei livre, nos sentiremos livres. Não sendo agora o futebol uma prioridade do país e do mundo, há todavia aspectos a considerar, e que têm de ser pensados. Desde logo, como e quando concluir as provas - conclusão essa se, a qual jamais poderá haver vencedores. Mas esta é também uma boa oportunidade para uma reflexão sobre o futebol português, sobre os seus problemas, sobre as suas disparidades. Temos tantas equipas na primeira divisão como a Alemanha. Num país pequeno, com uma dinâmica empresarial modesta e assimétrica, vemos no principal campeonato profissional clubes sem adeptos, sem instalações adequadas, sem história, sem alma (e sem tesouraria...), entidades-fantasma que servem apenas para satisfazer caprichos de caciques locais ou empresários mais ou menos endinheirados. É certo que empregam jogadores e técnicos. Mas ninguém defende a sua extinção - tão-somente o redimensionar face a uma realidade que corresponde à segunda divisão e não ao futebol de topo. Pode parecer cruel fazê-lo nesta altura. Mas a solidariedade deve ser entre pessoas e para com pessoas, não entre clubes de futebol ou para com clubes de futebol. Um campeonato a dez ou mesmo a oito equipas, eventualmente a quatro voltas, traria competitividade, equilíbrio, audiências e patrocínios. E seria um motor para a retoma."
Luís Fialho, in O Benfica
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